fevereiro 17, 2023

À PROCURA DO SEU EU INTERIOR


 Comece por espreitar atrás das almofadas do sofá.
É onde tudo se encontra, do comando da televisão 
ao verdadeiro eu!



Passagem para a Índia

"A Serra Nevada é o destino preferido para quem quer esquiar e ficar com um pantone Cinha Jardim na tez, em pleno mês de fevereiro (se é, ou foi, banqueiro, onde se lê "Serra Nevada" deve ler-se "Alpes Suíços"). Nova Iorque ou Tóquio são destinos de eleição para quem aprecia grandes metrópoles. O Brasil é a escolha certa para quem fica "doidão" com o Carnaval (quem fica maluco com o Entrudo mas tem menos orçamento pode ficar pela Mealhada, e ainda come leitão). (...)
O mesmo acontece se dissermos que a Índia é o destino número um para quem procura o seu eu interior. E é isto que eu não consigo entender.
Porquê a Índia?! As associações Serra Nevada-snowboard, Nova Iorque-agitação Rio de Janeiro-sambódromo são coisas que entendo com facilidade. Já a ligação entre a Índia e a autodescoberta custa-me mais a entender.
Normalmente, procuramos as coisas em lugares onde já estivemos. Se perdi a carteira, volto ao estabelecimento onde almocei para perguntar se alguém a viu. Se nunca pus os pés na Índia, por que raio me passa pela cabeça que o meu verdadeiro eu tenha ficado lá? Era mais provável encontrá-lo em Trás-os-Montes, na aldeia de um trisavô, do que num ponto remoto da Índia. Há um sem-fim de motivos para viajar até à Índia: visitar o Taj Mahal, ver de perto o rio Ganges, comer um chicken tikka masala melhor do que aquele do indiano na Almirante Reis, enfim...  (...).
Já todos perdemos um amigo para a Índia. Se ainda não vos aconteceu, deverá estar para breve. E preparem-se, porque é terrível para todas as pessoas que o rodeiam. (...)"


Com a nossa
sugestão de leitura para este fim de semana
vai conseguir descobrir o seu eu interior 
sem precisar de gastar dinheiro numa viagem à Índia.





Ao longo destas páginas vai encontrar conselhos muito úteis para pensar positivo em todas as situações (sim, até na Loja do Cidadão quando faltam 167 senhas), ideias peregrinas para cultivar a sabedoria, a auto-estima, o amor-próprio (e tudo o mais que queira cultivar, quem sabe uma horta caseira...)
Este livro vai dizer-lhe a verdade. E a verdade é como as vacinas: na maioria das vezes dói.
No fundo, este livro é o equivalente àquele amigo muito sincero que lhe diz as verdades todas na cara. É um trabalho sujo, mas alguém tem de o fazer.



Joana Marques nasceu em Lisboa no dia 3 de janeiro de 1986. Seis anos mais tarde, graças à ajuda de uma mental coach, vulgo professora primária, conseguiu aprender a escrever. A partir daí, manteve o foco, acreditou em si, teve pensamentos positivos e nunca mais parou. Escreveu post its, cartas, livros de reclamações e, também, de forma profissional. Guionista desde 2007, foi autora e apresentadora, com Daniel Leitão, do programa Altos&Baixos e, também, na sua versão ao vivo. Faz parte da equipa do programa As Três da Manhã na Rádio Renascença, onde é responsável pela rubrica "Extremamente Desagradável". Era o elemento mais baixo da equipa de autores do programa Gente que não sabe estar, de Ricardo Araújo Pereira.
Foi nomeada Personalidade Feminina Rádio 2019 pela Revista Lux.
Em 2022 recebeu o Globo de Ouro de Personalidade do Ano Digital na categoria Entretenimento.
Viver cada dia como se fosse o último parece perigoso, por isso gosta de viver cada dia como se fosse o primeiro. Gosta de observar o mundo como se tivesse acabado de cá aterrar.
Podemos ler a sua coluna na revista Visão, todas as quintas-feiras, na sala de periódicos da Biblioteca Municipal. 
Desiludida com os livros de auto-ajuda, resolveu escreveu um livro de anti-ajuda, que hoje sugerimos como leitura de fim de semana e que faz parte da mostra bibliográfica O Humor na Literatura, patente no átrio da Biblioteca Municipal.




"Se toda a gente fundisse os fusíveis nesta loucura da autodescoberta quando pisasse solo indiano, os Da Vinci nunca teriam conseguido escrever essa obra-prima que dá pelo nome de Conquistador. O poema iria só até Angola, Moçambique, Goa e ... parou aí. Já não havia Macau para ninguém, nem Timor tão-pouco. Chegavam à Índia e não queriam conhecer mais nada."








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