maio 11, 2022

O QUE É O ÍNDICE DE FELICIDADE?


"(...) Os papéis estavam ordenados em cinco ou seis pilhas: equações escritas à mão, gráficos, números soltos, o costume. Havia uma folha com uma tabela que ocupava toda a página. Não era uma coisa invulgar naquele quarto, mesmo nas paredes havia tabelas coladas com fita-cola. Mas, repara, o título desta tabela era: ÍNDICE DE FELICIDADE.
O que é isto?
Ele apenas respondeu: 
Estatísticas.  
Peguei na folha e voltei-a. A tabela continuava do outro lado. Era uma lista de países, 149 países, ordenados pelo Índice Médio de Felicidade. O primeiro da lista era a Costa Rica, o último o Togo. As linhas 127, 128, 129 e 130 da tabela - Bulgária, Burkina Faso, Congo e Costa do Marfim, respetivamente - tinham sido sublinhadas com marcador verde. 
O que é o Índice de Felicidade?, perguntei."




Índice Médio de Felicidade
 é um romance admirável e extremamente atual sobre um otimista, que luta até ao fim pela sua vida 
e pela felicidade daqueles que ama.


Em 2015 venceu o 
Prémio União Europeia para a Literatura
e em 2016 foi-lhe atribuído o 
Prémio Salerno Libro D'Europa
atribuído a autores com menos de 40 anos.



Em 2017 Índice Médio de Felicidade foi adaptado para cinema pelo realizador Joaquim Leitão, com argumento do próprio autor, David Machado, em parceria com Tiago Santos, fazendo parte do elenco, entre outros, os atores Marco D'Almeida, Dinarte de Freitas, Ana Marta Contente e Lia Gama.

Marco D'Almeida no papel de Daniel

Daniel tinha um plano, uma espécie de diário do futuro, escrito num caderno. Às vezes voltava atrás para corrigir pequenas coisas, mas, ainda assim, a vida parecia fácil - e a felicidade também. De repente, porém, tudo se complicou: Portugal entrou em colapso e Daniel perdeu o emprego, deixando de poder pagar a prestação da casa; a mulher, também desempregada, foi-se embora com os filhos à procura de melhores oportunidades; os seus dois melhores amigos encontram-se ausentes: um, Xavier, está trancado em casa há doze anos, obcecado com as estatísticas e profundamente deprimido com o facto de o site que criaram para as pessoas se entreajudarem se ter revelado um completo fracasso; o outro, Almodôvar, foi preso numa tentativa desesperada de remendar a vida.
Quando pensa nos seus filhos e no filho de Almodôvar, Daniel procura perceber que tipo de esperança resta às gerações que se lhe seguem. E não quer desistir. Apesar dos escombros em que se transformou a sua vida, a sua vontade de refazer tudo parece inabalável. Porque, sem futuro, o presente não faz sentido.


David Machado com o Prémio Salerno Libro D'Europa

David Machado nasceu em 1978 em Lisboa. É licenciado em Economia pelo Instituto Superior de Economia e Gestão.
Em 2005 foi o vencedor do Prémio Branquinho da Fonseca, da Fundação Calouste Gulbenkian e do jornal Expresso, com o livro infantil A Noite dos Animais Inventados. 
Os seus livros estão publicados em Itália, França, Brasil e Marrocos. Os seus contos foram publicados em antologias e revistas literárias em Itália, Alemanha, Noruega, Reino Unido, Islândia, Marrocos e Colômbia. Em 2016 David Machado integrou a delegação de autores portugueses presente na Feira do Livro de Leipzig.
Para além do romance premiado que hoje divulgamos, o Leitor pode encontrar na Biblioteca Municipal, mais dois romances disponíveis para empréstimo domiciliário:
  • Deixem Falar as Pedras
  • Debaixo da Pele

"(...) Três minutos depois, recebi um e-mail com a tabela. Passei o dedo pelos números no ecrã até encontrar o meu. Almodôvar, havia cinco países nos quais o valor médio de satisfação com a vida era igual a 5,7: Djibouti, Egipto, Mongólia, Nigéria, Portugal e Roménia. (...) É tão pouco. Elas terão pelo menos consciência de que é pouco? Sabem que a possibilidade de serem mais felizes existe, que é real? Estão a fazer alguma coisa para que isso aconteça? Têm um Plano?" 








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