junho 14, 2013

VAMOS PARTILHAR ...

Sim, a partir de hoje e durante a próxima semana. Vamos partilhar
momentos,
imagens,
leituras,
mensagens,
projetos.
 
Os nossos dois blogues serão um só.
Hoje, vamos começar a partilhar com ...


MIA COUTO
PRÉMIO CAMÕES 2013
 
António Emílio Leite Couto, MIA COUTO, escritor moçambicano, vencedor do 25.º Prémio Camões, entregue na passada 2.ª feira, dia 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. 
Instituído por Portugal e o Brasil, este é o mais importante prémio atribuído na área literária a autores de língua portuguesa e a segunda vez que é atribuído a um escritor moçambicano. 
Para conhecer mais sobre o escritor clique aqui.
 
 
 
Porque hoje é 6.ª feira, deixamos-lhe como sugestão para o fim de semana a leitura de dois livros de Mia Couto. 

O primeiro é para si, o outro para partilhar em família.
 
 


 
VENENOS DE DEUS, REMÉDIOS DO DIABO
Mia Couto
Caminho
"O jovem médico português Sidónio Rosa, perdido de amores pela mulata moçambicana Deolinda, que conheceu em Lisboa num congresso médico, deslocou-se como cooperante para Moçambique em busca da sua amada. Em Vila Cacimba, onde encontra os pais dela, espera pacientemente que ela regresse do estágio que está a frequentar algures. Mas regressará ela algum dia?
Entretanto vão-se-lhe revelando, por entre a névoa que a cobre, os segredos e mistérios, as histórias não contadas de Vila Cacimba — a família dos Sozinhos, Munda e Bartolomeu, o velho marinheiro, o administrador, Suacelência e sua Esposinha, a misteriosa mensageira do vestido cinzento espalhando as flores do esquecimento."


 
Partilhe com os seus filhos este livro de literatura infantil, também, de Mia Couto.

 

 
O BEIJO DA PALAVRINHA
Texto de Mia Couto
Ilustrações de Danuta Wojciechowska
Caminho
"Este livro conta a história de Maria Poeirinha, menina pobre do interior, que nunca vira o mar. Muito doente, recebe o carinho da família e, principalmente, do irmão que, de uma forma emocionante, apresenta o mar a Poeirinha. É impossível não nos emocionarmos com a história. O livro tem ilustrações maravilhosas de Danuta Wojciechowska."
Livro recomendado pelo Plano Nacional de Leitura para o 4º ano de escolaridade. Leitura autónoma e/ou leitura com apoio dos professores ou dos pais.


 
Podemos partilhar consigo,
 estes e outros livros de Mia Couto,
 aqui, na sua Biblioteca Municipal. 
 
 
BOM FIM DE SEMANA 

 
 

junho 12, 2013

O que nos dizem os números?

Dizem-nos, que se lê mais na Marinha Grande!

Veja-se o gráfico, que apresentamos a seguir, que nos mostra o que tem vindo a ser a evolução da quantidade de livros requisitados no mês a que nos referimos - MAIO -, desde o ano de 2005 até 2013. Voltamos a chamar a atenção, que não foram recolhidos dados em 2012, devido a problemas técnicos com a nossa aplicação informática.



Quantidade de livros emprestados no mês de MAIO
Dados comparativos 2005 - 2013 





E, agora, fique a saber quais foram os livros mais lidos ao longo do mesmo mês - MAIO.
 
 
           N.º 1                         N.º 2         
           
       
N.º 3                         N.º 4  
         
 
 
N.º 5
 
 
Continue connosco
Continue a ler
 
 
 
 

junho 07, 2013

LEITURA DE FIM DE SEMANA


"Educação não transforma o mundo.
Educação muda pessoas.
Pessoas transformam o mundo"
                                                                                             Paulo Freire


 
Certamente não é este o planeta que quer deixar aos seus netos.
 
 
No passado dia 5 de junho comemorou-se o Dia Mundial do Ambiente e, amanhã dia 8, vamos comemorar do Dia Mundial dos Oceanos.
Sabendo que o Leitor tem consciência ecológica e, para sugestão de leitura de fim de semana, vamos  deixar-lhe um romance retirado da mostra bibliográfica patente ao público no átrio da sua biblioteca e cuja temática é a defesa do nosso planeta.  
 
 
O Perfume de Adão
Do escritor francês Jean-Christophe Rufin
Publicado pelas Edições Asa
 
 
 
Juliette é uma jovem ecologista, frágil e idealista. Ao participar numa operação, aparentemente inocente, para libertar animais em cativeiro num laboratório, vê-se envolvida numa perturbante conspiração que, em nome do planeta, escolhe como alvo a espécie humana. É que a sua missão incluía apoderar-se de um frasco cujo conteúdo é suficientemete perigoso para pôr em risco a vida na Terra... Paul e Kerry, dois ex-agentes da CIA que abandonaram os serviços secretos para retomar os estudos, ele de Medicina, ela de Psicologia, são recrutados por uma agência de informações priveligiadas encarregada do caso, mas a investigação mergulha-os no universo aterrador da ecologia radical e dos que a manipulam. De Cabo Verde aos Estados Unidos, da Polónia às metróples brasileiras, O Perfume de Adão desafia as nossas crenças mais profundas e revela os perigos que a teoria ecológica radical representa para o planeta que tanto defende.
 
 
"Uma obra que nos lembra os mestres Graham Greene e John le Carré"
                                                                                                  Le Poin
 
 
 
 

Jean-Christophe Rufin nasceu a 28 de junho de 1952 em Bourges. Aos 25 anos, depois de ter concluído os estudos em medicina, partiu para a Tunísia como cooperante e, em 1977, participou na sua primeira missão humanitária, na Eritreia, onde entrou clandestino.
Em 1986 foi escolhido para conselheiro do secretário de Estado dos Direitos Humanos e nesse mesmo ano publicou o seu primeiro livro, o ensaio Le Piège Humanitaire, sobre as questões políticas da ação humanitária.

Em 1991, assumiu a vice-presidência da organização humanitária Médicos Sem Fronteiras, cargo que exerceu até 1993, quando passou a conselheiro do Ministério da Defesa francês para as questões relacionadas com as relações Norte-Sul. Dois anos mais tarde, passou a ser  administrador da Cruz Vermelha francesa e ainda adido cultural no Brasil.
Ao longo de duas décadas o autor participou em ações humanitárias em países em guerra como a Nicarágua, o Afeganistão, as Filipinas, o Ruanda, e também na Europa, nos Balcãs, durante a crise Jugoslava.

A sua estreia como romancista foi em 1997 com L'Abyssin (O Abissínio), obra que ganhou o Prémio Goncourt para primeiro romance e o Prémio Mediterrannée, dois dos mais importantes galardões literários franceses.
Dois anos mais tarde, publicou o ensaio,  Les Causes Perdues (As Causas Perdidas), obra inspirada numa missão humanitária em que participou na Etiópia  e que lhe valeu outro prémio, desta vez o Interallié.
Em 2001 volta a ganhar o Prémio Goncourt com o romance Rouge Brésil (Pau Brasil).
Em 2003 com Globalia (Globália) deixou de lado os romances de cariz histórico para se aventurar numa história futurista, que tem por cenário uma sociedade perfeita que vive isolada do resto do mundo, ao estilo de 1984, de George Orwell. Paralelamente à sua carreira de escritor, Rufin mantém uma colaboração com o Instituto de Estudos Políticos de Paris, onde também estudou, e com a organização humanitária Action Contre la Faim. Foi ainda nomeado, em 2005, membro do conselho de administração do Conselho Superior do Audiovisual, em França, e foi igualmente embaixador da França no Senegal e na Gâmbia.

Em 2008 foi eleito para a Academia Francesa, tornando-se então o seu membro mais jovem.
 
 

 
Tenha um bom fim de semana e lembre-se,
 
Não Existe Planeta B




 
 


junho 03, 2013

 
Fique a conhecer as
atividades que programámos para este mês
 
 
 
 

maio 31, 2013

LEITURA DE FIM DE SEMANA

"As revoluções duram semanas, anos; depois, durante dezenas e centenas de anos, adoram-se como algo sagrado, esse espírito de mediocridade que as suscitou."
                                                                                                        Doutor Jivago 
 
 
Nesta primavera envergonhada e fria, a nossa sugestão de leitura de fim de semana vai levá-lo às gélidas paisagens da Rússia do início do século XX.
 


Do premiado autor russo Boris Pasternak

O Doutor Jivago

Edição do Jornal Público

  



1958, Boris Pasternak a celebrar
o seu Prémio Nobel da Literatura
com a sua mulher
Publicado pela primeira vez em Itália, em 1957, o romance foi rapidamente traduzido em inglês e em francês. E o excelente acolhimento da obra incomodou o regime soviético, que o acusou de traição e o ameaçou de prisão se voltasse a ter qualquer tipo de contacto com estrangeiros. 
A proibição da publicação de Doutor Jivago dentro da União Soviética vigorou até 1989, quando a política de abertura de Mikhail Gorbatchev, então líder da URSS, autorizou a publicação da obra. Somente nesse ano, os russos puderam conhecer a saga de Jivago.
O seu nome já constava da lista de prováveis nomeados da Academia Sueca desde o fim da II Guerra Mundial e em causa estava a sua obra poética. De 1946 a 1950, esteve sempre na "short-list" de candidatos. E voltou a ser colocado em 1957, ano em que o laureado foi Albert Camus, que, aliás, elogiou Pasternak no seu discurso na cerimónia de entrega do prémio.
Os rumores de que Pasternak poderia vir mesmo a ganhar o Nobel da Literatura,  causavam grande incómodo no interior da União de Escritores Soviéticos. E quando foi anunciado o vencedor de 1958 - "pelo seu importante feito tanto na lírica poética contemporânea como na área da grande tradição épica russa" - o incómodo transformou- se em perseguição.
Um dia depois de ter recebido o telegrama da Suécia, começou a aperceber- se dos efeitos do Nobel com a visita de um membro do departamento cultural do Comité Central do Partido Comunista, que lhe ordenou a recusa imediata do prémio, sob a ameaça de expulsão do país. Muitos anos depois, só com eclodir do colapso da ex-URSS, o diploma do Nobel chegou finalmente às mãos da família Pasternak, com o reconhecimento do Ministério da Cultura russo.
 
 
Que espécie de truque sujo é que terei feito,
serei um assassino, um vilão? /
Eu, que deixei o mundo inteiro
a chorar pela beleza da minha pátria”.
                                                     1959, poema de Pasternak, titulado “O Prémio Nobel”



 
O romance relata a vida do médico Yuri Jivago, desde a adolescência até à sua morte em Moscovo. A fuga para a Sibéria com a sua mulher Tonia Groméko, por causa dos acontecimentos revolucionários de 1905 e 1917 e a sua união a um grupo de guerrilheiros em luta contra "os brancos", são alguns dos momentos que se destacam no romance. A sua relação adúltera com Lara, uma enfermeira que se torna o grande amor da sua vida, mas com quem se desencontra várias vezes, por diversos motivos. O romance é uma crítica ao sistema comunista russo e um relato sobre o destino do intelectual russo, aliás, um dos temas importantes do autor. Constitui uma visão panorâmica do período histórico entre 1903 e 1923, decisivo na transformação da Rússia e da Europa.
Em O Doutor Jivago, a revolução é o verdadeiro protagonista; a personagem é testemunha dos acontecimentos aos  quais o destino a conduz.
 
 
 
  


Boris Pasternak nasceu a 10 de Fevereiro de 1890, em Moscovo. O seu pai era pintor e ilustrador de obras de Tolstoy e a sua mãe uma reconhecida pianista, pelo que a sua educação esteve sempre ligada às artes. Estudou Filosofia na Alemanha e regressou em 1914 ao seu país natal para se dedicar inteiramente à literatura.
Nesse mesmo ano, publica os seus primeiros poemas, que no entanto não lhe trazem qualquer tipo de notoriedade. É com a publicação de A Vida da Minha Irmã, em 1922, que o reconhecimento do público lhe será feito.
Durante a II Guerra Mundial, Pasternak vê-se obrigado a trabalhar numa fábrica de químicos, experiência que lhe servirá de inspiração para a sua obra mais famosa, Doutor Jivago (1957), romance com o qual ganhará o Prémio Nobel da Literatura em 1958, que foi impedido de aceitar por pressões do regime soviético.




30 de maio de 1960, Pasternak morreu na sua casa de Peredelkino, sentado no sofá de onde podia observar o retrato do seu mestre Tolstoi, pendurado na parede.
 
 
 
A obra foi adaptada ao cinema, em 1966, pelo realizador David Lean, com o ator Omar Sharif no papel principal e ainda os atores Julie Christie, Alec Guinness, Geraldine Chaplin, Rod Steiger, Tom Courtenay, Siobhan McKenna e Ralph Richardson.
Apontado como um dos 100 filmes mais importantes de todos os tempos, Doutor Jivago, vencedor de cinco Oscares, pode ser visionado por si na Sala de Audio Vídeo.
 
São só boas razões para sair de casa,
dar um passeio, requisitar o livro
 e até, quem sabe, ver o filme.
 
 
Bom fim de semana





 

maio 27, 2013

LUIZ-MANUEL 1935-2011





Romance da Fábrica Velha
 
Só cinza na grelha
Esfarrapou-se o mito
A Fábrica Velha
Já não tem apito
 
Pálida centelha
Do antigo grito
A Fábrica Velha
Já não tem apito
 
Telhado sem telha
Futuro sem fito
A Fábrica Velha
Já não tem apito
 
Já foi sem parelha
Foi quase granito
A Fábrica Velha
Já não tem apito
 
Memória vermelha
Do antigo rito
A Fábrica Velha
Já não tem apito
 
Já não tem apito
 
            Luiz-Manuel,
 in Um Pirilampo no Inverno [dedicado a Álvaro Órfão]





Luiz-Manuel, pseudónimo literário de Luiz Manuel Ferreira dos Santos, nasceu na Marinha Grande a 15 de dezembro de 1935. Muito cedo começou a trabalhar, conseguindo emprego no Sindicato Vidreiro. Emigrou para a Suíça, para a região de Lausana em dezembro de 1962. Segundo o autor foi um exílio voluntário por motivos políticos, dado que já tinha sido preso por duas vezes pela policia política.
Em Lausana casou e a par da sua atividade profissional de contabilista, escreveu poesia em português e em francês, bem como traduziu para o francês inumeros poetas portugueses, entre eles Manuel Alegre, José Gomes Ferreira, José Bento.
Colaborou na antigo semanário marinhense "O Correio", com uma página dedicada à poesia intitulada "O País do Poema".
Foi convidado, em 1999,  pelo Instituto Camões para integrar o grupo de poetas portuguese da diáspora que vieram a Portugal falar e ler poemas seus, publicados depois num número especial da revista Tabacaria, precedidos de uma apresentação do diretor da revista, o poeta Nuno Júdice.
Luiz-Manuel foi membro da Associação Portuguesa de Escritores, do PEN CLUBE PORTUGUÊS, da Associação Portuguesa de Tradutores, da Association Vaudoise des Écrivains de Lausana e da Association des Traducteurs Littéraires de France.
Em 2001, já reformado, passou a dedicar-se inteiramente à escrita e ao associativismo.
 
 
 
 
A 27 de maio de 2011 Luiz-Manuel faleceu na Suíça. Por sua vontade foi cremado e as suas cinzas foram deitadas ao mar de S. Pedro de Moel, junto ao Farol do Penedo da Saudade, a 30 de junho desse ano, numa cerimónia pública de homenagem.
 
 
Ases do Marketing
 
Vou morrer por causa disto
Diz o Jesus
Já meio Cristo
 
Hás-de ser sempre o mesmo
Gaita vê lá se mudas
Diz o sacana do Judas
 
Que eu
por trinta dinheiros
Sou capaz de te vender a ti
E mais um seguro contra terceiros.
                                                                                      Luiz-Manuel, in Maquinais
 
 


A Biblioteca Municipal dispõe da bibliografia do autor para empréstimo domiciliário.
O Leitor só tem de sair de casa e visitar-nos.

Esperamos por si




maio 24, 2013

LEITURA DE FIM DE SEMANA





Dia de sol, mar azul, cadeira vazia ...
só à espera do leitor com
a nossa sugestão de leitura de fim de semana.
 
 
 
E a nossa sugestão de leitura de hoje é retirada da mostra bibliográfica dedicada aos autores marinheses e que se encontra patente ao público no átrio de entrada da Biblioteca Municipal.
 
 O segredo de Martinica
de Fernando L. Silva
da Chiado Editora
 
 
 

Portugal, 1970. João Frias regessou à sua aldeia depois de longos anos em Lisboa. Ainda jovem, é forçado a abandonar o país. O motivo prende-se com o desaparecimento de um homem, cuja motorizada foi encontrada na sua propriedade. Com o passado ligado ao contrabando, ser indiciado e investigado era algo que não lhe interessava.
Esclarecer o caso pelos seus meios, ou esperar que alguém o esclareça, são as alternativas possívies para este cidaão de Algures de Baixo. Até lá, o abrigo longínquo em casa de velhos amigos parece-lhe a melhor solução.

 
 
 
 
Fernando Luiz Oliveira da Silva nasceu na Marinha Grande, a 10 de fevereiro de 196,2 no quarto nº 4 da Clínica D. Dinis. Segundo ele, tudo começou num terrível equívoco: nasceu à experiência e levaram-no logo a sério. Para não estar clandestino, arranjaram-lhe um nome. Quando abriu os olhos e percebeu onde estava, começou a gritar "não valeu, não valeu!", mas a falta de dentes tornou completamente impercetível a sua revolta. Quis fugir, mas a alcofa era alta. Uns dias mais tarde passaram-no para uma cama de grades - percebeu então que estava preso.
No início, conformou-se, mergulhando num ensaio complicado - palrar a língua de Camões. Depois veio a era do "equilíbrio", ou seja, aguentar de pé sem alterar o formato da cabeça. Mais tarde, triciclo, bicicleta e patins.
Para uma fase posterior, estava guardada a mais curiosa de todas as missões - ser português em Portugal, especialmente entre janeiro e dezembro, inclusivé, nos anos bissextos.

 
 
 
Bom fim de semana 
com mistério, humor e aventura
 


maio 22, 2013

PARABÉNS NUNO JÚDICE


DICÇÃO
Vou falar em português,
com cada vogal no seu lugar, dita
com toda a clareza,
uma de cada vez. Assim,
não comendo os és nem os is,
e pondo cada ó, aberto
ou fechado, dentro da sílaba
que lhe cabe, o português
fica com os pontos nos is,
para que o ouvido perceba
o que é dele,
e quem o escreva saiba
que a letra escrita
não vai ser letra morta
na boca
de quem lhe abra a porta.
                                                                                                           Nuno Júdice
 
 

 
No Dia do Autor Português, a Biblioteca Municipal dá os parabéns a Nuno Júdice,  que foi no passado dia 16 de maio, galardoado com o Prémio Rainha Sofia de Poesia Iberoamericana, que reconhece o conjunto de uma obra de um autor vivo, cujo valor literário constitui uma contribuição relevante ao património cultural Ibero-Americano.
O galardão, atribuído pelo Património Nacional e pela Universidade de Salamanca e dotado com 42.100 euros, celebra este ano a sua XXII edição e é considerado o mais prestigiado deste género no universo Ibero-Americano.
 
 


Poeta, ensaísta e académico, nasceu a 29 de Abril de 1949, no Algarve, em Mexilhoeira Grande.
Licenciou-se em Filologia Românica pela Universidade de Lisboa e obteve o grau de Doutor pela Universidade Nova, onde é Professor Catedrático, apresentando, em 1989, uma dissertação sobre Literatura Medieval.
Foi nomeado, em 1997, Conselheiro Cultural da Embaixada de Portugal e Director do Instituto Camões em Paris, cargos que exerceu até fevereiro de 2004. Publicou antologias, edições de crítica literária, estudos sobre Teoria da Literatura e Literatura Portuguesa e mantém uma colaboração regular na imprensa. Foi o responsável pela Língua e Cultura Portuguesa, na organização do Pavilhão Português, na Exposição de Sevilha, em 1992, bem como pela área de Literatura, na Sociedade Portugal-Frankfurt, em 1997. Organizou a Semana Europeia da Poesia, no âmbito da Lisboa 94 - Capital Europeia da Cultura.
Exerce uma atividade regular de crítica e ensaística literária, quer no âmbito das atividades universitárias, quer em jornais, como o Expresso e o JL - Jornal de Letras, Artes e Ideias. Foi Diretor da revista literária Tabacaria, editada pela Casa Fernando Pessoa.
É um dos responsáveis pelos Seminários colectivos de tradução de poesia, que se realizam duas vezes por ano no Palácio de Mateus, no Norte de Portugal, e membro permanente do júri do Prémio D. Dinis da Fundação Casa de Mateus.
 


Lusofonia
rapariga: s.f., fem. de rapaz; mulher nova; moça; menina; (Brasil), meretriz.
 
Escrevo um poema sobre a rapariga que está sentada
no café, em frente da chávena do café, enquanto
alisa os cabelos com a mão. Mas não posso escrever este
poema sobre essa rapariga porque, no Brasil, a palavra
rapariga não quer dizer o que ela diz em Portugal. Então,
terei de escrever a mulher nova do café, a jovem do café,
a menina do café, para que a reputação da pobre rapariga
que alisa os cabelos com a mão, num café de Lisboa, não
fique estragada para sempre quando este poema atravessar
o atlântico para desembarcar no Rio de Janeiro. E isto tudo
sem pensar em África, porque aí lá terei
de escrever sobre a moça do café, para
evitar o tom demasiado continental da rapariga, que é
uma palavra que já me está a pôr com dores
de cabeça até porque, no fundo, a única coisa que eu queria
era escrever um poema sobre a rapariga
do café. A solução, então, é mudar de café, e limitar-me a
escrever um poema sobre aquele café onde nenhuma rapariga se
pode sentar à mesa porque só servem cafés ao balcão.
                                                                                                   Nuno Júdice
 


 

A sua estreia literária deu-se em 1972 com A Noção de Poema. Em 1985 recebeu o Prémio Pen Clube, e em 1990 o Prémio D. Dinis da Casa de Mateus. Em 1994 a Associação Portuguesa de Escritores, distinguiu-o pela publicação de Meditação sobre Ruínas, finalista do Prémio Europeu de Literatura Aristeion. Assinou ainda obras para teatro e traduziu autores como Corneille e Emily Dickinson.
Nuno Júdice recebeu ainda o Prémio de Poesia Pablo Neruda e o Prémio da Fundação da Casa de Mateus.
Em 2004 recebeu o Prémio Literário Fernando Namora, pelo romance O Anjo da Tempestade , e em 2005, foi a vez de receber o Prémio Cesário Verde "Consagração", pela sua obra O Estado dos Campos.
Em 2007 foi galardoado com o Prémio Nacional de Poesia Ramos Rosa.


Até ao fim
Mas é assim o poema: construído devagar,
palavra a palavra, e mesmo verso a verso,
até ao fim. O que não sei é
como acabá-lo; ou, até, se
o poema quer acabar. Então, peço-te ajuda:
puxo o teu corpo
para o meio dele, deito-o na cama
da estrofe, dispo-o de frases
e de adjetivos até te ver,
tu,
o mais nu dos pronomes. Ficamos
assim. Para trás, palavras e versos,
e tudo o que
não é preciso dizer:
eu e tu, chamando o amor
para que o poema acabe.
                                                           Nuno Júdice


 
Foram três os poemas de Nuno Júdice que vos  deixamos aqui. Os outros, bem como os seus romances,
o leitor poderá encontrá-los
na sala de leitura da sua Biblioteca.

 
Visite-nos



 

maio 17, 2013

LEITURA DE FIM DE SEMANA

O Dia Nacional de Luta Contra a Obesidade é celebrado no penúltimo sábado do mês de maio (18/05/2013e visa sensibilizar a população para o problema da obesidade, das doenças a ela associadas e consequentes implicações na saúde humana.
A data pretende ainda promover a prática de exercício físico, de forma a prevenir o aumento da obesidade, em especial a infantil e juvenil, e incentivar a adoção de hábitos alimentares saudáveis.
 
 
 
Considerada pela Organização Mundial de Saúde, como a "epidemia do século XXI", a obesidade é uma doença crónica de armazenamento excessivo de gordura corporal. Encarada como um dos maiores problemas de saúde pública mundiais, a obesidade é considerada como a segunda causa de morte passível de prevenção, logo a seguir ao tabagismo.


Apesar da incidência ter aumentado para o triplo nos últimos vinte anos, o tratamento da patologia continua a não ser comparticipado, e o SNS só consegue tratar os casos muito graves, a denominada "obesidade mórbida".
 
Os problemas decorrentes da obesidade ultrapassaram a questão estética. A patologia está relacionada com um maior risco de doenças e de mortalidade precoce. Das doenças associadas, destacam-se a diabetes tipo 2 e as doenças cardiovasculares. A diabetes tipo 2, que em cerca de 80 por cento dos casos ocorre em obesos, tem prevalência crescente e, neste momento, já atinge crianças e adolescentes. As doenças cardiovasculares relacionam-se com estas duas condições - obesidade e diabetes - e são, a par do cancro, uma das grandes causas de mortalidade precoce.
Em Portugal, a obesidade foi reconhecida oficialmente como doença crónica a 25 de Março de 2004.
 
 
Não querendo deixar passar em claro esta data tão importante para a nossa qualidade de de vida,  nunca é demais lembrar, que no nosso país existe já mais de um milhão e meio de obesos, a quem o Serviço Nacional de Saúde não consegue dar uma resposta adequada.
 
Sendo assim, a Biblioteca Municipal deixa-lhe algumas dicas: 
 
Ilustração de Marius Van Dakkum
 
  • Esta nossa leitora está a fazer a renovação dos seus livros por telefone. Claro que é cómodo, mas por que não aproveitar para fazer um passeio pelo Parque da Cerca, vir à Biblioteca Municipal e fazê-lo no nosso balcão de atendimento?
  • Está provado que ver televisão pode engordá-lo até 6 kg por ano. Saia de casa, traga o marido, estacione o carro bem longe da Biblioteca Municipal e faça o tal passeio a pé. Venha até cá ler o jornal e, quem sabe, requisitar um livro que o vai ajudar a voltar ao seu peso ideal!
 
Comer sem prazer é, sem dúvida, um sacrifício.
Mas, uma alimentação saudável, sem gordura, não significa apenas peitos de frango, peixe grelhado ou cozido, sem tempero, saladas sem molhos e ausência de sobremesa.
 
Só consegue perder peso eficazmente se alterar para sempre os seus hábitos alimentares e o seu estilo de vida. Esta ideia vai ao encontro do significado original de "dieta". A palavra vem do grego "diaita" e significa modo de vida - o que inclui a alimentação e o exercício físico.
 
 
Uma dieta magra pode ser deliciosa!
 
O leitor não sabe como?
 
As nossas sugestões de leitura de fim de semana vão ajudá-lo.
 
 

O Chef Henrique Sá Pessoa juntou-se ao médico Fernando Póvoas para nos apresentar receitas práticas, deliciosas e rápidas, onde os legumes são o ingrediente em destaque.
O Dr. Fernando Póvoas despiu a bata e vestiu o avental para nos dar os seus conselhos alimentares e explicar a importância dos legumes, enquanto elemento essencial de uma alimentação equilibrada.
Um livro indispensável para melhorar a sua alimentação.

Mais de 150 receitas sem gordura para uma alimentação saudável e deliciosa.
A sua autora, Sue Kreitzman, é considerara "a rainha da cozinha saudável" pelo Times.
Existem muitas razões para optar por uma alimentação sem gorduras. É um método inteligente, saudável  e natural de controlar e manter o peso. Uma dieta magra é uma necessidade para quem tem problemas de saúde, como doenças cardíacas, níveis elevados de colesterol, diabetes, entre outros.


 
Desta vez não lhe vamos deixar uma receita deliciosa!
Saia de casa, faça um passeio a pé até à Biblioteca Municipal e requisite um destes livros.
 
Bom Fim de Semana e Mexa-se
 



 

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