dezembro 12, 2011

NÃO FAÇA DA SUA VIDA UM RASCUNHO, POIS TALVEZ NÃO DÊ TEMPO DE PASSÁ-LA A LIMPO

O bonito me encanta, mas o sincero...Ah! Esse me fascina.
                                                                    Clarice Lispector

"Nasci na Ucrânia, terra de meus pais. Nasci numa aldeia chamada Tchechelnik, que não figura no mapa de tão pequena e insignificante. Quando minha mãe estava grávida de mim, meus pais já estavam se encaminhando para os Estados Unidos ou Brasil, ainda não haviam decidido: pararam em Tchechelnik para eu nascer, e prosseguiram viagem. Cheguei ao Brasil com apenas dois meses de idade".
Clarice Lispector passou a infância no Recife e em 1937 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se formou em Direito.
Estreou-se na literatura ainda muito jovem com o romance "Perto do coração selvagem" (1943), muito bem recebido pela critica, tendo recebido o Prémio Graça Aranha.

"E se me achar esquisita, respeite também. Até eu fui obrigada a me respeitar"

Clarice Lispector começou a colaborar com a imprensa em 1942 e, ao longo da sua vida, nunca se desvinculou totalmente do jornalismo. Trabalhou na Agência Nacional e nos jornais "A noite" e "Diário da noite". Foi colunista do "Correio da Manhã" e fez inumeras entrevistas para a revista "Manchete".
Em 1944, recém-casada com um diplomata, viajou para Nápoles, onde serviu num hospital durante os últimos meses da Segunda Guerra Mundial. Depois de uma longa estadia na Suíça e nos Estados Unidos, voltou a morar no Rio de Janeiro.


Das vantagens de ser bobo, Clarice Lispector por Aracy Balabanian

Faleceu no dia 9 de dezembro de 1977, um dia antes do seu 57º aniversário. Foi enterrada no Cemitário Israelita do Caju, no Rio de Janeiro, a 11 de dezembro. Até à manhã do seu falecimento, mesmo sob o efeito de sedativos, Clarice ditou frases para a sua amiga Olga Borelli.

Sobre Clarice, escreve a crítica francesa Hélène Cixous: "Se Kafka fosse mulher. Se Rilke fosse uma brasileira judia nascida na Ucrânia. Se Rimbaud tivesse sido mãe, se tivesse chegado aos cinquenta. (...) É nessa ambiência que Clarice Lispector escreve. Lá onde respiram as obras mais exigentes, ela avança. Lá, mais à frente, onde o filósofo perde fôlego, ela continua, mais longe ainda, mais longe do que todo o saber".

Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso.
Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.

Entre as suas obras mais importantes destacamos a coletânea de contos "A Legião Estrangeira" de 1964, "Laços de Família" de 1972 e os romances "A Paixão Segundo G.H." de 1964 e a "Hora da Estrela " de 1977.

Érico Veríssimo, escritor e amigo de Clarice, sobre o livro de contos "Laços de Família"( que a Biblioteca dispõe para empréstimo domiciliário) afirma: "Não te escrevi sobre o teu livro de contos por puro encabulamento de te dizer o que penso dele. Aqui vai: é a mais importante coleção de histórias publicadas neste país  na era pós-machadista".


Mude, mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade.

Clarice Lispector tem um dia de homenagem por todo o Brasil. "Hora de Clarice" pretende fazer de todos os dias 10 de dezembro (data do seu aniversário), um dia de homenagem à escritora e à sua obra.

Consulte o nosso catálogo em:  http://services.cm-mgrande.pt/pacweb e leve Clarice para casa

Tenha Uma Boa Semana

1 comentário:

  1. Que bom que você gostou da frase inicial do meu poema!

    Que, aliás, não é de Clarice.

    Mas eu também gosto de Clarice!

    Se puder, veja o livro Mude e o vídeo, no blog.

    Flores...

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