Hoje é 6ª feira, é dia de lhe deixarmos mais uma sugestão de leitura de fim de semana. E porque para nós o Dia da Mulher deve continuar para além do dia 8 de março, escolhemos um livro que relata a vida de uma mulher, lutadora por grandes causas e convicções, ativista e ambientalista. Estamos a falar de Wangari Maathai, Prémio Nobel da Paz 2004.
"Wangari Maathai e o movimento Gren Belt demonstram a relação profunda entre o desenvolvimento sustentado dos riquíssimos recursos naturais de África, a Democracia, uma governação sensata e a paz. Estas são as soluções que trarão nova luz aos problemas do Continente Africano. Espero que o mundo apoie a sua visão de esperança".
"O relato de Wangari Maathai é direto, honesto e maravilhosamente escrito - um apaixonante retrato das dificuldades e triunfos da África Moderna, uma história universal de coragem, persistencia e sucesso perante as contrariedades".
Bill Clinton
"Sabemos ser extremamente importante a gestão dos recursos naturais na promoção da paz, e que muitas das guerras que hoje observamos devem-se aos recursos naturais. Se não gerirmos bem o meio ambiente as nossas próprias vidas estão ameaçadas".
Wangari Maathai
Wangari Maathai nasceu a 1 de abril de 1940 em Nyeri, Quénia, e teve a sorte de fazer parte da minoria que ia à escola. Com resultados excecionais nos estudos, ganhou uma bolsa do governo americano para ser admitida numa universidade americana. Foi durante esse período que Wangari tomou consciência da luta pelos direitos humanos, confessando ter sido influenciada pelos discursos de Martin Luther King: "A minha experiência nos Estados Unidos deu-me coragem para me erguer e não ter medo de fazer ouvir a minha voz".
Wangari fez um mestrado em Biologia, na Universidade de Pitsburg, tendo seguido para a Alemanha para trabalhar na tese de doutoramento. Voltou a África em 1971, onde concluiu o doutoramento em Anatomia Veterinária, na Universidade de Nairobi - foi a primeira mulher em toda a África Oriental a ostentar tal título académico.
Foi professora em diversas universidades no Estados Unidos, na Europa e no seu próprio país. Recebeu títulos honoríficos e graus académicos em várias instituições de todo o mundo. Pioneira da causa do meio ambiente e da conservação das florestas em África, foi a primeira mulher africana a receber, em 2004, o Prémio Nobel da Paz.
"O meio ambiente é muito importante para a paz, porque quando os nossos recursos se tornarem escassos, entraremos em guerra", disse a ativista à televisão estatal norueguesa, logo após receber o Prémio Nobel.
Membro ativo no Conselho Nacional das Mulheres do Quénia (1976-1987), foi também sua presidente (1981-1987), onde introduziu a ideia de plantar árvores para conservar o ambiente e melhorar a qualidade de vida. Fundou o Pan African Green Belt Network (1986), que levou as mulheres a plantarem mais de 30 milhões de árvores em quintas, escolas, igrejas. O seu gesto espalhou-se por outros países africanos, como a Tanzânia, Uganda, Malauí, Lesoto, Etópia.
Em 1989, o seu ativismo provocou a ira do antigo presidente Daniel Arap Moi, com quem se confrontou sobre o direito de construir apartamentos de luxo e uma estátua dele próprio, com a altura de um prédio de seis andares, no Parque Uhuru, o único espaço verde de Nairóbi.
Uma década mais tarde, Wangari envolveu-se numa outra guerra com Moi, que apoiava de novo a construção de um projeto habitacional de luxo na floresta de Karura. Durante o protesto, para impedir que buldozers deitassem as árvores abaixo, Maathai ficou ferida na cabeça, quando cerca de 200 homens, alegadamente contratados por Moi, atacaram os manifestantes com bastões. Maathai assinou a queixa policial com o sangue das suas próprias feridas.
Tornou-se igualmente conhecida internacionalmente pela sua persistente luta pela democracia, direitos humanos e conservação ambiental e sempre falou em nome de mulheres em sessões de organismos internacionais, como a ONU.
Foi eleita para o parlamento queniano e nomeada ministra assistente do Ambiente, Recursos e Vida Selvagem.
Wangari Maathai morreu a 25 de setembro de 2011 de cancro, aos 71 anos, em Nairóbi. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, emitiu um comunicado expressando pesar pela sua morte. Nos últimos anos, tinha cooperado com a ONU num projeto que visava plantar 1 bilião de árvores.
Wangari Maathai terá dito à sua família que não queria que nenhuma árvore fosse cortada para o seu caixão. Assim, os seus restos mortais foram colocados numa armação feita de bambu e fibras de jacinto, cobertos com a bandeira queniana e cremada no fim da cerimónia. O local da cremação foi o Uhuru Park, cuja destruição foi evitada devido aos seus esforços. No final das homenagens, os seus filhos e netos plantaram uma árvore no local que o ex-presidente queniano queria destruir para construir um arranha-céus.
"Pantar uma árvore foi a melhor ideia
que tive em toda a minha vida"
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Wangari Maathai
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