abril 27, 2012

LEITURA DE FIM DE SEMANA

"A escrita é a única forma perfeita do tempo"
                                                                                              J. M.G. Le Clézio


Chegámos a sexta-feira, dia da nossa habitual sugestão de leitura de fim de semana. E para contrabalançar estes dias de chuva e frio, a nossa sugestão de leitura vai para o livro de J. M.G. Le Clézio, Deserto.

"Considerado como a súmula da arte de Le Clézio, este livro acompanha, em dois registos diferentes, um histórico e outro ficcional, a vida dos nómadas dos desertos do Norte de África, os homens e mulheres que apenas conhecem o céu como tecto e as dunas como morada".
                                                     José Guardado Moreira, Expresso

"Eles eram os homens e as mulheres da areia, do vento, da luz, da noite. Tinham surgido, como num sonho, no cimo de uma duna, como se tivessem nascido do céu sem nuvens e como se tivessem nos membros a dureza do espaço".



Deserto aborda uma das grandes preocupações de Le Clézio, as condições de vida dos povos nómadas ameaçados de extinção, assunto que desenvolveu em diversos ensaios.


Escritor e ensaísta francês, Jean-Marie Gustave Le Clézio nasceu a 13 de abril de 1940, em Nice, originário de uma família com ascendência inglesa e bretã.
Viveu nas Ilhas Maurícias, o que o levou a ganhar o gosto pelas viagens e pelo conhecimento de novos mundos.
Aos 23 anos, depois de se ter licenciado em Letras, em Aix-en-Provence, Le Clézio lançou o seu romance de estreia, Le Procès- Verbal, com o qual ganhou o Prémio Renaudot, um dos mais importantes galardões literários do seu país.
Em 1980 Le Clézio recebeu, em França, o Prémio Paul Morand para distinguir o conjunto da sua carreira literária. Nesse ano lançou aquela que foi considerada a sua melhor obra, o romance Désert, a epopeia de um jovem descendente de tuaregues e, que a Biblioteca Municipal sugere como leitura de fim de semana.


"Na minha opinião, escrever e comunicar significa ser capaz de fazer  qualquer pessoa acreditar em qualquer coisa"
                                                                                                                      J. M. G. Le Clézio

Entre os povos sobre os quais escreveu, e entre os quais viveu, estão os índios do Panamá e os berberes de Marrocos. Entre 1970 e 1974 viveu com os índios emberas, no Panamá, em plena floresta. Le Clézio conheceu estes índios depois de ter estado dois anos no México a prestar serviço militar, período que aproveitou para viajar e visitar as regiões vizinhas. A sua mulher é de origem saraui e juntos lançaram, em 1993, Gens des Nuages, um ensaio sobre a sua terra natal.

As obras de Le Clézio já foram publicadas em alemão, castelhano, chinês, dinamarquês, grego, inglês, japonês, russo e turco, entre outras, fazendo com que seja um dos autores franceses mais traduzidos no mundo.
Em 1994, a revista Lire elegeu-o "o maior escritor vivo da língua francesa", mas o próprio Le Clézio confessou que teria sido mais justa a atribuição a Julien Gracq.
Desde 2002 integra o jurí do Prémio Renaudot.
A academia sueca escolheu Le Clézio porque é um "escritor da rutura, da aventura poética e do êxtase sensual. É um explorador da humanidade além e por baixo da civilização reinante".





Tenha um Bom Fim de Semana com Boas Leituras

abril 24, 2012

... O ESTADO A QUE ISTO CHEGOU!


 
"O capitão Salgueiro Maia (1944-1992), membro do Movimento dos Capitães, depois Movimento das Forças Armadas, teve um papel decisivo nas operações que conduziram ao derrube do regime em 25 de Abril de 1974. Na preparação do golpe, deu-se conta da degradação do regime, que nem se sabia defender: os dois pides que o vigiavam faziam-se transportar num pouco discreto Toyota amarelo...


Na madrugada desse dia, reuniu os soldados da Escola Prática de Cavalaria na parada do quartel e disse-lhes: "Há diversas modalidades de Estado: os estados socialistas, os estados corporativos e o estado a que isto chegou! Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegámos. De maneira que quem quiser vem comigo para Lisboa e acabamos com isto. Quem é voluntário sai e forma. Quem não quiser vir não é obrigado e fica aqui."
Veio com 240 homens, numa coluna de blindados que saiu de Santarém às 3 da manhã e ia mudar a História de Portugal."
                       Ferreira Fernandes e João Ferreira,
in Frases que fizeram a História de Portugal,





25 de Abril
Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo

Sophia de Mello Breyner Andresen,
in O Nome das Coisas, 1977




CONVITE
Para comemorar abril na Marinha Grande, participe hoje e amanhã nas comemorações do 25 de abril, promovidas pela Câmara Municipal.
Um convite especial para a palestra que vai ser proferida pelo Prof. Dr. José Filipe Pinto, amanhã, pelas 16:00, na Biblioteca Municipal, intitulada "A Censura e os atrasos de Portugal".
Também amanhã, dia 25 de abril, pelas 15:30, na sala de periódicos da Biblioteca Municipal será exibido o documentário intitulado A HORA DA LIBERDADE, de Emídio Rangel e outros, SIC Home Vídeo.

PARTICIPE

abril 23, 2012

23 de ABRIL - DIA MUNDIAL DO LIVRO


"Os livros são a medicina do esquecimento" 
Padre António Vieira (1652)


Em 1996, por decisão da UNESCO, o dia 23 de abril começou a ser assinalado como o
DIA MUNDIAL DO LIVRO E DOS DIREITOS DO AUTOR.

Porquê a 23 de abril?

Por ser uma data simbólica para a literatura, já que a 23 de abril de 1616  desapareceram dois dos maiores nomes da literatura mundial: o romancista espanhol Miguel Cervantes e o dramaturgo inglês William Shakespeare. Também no dia 23 de abril, dia de S. Jorge, nasceu na Catalunha a tradição de oferecer uma rosa a quem comprar um livro. Recentemente, nesta data, a troca de uma rosa por um livro tornou-se uma tradição adotada por vários países do mundo.

Em 2012, e por iniciativa da Direção-Geral do Livro e das Bibliotecas (DGLB), as comemorações do Dia Mundial do Livro devem acontecer em articulação com o Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gerações, que já foi tema de mensagem no nosso blogue. Relembre aqui
Neste âmbito foram lançados por aquela Direção-Geral dois passatempos, que têm como objetivo comum a aproximação de gerações - "Avô, como era no teu tempo?" e "Envelhecimento ativo e diálogo entre gerações". Veja aqui os respetivos regulamentos



"Uma biblioteca é uma das mais belas paisagens do mundo."
                                                                                              Jacques Sternberg


Nós não ficámos indiferentes ao desafio da DGLB. E neste dia, no Dia Mundial do Livro, as portas da nossa Biblioteca Municipal abriram-se e cruzaram-se gerações em torno dos livros. Recebemos um grupo de crianças do Jardim Infantil "O Recreio" e um grupo de utentes do Lar das Vergieiras da Santa Casa da Misericórdia. Neste dia a nossa Biblioteca transformou-se mesmo numa das mais belas paisagens do mundo, tendo como horizonte os livros, a leitura e a comunicação entre todos.



FAÇA DO LIVRO UM AMIGO
FAÇA AMIGOS
VENHA À BIBLIOTECA MUNICIPAL


abril 20, 2012

LEITURA DE FIM DE SEMANA

Chegámos a sexta-feira e a mais uma sugestão de leitura para o seu fim de semana.

E para este fim de semana de frio e chuva, sugerimos um livro que na opinião de Francisco José Viegas é "Um fantástico livro de leitura empolgante".
Rodrigo Guedes de Carvalho  diz que começa  "por tirar o chapéu a um livro indispensável... para ler de fio a pavio".
José Pacheco Pereira é de opinião que "O livro é interessante, divertido, bem escrito e pioneiro neste tipo de trabalhos".

Curioso ?
Vai deixar de estar...


E o livro  que sugerimos é:
FRASES QUE  FIZERAM A HISTÓRIA DE PORTUGAL
de Ferreira Fernandes e João Ferreira
Editora: Esfera dos Livros

É uma obra inédita e surpreendente que traz à luz do dia esta espécie de senhas e contra-senhas da nossa identidade, lhes atribui um autor, quando possível, uma data e o contexto em que foram ditas.
"Portugal é meu porque o herdei, porque o paguei e porque o conquistei"
"Água vai!"
"Obviamente, demito-o!"
"Adeus, até ao meu regresso"
"O estado a que isto chegou"
"O povo unido jamais será vencido"
"Nunca me engano e raramente tenho dúvidas"

Quer saber quem foram os autores destas e de outras célebres frases?
Quando e qual o contexto em que foram proferidas?

É só vir visitar-nos e levar o livro consigo

Ferreira Fernandes é jornalista do Diário de Notícias. Foi grande repórter do Diário Popular, O Jornal e do Público e redator principal do Diário de Notícias, Visão e Focus, onde exerceu as funções de diretor. Recebeu  diversos prémios de reportagem, dos quais destacamos o Prémio Fernando Pessoa de Jornalismo, o Prémio de Reportagem da Fundação Luso-Americana, o Prémio Bordalo - Jornalista do Ano, da Casa de Imprensa e o Prémio Jornalista do Ano, do Clube de Jornalistas do Porto.



João Ferreira é jornalista e diretor da NS, revista do Diário de Notícias. Mestre em História Cultural e Política, é investigador do Centro de História da Cultura da Universidade Nova de Lisboa e professor convidado da European University. Colabora com as revistas Cultura, História e Teoria das Ideias, História Viva e Entre Livros, estas últimas publicações brasileiras.
Colaborou no Dicionário de História dos Descobrimentos Portugueses.
Foi diretor da revista Focus.





Tenha um Bom Fim de Semana

 

abril 18, 2012

COITADINHO / DO TIRANINHO!


Caricatura de Abel Manta

Em 1935 Fernando Pessoa ridicularizava
António de Oliveira Salazar.
Apesar dos escritos em que elogiou
a Ditadura Militar,
Fernando Pessoa
incompatibilizou-se com o
 regime de Salazar
no último ano de vida,
depois da ilegalização
das sociedades secretas.

Este poema foi-lhe dedicado.




ANTÓNIO DE OLIVEIRA SALAZAR

Três nomes em sequência regular...
António é António.
Oliveira é um árvore.
Salazar é só apelido.
Até aí está bem.
O que não faz sentido
É o sentido que tudo isto tem.

Este senhor Salazar
É feito de sal e azar.
Se um dia chove,
A água dissolve
O sal,
E sob o céu
Fica só azar, é natural.

Oh, c'os diabos!
Parece que já choveu...

Coitadinho
Do tiraninho!
Não bebe vinho.
Nem sequer sozinho...
Bebe a verdade
e a liberdade,
E com tal agrado
Que já começam
A escassear no mercado.
Coitadinho
Do tiraninho!

E o meu vizinho
Está na Guiné,
E o meu padrinho
No Limoeiro
Aqui ao pé,
Mas ninguém sabe porquê.

Mas, enfim é
Certo e certeiro
Que isto consola
E nos dá fé:
Que o coitadinho
Do tiraninho
Não bebe vinho,
Nem até
Café.
Fernando Pessoa



Caricatura de Abel Manta

Para ficar a conhecer melhor a nossa História recente
o leitor encontrará Aqui bibliografia
sobre o Presidente do Conselho,
que a Biblioteca Municipal dispõe para empréstimo domiciliário.

Esperamos por si

abril 17, 2012

DAS PALAVRAS FEZ-SE A HISTÓRIA

As Repúblicas

"A República, implantada em 1910 por meio de um golpe de força levado a cabo por uma vanguarda revolucionária civil e militar, teve à partida um grande capital de esperança.
No entanto, esse crédito foi rapidamente desbaratado.


Uma vez conquistado o poder, os dirigentes republicanos desentenderam-se. A política radical levada a cabo por Afonso Costa, o principal protagonista do novo regime, escolheu como inimigo principal a Igreja - mesmo sabendo que a religião católica continuava a ser referência fundamental para a esmagadora maioria dos portugueses. Dividida, a classe política isolou-se do país real, recusando o direito de voto aos analfabetos: "O partido republicano português tem obrigação de defender o povo, mesmo contra a vontade do próprio povo", sentenciava Afonso Costa em 1914. 
A duração dos governos da Primeira República media-se em semanas ou dias - havendo mesmo executivos que, apesar de nomeados, nem chegaram a tomar posse.
A participação na Primeira Guerra  Mundial foi um momento de rara unidade, espelhada no Governo chamado da União Sagrada, mas não bastou para fazer da República um regime em que a maioria dos portugueses se revisse.

Passado o episódio sidonista, precursor do tempo das ditaduras na Europa, voltou a instabilidade. Manteve-se até 1926, quando o golpe chefiado pelo general Gomes da Costa instaurou uma ditadura militar que abriu caminho ao Estado Novo, a "Segunda República".
Durante os quarenta anos seguintes, os holofotes da História incidiram sobre Salazar - a tal ponto que, no ano 2000, sondagens e inquéritos de opinião para determinar quem tinha sido o português mais importante do século XX tiveram como resposta largamente maioritária o Presidente do Conselho do Estado Novo.
A repressão - "meia dúzia de safanões a tempo" - e o atraso económico, social, cultural e, sobretudo, mental marcaram o longo consulado salazarista. Os portugueses refugiaram-se no futebol e nas comédias do cinema popular. A obstinação na defesa de um império colonial ao arrepio dos ventos da História, "Orgulhosamente sós", arrastou o país para uma guerra em África que traumatizou toda uma geração.


Descontentes com o impasse a que tinha chegado a guerra em Angola, Guiné e Moçambique, os oficiais das Forças Armadas liquidaram o regime. Mas o que se passou em 25 de Abril de 1974 foi mais do que um simples golpe militar.
O apoio activo da generalidade da população transformou o movimento da tropa num processo democrático. Os dezoito meses de vertigem que se seguiram foram as dores de parto do regime em que acabámos por escolher viver.
Foi nesse período que Portugal conheceu uma experiência inédita a nível mundial: o Governo fez greve e o primeiro-ministro Pinheiro de Azevedo respondeu sem papas na língua aos manifestantes que lhe chamavam "fascista", o pior insulto que então se podia imaginar: "Bardamerda para o fascista!".
A eleição da Assembleia Constituinte, em 1975 - as primeiras eleições verdadeiramente livres e universais da nossa História - foi o acto fundador da Terceira República.
Com altos e baixos, períodos (curtos) de vacas gordas e constantes apertos de cinto, os portugueses entraram no século XXI com um regime democrático, integrado na União Europeia. Ao fim de quase 900 anos, há frases que continuam a fazer História de Portugal".
        
Ferreira Fernandes e João Ferreira,
in Frases que fizeram a Hitória de Portugal, 2010


Se quiser conhecer melhor os acontecimentos da história recente do nosso país,
visite até 4 de maio, no átrio de entrada da Biblioteca Municipal,
a exposição "Autores da Liberdade",
 acompanhada de uma mostra bibliográfica de autores e livros, que relatam e interpretam os acontecimentos mais recentes que marcaram a nossa História.



PASSE POR CÁ!
PASSE A CONHECER!

abril 13, 2012

LEITURA DE FIM DE SEMANA

Por ser 6ª feira, vamos deixar a nossa habitual sugestão de leitura para o fim de semana. E hoje, por ser 6ª feira 13 e por se assinalar a 13 de abril o DIA DO BEIJO, vamos deixar duas sugestões diferentes, com temáticas também diferentes. Pretendemos, assim, estabelecer a ligação entre as datas que se assinalam hoje e a leitura.

E a nossa primeira sugestão aborda o tema do Beijo, que está presente em inúmeras representações, tanto na literatura, como na poesia, ...

A Tua Boca
A tua boca. A tua boca.
Oh, também a tua boca.
Um túnel para a minha noite.
Um poço para a minha sede.

Os fios dormentes de água
que a tua língua solta num grito cor-de-rosa
e a minha língua sorve e canta
e os meus dentes mordem derramando a seiva
da tua primavera sem palavras
o poema inquieto e livre que a tua boca oferece
à minha boca.

As loucas bebedeiras de ternura
por essa viagem até ao sangue.
Os beijos como fogueiras.
As línguas como rosas.

Oh, a tua boca para a minha boca.

Joaquim Pessoa, in Os olhos de Isa


... como na arte, concretamente, na pintura,

O beijo, de Gustav Klimt (1907)
... na escultura,

O beijo, de Auguste Rodin (1887)

... e mesmo na fotografia, existem imagens famosas do beijo.

O beijo em Times Square,
foto de Alfred Eisenstaedt (1945)

Mas, sobre o beijo algumas questões se podem levantar, tais como: Onde começa o beijo? Onde, quando? Em que momento? No Renascimento? Na Idade Média? Ou mais cedo? Na Antiguidade?  Poderá encontrar a resposta a estas questões no livro que lhe sugerimos:

HISTÓRIA DO BEIJO,
de  Gérald Cahen
Editora Teorema

É a história do beijo, " ... É a história desta realidade sempre presente no nosso imaginário, da evolução das suas representações e das mudanças nos costumes, que se pretende fazer nesta obra, dirigida por Gérald Cohen, (...)" , escritor e editor francês, que reúne nesta obra textos de vários autores, que abordam o mesmo tema.



Mas, se este tema não lhe desperta interesse e se é uma pessoa para quem a 6ª feira 13 lhe traz alguma perturbação, temos também uma sugestão de leitura para si. Se o oculto, o desconhecido, o destino o atraem e se quer saber mais para os tentar interpretar, então comece por interpretar algo que está ao seu alcance - as mãos.

COMO LER AS LINHAS DAS MÃOS
PARA CONHECER A PERSONALIDADE, A FORTUNA, O AMOR

Sinopse: As origens da quiromancia perdem-se na noite dos tempos. Muitos confundem esta fascinante arte com superstição ou mesmo com charlatanaria, mas recordo-lhe, leitor que não há duas mãos iguais... As mãos contêm um surpreendente número de informações sobre o carácter, as atitudes, a saúde e muitas outras características que permitem conhecer melhor a pessoa a quem pertencem e permitem prever, sem determinismo, o seu provável comportamento em muitas áreas da vida. Este manual explica-lhe as bases para interpretar, ao pormenor, os múltiplos sinais que aparecem nas mãos, desde a forma, cor ou estrutura, às linhas principais e secundárias, aos montes e outros sinais específicos.

Como vê, damos-lhe boas razões para não ficar em casa.
Venha à Biblioteca Municipal.


BOM FIM DE SEMANA

abril 11, 2012

11 de ABRIL - DIA MUNDIAL DA DOENÇA DE PARKINSON


Celebra-se, a 11 de abril, o Dia Mundial da Doença de Parkinson, uma iniciativa da Associação Europeia da Doença de Parkinson (EPDA - European Parkinson's Disease Associations).
A data evoca o nascimento de James Parkinson, o médico inglês que, em 1817, identificou e descreveu os sintomas da doença que viria a receber o seu nome.
  
A Doença de Parkinson é uma doença neurológica degenerativa do sistema nervoso central, para a qual ainda não existe cura. Pode aparecer em qualquer idade, mas é pouco comum nas pessoas com idade inferior a 30 anos. O risco de desenvolver esta doença aumenta com a idade  e os homens são ligeiramente mais afetados do que as mulheres.
É a segunda doença neurodegenerativa mais comum, atingindo mais de uma em cada mil pessoas na Europa.
Estima-se que existam seis milhões de pessoas portadoras da doença de Parkinson a nível mundial.
Em Portugal estima-se que existam entre 20 a 30 mil doentes com Parkinson, mas, tendo em conta que não existe qualquer registo oficial, o número pode ser muito superior.
Duarte Cancela Abreu, porta-voz da Associação Portuguesa de Doentes com Parkinson, sublinha que, para além do aumento do número de doentes, o Parkinson está também a afetar pessoas cada vez mais novas.

A APDK é uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPPS) com sede em Lisboa e delegações em todo o país.Os seus principais objetivos são a sensibilização para a doença de Parkinson, apoiar os doentes e angariar meios para intervir junto dos organismos competentes.
No nosso distrito estima-se  que existam cerca de 1000 doentes. Na Marinha Grande existe uma  delegação da APDP, com cerca de 90 associados, que se reúnem às terças-feiras, pelas 17H30, no Largo 5 de Outubro, nº 5A - Casa de Alpendrada - (junto ao Museu Joaquim Correia).


Nas últimas décadas a Doença de Parkinson tem sido intensamente investigada sem que a sua causa tenha sido ainda encontrada. No entanto, está provado que existem fatores genéticos , ambientais e outros relacionados com os hábitos de vida, que incidem no seu aparecimento, mas ainda não se conhece a relação causa-efeito.

Em 70% dos casos a doença começa por um tremor localizado geralmente a um membro superior que atinge depois o outro membro do mesmo lado. O tremor ocorre quando os membros estão em repouso e desaparece quando o doente executa movimentos.
Os sintomas motores mais comuns são: tremor, rigidez muscular, acinesia e alterações da postura. Mas, manifestações não motoras poderão também ocorrer, tais como: falhas de memória, depressão, alteração do sono e distúrbios do sistema nervoso autónomo.

A maneira como você encara a vida é que faz toda a diferença.
                                                                     Luís Fernando Veríssimo

abril 09, 2012

Há sempre alguém que resiste, Há sempre alguém que diz não...

"Lembro-me de uma vez, era eu ainda um novato nisto das cantigas, íamos cantar com o Zeca Afonso à Marinha Grande. O recinto estava repleto de GNR; ia eu a recuar para trás do piano quando o Adriano colocou a mão no meu ombro e me disse: "Anda cá , pá, não há azar".
                                                                                                              Vitorino, in Adriano Presente!




Adriano Correia de Oliveira, intérprete do Fado de Coimbra e músico de intervenção, nasceu em Avintes a 9 de abril de 1942.
Em Coimbra, para onde foi estudar Direito em 1959, deparou-se com uma intensa atividade estudantil e cultural. É em Coimbra que toma contacto com o forte movimento antifascista estudantil, ao qual adere desde a primeira hora e, ainda "caloiro", iniciou-se no teatro e na música.
Com uma grande sensibilidade para a poesia e para a música popular, dotado de um timbre de voz único e de uma intensa emoção que colocava nos temas que interpretava, iniciou uma carreira musical muito própria.

Fausto, Adriano, Zeca

Em 1963, edita o seu primeiro disco de vinil, "Fados de Coimbra", que continha "Trova do Vento que Passa", poema de Manuel Alegre e uma balada fundamental da sua carreira. Esta música foi cantada pela primeira vez numa festa de receção ao caloiro da Faculdade de Medicina de Lisboa e Adriano teve de repeti-la seis vezes, transformando-a numa espécie de hino do movimento estudantil.
Entre 1960 e 1980, grava mais de noventa temas, que constituíram aquela que é uma das mais ricas obras musicais do século XX português. Antes e depois do 25 de Abril percorre o país e o mundo com a sua voz, carregada de esperança, em espetáculos musicais e em sessões e comícios do seu partido.
Em 1969 edita "O Canto e as Armas", com vários poemas de Manuel Alegre. Nesse mesmo ano, pelo conjunto da sua obra recebe o Prémio Pozal Domingues.
Em 1975 lançou "Que Nunca Mais", com direção musical de Fausto e textos de Manuel da Fonseca. Este disco levou a revista inglesa Music Week a elegê-lo como Artista do Ano.
Faleceu a 16 de outubro de 1982, aos 40 anos de idade.


Nos últimos dias da sua vida, Ary dos Santos escreveu um conjunto de sonetos, entre os quais este, em homenagem ao seu amigo Adriano Correia de Oliveira.


Memória de Adriano

Nas tuas mãos tomaste uma guitarra.
Copo de vinho de alegria são
Sangria de suor e cigarra
Que à noite canta a festa da manhã.

Foste sempre o cantar que não se agarra
O que à terra chamou amante e irmã
mas também português que investe e marra
Voz de alaúde e rosto de maçã.

O teu coração de ouro veio do Douro
num barco de vindimas de cantigas
tão generoso como a liberdade.

Resta de ti a ilha de um Tesouro
A joía com as pedras mais antigas.
Não é saudade, não! É amizade.
Ary dos Santos



Veja AQUI a bibliografia de Adriano Correia de Oliveira existente na Biblioteca Municipal. 

Tenha uma boa semana com boa música

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