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junho 16, 2023

PRÉMIO EUROPEU DE PATRIMÓNIO CULTURAL EUROPA NOSTRA

 



No dia 13 de junho, trinta projetos de 21 países foram distinguidos com os Prémios Europeus do Património Cultural Europa Nostra. Quatro são portugueses.

Entre os vencedores, está o projeto de investigação da "Arte-Xávega", promovido pela Câmara Municipal de Cantanhede. Este projeto dá a conhecer as práticas exemplares da salvaguarda da "Arte-Xávega", um dos últimos exemplos da pesca artesanal e sustentável na União Europeia.

No próximo dia 28 de setembro, os vencedores deste prémio serão homenageados na cerimónia europeia, no Palazzo del Cinema, em Veneza, Itália.


A nossa sugestão de leitura para o seu fim de semana mostra-nos a 

História e Imagens da Arte-Xávega na Praia da Vieira 




Este livro revela-nos uma das mais características formas de pesca do litoral português, a arte-xávega e que ainda hoje se pratica no nosso concelho, mais precisamente na Praia da Vieira.
A partir da coleção fotográfica de Dora Landau, e do vieirense Vergílio Guerra Pedrosa e outros, este livro representa um esforço no sentido de compreender as transformações por que passou o exercício da pesca com artes de xávega ao longo dos séculos XIX e XX.





"(...) Muitas gerações ficaram marcadas pela valentia e bravura que os pescadores mostravam quando, mesmo em condições de mar adverso, se arriscavam a ir procurar o seu ganha pão no mar.
E quem não se lembra da azáfama da recolha das redes com a correria das juntas de bois, dos gritos dos pescadores e, também, de populares ajudando nessa recolha e da alegria de todos quando viam na praia, por entre reflexos prateados saltarem quintais e quintais de sardinha e carapau."
Álvaro Neto Órfão
Presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande de 1993 a 2005



Bom Fim de Semana


março 24, 2023

AS PESSOAS INVISÍVEIS



José Carlos Barros nasceu a 19 de julho de 1963, em Boticas.
É licenciado em Arquitetura Paisagista pela Universidade de Évora. Vive e trabalha no Algarve, em Vila Nova de Cacela. Tem exercido atividade profissional no âmbito do ordenamento do território e da conservação da natureza e foi diretor do Parque Nacional da Ria Formosa. Foi também técnico superior do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina e da Direção Regional do Ambiente do Algarve. Foi ainda vereador municipal na Câmara Municipal de Vila Real de Santo António e deputado na Assembleia da República de 2015 a 2019.

Recebeu vários Prémios Literários:
  • Prémio Nacional de Poesia Sebastião da Gama
  • Prémio Guerra Junqueiro
  • Prémio Literário Vila de Fânzeres
  • Prémio de Poesia Fernão de Magalhães
  • Prémio Leya 2021 por unanimidade e numa prova cega.

"Este livro foi escrito em dez anos. Se não tivesse ganho este prémio, como diria aos meus netos que o avô tinha estado dez anos da sua vida a escrever um livro que ninguém ia ler. Fico contente que por causa do prémio o livro seja falado, mas principalmente lido."


E é o romance vencedor do Prémio Leya 2021, 
As pessoas Invisíveis 
a nossa sugestão de leitura para o seu fim de semana


Em 1980, é encontrado em Berlim um caderno que relata a descoberta, em terras portuguesas, de uma jazida de ouro, segredo que levará o leitor aos anos da Segunda Guerra Mundial, à exploração de volfrâmio e à improvável amizade de um engenheiro alemão com o jovem Xavier Sarmiento, que descobre ter o dom de curar e se fascina com a ideia de Poder. É a sua história, de curandeiro e mágico a temido chefe das milícias, que acompanharemos ao longo do romance, assistindo às suas curas e milagres, bem como aos amores clandestinos e à fuga para África.
Percorrendo episódios da vida portuguesa ao longo de cinco décadas - das movimentações na raia transmontana, durante a Guerra Civil de Espanha, à morte de Francisco Sá Carneiro, As Pessoas Invisíveis é também a revisitação de um dos eventos mais trágicos e menos conhecidos da nossa história colonial: o massacre de um grande número de nativos forros, mostrando como o fim legal da escravatura precedeu, em muitas dezenas de anos, a sua efetiva abolição.



"E este pensamento unia-o à jovem magricela numa cumplicidade que não estava ainda preparado para compreender, embora lhe parecesse cada vez mais certo que há muitas pessoas no mundo que são invisíveis e que quase nenhuma sabe da invisibilidade das outras."








fevereiro 17, 2023

À PROCURA DO SEU EU INTERIOR


 Comece por espreitar atrás das almofadas do sofá.
É onde tudo se encontra, do comando da televisão 
ao verdadeiro eu!



Passagem para a Índia

"A Serra Nevada é o destino preferido para quem quer esquiar e ficar com um pantone Cinha Jardim na tez, em pleno mês de fevereiro (se é, ou foi, banqueiro, onde se lê "Serra Nevada" deve ler-se "Alpes Suíços"). Nova Iorque ou Tóquio são destinos de eleição para quem aprecia grandes metrópoles. O Brasil é a escolha certa para quem fica "doidão" com o Carnaval (quem fica maluco com o Entrudo mas tem menos orçamento pode ficar pela Mealhada, e ainda come leitão). (...)
O mesmo acontece se dissermos que a Índia é o destino número um para quem procura o seu eu interior. E é isto que eu não consigo entender.
Porquê a Índia?! As associações Serra Nevada-snowboard, Nova Iorque-agitação Rio de Janeiro-sambódromo são coisas que entendo com facilidade. Já a ligação entre a Índia e a autodescoberta custa-me mais a entender.
Normalmente, procuramos as coisas em lugares onde já estivemos. Se perdi a carteira, volto ao estabelecimento onde almocei para perguntar se alguém a viu. Se nunca pus os pés na Índia, por que raio me passa pela cabeça que o meu verdadeiro eu tenha ficado lá? Era mais provável encontrá-lo em Trás-os-Montes, na aldeia de um trisavô, do que num ponto remoto da Índia. Há um sem-fim de motivos para viajar até à Índia: visitar o Taj Mahal, ver de perto o rio Ganges, comer um chicken tikka masala melhor do que aquele do indiano na Almirante Reis, enfim...  (...).
Já todos perdemos um amigo para a Índia. Se ainda não vos aconteceu, deverá estar para breve. E preparem-se, porque é terrível para todas as pessoas que o rodeiam. (...)"


Com a nossa
sugestão de leitura para este fim de semana
vai conseguir descobrir o seu eu interior 
sem precisar de gastar dinheiro numa viagem à Índia.





Ao longo destas páginas vai encontrar conselhos muito úteis para pensar positivo em todas as situações (sim, até na Loja do Cidadão quando faltam 167 senhas), ideias peregrinas para cultivar a sabedoria, a auto-estima, o amor-próprio (e tudo o mais que queira cultivar, quem sabe uma horta caseira...)
Este livro vai dizer-lhe a verdade. E a verdade é como as vacinas: na maioria das vezes dói.
No fundo, este livro é o equivalente àquele amigo muito sincero que lhe diz as verdades todas na cara. É um trabalho sujo, mas alguém tem de o fazer.



Joana Marques nasceu em Lisboa no dia 3 de janeiro de 1986. Seis anos mais tarde, graças à ajuda de uma mental coach, vulgo professora primária, conseguiu aprender a escrever. A partir daí, manteve o foco, acreditou em si, teve pensamentos positivos e nunca mais parou. Escreveu post its, cartas, livros de reclamações e, também, de forma profissional. Guionista desde 2007, foi autora e apresentadora, com Daniel Leitão, do programa Altos&Baixos e, também, na sua versão ao vivo. Faz parte da equipa do programa As Três da Manhã na Rádio Renascença, onde é responsável pela rubrica "Extremamente Desagradável". Era o elemento mais baixo da equipa de autores do programa Gente que não sabe estar, de Ricardo Araújo Pereira.
Foi nomeada Personalidade Feminina Rádio 2019 pela Revista Lux.
Em 2022 recebeu o Globo de Ouro de Personalidade do Ano Digital na categoria Entretenimento.
Viver cada dia como se fosse o último parece perigoso, por isso gosta de viver cada dia como se fosse o primeiro. Gosta de observar o mundo como se tivesse acabado de cá aterrar.
Podemos ler a sua coluna na revista Visão, todas as quintas-feiras, na sala de periódicos da Biblioteca Municipal. 
Desiludida com os livros de auto-ajuda, resolveu escreveu um livro de anti-ajuda, que hoje sugerimos como leitura de fim de semana e que faz parte da mostra bibliográfica O Humor na Literatura, patente no átrio da Biblioteca Municipal.




"Se toda a gente fundisse os fusíveis nesta loucura da autodescoberta quando pisasse solo indiano, os Da Vinci nunca teriam conseguido escrever essa obra-prima que dá pelo nome de Conquistador. O poema iria só até Angola, Moçambique, Goa e ... parou aí. Já não havia Macau para ninguém, nem Timor tão-pouco. Chegavam à Índia e não queriam conhecer mais nada."








fevereiro 03, 2023

SE A VIDA É APENAS UMA PASSAGEM, SOBRE ESSA PASSAGEM, AO MENOS, SEMEEMOS FLORES




"Os meus vizinhos são determinados. Não têm preocupações, não se apaixonam, não roem as unhas, não acreditam no acaso, não fazem promessas nem barulho, não têm segurança social, não choram, não procuram as chaves nem os óculos, o telecomando, os filhos ou a felicidade.
Não leem, não pagam impostos, não fazem dieta, não têm preferências, não mudam de opinião, não fazem a cama, não fumam, não fazem listas, não pensam duas vezes antes de falar. Não têm substitutos. 
Não são graxistas, ambiciosos, rancorosos, sedutores, mesquinhos, generosos, invejosos, desleixados, sublimes, curiosos, viciados, avarentos, sorridentes, maliciosos, violentos, apaixonados, mal-humorados, hipócritas, dóceis, duros, mudos, maus, mentirososladrões, jogadores, corajosos, falsos, crentes, pervertidos, otimistas.
Estão mortos.
A única diferença entre eles é a madeira do caixão: carvalho, pinho ou mogno."


O romance que hoje sugerimos para 
leitura do seu fim de semana
venceu os prémios Maison de la Press e o Prix des Lecteurs.
Está traduzido em mais de trinta línguas. 
Em Itália, no ano da sua publicação, foi o livro mais vendido.
Em 2018 foi adaptado ao teatro por Mikaël Chirinian e Caroline Rochefort,
Irá ser adaptado em televisão numa minissérie. 




Violette Toussaint é guarda de cemitério numa pequena vila da Borgonha. A sua vida é preenchida pelas confidências - comoventes, trágicas, cómicas - dos visitantes do cemitério e pelos seus colegas: três coveiros, três agentes funerários e um padre. E os seus dias pareciam ser assim para sempre. Até à chegada do chefe de polícia Julien Seul, que quer deixar as cinzas da mãe na campa de um desconhecido.
A história de amor clandestino da mãe daquele homem afeta de tal forma Violette, que toda a dor que tentou calar vem ao de cima. É tempo de descobrir o responsável pela tragédia que afetou a sua vida.
Atmosférico, tocante e - tantas vezes - hilariante, este é um romance de vida: dos que partiram e vivem em nós, da luz que se pode revelar mesmo na mais plena escuridão. Porque às vezes basta a simplicidade de um gesto, basta a frescura da água viva para nos devolver ao mundo, a nós mesmos e aos outros.

" O poder desta história é extraordinário.
Há muito tempo que não lia um romance tão bem escrito"
                                                                                                     Wall Street Journal


Valérie Perrin nasceu a 19 de janeiro de 1967 em Remiremont, Vosges e é atualmente uma das autoras mais importantes do panorama literário francês.
Foi fotógrafa de cena e cenógrafa e a nossa sugestão de leitura para o seu fim de semana, é o seu segundo romance, o primeiro publicado em Portugal.


"Os gatos vêm roçar-se nas minhas pernas. De momento, há onze a viver no cemitério. Cinco deles pertenciam a defuntos, pelo menos é o que me parece, pois surgiram no dia dos funerais de Charlotte Boivin (1954-2010), Olivier Feige (1965-2012) ...
Em geral, os visitantes gostam de encontrar os gatos no cemitério. Muitos dizem que os defuntos se servem dos felinos para enviarem sinais. Na campa de Micheline Clément (1957-2013) está escrito: " Se o paraíso existir, paraíso não será se eu não for aí recebida pelos meus cães e gatos"










setembro 23, 2022

AFINAL, O QUE ACONTECERA NESSE DIA 13 DE NOVEMBRO?

Maria Adelaide Coelho da Cunha aos 18 anos

"(...) era uma vez uma senhora muito rica que fugiu de casa, trocando o marido, escritor e poeta, por um amante. Tinha 48 anos, pertencia à melhor sociedade portuguesa. O homem por quem esta senhora se mudou de um palácio lisboeta para um modestíssimo andar em Santa Comba Dão tinha praticamente metade da sua idade e fora seu motorista particular. O marido, entretanto dirigia o jornal de que era herdeira, o Diário de Notícias
Em consequência desta fuga e desta opção, a senhora foi internada num manicómio, e arcou com o diagnóstico de loucura que lhe foi aposto com assinaturas das maiores sumidades da psiquiatria da época, como Júlio de Matos, Egas Moniz e Sobral Cid. Depois, perdeu todos os seus bens. A seguir, foi interdita."


Manuela Gonzaga, escritora e historiadora, nasceu no Porto a 18 de março de 1951.  
Aos 12 anos foi para Moçambique e depois para Angola, tendo passado em África parte da adolescência e juventude. Foi ali que iniciou a sua atividade de jornalista, que abandonou em 2000 para se dedicar à escrita de investigação a tempo inteiro.
É historiadora com o grau de mestre em História pela Universidade Nova de Lisboa.
Tem cerca de 14 títulos publicados entre biografias, romances e contos.

"O meu processo de escrita da biografia de Maria Adelaide Coelho da Cunha: ‘Doida não e não!’  foi longo, moroso e exultante. Entre 2007 e 2009, quando o livro foi lançado no mesmo palácio de onde Maria Adelaide fugira quase cem anos antes, tive acesso a relatórios médicos detalhados, processos policiais, registos de tribunal, actas, bilhetinhos, cartas, diários, fotografias, livros publicados na época, assinados por psiquiatras, advogados, jornalistas, gente directa ou indirectamente envolvida na trama."



Esta história apaixonante que abalou a sociedade lisboeta na passagem dos anos 10/20 do século passado, inspirou também o cineasta Mário Barroso a realizar o filme "Ordem Moral" com a participação, entre outros, dos atores  Maria de Medeiros, Marcello Urgeghe e Albano Jerónimo.
O filme foi distinguido com 3 prémios pela Sociedade Portuguesa de Autores (Melhor Filme, Melhor Argumento e Melhor Ator - Marcello Urgeghe)



"(...) Pois eu teimo com o sr. dr. Alfredo da Cunha que não estou doida 
e hei-de provar que o não estou."



A história fascinante de Maria Adelaide Coelho da Cunha é a nossa 

Sugestão de Leitura 
para o seu Fim de Semana






agosto 26, 2022

LISBOA REYKJAVÍK

 


Yrsa Sigurdardóttir nasceu a 24 de agosto de 1963 em Reykjavík, Islândia.
Engenheira de formação e diretora de uma das maiores empresas de engenharia da Islândia, liderou um dos mais arrojados projetos hidráulicos do mundo: a abertura e a construção de gigantescos túneis no subsolo de lava do seu país, destinados ao aproveitamento da água do degelo de um glaciar e ao seu aprisionamento numa barragem.
Iniciou-se na escrita em 1998 e hoje os seus livros estão no topo das listas de bestsellers em todo o mundo, estando alguns deles já adaptados ao cinema e à televisão.
A nossa sugestão de leitura para o seu fim de semana venceu o Prémio Petrona 2015, atribuído ao melhor policial escandinavo.
A autora que já esteve em Portugal para o lançamento de um dos seus livros, escolheu Lisboa como ponto de partida para o romance que hoje divulgamos.



"- É uma beleza - murmurou, mas depois inclinou-se para a frente e franziu o sobrolho. Qualquer pessoa julgaria que o comandante estava embriagado; o iate parecia encaminhar-se perigosamente para perto da parede do porto, a uma velocidade por demais excessiva. Antes que pudesse dizer nem que fosse mais uma palavra, ouviu-se um guincho dilacerante. (...)
A coisa mais estranha de todas era a ausência de qualquer movimento a bordo. Não se avistava qualquer figura por trás das grandes janelas da ponte; não apareceu nenhum tripulante no convés como seria de esperar naquelas circunstâncias. (...)
Na altura em que alcançou o outro lado da entrada do porto, o iate acabara de embater contra o extremo de um dos pontões. Estava já a pensar numa longa e cansativa noite a preencher formulários quando o grande casco esmagou a madeira."




Um iate de luxo abandona o porto de Lisboa tendo como destino Reykjavík, na Islândia. Despedindo-se das temperaturas agradáveis da capital portuguesa, a bordo seguem sete pessoas que enfrentarão o frio mar daquele inverno, a caminho do norte. Porém, daí a alguns dias, quando o barco entra no porto de Reykjavík, ninguém é encontrado a bordo. O que aconteceu à tripulação e à jovem família que seguia nele ao zarpar de Lisboa? O que se terá passado em Lisboa, ou durante a viagem, que possa explicar o desaparecimento?
Este é o cenário do melhor e mais assustador romance escrito até hoje pela rainha do policial nórdico. Um mistério sobre a escuridão do oceano, Lisboa, a família, a fama, negócios obscuros e, como sempre, o mal e a conspiração do ódio.

Pintura de Witha Lacuesta









agosto 12, 2022

GANHOU O PRÉMIO NOBEL. ALGUM COMENTÁRIO PARA O JORNAL PRAVDA?

 

Boris Pasternak e Olga Invinskaya

"(...) Começou a escrever Doutor Jivago há quase dez anos e, embora tenha feito bastantes progressos, continua a sentir o desejo de poder voltar aos dias em que surgiu a ideia para o romance, quando a história parecia brotar de uma fonte inexplorada. (...)
Pouco depois da detenção de Olga, as autoridades tinham destruído vinte e cinco mil cópias da Antologia de Boris. (...) 
A censura crescente, em conjunto com a detenção da sua amante, incentivou Boris a terminar Doutor Jivago. Tinha-se retirado para o campo, para escrever, mas sentia-se incapaz de o fazer. Este bloqueio provocou uma ansiedade semelhante a picadas de agulha no peito."






1956. Boris Pasternak está a escrever Doutor Jivago, um livro controverso capaz de provocar dissensão na União Soviética. Com medo do seu poder subversivo, os soviéticos censuram-no e proíbem a sua publicação. Mas isso não impede que no resto do mundo a obra se transforme num bestseller... e numa possível sentença de morte para o autor.
A CIA está atenta aos acontecimentos e planeia utilizar o livro para influenciar a Guerra Fria a seu favor. Contudo, os agentes destinados a esta missão não são os espiões tradicionais. Duas secretárias - a charmosa e experiente Sally e a talentosa e novata Irina - são encarregadas da missão das suas vidas: devolver clandestinamente Doutor Jivago à URSS e utilizá-lo como arma de propaganda.
No entanto, esta não será uma missão fácil. Há pessoas dispostas a morrer por este livro - e agentes prontos a matar por ele. De Moscovo a Washington, de Paris a Milão, Isto Nunca Aconteceu retrata um momento único na história da literatura - contado com emoção e detalhes históricos cativantes.
E no coração deste romance inesquecível está a poderosa convicção de que o poder da palavra escrita pode transformar o mundo.






"Houve muitos livros a contribuir para tornar esta obra possível. 
Primeiro e acima de tudo, Doutor  Jivago, de Boris Pasternak, 
um romance tão relevante e essencial hoje como o foi à data da sua primeira publicação,
 por Giangiacomo Feltrinelli."



Lara Prescott nasceu em 1981 em Greernsburg, Pensilvânia, Estados Unidos da América. 
Estudou Ciências Políticas em Washington e trabalhou como consultora em campanhas políticas antes de se dedicar à escrita. 
O seu romance de estreia, Isto Nunca Aconteceu e que hoje sugerimos para Leitura de Fim de Semana, foi traduzido em mais de 30 línguas.
Foi ainda sugerido para o Prémio Egdar como Melhor Romance de Estreia, para o Goodreads Choice Awards e Best Debut Novel.
The Washington Post, Entertainment Weekly, Library Journal e  The New York Public Library recomendam-no como um dos melhores livros do ano.



"Isto Nunca Aconteceu é um romance sobre o poder da literatura, 
sobre um momento histórico em que os serviços de inteligência ocidentais 
acreditaram que um romance poderia alterar o curso da Guerra Fria".
                                                                                                        The Austin American-Statesman










julho 15, 2022

LIVROS DE FÉRIAS

Se está de férias, aceite a nossa sugestão de leitura.

Dentro deste livro vivem todos os escritores do mundo.

AUTOBIOGRAFIA é um romance que desafia o leitor ao diluir fronteiras entre o real e o ficcional, entre espaços e tempos, entre duas personagens de nome José, um jovem escritor e José Saramago. Este é provavelmente o melhor romance de José Luís Peixoto.

José Riço Direitinho, Jornal Público, 2019


Na Lisboa de finais dos anos noventa, um jovem escritor em crise vê o seu caminho cruzar-se com o de um grande escritor. Dessa relação, nasce uma história que mescla realidade e ficção, um jogo de espelhos que coloca em evidência alguns dos desafios maiores da literatura.

A ousadia de transformar José Saramago em personagem e de chamar Autobiografia a um romance é apenas o começo de uma surpreendente proposta narrativa que, a partir de certo ponto, não se imagina como poderá terminar. José Luís Peixoto explora novos temas e cenários e, ao mesmo tempo, aprofunda obsessões, numa obra marcante, uma referência futura.

Na preparação deste livro, José Luís Peixoto leu tudo o que lhe faltava ler na obra de José Saramago. E foi Pilar Del Rio, que também é personagem, a primeira leitora deste romance.


(...) uma história de encontros e desencontros numa atmosfera que às vezes lembra, em outro tempo e circunstância, a que José Saramago criou para contar a vida de Ricardo Reis e Fernando Pessoa durante o ano em que ambos morreram.
Pilar Del Rio



José Luís Peixoto nasceu em Galveias, em 1974.
É um dos autores de maior destaque da literatura portuguesa contemporânea. A sua obra ficcional e poética figura em dezenas de antologias, traduzidas num vasto número de idiomas, e é estudada em diversas universidades nacionais e estrangeiras.
Em 2001, acompanhando um imenso reconhecimento da crítica e do público, foi atribuído o Prémio Literário José Saramago ao romance Nenhum Olhar. Em 2007, Cemitério de Pianos recebeu o Prémio Cálamo Otra Mirada, destinado ao melhor romance estrangeiro publicado em Espanha. Com Livro, venceu o prémio Libro d'Europa, atribuído em Itália ao melhor romance europeu publicado no ano anterior, e em 2016 recebeu, no Brasil, o Prémio Oeanos com Galveias. As suas obras foram ainda finalistas de prémios internacionais como o Femina (França), Impac Dublin (Irlanda) ou o Portugal Telecom (Brasil). Na poesia, o livro Gaveta de Papéis recebeu o Prémio Daniel Faria e A Criança em Ruínas recebeu o Prémio da Sociedade Portuguesa de Autores. Em 2012, publicou Dentro do Segredo, Uma viagem na Coreia do Norte, a sua primeira incursão na literatura de viagens. Os seus romances estão traduzidos em mais de trinta idiomas. As suas mais recentes obras são Autobiografia (2019), na prosa, e Regresso a Casa (2020), na poesia.
Os seus romances estão traduzidos em mais de trinta idiomas.
Para saber mais sobre o autor: https://www.joseluispeixotoemviagem.com 
In Wook


Contar-me a mim próprio através do

 outro, contar o outro através de mim

 próprio, eis a literatura.

José Luís Peixoto


Para além do livro que sugerimos para leitura nas suas férias, deixamos também o convite para passar na Biblioteca Municipal e ver a exposição  

"José Saramago: Voltar aos passos que foram dados"








julho 01, 2022

VOCÊS NÃO ME CONHECEM

 


"(...) Por isso, aqui está a minha confissão. Já testemunhei sob juramento. Sobre a Bíblia Sagrada. Mas Deus sabe que o que lhes disse no banco das testemunhas não foi exatamente toda a verdade. Tinha algumas verdades, não me interpretem mal, muitas verdades, mas também tinha algumas coisas que talvez não fossem verdade. Mas era assim que o meu advogado queria. "Não importa a verdade", dizia, "mas sim aquilo em que conseguem acreditar".
Isso deixou-me aborrecido. Como posso jurar dizer a verdade e depois contar mentiras? Por isso, ontem à noite, enquanto tentava adormecer, pensei no assunto. Pensei muito. E quando acordei, não estava nada satisfeito, acreditem. Por isso, esta manhã, disse-lhe: "Mano, preciso de começar a dizer as coisas como são. Estas alegações finais são a minha última oportunidade".



Um  réu anónimo é acusado de homicídio. Imediatamente antes das alegações finais, o jovem decide dispensar o advogado e fazer a sua própria defesa. Conta-nos que o advogado o aconselhou a omitir algumas coisas. Às vezes, a verdade é demasiado difícil de explicar e nem sequer é verosímil, mas ele considera que, perante a perspetiva de ser condenado a prisão perpétua, o melhor mesmo será expô-la na íntegra.
Existem oito provas contra si. O réu passa em revista cada uma delas, deixando a sua vida nas mãos do leitor, que agora é membro do júri e é obrigado a manter uma mente aberta até conhecer o final da história.


"Nunca leram nada assim"
                                                       Financial Times



Imran Mahmood, nasceu em Liverpool em 1969. É advogado de defesa com mais de 20 anos de experiência. A sua especialidade são casos de crimes violentos, assim como fraude e crimes sexuais. 
O seu primeiro romance, que hoje sugerimos para leitura do seu fim de semana, foi selecionado, em 2018, para o Glass Bell Award. 
Em 2021, foi dramatizado pela BBC e no mês de junho estreou na Netflix, com argumento de Tom Edge, realizado por Sarmad Masud e como protagonistas os atores Samuel Adewunni e Badria Timimi.




"Nunca vai conseguir adivinhar o final"
                                                                                 THE SUN





junho 17, 2022

QUE LIVRO VOU LER?

 



Que livro vou ler?
São tantos os livros que por vezes o Leitor não sabe que livro ler.


Aceite a nossa sugestão de leitura para o seu fim de semana.
O escritor Stephen King diz que é
"um livro maravilhoso"

Francis Gleeson e Brian Stanhope são agentes da polícia de Nova Iorque e vizinhos num subúrbio da cidade. Não são amigos sequer, apenas colegas. Mas o que acontece na intimidade das suas casas - a solidão de Lena, a mulher de Francis; e a instabilidade de Anne, a mulher de Brian - vai ultrapassar as respetivas esferas familiares e marcar as vidas de todos durante décadas.
Pois embora os dois casais mantenham entre si uma relação tensa, os filhos, Kate Gleeson e Peter Stanhope, são os melhores amigos. Na verdade, amam-se desde que se conhecem. Há algo, porém, que os distingue profundamente. Enquanto Kate tem uma vida fácil e um lar acolhedor, Peter carrega o peso do mundo nos ombros, um peso que nenhuma criança deveria carregar.
E quando Kate tem treze anos e Peter catorze, as duas famílias envolvem-se num confronto devastador. Brutalmente separados, Kate e Peter não conseguem aceitar que terão de viver um sem o outro.






"Um poderoso romance sobre família, trauma e os momentos que definem uma vida. 
Os leitores vão adorar este livro tanto quanto eu"
                                                                    Meg Wolitzer






Mary Beth Keane é uma escritora americana de ascendência irlandesa. Nasceu a 3 de julho de 1977, no Bronx, Nova Iorque e frequentou a Barnard College e a Universidade da Virgínia. Recebeu a conceituada bolsa John S. Guggenheim para a escrita de ficção, bem como menções honrosas da National Book Foundation, PEN America e da Hemingway Society. Direi Sempre que Sim é o seu livro mais recente e foi um êxito junto da crítica e dos leitores, tendo entrado diretamente para a lista de livros mais vendidos do New York Times.
A adaptação para cinema e televisão está atualmente em desenvolvimento.






maio 20, 2022

AS VIÚVAS DE DOM RUFIA

"A rua estendia-se de gente. A fila das viúvas havia-se dissolvido no todo da multidão, assim que as gentes saíram de casa para a rua, mas logo que o cortejo arrancou voltou a unir-se, muito junta, como se fossem todos da família do morto. As viúvas de Dom Rufia iam juntas, algumas de braço dado, esquecendo a vergonhosa briga de instantes antes. Enchiam os lenços de desgosto, pensado, certamente, nos bons momentos que haviam passado com o falecido ou na paixão que ainda lhe tinham. Domitilia, Acélia, Joaquinita, Maria de Jesus, Cremilda, Mariana, Antónia do Preto e até Armindinho Costureira, vestido de viúva, cercaram a pobre tia, Maria Teresinha, e seguiam logo atrás do esquife."


Um romance irresistível e cheio de humor
cuja ação decorre no Alentejo no início de século XX e com personagens
 fascinantes e inesquecíveis 
é a nossa sugestão de leitura de fim de semana 




Conhecido por Dom Rufia desde moço, Firmino António Pote, criado sem recursos numa vila alentejana, promete a si mesmo tornar-se rico. Negando-se à dureza do trabalho do campo, divide durante anos a sua sobrevivência entre o ócio e alguns negócios frugais. Mas, já nos trinta, munido de assombrosa imaginação, bonito como poucos e gozando de uma enorme capacidade de persuasão, sobretudo entre as mulheres, lobriga várias maneiras de alcançar o seu objetivo, fingindo continuamente ser quem não é. Para isso, porém, é obrigado a viver em vários lugares ao mesmo tempo, dando a Juan de los Fenómenos, um velho chileno em busca de proezas sobre-humanas, a ilusão da ubiquidade.
Quando o corpo sem vida de Dom Rufia é encontrado no meio do campo, a recém-empossada Guarda Republicana não imagina as surpresas que o funeral reserva. O aparecimento de uma estranha carta assinada pelo tio do morto é só o princípio da desconfiança de que ali há mão criminosa.



Carlos Campaniço nasceu em Safara, no concelho de Moura em setembro de 1973.
É licenciado em Línguas e Literaturas Modernas, variante de Estudos Portugueses, pela Universidade do Algarve, onde obteve também o grau de Mestre em Culturas Árabe e Islâmica e o Mediterrâneo.
Os seus romances de época têm-se centrado nas comunidades e vivências rurais alentejanas, nas sociedades estratificadas de então e no seu imaginário coletivo.

Para além do romance que hoje sugerimos como leitura para o seu fim de semana, o leitor poderá requisitar outro romance do autor, Mal Nascer, que foi finalista do Prémio Leya em 2013 e galardoado, em 2014, com o Prémio Mais Literatura da revista Mais Alentejo.




"Até que o padre perguntou se alguém queria despedir-se dos restos mortais de Firmino. Maria Teresinha fez-lhe um pranto comovente e beijou-o demoradamente; o tio Homero deu-lhe um beijo na testa sem dizer palavra, mas muito trémulo de mãos; Cremilda, que estava próxima, deixou o braço do marido, e também o beijou, depois Acélia, depois Domilitia, depois Mariana, depois Maria de Jesus, depois Antónia do Preto, depois Joaquinita, depois Armindinho, sem coragem pública para o beijar, fez-lhe uma festa nas mãos que se cruzavam em cima do peito"










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