Todos os anos, o Parlamento Europeu atribui o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento a indivíduos ou organizações que se destacaram na defesa dos direitos humanos e da democracia. Este ano, os vencedores são cinco representantes da Primavera árabe "pela sua luta pela liberdade, pela democracia e pelo fim dos regimes autoritários".
A cerimónia da entrega do prémio, no valor de €50.000, está agendada para hoje, dia 14 de dezembro, durante a sessão plenária de Estrasburgo.
Os vencedores Prémio Sakharov 2011 são:
- o tunisino Mohammed Bouazizi - prémio póstumo - que ao imolar-se desencadeou a revolta popular que levou à queda de Ben Ali.
- a militante egípcia Asmaa Mahfouz que com o apelo lançado no You Tube, inspirou as concentrações na praça Tahrir que levaram à queda de Hosni Mubarak.
- o dissidente líbio Ahmed al-Zubair Ahmed al-Senussi, de 77 anos, esteve preso 31 anos por se opor ao regime de Muammar Kadhafi.
- a advogada síria Razan Zeitouneh, uma das coordenadoras da revolta na Síria, está proibida de deixar o país.
- o cartunista sírio Ali Farzat, cartunista de crítica política, que em agosto, as autoridades sírias partiram-lhe as duas mãos.
Este ano a cerimónia de entrega do Prémio Sakharov contará com a presença de dois bloggers portugueses que venceram um concurso lançado pelo Gabinete de Informação do Parlamento Europeu em Portugal, cujo desafio era fazer um comentário a um dos 30 textos biográficos dos laureados com este galardão desde 1988.
Os textos dos vencedores, Rafael Gonçalves e Jonathan da Costa versavam, respetivamente, a ativista de Myanmar Aung San Suu Kyi - Prémio Sakharov 1990 - e o movimento Mães da Praça de Maio - Prémio Sakharov 1992.
"Os grandes espíritos sempre tiveram que lutar conta a oposição feroz de mentes medíocres"
Albert Einstein
"Minha esposa e eu vivemos isolados durante sete anos. Não podíamos sequer falar com os outros. Uma única vez um amigo veio procurar-nos e tivemos a permissão de conversar com ele na rua. Foi um milagre poder falar com ele abertamente. Era um colega da universidade. Nós estávamos completamente isolados das pessoas".
"Minha esposa e eu vivemos isolados durante sete anos. Não podíamos sequer falar com os outros. Uma única vez um amigo veio procurar-nos e tivemos a permissão de conversar com ele na rua. Foi um milagre poder falar com ele abertamente. Era um colega da universidade. Nós estávamos completamente isolados das pessoas".

Indignado com a invasão soviética do Afeganistão, apelou ao boicote dos Jogos Olímpicos de Moscovo, sendo condenado por Brezhnev, em 1980, a um exílio forçado em Gorki, onde permaneceu, com a sua mulher Helena Bonner, até finais de 1986, data em que foi autorizado a regressar a Moscovo.
Considerado na URSS como um dissidente com ideias subversivas, cria, nos anos setenta, um Comité para a defesa dos direitos do homem e para a defesa das vítimas políticas. Os seus esforços são premiados com o Prémio Nobel da Paz em 1975, mas não foi autorizado a viajar até Oslo para o receber.
Morreu a 14 de dezembro de 1989 e em sua memória a União Europeia instituiu o Prémio Sakharov para destacar pessoas que lutam defesa dos direitos humanos e liberdade de expressão.
"Que nada nos limite. Que nada nos defina. Que nada nos sujeite.
Que a liberdade seja a nossa própria substância."
Simone de Beauvoir
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