fevereiro 29, 2012

O AMOR PODE SER

Hoje vamos publicar um poema que nos foi enviado pelo escritor Alberto Riogrande e que deveria ter feito parte das participações no nosso Desafio - Dia de S. Valentim, mas que, por motivos técnicos, só agora nos foi possível proceder à sua publicação.

O AMOR PODE SER

O amor pode ser tudo o que tu quiseres,
tudo o que já foi dito
desde o começo dos tempos
em milhões de linhas empolgadas
e outras tantas, ainda,
desabadas
gravadas em silêncios
ensurdecedores e ásperos tormentos.

Um dia dirás que o amor é
uma engrenagem complexa,
imperfeita
e sempre inacabada;
quando pensas saber tudo
sobre essa combustão mágica
no caminho celestial,
forrado de beijos
e esperas
e veludo
cobrindo os dedos,
num sopro indomáveis ventos

levam-te o sonho
trazem-te os medos
e o tudo,
o céu
onde agarravas as mãos,
é uma sombra no pó da estrada.

Mas voltas à carga
como um cavaleiro mongol,
ébrio, rasgando a estepe
cinzelada no rosto,
no arfar gravado de sol
e céu
no caminhar vagabundo

e na estrada sem fim haverá,
quem sabe,
nos confins da estepe,
um mensageiro
a indicar-te o caminho,
talvez uma metade à espera de ti.
Para te sentires o sol, de corpo inteiro.

Um velho confessou-me, um dia,
que o amor
pode ser o sol
a lua,
todos os astros:
por ele já se fizeram guerras intermináveis
- lembras-te de Helena, Cleópatra, Inês?
se esboroaram impérios
todas
as quimeras,
se cometeram martírios abomináveis,
o general mais coriáceo, chorou
como uma criança
à frente do seu exército, de rastos,
vencido,
pela inclemente mordedura da paixão.

Dirás, mas se é assim uma estrada
tão cheia de sol e tempestade,
no incerto sopé
do vulcão, valerá a pena caminhar por aí?

É de todas a mais esplenderosa viagem,
grava no tempo,
no rosto, quem a percorreu:
às vezes é uma tormenta, doce miragem
nos encontros alvoraçados
de julieta e romeu,
outras a tatuagem que falta
a quem o sonhou, perdidamente, mas não o viveu.


Alberto Riogrande é um pseudónimo. Nasceu numa quinta, entre duas montanhas, à beira do Mondego. Licenciou-se pela Universidade de Coimbra e é professor na área das Humanidades. Viajou pela Europa e Norte de África e viveu durante longos períodos na Provença, Luxemburgo, norte dos Balcãs, Paris e na ilha do Pico. Por ser admirador destas vozes, gostava que um texto seu fosse cantado por Mariza, Luz Casal, Maria Bethânia ou KD Lang. Publicou, em 2010, o livro "A lua no teu umbigo".



Os nossos agradecimentos pela participação.
 Veja aqui o nosso DESAFIO

fevereiro 28, 2012

2012 ANO EUROPEU DO ENVELHECIMENTO ATIVO E DA SOLIDARIEDADE ENTRE GERAÇÕES

Os Censos de 2011 mostram que existem em Portugal 2,023 milhões de pessoas com 65 ou mais anos (cerca de 19% da população total), um número que aumentou cerca de 19% em dez anos. As estimativas apontam que, em 2050, o número de idosos duplicará (35,7%) e a dos jovens diminuirá 0,5% (14,4%).

"Na juventude deve-se acumular o saber.
 Na velhice fazer uso dele"
                                                                      Jean-Jacques Rousseau


Ilustração de Inge Look
Face à tendência de envelhecimento da população da Europa, o Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gerações 2012 procura sensibilizar a sociedade europeia para o contributo socioeconómico prestado pelas pessoas mais velhas, bem como promover medidas que criem mais e melhores oportunidades para que os cidadãos idosos se mantenham ativos.
A coligação do ano europeu 2012 é atualmente constituída por 40 organizações europeias, que vêem o Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gerações como uma oportunidade de abordar a discriminação baseada na idade e as mudanças demográficas e conseguir uma situação mais justa e sustentável para as pessoas de todas as idades.
É uma oportunidade para todos de refletir sobre o facto de os europeus viverem agora mais tempo e com mais saúde do que nunca e aproveitar as oportunidades que se oferecem.


Ilustração de Inge Look

Toda a nossa sociedade vai ter de se adaptar às necessidades da sua população em envelhecimento, mas também terá de enfrentar os novos desafios, enfrentados por outros grupos etários, para que todas as gerações sejam capazes de continuar a apoiar-se uns aos outros e a viver juntos pacificamente.
Envelhecer preocupa-o? Preocupa-o saber qual vai ser o seu papel na sociedade quando tiver 60, 70, 80 anos?
Há muito para viver depois dos 60 e a sociedade está a valorizar cada vez mais a contribuição das pessoas idosas. É isso que significa envelhecimento ativo: Tirar mais e não menos partido da vida à medida que se envelhece, tanto no trabalho como em casa ou na comunidade.


"Devemos aprender durante toda a vida,
 sem imaginar que a sabedoria vem com a velhice"
                                                                                                 Platão

A coordenadora nacional do Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gerações, Joaquina Madeira, sustentou que "os idosos são cada vez mais cultos e interessados" e deu como exemplo as universidades da terceira idade que, há 10 anos quando nasceram, tinham 10.000 alunos e atualmente têm mais de 30.000.

Ilustração de Inge Look
Também no nosso concelho existem alguns exemplos destes. E um deles é sem dúvida a Tertúlia dos Anos de Ouro, promovida pela Associação para o Desenvolvimento Económico e Social da Região da Marinha Grande - ADESER II. É um exemplo de como os anos podem ir decorrendo de uma forma ativa, sem isolamento, aproveitando os saberes acumulados ao longo da vida e transmitindo-os a quem ainda está a tempo de aprender. 
A Tertúlia reune-se todas as segundas e quintas feiras, no Auditório da Biblioteca Municipal, entre as 14h30 e as 17h00, onde são desenvolvidas várias sessões sobre as mais variadas temáticas, que vão desde a História do Mundo à História da Literatura, da Filosofia à Geografia, passando pelas línguas estrangeiras. Paralelamente com estas sessões, realiza-se também no nosso auditório, todas as 2ª feiras, o ensaio do Coro da Tertúlia, que é mais um sinal da vitalidade do grupo e uma demonstração de que nunca é tarde para começar.


"Ninguém ama tanto a vida
como o homem que está a envelhecer."
Sófocles

fevereiro 27, 2012

Contamos … CONTIGO! [Hora do conto]

Continuamos a contar ... CONTIGO! e com todos os meninos, que nos queiram visitar e participar nas nossas sessões de leitura. Estamos disponíveis para realizar sessões de leitura para grupos/turmas e visitas guiadas onde damos a conhecer melhor a Biblioteca Municipal, como está organizada e a sua forma de funcionamento. 

Todos os meses adotamos um livro diferente para ler. Mas recorremos a muitos outros livros, sempre que o escolhido não se adapta à faixa etária das crianças. Foi o que fizemos nas sessões de leitura realizadas na passada semana e que as fotos ilustram. Ora vejam! 
 



Após a habitual visita pelos diferentes espaços funcionais da Biblioteca, realizámos uma sessão de leitura diferente. Escolhemos um livro de literatura infantil, que nos fala do prazer que os livros sentem quando são lidos, fizemos as adaptações necessárias e dramatizámos a história, com recurso a materiais produzidos na própria biblioteca. Reproduzimos as personagens do livro e fizemos um pequeno teatro de fantoches.  

O resultado agradou. Mostrámos que não são necessários muitos recursos para fazermos algo de diferente, basta que haja alguma imaginação e muito trabalho. As crianças gostaram e prometeram voltar.

Esperamos contar... CONSIGO também!
Telefone, faça a sua marcação, traga a sua turma.

fevereiro 24, 2012

PARABÉNS JOSÉ GIL

José Gil foi o escolhido para a atribuição do Prémio Vergílio Ferreira 2012.

Segundo o júri, presidido pelo prof. José Alberto Machado, da Universidade de Évora, e composto pelo diretor do Departamento de Linguística e Literaturas da UE, prof. Fernando Gomes, pelo prof. Augusto Bernardes, da Universidade de Coimbra, pelo prof. Mário Avelar, da Universidade Aberta e pelo crítico literário, prof. António Saéz Delgado, José Gil recebe este prémio devido à relevância do seu pensamento, "contributo singular para uma reflexão profunda sobre a identidade do Portugal contemporâneo".

"(...) nas suas diferentes mas complementares vertentes como ensaísta, filósofo e professor universitário, José Gil tem contribuído com a sua reflexão e trabalhos publicados para a compreensão da nossa identidade coletiva como portugueses".
                                                      Francisco José Viegas, Secretário de Estado da Cultura

O Prémio Vergílio Ferreira foi criado em 1997 com o objetivo de homenagear o escritor que lhe dá o nome, Vergílio Ferreira, e premiar o conjunto da obra de escritores portugueses relevantes no âmbito da narrativa e do ensaio.
A cerimónia de entrega do prémio decorre a 1 de março, data da morte de Vergílio Ferreira, na Sala dos Atos da Universidade de Évora.

Prémio Vergílio Ferreira
  • 1997 Maria Velho da Costa
  • 1998 Maria Judite de Carvalho (a título póstumo)
  • 1999 Mia Couto
  • 2000 Almeida Faria
  • 2001 Eduardo Lourenço
  • 2002 Óscar Lopes
  • 2003 Vítor Aguiar e Silva
  • 2004 Agustina Bessa-Luís
  • 2005 Manuel Gusmão
  • 2006 Fernando Guimarães
  • 2007 Vasco Graça Moura
  • 2008 Mário Cláudio
  • 2009 Mário de Carvalho
  • 2010 Luísa Dacosta
  • 2011 Maria Alzira Seixo
  • 2012 José Gil

Considerado pelo "Le Nouvel Observateur" como um dos 25 grandes pensadores do mundo, José Gil, filósofo e pensador português nasceu em 1939 em Lourenço Marques, Moçambique. Em 1957 veio estudar para a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, onde se inscreveu no curso de Ciências Matemáticas. No ano seguinte mudou-se para Paris onde prosseguiu os estudos em matemática. No entanto, percebeu que a sua área preferida era a filosofia e mudou de curso. Em 1968 concluiu a licenciatura em Filosofia na Faculdade de letras de Paris, na Universidade da Sorbonne. Seguiu-se o mestrado de Filosofia, com a tese sobre a moral de Kant. Em 1982 concluiu o doutoramento com a tese Corpo, Espaço e Poder.
Em 1976 José Gil regressou a Portugal para ser adjunto do Secretário de Estado do Ensino Superior e da Investigação Científica. Cinco anos mais tarde instalou-se definitivamente em Portugal, quando passou a ser professor auxiliar convidado na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

Em 2004 publicou "Portugal, Hoje. O Medo de Existir", a sua primeira obra escrita em português, que rapidamente se tornou um sucesso de vendas.
Este livro é a nossa sugestão de leitura de fim de semana.

"Na análise de José Gil, Portugal é uma sociedade normalizada, onde o horizonte dos possíveis é extremamente pobre e onde a prática democrática encontra resistências ao aprofundamento".
                António Guerreiro, Expresso, dezembro de 2004




Quer saber do que é que os portugueses tem medo?
Venha à Biblioteca da sua cidade e requisite o livro.

Tenha um Bom Fim de Semana

fevereiro 23, 2012

O QUE FAZ FALTA!

Há um ano atrás relembrámos Zeca Afonso e hoje, no 25º aniversário da sua morte, voltamos a prestar uma homenagem ao cantor da resistência à ditadura, autor de "Grândola, Vila Morena", a canção ícone do 25 de Abril de 1974.

"Eu fiz uma canção (Grândola) que, vendo bem, já não me pertence. Agora é mesmo cantada em meios populares. Mas um cantante com as minhas características tem de fazer canções elaboradas a partir de elementos culturais que sejam da sua própria existência"
 Entrevista a Viriato Teles, in "Mundo da Canção", fev./mar. de 1981

Para Viriato Teles "Ao contrário do que habitualmente fazemos, que é compararmos os portugueses com artistas estrangeiros, eu acho que o Pete Seeger é o Zeca Afonso norte-americano. (...) está ao nível de um Bob Dylan, John Lennon, Léo Ferré ou mesmo de um Jacques Brel"


José Afonso nasceu a 2 de agosto de 1929, em Aveiro. O seu pai foi para Angola no ano seguinte, como delegado do procurador da República e José Afonso ficou em Aveiro com uma tia.
Começou a cantar por volta do 5º ano quando estudava no Liceu D. João III, em Coimbra, onde chumbou duas vezes. Além das cantorias e da vida boémia, jogou futebol na Académica.
Foi professor em vários pontos do país, antes de ser expulso do ensino. Nunca leu Marx, admirava Sartre e rejeitou um convite para aderir ao PCP.
Apesar de irónico, era tímido e raramente sorria. Era distraído ao ponto de andar com uma meia de cada cor.
Soube do 25 de Abril às cinco da madrugada, quando bateram à porta da casa do amigo Mário Reis, que lhe dera dormida depois de Zeca lhe ter dito na véspera que a PIDE tentara prendê-lo em Grândola, onde tinha uma casa.
Zeca Afonso morreu em Setúbal, a 23 de fevereiro de 1987, aos 57 anos. Sofria de esclerose lateral amiotrófica, doença neurodegenerativa progressiva fatal que o afastou dos palcos a partir de 1983.
Os seus últimos concertos foram os dos coliseus de Lisboa e Porto. Galinhas do Mato, de 1985, foi o seu último álbum, que teve de ser completado pelos amigos José Mário Branco, Sérgio Godinho, Helena Vieira, Fausto e Luís Represas. Em 1986, já muito debilitado, ainda apoiou a candidatura presidencial de Lourdes Pintassilgo.

"O  que é preciso é criar desassossego. Quando começamos a criar alibís para justificar o nosso conformismo, então está tudo lixado! (...) Acho que, acima de tudo, é preciso agitar, não ficar parado, ter coragem, quer  se trate de música ou de política. E nós, neste país somos tão pouco corajosos que, qualquer dia, estamos reduzidos à condição de "homenzinhos" e "mulherzinhas". Temos é que ser gente, pá!"
                                                            Entrevista a Viriato Teles, in "Se7e", 27/11/1985



Esta semana as homenagens a José Afonso vão multiplicar-se um pouco por todo o lado. As suas músicas vão ouvir-se em vários espaços públicos do nosso país e além fronteiras, nomeadamente em Barcelona.

Segundo Viriato Teles "Se há de facto um músico português que se universalizou foi o Zeca, se calhar tanto ou mais do que Amália, embora esta tenha tido mais visibilidade"

Na Biblioteca Municipal encontrará AQUI bibliografia sobre Zeca Afonso,
a sua música pode encontrá-la AQUI

Venha à Biblioteca Municipal ouvir  e recordar Zeca Afonso

fevereiro 20, 2012

HUMOR NA BIBLIOTECA

Carnaval, festa, diversão...

O Carnaval, na verdade são mesmo três dias: começa no Domigo Gordo, segue-se a segunda-feira de Carnaval e o dia de Entrudo, a terça-feira, o dia principal do Carnaval.

Os carnavais são reminiscências das festas dionisíacas da Grécia Antiga, dos bacanais de Roma e dos bailes de máscaras do Renascimento.
O Carnaval é uma forma de expressão em constante evolução, que nos liga ao nosso passado e mostra muito sobre a forma como cada cultura interage com o ambiente que a rodeia.

  • 4000 a.c. - Festas agrárias realizadas no Antigo Egito em devoção a Osíris;
  • 605 a 527a.c. - Oficialização do culto a Dionísio na Grécia, com bacanais e vinho;
  • século V a.c. - Referências a cultos, semelhantes ao de Dionísio, entre os Hebreus, a Festa das Sáceas; entre os Babilónios, a Festa da Deusa Herta;
  • 186 a.c. - O Senado Romano reprime os bacanais, festas em homenagem a Baco, o Dionísio dos Romanos, pois geravam desordens e escândalos;
  • 325 d.c. - O Concílio de Niceia instituiu a forma de cálculo da data da Páscoa, determinando que a quaresma se inicie 40 dias antes;
  • 590 - O Papa Gregório I, cria a expressão "dominica ad carnes levandas", sucessivamente abreviada até à palavra Carnaval;
  • Idade Média - Os franceses comemoravam o Carnaval com sexo e vinho. Em Itália faziam-se cortejos e as pessoas divertiam-se com batalhas de água e ovos. A Europa divide-se entre países que encaram o Carnaval como celebração religiosa e países em que o Carnaval é festa da gula, do vinho, da música e do sexo;
  • 1464 - O Papa Paulo II incentiva o Carnaval de Veneza, na sua vertente religiosa, mas o Carnaval continua a ser visto como um período de permissividade associado ao uso das máscaras, alegorias e fantasias;
  • 1723 - Os portugueses introduzem as celebrações do Entrudo no Brasil;
  • 2012 - A Biblioteca Municipal da Marinha Grande associa-se às brincadeiras do Carnaval.





Bom Carnaval, Com Muita Folia
e Muita Alegria

fevereiro 17, 2012

LEITURA DE FIM DE SEMANA

No seguimento da mensagem de ontem, através da qual fornecemos aos nossos leitores algumas sugestões para aproveitarem a pausa letiva do carnaval e desfrutarem da nossa cidade, também a nossa habitual sugestão de leitura de fim de semana lhe sugere um passeio, não pela cidade, mas até S. Pedro de Moel, feito através da leitura de um livro.

E esse livro é:

"A Mansão das Gaivotas",
texto de José Cabrita Saraiva,
com ilustrações de Bruno Gaspar,
edição da Livraria Arquivo.

Sinopse: A Mansão das Gaivotas é uma casa muito grande e fantasmagórica, assente sobre um rochedo como uma acrópole ou ninho de águia. Quando um gigantesco grupo de gaivotas a ocupa, toda ela, exceptuando a biblioteca, torna-se numa ruína. Mas as gaivotas não são vulgares. Possuem as virtudes e os piores defeitos dos seres humanos. Gostam de tocar piano, ler e escrever cartas de amor...
A antiga casa do poeta Afonso Lopes Vieira e o Farol do Penedo da Saudade, em S. Pedro de Moel, aparecem nesta história como lugares carregados de memórias e de magia.


"Recordo-me de haver em S. Pedro de Moel, perto da casa dos meus avós, um farol levemente inclinado e muito antigo que já não funcionava. Chamavam-lhe o farol do Penedo da Saudade, por causa do rochedo em frente, onde a Duquesa de Caminha ia chorar o marido morto. Quer fizesse chuva quer fizesse sol, a duquesa passava dias e noites a pedir às ondas que lhe trouxessem o marido. Chegou a gravar na rocha um poema de amor que o mar hoje já apagou".



José Cabrita Saraiva, nasceu em Lisboa em 1979. Licenciou-se em História da Arte na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da universidade Nova de Lisboa e possui uma pós-graduação em Estudos Curatoriais pela Faculdade de Belas-Artes de Lisboa. Trabalhou no Mosteiro dos Jerónimos. É o autor do texto de A Mansão das Gaivotas.
Bruno Gaspar nasceu em Paris em 1979 e licenciou-se em História da Arte na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Recebeu formação em Cinema de Animação na Fundação Calouste Gulbenkian. Como professor, orienta ateliês de História de Arte e Cinema de Animação na Câmara Municipal de Sintra e na Escola Criativação em Lisboa. É o autor das ilustrações do livro A Mansão das Gaivotas.

Sabia que o farol do Penedo da Saudade em S. Pedro de Moel, 
entrou em funcionamento a 15 de fevereiro de 1912,
comemorando este ano o seu centenário?

Sabia que o farol está aberto a visitas
 de 15 de fevereiro a 4 de março, entre as 14.00 e as 17.00 horas?


Farol de S. Pedro de Moel - Foto de Pedro Flora

"Sobre o lendário Penedo da Saudade ergue-se hoje o grande farol de S. Pedro. Sempre impecavelmente limpo e conservado, do seu varandim superior desfruta-se a inigualada paisagem do Pinhal.
Tem 51 metros de altura total, sendo 23 metros desde o nível do mar à sua base e 28 metros daí ao cimo. Tem uma escada interior com 135 degraus de pedra. está equipado com duas potentes lentes, iluminadas por lâmpadas de 3 000W, cujos focos atingem 41 milhas. (...)"

in, Cidade da Marinha Grande: subsídios para a sua história,
de João Rosa Azambuja


Venha conhecer!
Tenha um Bom Fim de Semana

fevereiro 16, 2012


CARNAVAL
 
Ilustração de Beatriz Aldabe
A pausa letiva do carnaval aproxima-se.
Apesar de ser muito curta, não deixa de ser uma paragem nas atividades escolares, para as crianças e jovens, e uma interrupção nas rotinas diárias, para os pais. Um  descanso merecido para todos e a oportunidade ideal para se fazer com os filhos aquilo que, por vezes, vai sendo sucessivamente adiado. Apesar das temperaturas serem baixas, o sol convida-nos diariamente a sair de casa.


Aproveite e partilhe estes dias com os seus filhos! Aceite as sugestões que aqui lhe deixamos! 

Porque não aproveitar estes dias de sol e fazer com eles aquela caminhada ao ar livre, já prometida há algum tempo, até aos parques da cidade?

Parque Mártires do Colonialismo
 
Parque da Cerca

    
Porque não vir a pé até ao centro da cidade e ver as mudanças que se estão a passar?


Centro da Cidade - Edifício da Resinagem  (2011)


Obras de reabilitação do Edifício da Resinagem (2012)

 E porque não acompanhar os seus filhos à Biblioteca Municipal?

Centro da cidade - Biblioteca Municipal
Talvez não saiba, mas, para além de livros, temos diariamente vários jornais, nacionais e regionais, e revistas, que poderá ler gratuitamente na sala de periódicos, enquanto os seus filhos podem permanecer na sala infanto-juvenil a ver filmes, a pintar, a ler ou a ouvir ler.

E porque não requisitar livros para ler em casa aos seus filhos?

Basta estar inscrito e não paga nada. Pode escolher até 3 livros do seu agrado e requisitá-los por períodos de 15 dias. Se tiver dificuldades na escolha, então aceite as nossas sugestões e opte pelo Pegue e Leve ou por um Pack Família.


O que são?
São sacos temáticos com livros pré-selecionados pelos técnicos da Biblioteca.
O Pegue e Leve é constituído por 5 livros temáticos, destinados exclusivamente a crianças dos 3 aos 12 anos.   O Pack Família está direcionado para a leitura de todos os membros da família, incluíndo livros e publicações periódicas (jornais e revistas). 


Como pode ver há muitas razões para sair de casa.


fevereiro 14, 2012

O AMOR É...

Hoje é Dia de S. Valentim - Dia dos Namorados.

Desejamos-lhe que tenha um grande dia.
Não sabe como?
Ainda não pensou em nada?
Não desespere! 
Clique no coração e inspire-se.





fevereiro 10, 2012

LEITURA DE FIM DE SEMANA

"Viver sem amor é como não ter para onde ir"
                                                                                              Ana Hatherly


Ilustração de Marianna Kalacheva

Um fim de semana aproxima-se e como já vem sendo hábito, gostamos de lhe sugerir um livro e, o de hoje, "Paixões" de Rosa Montero, é uma coletânea de textos publicados no diário espanhol El País, sobre casais cujo relacionamento ficou marcado na História e que vai ao encontro do tema do nosso desafio para o dia de S. Valentim, Dia dos Namorados.

Será o amor eterno? Existirá a paixão perfeita? Será perigoso amar?


Este livro não dá a resposta a questões tão profundas, mas contribui para a reflexão sobre um dos temas que mais tem preocupado o ser humano desde o princípio dos tempos.
Rosa Montero dá a conhecer ao leitor histórias de amor de grande intensidade vividas por casais famosos como Marco António e Cleópatra, Oscar Wilde e Alfred Douglas, Amadeo Modigliani e Jeanne Hébuterne, John Lennon e Yoko Ono, Liz Taylor e Richard Burton, Evita e Juan Peron, o príncipe de Gales, Edward e a plebeia Wallis Simpson ...Paixões que ajuda a desmistificar o amor e que rapidamente identificam o leitor com quem a protagoniza.
Um livro fascinante que descreve os infernos e os paraísos do amor e que esboça um interessante mosaico histórico.



"O amor é o milagre da civilização"
                                                                          Stendhal

Rosa Montero nasceu em Madrid em 1951. Estudou jornalismo e psicologia ao mesmo tempo que colaborava com grupos de teatro independentes.
Desde 1976 que colabora em exclusivo com o jornal El País, tendo obtido, em 1980, o Prémio Nacional de Jornalismo e, em 2005, o Prémio Rodríguez Santamaria, como reconhecimento dos méritos de toda a sua carreira profissional.
Figura central da literatura espanhola contemporânea, a sua vasta obra de romancista está traduzida nas mais diversas línguas. A Biblioteca Municipal tem, para empréstimo domiciliário, para além de "Paixões" que hoje sugerimos, os seguintes livros:
  • Histórias de mulheres
  • A filha do Canibal
  • Amantes e inimigos
  • O coração do Tártaro
  • Instruções para salvar o mundo
  • A louca da casa - recebeu o Prémio Grinzane Cavour de Literatura estrangeira e o Prémio Qué Leer para o melhor livro espanhol.
Tenha um Bom Fim de Semana
e não se esqueça de ver
a nossa página DESAFIO

fevereiro 07, 2012

DIA DA INTERNET SEGURA


Vamos descobrir o mundo digital juntos... em segurança!

A utilização das tecnologias de informação e comunicação (TIC) tem transformado a maneira como as pessoas vivem, como aprendem, trabalham, ocupam os tempos livres e interagem, tanto nas relações pessoais como nas organizações.
A par de todas as oportunidades e benefícios da utilização das TIC, nomeadamente no acesso ao conhecimento, na aprendizagem, na colaboração entre pessoas e organizações, na inclusão social e na criação de riqueza, é necessário assegurar, como para qualquer outro meio de interação, mecanismos e estratégias apropriadas para a sua utilização segura.

O tema deste ano para as comemorações do Dia da Internet Segura é
"Aproximar Gerações"
e tem os seguintes objetivos:
  • Alertar, informar e consciencializar os jovens acerca da importância de uma convivência segura na utilização da internet;
  • Mobilizar os adultos para a utilização das TIC e contribuir para o estímulo do seu uso extensivo e sistemático das tecnologias em linha;
  • Incentivar as famílias a trabalharem conjuntamente na descoberta segura do mundo digital.


Hoje assinala-se o Dia da Internet Segura, uma iniciativa europeia que se alargou a todo o mundo. Em causa, a necessidade imperiosa de formarmos, de prepararmos as crianças e jovens a serem utentes responsáveis e críticos da internet.  

Os 10 mandamentos do Movimento Internet Segura
  1. Protegerás o teu computador
  2. Jamais fornecerás senhas
  3. Ficarás atento aos endereços onde navegas
  4. Conferirás sempre os teus pagamentos
  5. Manterás sempre atenção ao fornecer dados pessoas
  6. Nunca participarás em sorteios fáceis
  7. Resistirás a ofertas tentadoras
  8. Terás cuidado com programas de invasão
  9. Prestarás sempre atenção aos e-mails que recebes
  10. Em movimentações financeiras, seguirás sempres as regras do internet banking


Relativamente aos comportamentos seguros na internet, os portugueses estão no meio da tabela. A conclusão é de um estudo promovido pelo portal de conteúdos MSN, sendo atribuído aos portugueses 44 pontos num total de 100 no Microsoft Safety Index, o mesmo valor que é conseguido pela média dos países europeus.
Em comunicado a empresa adianta que o estudo mostra que "78% dos cibernautas portugueses inquiridos possuem proteção de segurança online básica, mas estão mal informados sobre o que devem fazer para se proteger contra ameças de cibercrime que assentam na fraude, tais como o phishing, roubo de identidade e ligações fraudulentas". 

Navegue, porque navegar é preciso,
mas Navegue Com Segurança

fevereiro 06, 2012

FERNANDO LANHAS, 1923-2012

"Fernando Lanhas é um dos exemplos mais singulares da história da arte portuguesa do século XX. A sua obra é uma verdadeira cosmogonia, situando o artista numa busca do conhecimento do porquê das coisas da arte e da vida."
                                                    Vicente Todolí, Diretor do Museu de Serralves, 2001


Fernando Lanhas nasceu, em 1923, na cidade do Porto e licenciou-se em arquitetura pela Escola Superior de Belas Artes do Porto (ESBAP), com 19 valores. Esteve à frente do Grupo de Estudantes de Belas Artes e conviveu de perto com Nadir Afonso e Júlio Pomar.
Personalidade relevante no contexto artístico nacional, Fernando Lanhas foi, nos anos 1940, um dos precursores do abstracionismo pictórico em Portugal, sendo considerado o "pai da arte abstrata em Portugal".
O seu interesse pela abstração começou a definir-se em 1942-43, quando surgem os primeiros esboços de obras com estas características, tendo realizado depois , entre 1943-44, as primeiras pinturas abstratas. Paralelamente, destaca-se ainda no desenho, na poesia e também na utilização de seixos como suporte pictórico.

"Aos 20 anos, estudava eu Arquitetura, fiz em casa as minhas primeiras experiências de arte abstrata. Não era viajado nem tinha informação. Mais tarde estudei. Kandinsky, por exemplo, começou a fazer pintura abstrata em 1913. Mas, nessa altura, eu não sabia nada disso, nunca tinha ouvido falar de Kandinsky nem tinha  conhecimento de nenhum pintor que fizesse pintura abstrata. Aliás, estávamos em tempo de guerra e não tínhamos livros ou revistas de informação. Fiz aquilo porque me apeteceu fazer. Quis fazer o que nunca tinha visto".


Entre 1944 e 1950 foi um ativo organizador de Exposições Independentes. Integrou a representação portuguesa quer na Bienal de São Paulo, Brasil (em 1953, 55, 59, 61 e 75), quer  a Bienal de Veneza, Itália, em 1954. Em 1986 teve um salão de homenagem na V Bienal Internacional de Arte, em Vila Nova de Cerveira.
Em 1987, a Secretaria de Estado da Cultura promoveu na Galeria de Almada Negreiros, em Lisboa, e na Casa de Serralves, no Porto, a apresentação integral da sua obra: artes plásticas, arquitetura, museologia, arqueologia e investigação.
Em 2001 o Museu de Arte Contemporânea de Serralves, no Porto, organizou uma exposição retrospetiva do seu trabalho e em 2007, Fernando Lanhas expôs na Galeria Quadrado Azul no Porto.

A par do seu percurso artístico desenvolveu atividade profissional na área científica, com estudos no âmbito da arqueologia e da etnologia. Entre 1973 e 1993 foi Diretor do Museu Etnográfico e Histórico do Porto. Como arquiteto, para além dos projetos habitacionais, é de referir as suas intervenções no âmbito da museologia e ainda o seu projeto nunca materializado da Casa do Espaço.
O Prédio de Rendimento (Porto 1957), o Pavilhão de Exposições de Matosinhos (1964), o Museu Monográfico de Conímbriga (1982) e o Centro de Arte e Cultura de S. Pedro de Bairro (Famalicão 1986) têm a sua assinatura.
Faleceu no passado dia 4 de fevereiro, na sua casa no Porto e, gostava de ser recordado "Como perguntador daquilo que não se sabe".

Fernando Lanhas foi distinguido com vários prémios  ao longo da sua carreira, dos quais destacamos:

  • Em 1949, o Prémio Nacional de Desenho Marques de Oliveira
  • Em 1989, Medalha de Mérito de Ouro, atribuído pela Câmara Municipal do Porto
  • Em 1990, é agraciado com o grau de Comendador da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, pelo Presidente da República
  • Em 1993, é homenageado pela Associação dos Arquitetos Portugueses, Região Norte
  • Em 1997, é distinguido com o Grande Prémio Amadeo de Souza-Cardoso
  • Em 2002, foi-lhe atribuído por unanimidade, o Prémio CELPA - Vieira da Silva Artes Plásticas Consagração
  • Em 2055, foi doutorado Honoris Causa pela Universidade de Porto
  • Em 2009, foi-lhe dedicada uma homenagem pelo Clube Literário do Porto.

João Fernandes, diretor do Museu de Arte Contemporânea de Serralves, diz que a morte de Fernando Lanhas representa "o desaparecimento de um dos grandes artistas em Portugal no século XX, e um dos nomes mais universais da arte portuguesa. Lanhas teve a capacidade de ser radicalmente contemporâneo no seu tempo, ao ter praticado a abstração geométrica pela primeira vez no nosso país, sem saber ainda o que se fazia lá fora. E foi também alguém que tornou contemporâneo o homem renascentista na reunião dos seus múltiplos saberes: a pesquisa arqueológica e a atenção ao passado, as interrogações da astronomia e a perspetivação do futuro".



O leitor poderá  consultar este livro,
 numa edição conjunta
do Museu de Serralves e das Edições Asa, 
 na  Biblioteca Municipal da sua cidade, 
 e nele encontrará parte da vida e obra
 de Fernando Lanhas.

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