julho 15, 2011

"MAFALDA E O SEU BANDO: O RISO É GARANTIDO"

"Não tem importância o que penso de Mafalda.
 O importante é o que Mafalda pensa de mim"
                                                                 Julio Cortázar, 1973


"Na vida real nasci a 15 de Março de 1963. O meu pai é inspector de seguros e em casa cultiva plantas para se distrair. A minha mãe é dona de casa. Conheceram-se quando estudavam na Universidade, mas ela abandonou os estudos para cuidar de mim, segundo ela diz. O nome que me puseram foi uma homenagem à miúda do filme Dar la Cara, tirado de um romance de David Viñas. A 22 de Setembro de 1964, Quino conseguiu-me uma recomendação para trabalhar na revista Primera Plana, e em Março de 65 levaram-me para o diário El Mundo.
(...) Também gosto de ler, ouvir as notícias, ver televisão (excepto as séries), jogar xadrez, bowling e de não fazer nada. Gosto muito de brincar e correr ao ar livre, onde haja passarinhos e árvores, como em Bariloche".


"Mafalda, uma heroína zangada que recusa o mundo tal com ele é"
                                                                                  Umberto Eco


"(...) O pobre secretário da ONU tem muito boas intenções e seria bom que lhe dessem ouvidos, mas...
Quando penso nele, compreendo melhor o meu pai e a minha mãe. Afinal de contas eles não têm culpa de ser quem são nem de viver como vivem.
Os Beatles, gosto deles porque são alegres, estão de acordo comigo em muitas coisas e tocam uma música que nos agrada. Eles deviam ser presidentes do mundo, porque têm influência sobre muita gente de todos os países.
Entre as coisas de que não gosto estão: primeiro, a sopa, depois, que me perguntem se gosto mais do pai ou da mãe, depois o calor e a violência. Por isso, quando for grande, vou ser tradutora na ONU. Assim, quando os embaixadores começarem a discutir vou traduzir tudo ao contrário para se entenderem melhor e haja paz de uma vez".



"A Mafalda tranquilizou-nos. As coisas estão mesmo assim. Mal".
                                                              Marcello Bernardi


Quino, autor de banda desenhada (BD), caricaturista e ilustrador argentino, pseudónimo de Joaquín Salvador Lavado, nasceu em Mendoza a 17 de julho de 1932, filho de imigrantes espanhóis. A 29 de setembro de 1964 idealizou a irreverente personagem para um anúncio de electrodomésticos e estaria longe de imaginar que Mafalda se tornaria uma das mais célebres comentadoras políticas da época. À primeira vista, "Mafalda" podia ser uma menina de seis anos, reguila, desafiadora e descarada, mas depressa se percebeu que da sua boca, dos balões que Quino preenchia, saíam comentários mordazes e pertinentes sobre a ordem do mundo, a luta de classes, o capitalismo e o comunismo, mas também, de forma mais subtil, sobre a situação política e social Argentina.


A par da atitude de adulto, mas com o desarmante discurso de criança, "Mafalda" tem essa mesma condição de menina que detesta sopa, adora os Beatles, não compreende a guerra no Vietname e tem monólogos preocupados em frente de um globo terrestre.
Mafalda continua viva. E agora, aos 47 anos, até já tem uma estátua junto do prédio onde viveu o "pai" Quino quando era miúdo como ela.


  
Quino foi distinguido várias vezes, destacando-se:
  • Troféu Palma de Ouro do Salão Internacional de Humorismo de Bordighera, em 1978
  • Desenhador do Ano a nível mundial, em 1982
  • Prémio B'naiB'rith Derechos Humanos, em 1998
  • Prémio Quevedos de Humor Gráfico, em 2001
Em Portugal, Quino tem um grande número de livros editados pela Dom Quixote, Bertrand e Teorema, e já se deslocou ao nosso país,  em 2001 e 2003, para encontros com jornalistas e leitores portugueses.


Para um fim de semana bem disposto, passe pela Biblioteca Municipal
e requisite um livro da "Mafalda". 

 Mas não só. Veja AQUI a bibliografia de Quino disponível para empréstimo domiciliário.


BOM FIM DE SEMANA E BOAS LEITURAS

1 comentário:

  1. É lamentável que na relação de datas do calendário não foi incluido o dia 15 de outubro (dia dos professores). Diante de imagens com tantos livros, isso é contraditório...

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