julho 14, 2015

OS DADOS DO 1.º SEMESTRE

Terminado o primeiro semestre de 2015, vamos hoje apresentar alguns números, que refletem parte da atividade da Biblioteca Municipal e dos serviços por ela prestados.
Através do gráfico apresentado a seguir, podemos ver o número de livros emprestados para leitura domiciliária e a comparação com os meses análogos do ano anterior.


Comparativamente ao ano anterior, verificamos que houve um decréscimo na quantidade de livros emprestados. De 4.442 livros emprestados no 1.º semestre de 2014, passámos para 3.773 em 2015, significando uma redução de 669 livros requisitados.

A causa para este decréscimo pode, eventualmente, encontrar-se na diminuição da população residente na Marinha Grande (?), no menor fluxo de entrada de livros novos na Biblioteca Municipal, na desmotivação e desencanto generalizado, na concorrência de novas tecnologias e fontes de informação, entre outras.

Contudo, não deixámos de registar novas adesões, com a inscrição de 119 novos leitores, distribuídas da seguinte forma: 72 inscrições de novos leitores com idade acima dos 18 anos, 14 com idade compreendida entre os 13 e os 17 anos e as restantes 33 inscrições de crianças até aos 12 anos. 



Da totalidade de livros requisitados, cerca de 71% foram por leitores numa faixa etária acima dos 18 anos, 6% na faixa situada entre os 13 e os 17 anos e 23% dos livros emprestados pela Biblioteca Municipal destinaram-se a leitores até aos 12 anos.



TOP dos 6 mais requisitados
ao longo do primeiro semestre























julho 08, 2015

QUE IMPORTA A FÚRIA DO MAR



"O mar não se submete nunca, a não ser a forças fora deste mundo, como as da Lua, das pressões, das correntes, dos ventos e das marés.(...)
Às vezes empolgava-se com as suas narrativas, as perseguições pelos telhados da Marinha Grande, as prisões, o desterro, a longa viagem de barco nos porões como escravos nas galés, o contacto com os marinheiros da revolta de 1936".
Ana Margarida de Carvalho
In, Que Importa a Fúria do Mar



Que Importa a Fúria do Mar
Ana Margarida de Carvalho
Editora Teorema

Romance de estreia de Ana Margarida de Carvalho foi finalista do Prémio Leya de 2012 e venceu, por unanimidade, entre os 107 livros admitidos a concurso o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores (APE) 2013.


Numa madrugada de 1934, um maço de cartas é lançado de um comboio em andamento por um homem que deixou uma história de amor interrompida e leva uma estilha cravada no coração. Na carruagem, além de Joaquim, viajam os revoltosos do golpe da Marinha Grande, feitos prisioneiros pela Polícia de Salazar, que cumprem a primeira etapa de uma viagem com destino a Cabo Verde, onde inaugurarão o campo de concentração do Tarrafal.
Dessas cartas e da mulher a quem se dirigiam ouvirá falar muitos anos mais tarde Eugénia, a jornalista encarregada de entrevistar um dos últimos sobreviventes desse inferno africano e cuja vida, depois do primeiro encontro com Joaquim, nunca mais será a mesma. Separados pelo tempo, pelo espaço, pelos continentes, pela malária e pelo arame farpado, os destinos de Joaquim e Eugénia tocar-se-ão, apesar de tudo, no pêlo de um gato sem nome que ambos afagam e na estranha cumplicidade com que partilham memórias insólitas, infâncias sombrias e amores decididamente impossíveis.


"O romance passa-se em duas épocas , em paralelo, nos anos 1930, a partir da revolta na Marinha Grande, e na atualidade, no século XXI, e é um livro que contém outras fúrias e revoltas, como a dos marinheiros, e as nossas fúrias quotidianas, conjugais, laborais, etc."
Ana Margarida de Carvalho


Ana Margarida de Carvalho, filha do escritor Mário de Carvalho, nasceu em Lisboa. Licenciada em Direito, é jornalista na Revista Visão há 20 anos e ocupa neste momento o cargo de Grande Repórter.
Como jornalista assinou reportagens que lhe valeram sete dos mais prestigiados prémios do jornalismo em Portugal, entre os quais o Prémio Gazeta Revelação do Clube de Jornalistas de Lisboa, do Clube de Jornalistas do Porto ou da Casa de Imprensa.
Publicou artigos em várias publicações, entre elas a Revista Ler, Jornal de Letras, Marie Claire. Lecionou Escrita Criativa em workshops, foi jurada em vários concursos oficiais e festivais de cinema.




"O gato, que se chamou sempre gato, (...) trocou-a. 
Preferiu um velho tão modorrento quanto ele, ..."






julho 03, 2015

CÓDIGO PENAL OU OS MAIAS?



Leitura para Férias

"Eu, que pertenço àquela desgraçada, e decerto traumatizadíssima, geração que fez exames desde a terceira classe, ando fascinada a ler as declarações aos jornais de muitos jovens que, de repente, se vêem confrontados com esse bicho de sete (ou mais) cabeças.
Há quem fale de "ditadura" porque - ó céus! - não se pode sair da sala enquanto a prova decorre.
Há quem precise que lhe ensinem que, durante o tempo que durar o exame, não podem levantar-se, falar, enfim, têm de estar quietos e comportar-se civilizadamente.
Mas, palavra que o que mais me surpreendeu foi a desenvolta resposta de um jovem que se preparava para fazer o exame de Português do 12º ano, e confessava estar um pouco aflito por não ter conseguido ler Os Maias. Aquilo - explicava ele - era uma chatice. Aquilo eram descrições atrás de descrições, quem é que podia aguentar uma coisa daquelas, sem diálogos, sem nada. Tive receio que ele acrescentasse "e sem bonecos", mas não, vá lá!
Remata apenas dizendo que ele - que ia tentar entrar para Direito - até já tinha lido, e sem nenhuma dificuldade, o Código Penal.
Agora Os Maias? Isso é que era mesmo uma seca, isso é que ele não tinha conseguido.
Desde então - juro - tenho andado com uma vontade imensa de ler o Código Penal. Pelos vistos tenho-me privado de um romance divertidíssimo, cheio de diálogos de uma ponta à outra, o artigo 56 em amena cavaqueira com o artigo 73, casarão, não casarão?, com quem andará a dormir o artigo 35 que, praticamente já dormiu com todos, enfim, assim uma coisa levezinha, uma mistura de Margarida Rebelo Pinto e Nicholas Spark.
Quando finalmente puder ir de férias, já tenho leitura escolhida: aterro no areal da Costa Nova com o Código Penal dentro do saco, entre a toalha e o protetor solar. E não se admirem se as minhas gargalhadas se ouvirem no farol da Barra. É tudo por causa do Código Penal".

Alice Vieira
In, Pezinhos de Coentrada




Caro Leitor, não precisa de ir tão carregado.
Já chega ter de carregar com o chapéu de sol, a cadeira,
 a toalha, o protetor solar, ...
1226 páginas tem o Código Penal, imagine o peso!!! 



E de certeza que a sua leitura não é tão interessante como
 as nossas sugestões escolhidas a pensar em si.

Pintura de Brian Cameron

Faça como ela, 
vá de férias, mas antes passe por cá!!




junho 24, 2015

VOLTAMOS A FELICITAR HÉLIA CORREIA


Os vizinhos chamavam-me a menina dos gatos.
Tenho em mim um grande parentesco com os felinos

No dia 17 de deste mês, o Prémio Camões 2015 foi atribuído, por unanimidade, à escritora Hélia Correia, o 11º português a receber o mais importante prémio literário destinado a autores de língua portuguesa. O prémio, no valor de cem mil euros, foi anunciado no Palácio São Clemente, sede do consulado português no Rio de Janeiro, onde o júri se reuniu.
Uma das razões da atribuição deste galardão, foi a sua polivalência e versatilidade nos géneros e estilos da sua escrita, que vai desde o romance, novela, conto, passando para o teatro e poesia.  


"Há escritores que escrevem sempre o mesmo livro. Hélia Correia, tendo o seu imaginário, tem livros bastante diferentes entre si. O diálogo que estabelece com as tradições: com a Antiguidade Clássica, sobretudo a grega e com um imaginário que não é bem mágico, é telúrico, também de fadas e assombrações. Há um lado também gótico na literatura dela e referências à literatura contemporânea, que vão desde uma personagem de José Saramago até aos livros da literatura inglesa, os vitorianos, as irmãs Brontë e aos pré-rafaelitas".
Pedro Mexia, membro do júri


Prémio Camões
  • 1989 - Miguel Torga (1907-1995)
  • 1990 - João Cabral de Melo Neto (1920-1999)
  • 1991 - José Craveirinha ( 1922 - 2003)
  • 1992 - Vergilio Ferreira ( 1916-1996)
  • 1993 - Rachel de Queiroz (1910-2003)
  • 1994 - Jorge Amado (1912-2001)
  • 1995 - José Saramago (1922-2010)
  • 1996 - Eduardo Lourenço (1923- )
  • 1997 - Pepetela ( 1941-  )
  • 1998 - António Cândido de Mello e Sousa (1918-  )
  • 1999 - Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004)
  • 2000 - Autran Dourado (1926-2012)
  • 2001 - Eugénio de Andrade (1923-2005)
  • 2002 - Maria Velho da Costa (1938-  )
  • 2003 - Rubem Fonseca (1925-  )
  • 2004 - Agustina Bessa-Luís (1922-  )
  • 2005 - Lygia Fagundes Telles ( 1923-  )
  • 2006 - José Luandino Vieira ( 1935-  ) - Recusou
  • 2007 - António Lobo Antunes ( 1942-  )
  • 2008 - João Ubaldo Ribeiro (1941-2014)
  • 2009 - Arménio Vieira (1941-  )
  • 2010 - Ferreira Gullar (1930-  )
  • 2011 - Manuel António Pina (1943-2012)
  • 2012 - Dalton Trevison (1925-  )
  • 2013 - Mia Couto ( 1955-  )
  • 2014 - Alberto da Costa Silva (1931-  )
  • 2015 - Hélia Correia (1949-  )

A Biblioteca Municipal tem vários livros da autora para empréstimo. 
Venha até cá, requisite um deles e fique a conhecer melhor a obra da premiada.


Esperamos Por Si





junho 17, 2015

UM REMBRANDT EM CUBA?


A  11 de junho, Leonardo Padura, autor já nosso conhecido, foi o vencedor do Prémio de Literatura Princesa das Astúrias 2015. Conhecido anteriormente como Prémio Príncipe das Astúrias, é o mais importante galardão espanhol. Com a proclamação de Dom Filipe VI como rei de Espanha, em junho de 2014, o prémio passou a ter o título da sua filha primogénita.
Prémio Princesa das Astúrias será entregue em outubro, numa cerimónia solene presidida pelos reis de Espanha.




"Leonardo Padura é um intelectual independente com um firme temperamento 
ético, cuja obra é uma magnífica aventura de diálogo e liberdade. 
A sua ficção revela os desafios e os limites que existem na busca pela verdade"
Júri do Prémio de Literatura Princesa das Asturias



O autor esteve este ano, a 26 de fevereiro, nas Correntes de Escrita, em Póvoa de Varzim, onde apresentou o seu mais recente romance "Hereges", editado entre nós pela Porto Editora, que tem como ponto de partida a história verídica do transatlântico S.S. Saint Louis, que em 1939 foi impedido de desembarcar 900 judeus em Havana, fugidos do regime nazi.


"Eu admiro mais os hereges do que os ortodoxos. Um herege é uma pessoa que entra em conflito consigo mesmo, com a sociedade, com o seu ambiente, com o seu meio, com o seu senso de pertença, e acredito que isso é muito mais válido do que ser um ortodoxo obediente. 
Portanto, os hereges têm toda a minha simpatia."
                                                                                                       Leonardo Padura



Em 1939, o S.S. Saint Louis, onde viajavam 900 judeus fugidos da Alemanha, passou vários dias ancorado no porto de Havana à espera de autorização para desembarcar. Um rapaz, Daniel Kaminsky, e o tio aguardam no cais a saída dos familiares, confiantes de que estes tentariam os oficiais havaneses com o tesouro que traziam escondido: uma pequena tela de Rembrandt, na posse dos Kaminsky desde o século XVII. Mas o plano fracassou e o navio regressou à Europa, levando consigo qualquer esperança de reencontro e condenando muitos dos seus passageiros.
Em 2007, quando essa tela vai a leilão em Londres, o filho de Daniel, Elias, viaja dos Estados Unidos para Havana para descobrir o que aconteceu com o quadro e com a sua família. Só um homem, como o investigador Mario Conde, o poderá ajudar. Elias descobre então que o pai vivia atormentado por um crime, e que esse quadro, uma imagem de Cristo, teve como modelo outro judeu, que quis trabalhar no atelier de Rembrandt e aprender a pintar com o mestre.



"Sem heresia não teria havido o desenvolvimento da humanidade. 
Se aceitamos os cânones das ortodoxias de forma absolutamente obediente , 
o homem não se desenvolve. Galileu foi considerado um herege. 
Cervantes foi um herege. O próprio Rembrandt foi herege, como pintor".
                                                                                                    Leonardo Padura







junho 12, 2015

FAÇA COMO O BATMAN !




A Biblioteca Municipal da Marinha Grande constitui um serviço de Documentação e Informação, que tem como finalidade facilitar o acesso à cultura, à informação, à educação e ao lazer, contribuindo para elevar o nível cultural dos cidadãos. A utilização da Biblioteca Municipal é livre e aberta a todos, sem qualquer tipo de discriminação e todos os seus serviços são gratuitos.

O Leitor pode requisitar para empréstimo domiciliário até 3 livros, por um período máximo de 10 dias úteis. Se esse prazo não for suficiente, solicite a sua renovação por igual período de tempo (+ 10 dias), por telefone ou por e-mail, mas sempre até ao último dia do empréstimo, caso contrário passará a ser considerado leitor com livros em atraso.



Caro Leitor, faça como o Batman, respeite o prazo de devolução dos livros. Se assim não acontecer, estará a privar outro Leitor de aceder ao mesmo livro, obrigando a Biblioteca Municipal a tomar medidas, que podem ir do simples aviso aos leitores com livros em atraso, solicitando a sua devolução, até ao impedimento temporário ou definitivo de proceder a novos empréstimos.




Os Livros

Apetece chamar-lhes irmãos,
tê-los ao colo,
afagá-los com as mãos,
abri-los de par em par, 
ver o Pinóquio a rir
e o D. Quixote a sonhar,
e a Alice do outro lado
do espelho a inventar
um mundo de assombros
que dá gosto visitar.
Apetece chamar-lhes irmãos
e deixar brilhar os olhos
nas páginas das suas mãos.

                                                                                            José Jorge Letria







junho 05, 2015

FELIZ ANIVERSÁRIO KEN FOLLETT



Estas são as reações dos nossos leitores aos livros do aniversariante de hoje, o autor galês 
Ken Follett
que em 39 anos de atividade literária, escreveu 30 romances, 
traduzidos em mais de 30 idiomas e cujas vendas superam os 150 milhões de exemplares.

O Leitor encontrará na nossa Biblioteca os seguintes títulos, 
que poderá requisitar para a sua leitura de fim de semana:


Os filhos do paraíso
O preço do dinheiro
O escândalo Modigliani
O homem de Sampetersburgo
Os pilares da terra
Um mundo sem fim
Noite sobre as águas
Trilogia do século


autor com a estátua em sua homenagem

Ken Follett nasceu a 5 de junho de 1949, em Cardiff, País de Gales e licenciou-se em filosofia no University College, em Londres. Começou a sua carreira como jornalista no South Wales Echo, e mais tarde no Evening Standard de Londres. Trocou a profissão de jornalista pela de editor e escrevia nos seus tempos livres.
Em 1978 lançou o seu primeiro livro, um thriller, "O estilete assassino", que venceu o Prémio Edgar Award e foi adaptado ao cinema.
A espionagem é um dos temas principais da sua obra, que se caracteriza por ter ritmos rápidos e várias situações de clímax, que tendem a prender os leitores da primeira até à última página, criando um público fiel.

"The thriller is the most popular literary genre of the 20th century."

Ken Follet como ator na série "Os Pilares da Terra"
Em 1989 é editado o seu maior sucesso, "Os Pilares da Terra", que por se tratar de um romance histórico, passado na Idade Média, foge à regra dos seus temas habituais. Na altura do seu lançamento não teve grande aceitação, só ganhando popularidade na década de noventa ao entrar nos círculos e clubes de leitura. Em 2007, com o título "Um Mundo sem Fim", o romance teve a sua sequela. Em 2010 foi adaptada à televisão, com grande sucesso, e onde podemos ver o autor como ator na mini-série.

"Without books i would not have become a vivacious reader, 
and if you are not a reader you are not a writer".

Leitora no Parque da Cerca (Marinha Grande), com um dos livros de Ken Follett,
enquanto espera pelas Festas da Cidade.






maio 27, 2015

QUE NOME DESTE AO LUGAR DE PASSAGEM, BARTOLOMEU DIAS?


No próximo dia 29 de maio passam 515 anos sobre a morte de Bartolomeu Dias (c. 1450-1500), o navegador que pela primeira vez, em 1488, dobrou o Cabo das Tormentas, rebatizado de Cabo da Boa Esperança, no extremo sul de África.
Para além desta viagem, participou, em 1497, na viagem de Vasco da Gama à Índia e em 1500 na Viagem de Pedro Álvares Cabral, também à Índia, e que acabou por encontrar o Brasil.





"Bartolomeu Dias aparece-nos como um comandante a quem não é atribuído o justo valor e como um homem que caminha para a morte triste e amargurado, sem saudades do passado, mas orgulhoso do que fez e capaz de reconstruir passo a passo a viagem que o tornou o primeiro português a ultrapassar o Cabo e a abrir o caminho para o grande desígnio de D. João II, o de estabelecer relações com a outra parte do Mundo onde vinham a prata, as sedas, as pedras e as especiarias".
Eduardo Marçal Grilo




Se o Leitor gosta da "nossa História", 
não vai querer perder o romance histórico 
que aqui lhe apresentamos sobre o navegador português.


O Navegador da Passagem
Da escritora Deana Barroqueiro
Editado pela Porto Editora



"Com a leitura do livro conseguem-se sentir não apenas o calor e a humidade sufocantes, mas também os cheiros nauseabundos, as doenças, as febres e o sentimento viscoso que existiam naquele espaço exíguo onde todos se acotovelavam e atropelavam e onde poucos compreendiam exatamente o que representava a sua presença ali, vindo para a aventura atraídos apenas pela esperança de poderem um dia vencer a miséria que haviam deixado nas suas casas. (...)
O livro retrata ainda a Corte Portuguesa ao tempo de D. João II e de D. Manuel I, os Reis que conduziram Portugal durante a fase da epopeia que levou os portugueses à Índia. (...) Relata também D. João II como um rei com mão de ferro que tinha uma Ideia e um Plano, enquanto D. Manuel I é apresentado como alguém que se limitou a cumprir o projeto que herdara mas para o qual não possuía nem "engenho nem arte" como o seu cunhado e antecessor".
                                                  Eduardo Marçal Grilo



"Grande serviço e mercê nos prestaste, a mim e ao reino de Portugal, Bartolomeu Dias, e por tal hás-de ser recompensado - e el-rei D. João II abraçara-o, murmurando-lhe ao ouvido: 
- Cuidado com Cristóvão Colombo! Guarda o maior segredo do teu descobrimento".



Deana Barroqueiro nasceu em New Haven, Connecticut, nos Estado Unidos da América, em 23 de julho de 1945. Licenciou-se em Filologia Românica na Faculdade de Letras de Lisboa, de cujo grupo de teatro fez parte, juntamente com Luís Miguel Cintra, Maria do Céu Guerra, entre outros.
Por vocação, tornou-se professora de português, fazendo e estágio na Escola Secundária Passos Manuel, em Lisboa, onde concretizou a maioria dos seus projetos de Teatro e de Escrita Criativa com os alunos, tendo publicado várias obras com o Grupo de Trabalho de M. E. para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses.
A autora é uma apaixonada da língua e cultura portuguesa, em particular dos séculos XVI a XVIII, que estuda há mais de vinte anos.
Publicou onze romances históricos e dois livros de contos, um dos quais - Contos Eróticos do Velho Testamento - foi editado no Brasil,  em Espanha e Itália.
A 21 de novembro de 2003, nos Estados Unidos da América, durante o sarau para a atribuição de prémios do Concurso Literário Proverbo, de cujo júri fez parte, a escritora recebeu um louvor pela Câmara de Newark, em reconhecimento do seu contributo para a divulgação e promoção da língua e cultura portuguesas entre as comunidades de emigrantes da América, Canadá e Europa.


Epitaphio De Bartholomeu Dias

Jaz aqui, na pequena praia extrema,
O Capitão do Fim. Dobrado o Assombro,
O mar é o mesmo: já ninguem o tema!
Atlas, mostra alto o mundo no seu hombro.

                                                                                                           Fernando Pessoa, 
                                                                                                           In Mensagem




Boa Semana com Boas Leituras



maio 22, 2015

ERNESTINA


"Ernestina conseguiu escapar sem arranhões de maior aos perigos dos primeiros anos daquela vida dura, talvez porque o Sapateiro tinha juntado aos deveres de pai as funções de anjo da guarda. Além de mimos e cuidados para que nada lhe faltasse, servia-lhe ainda de escudo permanente contra as fúrias irracionais da mãe. (...)
Teimosa, desastrada, desobediente, repontona, com queda para transformar em calamidade as coisas simples - um dia à janela deixou escapar das mãos uma jarra de vidro que por pouco ia ferindo um vizinho, doutra vez pegou fogo à casa, a brincar com uma faca cortou a boca até à bochecha - Ernestina tornou-se no seio da família uma espécie de risco permanente. (...)
Ernestina aprendeu a ler e a escrever em menos de um ano, mas quando a escola fechou para as férias grandes a professora avisou os pais de que era melhor que a não voltassem a matricular, porque nem mesmo obrigada a aceitaria. Que a rapariga era o diabo feito gente, refilona de primeira, desobediente, sem ponta de respeito por nada nem por ninguém. Melhor seria até se a metessem num asilo, antes que fosse tarde".


Fotografia de Artur Pastor
Trás-os-Montes, década 50

O que o futuro reservou para Ernestina?

Descubra no livro que lhe deixamos como 
sugestão de leitura de fim de semana.
Hoje, dia 22 de maio, por ser o Dia do Autor Português
 deixamos-lhe um romance, que é considerado por muitos como uma das
 obras máximas da literatura portuguesa.

de



"Mãe de um só filho, a sua vida, que foi uma tristeza, amargura e terrível solidão, dava um livro. Escrevi-lho eu".

Ernestina, nome da mãe do autor, é mais do que um romance autobiográfico ou um volume de memórias de família ficcionadas. É um retrato do norte de país, entre os anos 1930 e os anos 1950, um romance que transcende o cunho regionalista e que atravessa fronteiras, transformando-se num fenómeno invulgar em Portugal e na Holanda , onde já vai na sétima edição.
O romance envolve um período de mais de 100 anos abrangendo três gerações de gentes da região do rio Sabor. É um livro recomendado como sugestão de leitura pelo Plano Nacional de Leitura, para a Formação de Adultos - Grau de Dificuldade III.



"Ernestina é o romance autobiográfico de Rentes de Carvalho, a estrela portuguesa da Holanda. É a biografia de milhares e milhares de famílias portuguesas. Um livro terno, mas nunca lamechas. Um livro duro, mas que nunca corta a esperança. Um livro simples e obrigatório".
Henrique Raposo , Expresso



De ascendência transmontana, J. Rentes de Carvalho nasceu em 1930, em Vila Nova de Gaia. Obrigado a abandonar o país por motivos políticos, viveu no Rio de Janeiro, em S. Paulo, Nova Iorque e Paris, trabalhando em vários jornais.
Em 1956 passou a viver em Amesterdão, onde se licenciou e foi docente de Literatura Portuguesa entre 1964 e 1988. Dedica-se, desde então, exclusivamente à escrita e a uma vasta colaboração em jornais portugueses, brasileiros, belgas e holandeses, além de várias revistas literárias. A sua extensa obra ficcional e cronística tem sido publicada na Holanda e recebida com grande reconhecimento, quer por parte da crítica, quer por parte dos leitores em geral, chegando alguns títulos a alcançar o estatuto de best-seller.

"Para a Holanda levaria o sol que aquece tanto o corpo como a alma, levaria a paisagem, a boa cozinha, a nossa maneira de conviver, de ter tempo (mesmo quando o não temos). Da Holanda traria a correção, a pontualidade, o espírito cívico, a persistência em acabar o que se começa, a capacidade de empreender e de arriscar, a convicção de que o que se rouba ao Estado é um roubo a nós próprios e ao vizinho".

Em 2012 foi galardoado com o Grande Prémio de Literatura Biográfica APE/Câmara Municipal de Castelo Branco, com o livro "Tempo Contado" e, em 2013, o seu livro "Mazagran" venceu o Grande Prémio de Crónica.

***
Na nossa Biblioteca Municipal, o leitor encontrará, para além do livro da nossa sugestão de leitura de hoje, mais dois títulos do mesmo autor: A sétima onda e Os lindos braços da Júlia da farmácia.









maio 15, 2015

15 DE MAIO - DIA INTERNACIONAL DA FAMÍLIA


"Família é uma pequena sociedade composta por um homem que não ganha o suficiente, de uma mulher que não cuida da casa como devia cuidar
 e de alguns filhos que estão cada vez mais impossíveis".
                                                                                                      Millôr Fernandes


Hoje, 15 de maio, celebra-se o Dia Internacional da Família, definido em Assembleia Geral das Nações Unidas, com a resolução nº 47/237 de 20 de setembro de 1993, com o intuito de alertar a sociedade civil para os problemas que afligem a vida familiar, ajudando as mesmas a enfrentá-los e a resolvê-los da melhor maneira possível.

"Juro ter os meus filhos penteados, limpos, bem vestidos, unhas cortadas, vacinas a tempo. Juro brincar com eles, ser uma mãe divertida, não andar em cima deles, ter vida própria... juro esclarecer dúvidas, nunca ir buscá-los depois das seis, dar recados na escola, fazer os poemas que a escola pede, fazer fatos de carnaval biodegradáveis que a escola pede, mandar dinheiro para o planetário... Juro verificar se puxam o autoclismo, ensinar a limpar o rabo, verificar se o rabo está limpo, ensinar a limpar o pingo, a pôr a tampa da sanita para baixo, a assoar ... Juro ter a casa arrumada a cheirar a limpo, aquecida, moderna, com design, velas de cheiro... Juro ser sexy, gira, vestir-me bem, ter um rabo brasileiro, fazer sexo, comprar algemas... juro ser companheira do meu marido, seduzir o meu marido, pôr batom para o meu marido... Juro solenemente".



Estas juras são-lhe familiares?

Cara Leitora, depois de nos visitar e requisitar
a nossa sugestão de leitura para este fim de semana, vai ver que não há famílias perfeitas.



NÃO HÁ FAMÍLIAS PERFEITAS
MULHERES, MÃES E DESABAFOS
Da psicóloga Marta Gautier
Editado pela Objectiva

Não Há famílias Perfeitas vem destruir o mito da família perfeita. Pressionadas por um sem-fim de teorias, que não conseguem adaptar à sua realidade, por fadiga, inadequação ou falta de tempo, as mães dos nossos dias vêem-se a braços com a olímpica missão de cumprir a perfeição em todas as áreas da sua vida e, sobretudo, na tarefa suprema da maternidade.
Num tom confessional e genuíno com que todas as mães se identificarão, a psicóloga Marta Gautier pretende alertar para certos vícios e equívocos que se instalam nas relações familiares, e que, sem a tomada de consciência, podem avolumar-se no tempo.

Com a ajuda deste livro, as mães de hoje perceberão, com alivio, que 
não há nem pode haver famílias perfeitas.


Marta Gautier é uma psicóloga e escritora portuguesa. Nasceu a 31 de julho de 1976 em Lisboa. É filha da conceituada escritora Rita Ferro.
A par da terapia individual, tem sido procurada na área das competências parentais por pais que desejam melhorar a relação com os filhos e conhecer formas de mudar comportamentos que desorganizam a dinâmica familiar. Este livro resulta da sua experiência  e formação específica nesta área.


"A família é como a varíola: temos em criança 
e ficamos marcados para o resto da vida"
                                                                                             Jean-Paul Sartre










maio 06, 2015

ELE TEM ESTILO


Ilustração de Marius Van Dokkun


Caro Leitor, o mundo masculino não precisa de ser como o da ilustração. 


"Ele tem estilo"
Admita-o: Sempre quis que as pessoas dissessem isso a seu respeito.





O que uma pessoa usa diz muito sobre o que a pessoa é, o que simboliza, como vive. Mais do que qualquer outra coisa, o estilo diz respeito ao comportamento. Um homem com estilo procede com dignidade, com força, com intenção, com confiança.
Existe uma diferença entre Moda e Estilo. A moda é temporária, transitória, muda com as estações do ano.




Quando falamos de estilo, falamos em muito mais do que aspeto ou imagem. 
Falamos de personalidade, de autoconfiança e de individualidade.
De dizer a palavra certa no momento exato.
De ter dignidade e graça.
Estilo é tudo isso.



Para que o Leitor não se reveja nas imagens acima apresentadas, 
Visite-nos e requisite este livro.

Pois como Edward Gibbon disse:
"O estilo é a imagem da personalidade"



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