junho 19, 2019

PARABÉNS LÍDIA JORGE

O Grande Prémio da Literatura é um concurso nacional, promovido pelo grupo DST há quase 25 anos, que distingue, rotativamente, livros de prosa e poesia publicados nos dois anos anteriores.


Este ano, a 14 de junho, O Grande Prémio da Literatura
foi atribuído à escritora Lídia Jorge
com o seu romance Estuário, publicado em maio de 2018.

O júri, composto pelos escritores Vítor Aguiar e Silva, José Manuel Mendes e Carlos Mendes de Sousa, decidiram atribuir o prémio ao romance da escritora "pela elevada qualidade da sua escrita, absorvendo e reelaborando fragmentos de um quotidiana mutacional, com fortes sequências efabulatórias e personagens com notória densidade social e psicológica".

O prémio, no valor de 15 mil euros, será entregue no dia 28 de junho, no Theatro Circo, no âmbito da inauguração da Feira do Livro de Braga.



Estuário é um livro sobre a vulnerabilidade de um homem, de uma família, de uma sociedade e do próprio equilíbrio da Terra, relatados pelo olhar de um jovem sonhador que se interroga sobre a fragilidade da condição humana.
Edmundo Galeano andou pelo mundo, esteve numa missão humanitária e regressou à casa do pai sem parte da mão direita. Regressou com uma experiência para contar e uma recomendação a fazer por escrito, e na elaboração desse testemunho passou a ocupar por completo os seus dias. Porém, ao encontro deste irmão mais novo da família, vem ter sem remédio as vicissitudes diárias que desequilibram a grande casa do Largo do Corpo Santo. Edmundo vai-se, então, apercebendo que as atribulações longínquas mantêm uma relação directa com as batalhas privadas travadas a seu lado. E a sua mão direita, desfigurada, transforma-se numa defesa da invenção literária perante a crueza da realidade.




"Iria começar, no dia seguinte, 
um livro antigo, de muitas páginas..."



junho 14, 2019

RETRATO DE PORTUGAL E DO MUNDO VISTO POR UM AUTOR DIFERENTE DE UMA FORMA DIFERENTE



No passado dia 8 de junho foi apresentado, por Cruzeiro Seixas, na Feira do Livro de Lisboa, o terceiro volume das obras completas  do escritor surrealista português Mário-Henrique LeiriaManifesto, Textos Críticos E Afins é, segundo a editora E-Primatur, um "retrato de Portugal  e do mundo visto por um autor de uma forma diferente".


Mário-Henrique Leiria (1923-1980) é, segundo a sua editora, o "expoente máximo do surrealismo português, foi um obreiro das literaturas alternativas, quer como escritor, experimentalista sempre, brilhante eternamente. Autor de culto, é certamente uma das vozes mais originais e invulgares das letras lusas do século passado".




Mário-Henrique Leiria nasceu em Lisboa em 1923. Frequentou a escola de belas Artes, donde saiu apressadamente. Entre 1949 e 1951 participou nas actividades da movimentação surrealista em Portugal. Depois começou a andar de um lado para o outro. Teve vários empregos, marinha mercante, caixeiro de praça, operário metalúrgico, construção civil (não, não era arquitecto, carregava tijolo), etc., pelas terras onde andou: a Europa cristã e ocidental, o Mediterrâneo norte-africano, o Oriente médio e até, dizem, os países socialistas. Não ia aos Balcãs porque tinha medo, todos lhe diziam que lá os bigodes eram enormes e  as bombas estoiravam até no bolso. Um dia teve que passar por lá. Os bigodes eram realmente grandes, mas toda a gente sabia rir. Tirou o casaco e bebeu que se fartou.
Em 1958 meteram-lhe ideias na cabeça e foi até Inglaterra, para aprender coisas. Não aprendeu e voltou. Entre 1959 e 1961 foi casado e não fez mais nada. Em 1961 foi para a América Latina donde voltou nove anos depois. Por lá, conseguiu ser, entre outras actividades menos respeitáveis, planejador de stands para exposições, encenador de teatro e até director literário de uma editora. Fizera progressos. Agora está chateado, vive em Carcavelos e custa-lhe muito andar.
Tem colaborado em várias revistas e jornais nacionais e não só. Está publicado em algumas antologias, tanto aqui como no estrangeiro. Este é o primeiro livro que tenta publicar em Portugal.
Realmente, está muito chateado. (1973)


A Biblioteca Municipal possui,
 para empréstimo domiciliário,
 os dois volumes dos Contos do Gin-Tonic.





TORAH

Jeová achou que era altura de pôr as coisas no seu devido lugar. Lá de cima, acenou a Moisés.
Moisés foi logo, tropeçando por vezes nas lajes e evitando o mais possível a sarça ardente.
Quando chegou ao cimo, tiveram os dois uma conferência, cimeira, claro. A primeira, se não estou em erro.
No dia seguinte Moisés desceu. Trazia uma tábuas debaixo do braço. Eram a Lei.
Olhou em volta, viu o seu povo aglomerado, atento, e disse para todos os que estavam à espera:
- Está aqui tudo escrito. Tudo. É assim mesmo e não há qualquer dúvida. Quem não quiser, que se vá embora. Já.
Alguns foram.
Então começou o serviço militar obrigatório e fez-se o primeiro discurso patriótico.
Depois disso, é o que se vê.
In, Contos do Gin-Tonic



A Leitura ideal de fim de semana para acompanhar o seu gin-tonic




junho 04, 2019

QUANDO APRENDI A LER, NO MUNDO FEZ-SE LUZ E PASSEI A COMPREENDER TUDO


Hoje é dia de luto nacional



"Há personalidades que nenhumas palavras podem descrever no que foram e no que significaram para todos nós. Agustina Bessa-Luís é uma dessas personalidades. 
Como criadora, como cidadã, como retrato da força telúrica de um povo e da profunda ligação entre as nossas raízes e os tempos presentes e vindouros. De "antes quebrar do que torcer" testemunhou com o rigor inexcedível da sua escrita, nunca corrigida, o fim de um Portugal e o nascimento de outro. Um e outros feitos do Portugal eterno. E é a esse Portugal eterno que ela pertence."
Marcelo Rebelo de Sousa




Além de romances, Agustina Bessa-Luís escreveu também peças de teatro, guiões para televisão, várias biografias romanceadas e literatura infantil.
O realizador Manoel de Oliveira adaptou para o cinema muitas obras da autora.




Conciliou a sua atividade literária com outros projectos: 
  • 1961/1962 - Foi membro do Conselho Diretivo da Comunidade Europeia dos Escritores 
  • 1986/1987 - Foi editora do jornal O Primeiro de Janeiro
  • Nos anos 90 Fez parte da direção do Teatro Nacional D. Maria II
  • Foi membro da Alta Autoridade para a Comunicação Social.


Distinções e Prémios
  • 1975 - Recebeu o Prémio "Adelaide Ristori" - Centro Cultural Italiano de Roma
  • 1980 - Foi Distinguida com o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago de Espada
  • 1980 - Ganhou o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores com o livro O Mosteiro .
  • 1988 - Recebeu a Medalha de Honra da Cidade do Porto e o grau de Oficial da Ordem das Artes e Letras de França
  • 2001 - Ganhou o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores com o romance O Principio da Incerteza.
  • 2002 - Recebeu o Globo de Ouro
  • 2004 - Recebeu o Prémio Vergílio Ferreira (atribuído pela Universidade de Évora) pela sua carreira como ficcionista
  • 2004 - Recebeu o Prémio Camões - "o júri tomou em consideração que a obra de Agustina Bessa-Luís traduz a criação de um universo romanesco de riqueza incomparável que é servido pelas suas excepcionais qualidades de prosadora, assim contribuindo para o enriquecimento do património literário e cultural da língua comum." 
  • 2005 - Foi-lhe atribuído o título de doutor honoris causa pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto
  • 2005 - Recebeu o Prémio de Literatura do Festival Grinzane Cinema de Turim (Itália)
  • 2006 - Foi elevada ao grau de Grã-Cruz da Ordem de Sant'Iago.




"Nasci escritora e tenho o gosto da escrita.
Depois vem a relação com o público e com todos
 estes fantasmas que são as memórias".




maio 29, 2019

QUINTA-FEIRA DE ASCENÇÃO

"Todas as festas celebradas no interior do Pinhal de Leiria são, de um modo geral, de iniciativa popular, como é exemplo a celebração tradicional da Quinta-Feira de Ascenção.
Não conseguiremos descobrir a raiz de adoção da tradicional festa popular de Quinta-Feira da Ascenção na Marinha Grande, embora se depreenda que a tradição teria sido trazida pelas migrações de trabalhadores, que se aproximaram do concelho como grande centro empregador, ao longo do tempo.
Sabe-se que a Ascenção é uma festa que se celebra tradicionalmente desde o século IV, em cada 40.º dia da Ressurreição de Cristo. Nesse dia de festa, também o povo da Marinha Grande, no passado, dedicava religiosamente a Ascenção ao descanso total de quem trabalha e nem as refeições eram preparadas nesse dia de recolhimento.
Era na véspera do dia festivo que se fazia o necessário trabalho de arrumos, limpezas e confeções das refeições para a comemoração no dia seguinte, permitindo-se ao povo o trabalho exclusivo de alimentar o gado e cuidar das crianças. O dia da festa era dedicado exclusivamente a um evocatório passeio em família pelos campos, como faziam os judeus subindo ao Monte das Oliveiras, para colher, pelo caminho, os ramos para protegerem o lar durante o ano seguinte. (...).


Pela madrugada, no dia seguinte, saíam para o campo em grupo familiar, farnel na mão, colhendo ao longo da caminhada a "espiga" com flores silvestres da primavera. No raminho não pode faltar a espiga de trigo, símbolo do pão e da fartura, a oliveira, que invoca o azeite para a luz divina e paz, o alecrim pedindo saúde e força, a papoila transmitindo a alegria e ainda o malmequer, simbolizando ouro e prata. (...)
A 24 de novembro de 1964, o presidente da Câmara Municipal, Adriano Marques Roldão, determinou que o feriado municipal passasse a ser celebrado na 5.ª Feira de Ascenção de cada ano, considerando tratar-se de um dia de festa tradicional. (...)
Durante alguns anos, os Serviços Florestais, cada vez que chegava a 5.ª Feira de Ascenção, organizavam algumas viagens gratuitas no "Comboio de Lata", com partida da Guarda Nova até ao Farol de S. Pedro. Os populares engalanavam a máquina e as carruagens com flores e verduras da Mata e assim passavam em comunidade um agradável dia na Praia Velha ou na Praia da Concha, em amena comunhão.


A tradição de comemoração do dia continua a manter-se, mas hoje são milhares de automóveis espalhados por todos os cantos do velho Pinhal do Rei e, no dia seguinte, o lixo abunda por todo o lado tornando bem visível a passagem da "civilidade" dos nossos dias.
No passado a 5.ª Feira de Ascenção era um dia comemorado numa comunhão perfeita entre famílias, misturando-se toda a gente em amena cavaqueira, trocando brindes, farnéis e copos de vinho, de uma forma simples e espontânea. "Ninguém" era "ninguém" para serem todos unidos na mesma confraternização, cultivando uma quase mística amizade que, se ainda não existia, iria perdurar pela vida fora. (...)
O raminho colhido na Mata de todos nós, é guardado religiosamente bem exposto atrás da porta de entrada da casa, indo permanecer durante todo o ano como símbolo do pão e da fartura, da luz divina e da paz, da saúde e da força, da alegria e ainda do ouro e da prata, que todos desejam para si e para os seus."

Gabriel Roldão,
In, Elucidário do Pinhal do Rei


Bom Feriado, Bom Pic-Nic



maio 22, 2019

CONTOS DE SEMPRE NOS TEMPOS MODERNOS


No mês passado os jornais noticiaram que uma escola em Barcelona retirou 30% dos livros da sua biblioteca, porque os considerava tóxicos e sexistas.
Histórias como a Bela Adormecida e o Capuchinho Vermelho foram banidas das estantes. 

Finalmente, ao fim de séculos destes contos abusivos, que foram transmitidos - inconscientemente - de geração machista em geração machista, James Finn Garner chamou a si a missão de esclarecer e libertar as clássicas histórias da carochinha, recontando-as dum modo mais consentâneo com a atualidade, isentas de preconceitos e expurgadas das influências dum passado cultural que deixa muito a desejar.



"Andámos à pancada para ver quem lia primeiro"
Os Irmãos Grimm


Caro Leitor, 
a Biblioteca Municipal tem para empréstimo domiciliário 
uma literatura totalmente isenta de preconceitos 


O Capuchinho Vermelho

Era uma vez uma rapariga chamada Capuchinho Vermelho, que vivia com a mãe perto de um grande bosque. Um dia a mãe mandou-a levar um cesto de fruta fresca e água mineral a casa da avó - não porque tal fosse trabalho de mulher, claro, mas porque se tratava de um ato generoso que contribuía para fomentar um sentimento de comunidade. Aliás, a avó da rapariga não estava doente, encontrando-se, pelo contrário, de perfeita saúde física e mental, inteiramente capaz de cuidar de si, como adulta madura que era.
Vai daí, Capuchinho Vermelho fez-se ao caminho pelo meio do bosque com o cesto enfiado no braço.  Muitos achavam aquele bosque um lugar perigoso e de mau presságio, pelo que nunca lá punham os pés. Capuchinho Vermelho tinha, porém, tal confiança na sua sexualidade a desabrochar que não se deixava intimidar por tão óbvia imagética freudiana. 
No caminho para casa da avozinha, Capuchinho Vermelho encontrou um lobo, que lhe perguntou o que levava no cesto e a quem respondeu:
- São uns alimentos saudáveis para a minha avó, que é evidentemente capaz de tomar conta de si própria, como adulta madura que é.
- Sabes, minha querida, nada é seguro para uma menina como tu andar sozinha pelo meio destes bosques! - retorquiu o lobo.
- Considero extremamente ofensiva a tua observação sexista - disse Capuchinho Vermelho -, mas vou ignorá-la tendo em conta a tua tradicional condição de pária da sociedade, cujo trauma te levou a criar uma mundividência própria, perfeitamente válida. E agora, se me dás licença, tenho de prosseguir o meu caminho.
Capuchinho Vermelho continuou a andar, sempre pelo carreiro principal. No entanto, o lobo, cuja condição de excluído da sociedade o isentara da obediência escravizante ao raciocínio linear de tipo ocidental, conhecia um atalho para casa da avozinha.
Irrompeu pela casa dentro e comeu a senhora, procedimento inteiramente adequado a um carnívoro, como era o seu caso. A seguir, liberto das noções rígidas e tradicionalistas quanto ao que era masculino ou feminino, vestiu a camisa de dormir da avozinha e enfiou-se na sua cama.

Capuchinho Vermelho entrou na cabana e exclamou:
- Avozinha, trouxe-lhe umas coisinhas para comer, sem gorduras nem sal, em homenagem ao seu papel de matriarca sábia e criadora.
Da cama, o lobo respondeu, em voz sumida:
- Chega-te cá, netinha, para eu te ver.
Capuchinho Vermelho acrescentou:
- Ah, é verdade! Já me esquecia de que a avozinha é opticamente tão limitada como um morcego. Mas, avozinha, que grandes olhos tem!
- Já muito viram e muito perdoaram!
- E que grande nariz tem (em termos relativos, claro, e, de qualquer modo, atraente, à sua maneira).
- Já muito cheirou e muito perdoou, minha querida!
- E que grandes dentes tem!
Aí o lobo disse:
- Sinto-me muito feliz por ser quem sou e o que sou. - E saltou para fora da cama, fitando-a com as suas garras, pronto a devorá-la.
Capuchinho Vermelho gritou, não assustada com a aparente tendência do lobo para o travestismo, mas horrorizada com a invasão do seu espaço pessoal.
Os seus gritos foram ouvidos por um lenhador (ou técnico de combustível lenhoso, como preferia que lhe chamassem) que passava ali perto. Quando irrompeu pela cabana, logo se apercebeu da confusão e tentou intervir. Mal ergueu no ar o seu machado, Capuchinho Vermelho e o lobo pararam de brigar.
- Que pensa o cavalheiro que está a fazer? - perguntou Capuchinho Vermelho. O lenhador arregalou os olhos de espanto e fez menção de responder, mas nem uma palavra lhe ocorreu. - Entrar aqui como um homem de Neanderthal, deixando que a sua arma pense por si! exclamou ela. - Machista! Especista! Como se atreve a presumir que as mulheres e lobos sejam incapazes de resolver os seus problemas sem a ajuda de um homem?


Ao ouvir o discurso arrebatado de Capuchinho Vermelho, a avozinha saltou de dentro da boca do lobo e, agarrando no machado de lenhador, cortou-lhe a cabeça.
Passado o mau bocado, Capuchinho Vermelho, a avozinha e o lobo sentiram-se unidos por uma certa comunhão de propósitos. Decidiram, por isso, fundar uma família alternativa baseada no respeito mútuo e na cooperação e viveram felizes no bosque para sempre.



BOA LEITURA




maio 15, 2019

A TARDE DO SEXTO DIA DEVERIA TER SIDO FERIADO





"No quinto dia Deus criou todos os animais do mar e do céu (...).
No sexto dia fez todos os outros animais, desde as feras do deserto e da selva até aos rebanhos a pastar nos campos (...). E então da própria terra criou a espécie humana, homem e mulher, à sua imagem e semelhança (...).
No sétimo dia Deus olhou e viu a grande asneira que tinha feito. Arrependeu-se, mas era tarde - era Deus, não podia admitir o erro". 
A parte final da passagem do Velho Testamento, não é bem assim, mas podia ser. Qualquer Ser que se dá ao trabalho de fazer o céu, o Sol, a Lua, a terra e o mar, que puxa pela imaginação para a ocupar com lindas plantas e bichos, como o budião, o tapir e mesmo o imodesto louva-adeus, não gosta de ver à solta uma espécie como a humana.
Reproduzindo-se sem cerimónias, invadindo e ocupando terras e mares, eliminando sem piedade outras espécies e já olhando perigosamente para o firmamento e para os seus próprios genes à procura de novos brinquedos, o Homem só pode ter sido um erro de cálculo. Nem a expulsão do Éden parece ter resultado como aviso, ao contrário da serpente que se tem mantido calada e agradecida ao Criador estes anos todos.
Este livro serve para demonstrar que a tarde do sexto dia deveria ter sido feriado - não sou eu que o digo ... é a Mãe-Natureza."
Tomás de Montemor
In, Agarrar o Sol Sem largar a Terra




A biodiversidade cai a um ritmo nunca visto, alerta a ONU num estudo feito por 500 autores em 50 países.
Um milhão de espécies de animais e plantas 
está ameaçado de extinção a prazo.


" Na história da Terra já ocorreram muitas alterações climatéricas com efeitos drásticos, modificando as condições de vida, permitindo a sobrevivência ou forçando a extinção de certas espécies (os dinossauros?). Também atualmente há quem defenda que estamos apenas a passar por um ciclo normal da vida do nosso planeta. Mas será assim?"
Tomás de Montemor
In, Agarrar o Sol Sem largar a Terra






"Já se imaginou sentado na varanda do 2º andar de um prédio a pescar robalos e taínhas? Ou a mergulhar na praia das Caldas da Rainha? 
Esse será talvez um dos resultados imediatos e mais notórios do aquecimento global - o degelo de grande parte dos pólos, provocando a elevação dos níveis da água dos oceanos até submergir algumas ilhas, terras férteis e até cidades.
 A Holanda passará a ser um remake da Atlântida".
Tomás de Montemor
In, Agarrar o Sol Sem Largar a Terra





"Outras consequências possíveis serão o aumento da área de deserto, a extinção de muitas espécies, fome em mais zonas do globo, migrações maciças, etc. Em suma, a previsão de destabilização mundial. As zonas já quentes ficariam reduzidas a semidesertos, 
enquanto em zonas onde o clima passaria a ser mais ameno, a rapidez das transformações eliminaria os seres adaptados a outras condições".

Tomás de Montemor

In, Agarrar o Sol Sem Largar a Terra 






O prazo para salvar a terra termina em 2030.



Tomás de Montemor tem um manual de boas relações com o Ambiente.


E como não há nada como o humor para tratar de assuntos sérios, Visite-nos e requisite o livro de Tomás de Montemor,
 Agarrar o Sol sem Largar a Terra. 

Faz parte das nossas sugestões de leitura.




A proteção do ambiente é uma exigência para a manutenção 
da qualidade de vida da espécie humana.



Extinção: A porta frequentemente usada por espécies fartas de partilhar este planeta com o Homem.  O Homem serve quase sempre de porteiro.

Conservação: Só é permitido conservar depois de estar em perigo de ruína, extinção ou modificação. Conserva-se monumentos, espécies de animais, áreas naturais, tradições e pickles.







maio 06, 2019

6 DE MAIO - DIA INTERNACIONAL SEM DIETA


Finalmente chegou o dia mais esperado do ano.



O objectivo deste dia é aceitar o corpo como ele é e chamar a atenção para as dietas rigorosas, para as metas de emagrecimento irrealistas e prejudiciais para a saúde.
Este dia nasceu em 1992, graças da Mary Evans, directora do grupo britânico "Diet Breakers", que após sofrer de anorexia começou a lutar contra a indústria das dietas.



"Vêm a couve altaneira e viçosa; o queijinho cabreiro; a batata; o toucinho; 
o doce de tomate (que jamais se chama "compota"); o bom azeite cru;
 o lombinho enguitado e o chouriço; o vinho; o pão resplandecente; 
a ginjinha da avó; os ovos postos e os sargos pescados há poucas horas; 
a galinha que viu crescer os miúdos; o presunto inteiro..."


A Biblioteca Municipal não quer deixar passar em branco esta data tão importante.
Assim, para começar bem a sua semana,
 sugerimos a leitura deste livro de Miguel Esteves Cardoso

Em Portugal não se come mal




Em Portugal, antes de todas as coisas, está o tempo. Este tempo. Este que ninguém nos pode tirar e a que os povos com tempos piores chamam, à falta de melhor, clima. Depois, há coisas que crescem por causa do tempo. Como o tempo é bom, são boas. E como as coisas são boas, os portugueses querem comê-las. E comem-nas bem comidas, o mais perto que possam ficar da nascença. Ou da cozinha.(...) 
Que fique por saber como realmente se vive em Portugal. Mas que fique claro que comer, não se come mal. Que sirva este meu livro de gordo desmentido.
E o resto é como o resto. Ah, Portugal, nosso restaurante! Mas, quando se come bem e se está com a barriga cheia, o resto que está mal é como o resto de um bom almoço.
Alguma coisa há-de fazer-se com ele.
Porventura deliciosa, se faz favor.

Lisboa, Mercado da Ribeira

"Ir a um mercado ou entrar num lugar de frutas por esta altura do ano não se aproxima de uma experiência religiosa porque é, de facto, uma experiência religiosa: prova que Deus existe e, mais retumbante ainda, dá a impressão que o Homem também não está a trabalhar mal, não Senhor. (...)

Esqueçam os museus; esqueçam os jardins zoológicos; os teatros, concertos e cinemas: nenhuma visita é mais instrutiva ou estonteante do que uma idazinha à praça. (...)
Toma lá figos do Algarve, roxos de tão doces, rechonchudos e a rebentar de bons, como galãs de tronco nu dos anos 60."


"O que é "nosso" é bom, porque é mais fresco, mais acabadinho de apanhar."


Bom Dia e Boa Semana
 (para marcar o dia do ano em que não se contam as calorias ingeridas, 
coloca-se um pequeno laço azul claro na roupa) 





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