Tu és a folha de outono
voando pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
- a melhor parte de mim.
Certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento,
menos que as folhas do chão...
A nossa sugestão de leitura de fim de semana vai para um livro que, em 2002, foi o vencedor do Prémio Alfaguarra de Romance.
O júri, presidido por Jorge Semprún, destacou a extraordinária descrição dos mecanismos do poder político e, ao mesmo tempo, dos mistérios da obsessão sentimental e erótica, que podem ser interpretados como uma parábola sobre a realidade social em que decorre a ação.
De Tomás Eloy Martínez
O voo da Rainha
das Ediçoes ASA
"Camargo está nesta batalha [luta conta a corrupção nos altos escalões do governo], mas fá-lo para demonstrar que é mais forte que o poder. Para ele, a busca da informação é a busca do poder. Já Reina é ambiciosa e entrega-se ao chefe por curiosidade. Creio que são as personagens mais bem construídos que já fiz".
Tomás Eloy Martínez
O Voo da Rainha é uma crónica de uma paixão obsessiva, que expõe diante de nós a anatomia de um crime passional, uma vez que é contada pelo ponto de vista do criminoso, que é, também, o narrador principal.
G. M. Camargo, o todo-poderoso diretor de um jornal de Buenos Aires, fica obcecado por Reina Remis, uma jornalista de talento que tem metade da sua idade. A sua arrogância, contudo, impede-o de ver que os sentimentos alheios não estão sob o seu domínio e essa cegueira submerge-o numa avassaladora história de amor de que sairá transfigurado.
A partir desta intriga clássica, o autor constrói um romance irresistível sobre o desejo, o poder e a identidade, que pode ser lido como uma metáfora de uma Argentina destroçada pelos implacáveis mecanismos da corrupção.
G. M. Camargo, o todo-poderoso diretor de um jornal de Buenos Aires, fica obcecado por Reina Remis, uma jornalista de talento que tem metade da sua idade. A sua arrogância, contudo, impede-o de ver que os sentimentos alheios não estão sob o seu domínio e essa cegueira submerge-o numa avassaladora história de amor de que sairá transfigurado.
A partir desta intriga clássica, o autor constrói um romance irresistível sobre o desejo, o poder e a identidade, que pode ser lido como uma metáfora de uma Argentina destroçada pelos implacáveis mecanismos da corrupção.
"A literatura forma parte da liberdade e dos sonhos.
E não podemos viver sem nenhuma destas coisas".
Tomás Eloy Martínez
Tomás Eloy Martínez, escritor e jornalista argentino, nasceu a 16 de julho de 1934, em Tucumán, Argentina, tendo falecido, aos 75 anos, vítima de cancro, a 31 de janeiro de 2010.
Formou-se em literatura espanhola e latino-americana na Universiddae Nacional de Tucumán. De 1957 a 1961 foi crítico de cinema do jornal La Nación, em Buenos Aires, e de 1962 a 1969 foi editor chefe da revista Primera Planta. De 1969 a 1970 tarbalhou como repórter em Paris.
Viveu exilado em Caracas, Venezuela, de 1975 a 1983, onde continuou a trabalhar como jornalista, fundando o jornal El Diario.
Martínez foi também professor na Universidade de Maryland.
Publicou inúmeros livros e, para além do prémio internacional do livro que hoje vos sugerimos, recebeu, em 2009, o Prémio Ortega Y Gasset de Jornalismo.
"A obra de Martínez é o
fenómeno literário latino-americano
mais importante desde Cem Anos de Solidão".
The New York Times
Bom fim de semana
e deixe a porta aberta
para o outono entrar