março 15, 2016

PARA MIM ÉS UMA PESSOA COMO AS OUTRAS




Colleen McCullough, de ascendência maori por parte da mãe,  nasceu a 1 de junho de 1937 em Wellington, Nova Gales do Sul, Austrália. Impedida de estudar medicina por não ter conseguido obter as bolsas de estudo que necessitava, tentou várias profissões - jornalismo, bibliotecária, ensino - até que um engenheiro seu amigo lhe falou de uma vaga de estagiária, que ia ser criada no departamento de neurofisiologia do Hospital Prince Alfred de Camperdown, S. S. W., o maior e mais antigo hospital da Austrália. Trabalhou como neurofisiologista na Austrália, em Londres, em Birmingham até ser convidada para o departamento de neurologia da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, onde investigou e ensinou durante uma década, de 1967 a 1976.
Foi em Yale que escreveu o seu primeiro livro, Tim (1974) que a Bertrand Editora, no passado dia 11 fez a sua reimpressão.

Com Tim, a autora traz-nos uma história de amor pouco convencional entre uma mulher de 43 anos, Mary Horton,  e um jovem lindíssimo de 25 anos, mas com "a cabeça de uma criança" de cinco anos, Tim Melville.
O seu romance de estreia foi, em 1979, adaptado ao cinema com Mel Gibson no papel de Tim. Mais tarde, em 1996, Glenn Jordan  realizou um telefilme, também baseado neste livro, com Candice Bergen e Thomas McCarthy nos papeis  principais.




Mary Horton, solteirona, na casa dos quarenta, rica, solitária, simples, acredita que não precisa de amor nem de amizade, satisfazendo-se com a sua confortável casa, o seu jardim, o seu Bentley,  a casa de praia, com os livros que lê e a música que ouve sozinha.
Tim Melville, vinte e cinco anos, operário, com o rosto e o corpo de um deus grego, mas a cabeça de uma criança. Quando Mary encontra Tim e o contrata como jardineiro durante os fins de semana, uma ligação muito forte vai nascer entre eles. Mary sente por Tim o mesmo tipo de amor que sentiria pelo filho que nunca teve; Tim, em contrapartida ensina-lhe a ver o mundo de uma maneira mais simples e otimista, trazendo à sua vida solitária o calor e o afeto que lhe faltavam. 

Colleen McCullough, em 2008, Sydney

Colleen McCullough publicou mais de uma dezena de títulos, entre eles, Pássaros Feridos que lhe trouxe a consagração unânime do público e da crítica, deu origem a duas mini-séries televisivas, de grande êxito, uma delas contou com a participação de Richard Chamberlain, tornou-se a segunda série mais vista nos Estados Unidos, logo a seguir a Raízes.
Foi precisamente o sucesso de Pássaros Feridos (1977) que lhe permitiu abandonar a carreira de investigadora e docente para se dedicar exclusivamente à escrita.
A 29 de janeiro de 2015, aos 77 anos de idade, Colleen McCullough morreu no hospital da ilha australiana de Norfolk. Nos últimos anos a autora sofria de graves problemas de saúde - sobreviveu a um cancro, estava quase cega, tinha osteoporose, diabetes e uma artrite incapacitante - mas não deixava de trabalhar, ditando os seus livros. 


Visite-nos
requisite o livro e fique a saber porque é que o New York Times
 diz que a sua leitura "deixa-nos o coração a bater com força"




março 04, 2016

HOJE CONSIDERA-SE CIVILIZADO PENSAR QUE HOMEM E MULHER TÊM OS MESMOS DIREITOS


Fotografia de Shirin Neshat

"As contas não são difíceis de fazer: metade da humanidade é composta por mulheres e meninas: ou seria melhor dizer por homens e meninos?
A linguagem tem dificuldade em dar expressão à igualdade entre os sexos. Falamos de camponeses e camponesas, de operários e operárias, como se o homem fosse o modelo-base do ser humano e a mulher uma variação. Em muitas línguas, usa-se a mesma palavra para designar quer o ser humano quer o indivíduo do sexo masculino. Em português, por exemplo, quando falamos dos direitos do homem, falamos do ser humano, seja homem ou mulher. As coisas talvez tivessem sido diferentes se Deus tivesse criado o homem a partir de uma costela de Eva. Mas nesse caso, também Deus deixaria de ser macho, ou não teria criado Eva à sua imagem.
Tudo isto é injusto. A própria cultura parece ser machista e sexista. No entanto, o estado evolutivo de uma civilização foi sempre avaliado pelo respeito com que as mulheres eram tratadas e pelo grau de influência que elas detinham no seio da sociedade. (...)
Hoje considera-se civilizado pensar que o homem e a mulher têm os mesmos direitos."

Irão 2013 numa conferência de imprensa

"O prólogo do movimento feminista foi pronunciado em França, concretamente durante a Revolução Francesa. À Declaração dos Direitos do Homem seguiu-se a declaração dos direitos da mulher por Olympe de Gouges, exigindo o direito de voto e o acesso das mulheres a todas as funções públicas. Até ao movimento sufragista do início de século XX, estas continuariam a ser as exigências principais do movimento das mulheres, de onde se depreende que ainda não tinham sido satisfeitas. (...) 
É indiscutível que o reforço da influência das mulheres sobre a cultura tem elevado substancialmente o nível civilizacional de qualquer sociedade."
                                                                                          Dietrich Schwanitz ,  In Cultura                                                                                                                      


Caro Leitor
as obras destas e de muitas outras escritoras estarão expostas numa mostra bibliográfica no átrio da sua Biblioteca e à sua espera.











fevereiro 26, 2016

NÃO ME FALTA PASSADO. FALTA-ME UM FUTURO.



A cidade foi crescendo para as margens e os blocos de vidro e betão ceifaram as quintas e moradias dos arrabaldes. A casa de Vergílio - um verdadeiro casulo cheio de memórias - é a única que resiste, mas está, assim mesmo, condenada à extinção.
Enquanto recebe a visita da agente imobiliária que se ocupará da venda da propriedade, este homem adulto e sozinho recorda o que foi a vida nesse refúgio - a superproteção das mulheres (mãe, avó e bisavó, vistas como bonecas russas), a megalomania do pai, a simbiose perfeita com a irmã, as atitudes intempestivas e hilariantes do tio mutilado na guerra colonial, a loucura do professor de quem recebia estranhas lições particulares. Nenhuma das suas figuras de referência o preparou para a emancipação - todas, pelo contrário, o incompatibilizaram com a vida comum.


A Vida Verdadeira
Romance escrito por Vasco Luís Curado
Publicado pela Dom Quixote




É a nossa sugestão de leitura para o seu fim de semana


"A Vida Verdadeira tem uma personagem principal e várias secundárias, 
mas a verdadeira protagonista é a própria vida, a vida genética, 
hereditária, da qual as pessoas concretas são mero fantoches."
                                                                                              Pedro Mexia


Vasco Luís Curado nasceu em 1971. Publicou um livro de contos em 1999, A Casa da Loucura, e um pequeno romance em 2001, O Senhor Ambíguo. Publicou alguns contos na revista Bang!.
Psicólogo clínico de formação, pelo ISPA, trabalhou dez anos num hospital militar e publicou em 2000 uma tese de mestrado na área da psicologia, intitulada Sonho, Delírio e Linguagem.
A nossa sugestão de leitura para este fim de semana, A Vida Verdadeira, foi publicada em 2010 e, em 2012, publicou Gare do Oriente, ambos editados pelas Publicações Dom Quixote.



"- Não sei, Vergílio. Não sei tudo o que o futuro me vai trazer.
 Mas eu vou à procura. Há uma vida para ser vivida".
                                                                                           Irene, In A vida Verdadeira







fevereiro 17, 2016

QUEM NÃO GOSTARIA DE ACORDAR ASSIM


Dia 17 de fevereiro, Dia Mundial do Gato




Uma organização italiana de defesa dos animais escolheu a data 17 de fevereiro para defender os felinos das perseguições e promover as adoções. 
O seu lema é "Todos juntos contra a superstição".
Os gatos são os únicos animais a terem um Dia Mundial, hoje 17 de fevereiro, e um Dia Internacional, o dia 8 de agosto, criado pela International Fund For Animal Welfare (IFAW) em 2002. Na dúvida, comemoramos os dois.



"Quando, há pouco tempo, passei a ter um gato, comecei a perceber a razão do fascínio. De facto, é um bicho que nos despreza de uma forma muito elegante. Está evidentemente convencido da sua superioridade em relação a nós e é capaz de ter razão. Mas continuo firme no meu entusiasmo em relação aos cães. 
Os gatos sabem qualquer coisa; os cães são tão estúpidos como eu o que lhes dá um encanto muito especial. Os gatos parecem ter uma informação importante acerca do que é isto de estar vivo; os cães não fazem ideia do que andam aqui a fazer. Acham quase tudo espantoso e não têm vergonha desse maravilhamento constante, apesar de ser tão parecido com estupidez. 
Os cães são crianças, os gatos são filhos adolescentes: também nos amam, embora com alguma relutância, acham mesmo que são independentes, e às vezes estão escondidos num armário. É a adolescência sem tirar nem pôr".
Ricardo Araújo Pereira
In, Visão


Na Marinha Grande, existe uma Associação Protectora dos Animais - APAMG, que cuida e protege os cães e gatos abandonados. É uma associação sem fins lucrativos, que vive do trabalho voluntário pós-laboral dos seus membros e obtém recursos financeiros através de doações e das quotas dos associados (20€/ano).

Em 2015 os seus números foram estes:
  • 17.313.80€ na conta do veterinário
  • 2.000€ em material para os animais e para as instalações
  • 209 cirurgias (188 esterilizações e castrações, muitas de animais errantes) e tratamentos vários
  • cerca de 18.000Kg de ração de cão e 5.400 Kg de ração de gato
  • 167 cães e 170 gatos adotados
Atualmente, a APAMG tem a seu cargo cerca de 120 cães e 100 gatos e continua a acompanhar, no nosso concelho, cerca de 20 colónias de gatos, onde tem sido feito um esforço de esterilização de fêmeas, controlando assim a natalidade e as doenças inerentes a uma população felina errante.

Gaspar, abandonado e muito bem adotado
Caro Leitor, no próximo dia 20, pelas 16h00, vá assistir na Casa da Cultura - Teatro Stephens, a um concerto de solidariedade a favor da APAMG - Associação Protectora de Animais da Marinha Grande, com o pianista e compositor Sérgio Varalonga. Para além das suas composições, interpretará obras de  Bach e Debussy. O preço do bilhete é de 5€.

Paralelamente, estará patente no foyer da Casa da Cultura uma exposição fotográfica de Cláudio Vicente com trabalhos do seu projeto intitulado " Vidas à Espera".

Ainda sobre o mesmo tema, poderá encontrar no átrio da entrada da Biblioteca Municipal uma mostra bibliográfica, constituída por uma seleção de livros onde os animais são as personagens principais.









Boas Leituras
E Seja Solidário




fevereiro 12, 2016

O MEU NOME? CAROL. POR FAVOR, NÃO ME CHAME NUNCA CAROLE.

Com seis nomeações para os Oscares deste ano, melhor argumento adaptado, melhor atriz, melhor atriz secundária, melhor fotografia, melhor guarda roupa, melhor banda sonora, 
Carol chegou ontem ao Cinema na Casa da Cultura Teatro Stephens.


O filme Carol de Todd Haynes, baseado no livro de Patricia Highsmith, O Preço do Sal, foi distinguido na última Feira do Livro de Frankfurt com o Prémio de melhor adaptação cinematográfica de uma obra literária.

Caro Leitor,
 não deixe de ver o filme e de ler o livro
O Preço do Sal, de Patricia Highsmith,
publicado em 1952, sob o pseudónimo de Claire Morgan,
a nossa sugestão de leitura para o seu fim de semana.


E como domingo é o dia 14 de fevereiro sugerimos " (...) um texto cheio de sensibilidade e ternura sobre uma relação amorosa passada entre duas mulheres. Uma história, portanto, sobre uma relação lésbica, mas encarada de uma maneira diferente daquelas que haviam sido publicadas até aí. Porque esse relacionamento amoroso era encarado pela primeira vez sem se basear no escândalo sexual, não querendo nunca explorar o lado das relações eroticamente ousadas". 
Maria Teresa Horta


Carol Aird e Therese Belivet conheceram-se, por acaso, numa loja de brinquedos de Nova Iorque nos anos 50. Carol é uma mulher rica e madura que está a passar por um processo de divórcio e tem uma filha. Já Therese é uma jovem vendedora que vive numa espécie de inércia sem saber o que realmente quer. Quando se conhecem a empatia é notável e as duas começam a construir uma relação considerada imoral pela sociedade da época, que via com preconceito e ignorância o divórcio e a homossexualidade.
O filme foi selecionado para a competição oficial no Festival de Cannes o ano passado.


"Foi Richard que começou.
- Porque gostas tanto dela? (...)
- Ela sabe? Claro que sabe. - Richard franziu a testa e puxou fumo do cigarro. - Não achas isso muito pateta? É como aquelas paixonites que as raparigas da escola apanham."
In, O Preço do sal


"Tive a inspiração de escrever este livro em finais de 1948, quando estava a viver em Nova Iorque. Acabara de escrever O desconhecido do Oriente Expresso, que só seria publicado em 1949. O natal aproximava-se e eu estava vagamente deprimida e também com falta de dinheiro e, a fim de ganhar algum, aceitei um emprego de caixeira num grande armazém em Manhattan, durante o período de muito movimento no Natal, que dura cerca de um mês. Creio que resisti duas semanas e meia.(...)
Como de costume, depois do trabalho regressei ao meu apartamento, onde vivia sozinha. Nessa noite passei a escrito uma ideia, um enredo, uma história a respeito de uma mulher loura de casaco de peles. Umas oito páginas escritas à mão no meu livro de apontamentos ou caderno da altura. Era a história inteira de O Preço do Sal. Jorrou-me da caneta sem esforço, naturalmente: principio, meio e fim. Levou-me quase duas horas, talvez menos".
Patricia Highsmith











fevereiro 05, 2016

SORRIA. MAS SORRIA MUITO!


Será que rir faz bem à saúde?

Estudos mostram que o bom humor melhora a saúde e a inteligência. Quem sorri estimula o cérebro a libertar endorfina e serotonina - substâncias responsáveis pela sensação de prazer e felicidade.  
São essas substâncias que proporcionam uma sensação de leveza e de bem-estar, além de ativarem o sistema imunológico, o que ajuda a prevenir doenças ocasionadas pelo stress.




As pessoas que combatem o stress com o riso têm menos 40% de possibilidade de sofrer um enfarte ou um derrame e têm menos dores nos tratamentos dentários.  O riso contribui ainda para o emagrecimento: 15 minutos de gargalhadas equivale a perder até 40 calorias. Num simples sorriso, movem-se mais de 400 músculos faciais. Rir 100 a 200 vezes por dia implica o mesmo esforço cardiovascular de 10 minutos de corrida.



Uma boa risada pode, também, aumentar os níveis de bom colesterol no sangue.
Quem ri e tem bom humor no local de trabalho é geralmente mais produtivo e trabalha melhor. 

Caro Leitor, depois de tudo o que foi dito, e pelo bem da sua saúde
faça uma pausa divertida
visite-nos e requisite um dos livros da nossa escolha bibliográfica a pensar em si.




Não se esqueça, neste Fim de Semana






LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...