agosto 10, 2012

LEITURA DE FIM DE SEMANA



Ilustração de Denis Zilber

- Que bem que se está na piscina.
- Pois está, mas agora vou-me  secar, pôr protetor solar e deitar-me a ler o livro que trouxe da Biblioteca Municipal. Estou entusiasmadíssima com a leitura, quero saber o que vai acontecer ao Peter e à Rebecca agora que apareceu lá em casa o Ethan !!!



Quer saber qual o livro
 que está a entusiasmar a nossa leitora?

É o novo livro do Michael Cunningham:
"Ao cair da noite", da editora Gradiva  e que sugerimos como
leitura de fim de semana.


Peter e Rebecca Harris, na casa dos quarenta e a viver em Manhattan, aproximam-se do apogeu das suas carreiras em arte: ele, negociante; ela, editora numa boa revista da especialidade. Com um moderno e espaçoso apartamento, uma filha adulta a estudar na universidade em Boston e amigos inteligentes e animados, levam um invejável estilo de vida urbano contemporâneo e parecem ter todas as razões para serem felizes. Mas é então que o irmão de Rebecca surge em cena. Extremamente parecido com ela, mas muito mais novo, Ethan (conhecido na família como Mizzy, "O Erro") resolve visitá-los. Na sua presença, Peter começa a pôr em causa os artistas, o trabalho destes, a sua carreira - todo o mundo que construíra com tanto cuidado.



Este novo livro de Cunningham constitui uma visão dolorosa do modo como vivemos hoje em dia. Plena de peripécias inesperadas, faz-nos pensar (e sentir) com profundidade nas utilizações e no significado da beleza e no papel do amor nas nossas vidas.




Michael Cunningham nasceu a 6 de novembro de 1962 na cidade de Nova Iorque. 
Cresceu e estudou em Cincinnati, no estado do Ohio onde, com apenas quinze anos de idade, tomou a decisão de se tornar escritor, ao ler Mrs. Dalloway de Virginia Woolf. 
Estudou na Universidade de Stanfor Literatura Inglesa e fez um mestrado em Belas Artes na Universidade de Iowa.
Em 1989 o seu conto "White Angel" foi escolhido para fazer parte de uma antologia que reunia as melhores obras desse género literário, o Best American Short Stories 1989.
No ano seguinte publicou o seu primeiro romance "A Home At The End Of The Woorld" que teve o aplauso da crítica.  Como resultado desse sucesso, ganhou uma bolsa atribuída pela Fundação Guggenheim em 1993. 
Publicou "The Hours" em 1998, obra em que prestou homenagem ao romance que inspirou a sua carreira, Mrs. Dalloway.  "As Horas" foi adaptado ao cinema em 2002, com nomes como Nicole Kidman (que ganhou o Oscar em 2003 para melhor atriz), Merly Streep e Julianne Moore no elenco.

Veja Aqui outras obras do autor que a Biblioteca Municipal dispõe para empréstimo domiciliário.



Tenha um Bom Fim de Semana
 e não se esqueça do protetor solar

agosto 08, 2012

FAÇAM O FAVOR DE SER FELIZES



Raul Augusto Almeida Solnado, humorista, apresentador de televisão e ator, nasceu em Lisboa a 19 de outubro de 1929. 

"Lisboeta militante ortodoxo, um dia perguntaram-lhe:
- De onde é que você é?
- De Lisboa.
- Mas de que sítio?
Ele abriu os braços como se explicasse o mundo:
- De toda."

Iniciou a sua carreira artística aos 17 anos como ator amador na Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul, onde foi colega de José Viana, Varela Silva e Jacinto Ramos.
O gosto pelo teatro levou-o a inscrever-se, em 1951, num curso noturno do Conservatório Nacional.
Em 1952 estreou-se "profissionalmente" num show no Maxime e a partir daí não mais parou fazendo opereta, revista, teatro clássico, cinema e televisão, fazendo rir e pensar.
Enfrentou os seus primeiros problemas com a censura em 1961. Solnado e Camilo de Oliveira são julgados por ofensas contra a Comissão de Exame e Classificação dos Espetáculos por terem representado falas que tinham sido previamente censuradas.


Raul Solnado, 1966, 2 dias antes da inauguração da Ponte 25 de Abril.
Fotografia de Eduardo Gageiro, capa do Século Ilustrado
Em 1960, juntamente com Humberto Madeira e Carlos Coelho, tornou-se sócio da Companhia Teatral do Capitólio. Pelo seu desempenho secundário de sacristão no filme "As Pupilas do Senhor Reitor" (1961) de Perdigão Queiroga, foi agraciado com o Prémio SNI para Melhor Interpretação Masculina.
Marcou presença num dos momentos mais emblemáticos do Cinema Novo português como protagonista, em 1962, do filme "Dom Roberto" de José Ernesto de Sousa. O seu registo dramático foi elogiado em todos os jornais. "Dom Roberto" foi o primeiro filme português a ser distinguido no Festival de Cannes com o Prémio da Jovem Crítica.

Em 1961, Solnado atingiu o auge da sua popularidade com a rábula "A História da Minha Ida à Guerra de 1908", representada pela primeira vez na Revista Bate o Pé. Conseguiu pôr Portugal a rir de uma guerra sem sentido, numa altura em que a guerra colonial era um assunto tabu. A rábula foi editada em disco, tornando-se um fenómeno de vendas pouco usual para a época e, superou inclusivamente as vendas dos discos da Amália Rodrigues.


Foi com Carlos Cruz e Fialho Gouveia que em 1969, Raul Solnado apresentou na RTP um programa inovador e que se tornou um marco na programação televisiva: o Zip-ZipUma mistura de talk-show com números cómicos e musicais que alcançou grande sucesso.
Solnado viria a estar presente noutro êxito televisivo, em 1977: A Visita da Cornélia. 

Voltou ao cinema, em 1987,  pela mão do realizador José Fonseca e Costa, num impressionante papel dramático como inspetor Elias Santana em "A Balada da Praia dos Cães".

Na televisão protagonizou, com Armando Cortez e Margarida Carpinteiro, a sitcom "Lá em Casa Tudo Bem" em 1987. Participou nas telenovelas "A Banqueira do Povo" em 1993 e em 2000 em "Ajuste de Contas". Ainda em 2000, participou no telefilme da SIC "Facas e Anjos", onde pôde realizar o velho sonho de vestir a pele de um palhaço.



Editou, em 1991, a sua biografia "A Vida Não se Perdeu", que a Biblioteca Municipal  dispõe para empréstimo domiciliário.
Foi sua a ideia de criar a Casa do Artista, concretizada depois por Armando Cortez, Manuela Maria e Carmem Dolores e, inaugurada oficialmente em setembro de 1999.

Voltou aos palcos em 2001 com a peça "O Magnifico Reitor" de Freitas do Amaral. Recebe o Prémio Carreira Luís Vaz de Camões.

Foi homenageado em 2002 com a Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa e recebeu, a 10 de junho de 2004, do Presidente Jorge Sampaio a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.

Grava o seu último trabalho televisivo em 2009, " As Divinas Comédias", uma série de quatro programas produzidas pelas Produções Fictícias, para a RTP1, apresentadas por Bruno Nogueira e pelo próprio Raul Solnado, numa conjugação de duas gerações de humoristas portugueses.


A sua carreira de cinco décadas  de sucessos fizeram de Solnado uma das maiores vedetas populares do nosso meio artístico.

Aos 79 anos de idade, a 8 de agosto de 2009, faleceu vítima de uma doença cardiovascular.


A infância está perdida
A mocidade está perdida
Mas a vida não se perdeu
                                                                                         Carlos Drummond de Andrade



agosto 06, 2012

ERAM 8H 15M QUANDO...


A 6 de agosto de 1945, o Presidente dos Estados Unidos, ordenou o lançamento da primeira bomba atómica sobre Hiroshima.


O bombardeiro B29 Enola Gay, da Força Aérea Norte Americana, sob o comando do coronel Paul Tibbets, lançava sobre a cidade de Hiroshima a "Litle Boy", uma bomba atómica de urânio-235 com uma potencia equivalente a 13 Kilo-toneladas de TNT.


60 segundos depois 66 mil pessoas estavam mortas e 69 mil queimadas pela explosão atómica. O calor gerado atingiu dezenas de milhões de graus e a luz emitida foi dez vezes superior à do sol. A cidade ficou completamente destruída.
A área de vaporização total da explosão atómica media cerca de 800 metros quadrados. Num raio de 2 kilómetros, tudo o que era inflamável ardeu.

Hiroshima, 4 meses depois, fotografia de Alfred Eisenstaedt, 1945

Nas 67º comemorações em memória das vítimas da primeira bomba atómica em Hiroshima, o neto de Harry Truman participa neste 6 de agosto, nas cerimónias do Dia de Hiroshima.
Durante a sua visita, Clifton Truman Daniel de 55 anos,  vai encontrar-se com os presidentes de câmara das duas cidades bombardeadas (Hiroshima e Nagasaki) e com alguns sobreviventes dos bombardeamentos.

"O meu avô ficou horrorizado com a destruição causada por esses armas e dedicou o resto da sua presidência a garantir que isso não se repetiria de novo".

"Espero que eu consiga fazer o mesmo, 
trabalhar para livrar o mundo de armas nucleares".

Em memória das vítimas de Hiroshima, Vinícius de Moraes e Gerson Conrad criaram uma música. Chamaram-lhe Rosa de Hiroshima
A interpretação do grupo Secos e Molhados pela voz fabulosa de Ney Matogrosso tornou-a num ícone.

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atómica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada



Se quiser ficar a conhecer um pouco mais da história do século XX

Visite-nos


Tenha uma Boa Semana 



agosto 03, 2012

LEITURA DE FIM DE SEMANA



Ilustração de Chris Gall

Agosto, aquele mês em que as famílias veem  à Biblioteca escolher os livros para levar para férias, ou simplesmente para um merecido fim de semana. 
E um dos livros que vai acompanhar aquela família é o que hoje vos vamos sugerir:


O Leitor
de Bernhard Schlink
Editora Edições Asa

O Leitor, é desde O Perfume, o romance alemão mais aplaudido nacional e internacionalmente. 
O livro está traduzido em 39 idiomas.
Este romance foi galardoado em 1997 com os Prémios Grinzane Cavour, Hans Fallada e Laure Bataillon. Em 1999 venceu o Prémio de Literatura do Die Welt

A obra já foi adaptada ao cinema pelo realizador Stephen Daldry, em que os protagonistas foram Ralph Fiennes e Kate Winslet, que com a sua interpretação, foi a vencedora em 2009, do Oscar para  melhor atriz.




Michael Berg, um adolescente nos anos 60, é iniciado no amor por Hanna Schmitz, uma mulher madura, bela, sensual e autoritária. Ele tem 15 anos, ela 30. Os seus encontros decorrem como um ritual: primeiro banham-se, depois ele lê, ela escuta e finalmente fazem amor. Mas este período de felicidade incerta tem um fim abrupto quando Hanna desaparece subitamente.
Michael só a encontrará muitos anos mais tarde, envolvida num processo de acusação a ex-guardas dos campos de concentração nazis. Inicia-se então uma reflexão metódica e dolorosa sobre a legitimidade de uma geração, a braços com a vergonha, julgar a geração anterior, responsável por vários crimes.

Bernhard Schlink nasceu em 1944, em Biefeld, e é jurista de formação. Foi juiz do Tribunal Constitucional da Renânia Setentrional - Vestefália e professor de Direito Público e de Filosofia do Direito na Universidade Umboldt, em Berlim, desde 2006.
A sua obra como escritor começou com uma série de livros policiais. Uma dessas obras ganhou o Glauser Prize em 1989.
Em 1995 publica "Der Vorleser" (O Leitor), sendo a sua obra de ficção mais aclamada.

"O Leitor ultrapassa as fronteiras e fala diretamente ao coração"
                         The New York Times Book Review


No original, Der Vorleser, 
significa aquele que lê alto para outro.

Quer saber a importância deste pequeno pormenor?
Venha à Biblioteca Municipal e leve o Leitor consigo

Boas Férias
ou 
Bom Fim de Semana 




agosto 01, 2012

NEWSLETTER agosto



Para ficar a conhecer as atividades programadas
para o mês de agosto na
Biblioteca Municipal consulte a nossa




  

julho 30, 2012

FELIZ ANIVERSÁRIO EUNICE MUÑOZ


Eunice Muñoz nasceu na Amareleja, 30 de Julho de 1928
 é uma atriz portuguesa de referência do teatro português
 e é considerada uma das melhores de todos os tempos.  




Com origens numa família de atores, Eunice Muñoz estreou-se em 1941, na peça "Vendaval", de Virgínia Vitorino, com a Companhia Amélia Rey Colaço/ Robles Monteiro, sediada no Teatro Nacional D. Maria II. O seu talento é de imediato reconhecido, e admirado por Palmira Bastos, Raúl de Carvalho, João Villaret ou pela própria Amélia Rey Colaço, o que lhe permite uma rápida integração na Companhia.
Em 1946 dá-se a sua estreia no cinema, aparecendo no filme de Leitão de Barros, "Camões". Por esta interpretação, Eunice ganha o Prémio do SNI - Secretariado Nacional de Informação, para a melhor atriz cinematográfica do ano.


Em 1947 ingressa na Companhia de Comediantes Rafael de Oliveira, onde é dirigida por Ribeirinho. No ano seguinte regressa ao Teatro Nacional para protagonizar "Outono em Flor", de Júlio Dantas. Seguidamente "Espada de Fogo", de Carlos Selvagem, encenado por Palmira Bastos, é um êxito retumbante.
Passa pelo Teatro da Trindade e durante quatro anos retira-se dos palcos. A sua re-apariçao dá-se em "Joana D' Arc", de Jean Anouilh, no palco do Teatro Avenida. Multidões perfilam-se pela Avenida da Liberdade, desejosas de obter um bilhete para ver Eunice, que a crítica aclama como genial.
Já nos anos 60, passa para a comédia na Companhia do Teatro Alegre, no Parque Mayer, ao lado de nomes como António Silva ou Henrique Santana
No Teatro Monumental fez "O Milagre de Anna Sullivan", de William Gibson (Prémio de Melhor Atriz do SNI ex-aequo com Laura Alves - 1963).

Em 1965 Raúl Solnado funda a Companhia Portuguesa de Comediantes (CPC), no recém inaugurado Teatro Villaret. Eunice recebe o maior salário, até aqui nunca pago a uma actriz dramática: 30 contos mensais. 
A peça de estreia é "O Homem Que Fazia Chover", de Richard Nash, encenado por Alain Oulman. Seguiram-se interpretações de Tenessee Williams e Bernardo Santareno.
Fundou, em 1970, com José de Castro a Companhia Somos Dois, com a qual fez uma longa tournée por Angola e Moçambique, dirigida por Francisco Russo em "Dois Num Baloiço", de William Gibson. 
Estreou-se na encenação com "A Voz Humana", de Jean Cocteau.


Com a proibição pela censura, a poucas horas da estreia, de "A Mãe", de Stanislaw Wiktiewicz, em que Eunice era a protagonista, o diretor da companhia, Luiz Francisco Rebello, demitiu-se.   

Em 1978, voltou aos palcos portugueses  integrada na companhia do reaberto Teatro Nacional D. Maria II, onde teve enormes êxitos, interpretando peças de Donald Coburn, John Murray, Bertolt Brecht, Hermann Broch, Athol Fuggard, Eurípedes, entre outros, trabalhando com encenadores como João Perry ou João Lourenço.

Em 1991, celebraram-se os seus 50 anos de Teatro, com uma exposição no Museu Nacional do Teatro, sendo Eunice condecorada, em cena aberta, no palco do Teatro Nacional, pelo Presidente da República, Mário Soares, quando evocava, de forma magistral, a figura de Estêvão Amarante, na revista-homenagem de Filipe La Féria.


A peça de teatro A Maçon”, foi escrita pela romancista Lídia Jorge propositadamente para Eunice e foi levada a cena em 1997, no palco do Teatro Nacional.

Em 2006 representou pela primeira vez na casa a que deu nome, o Auditório Municipal Eunice Muñoz, em Oeiras, com a peça "Miss Daisy", encenada por Celso Cleto.

Em 2007, no Teatro Maria Matos co-protagoniza com Diogo Infante "Dúvida" de John Patrick Shanley, sob a direção de Ana Luísa Guimarães. Em maio de 2008 é agraciada com o Globo de Ouro de Mérito e Excelência.



Em 2009 regressa ao Teatro Nacional D. Maria II com a peça "O Ano do Pensamento Mágico", de Joan Didion, sob a encenação de Diogo Infante.


Em 2011 volta à cena com "O Comboio da Madrugada", de Tennessee Williams, sob a encenação do mestre Carlos Avilez, no Teatro Experimental de Cascais.




Ainda em 2011, Eunice apresenta "O Cerco a Leninegrado" de José Sanchis Sinisterra, que teve estreia nacional em novembro, no Auditório Municipal Eunice Muñoz em Oeiras, e que muitos de nós tiveram o prazer de ver no dia 1 de março deste ano, no Teatro José Lúcio da Silva. Eunice Muñoz, celebrou 70 anos de carreira, no dia precisamente da estreia deste espetáculo.




Em maio deste ano, Eunice Muñoz partiu os dois pulsos e ficou com uma lesão grave na cervical, na sequência de uma queda durante os ensaios da peça de Tennessee Williams "O comboio da madrugada". A apresentação da peça foi por isso cancelada até à recuperação da atriz. 
A Biblioteca Municipal aproveita para desejar rápidas melhoras.


Tenha uma boa semana e vá ao Teatro

julho 27, 2012

LEITURA DE FIM DE SEMANA



Ilustração de Yvonne van Woggelum


O que estarão a ler com tanto interesse as banhistas?
Oh! São certamente livros requisitados na 
Biblioteca Municipal.



E para que o seu fim de semana seja também um fim de semana 
 de sol e praia, acompanhado de boas leituras, 
a nossa sugestão é o livro:

Na Praia de Chesil
de Ian McEwan
Editora Gradiva




Um romance a que é impossível resistir e que se adensa à medida que a história se aproxima do fim.

Estamos em julho de 1962. Edward e Florence, ,jovens inocentes casados naquela manhã, chegam a um hotel na costa de Dorset.
Ao jantar na suíte reservada a casais em lua-de-mel, esforçam-se por dominar os medos íntimos da noite de núpcias que se avizinha...
Florence vive numa agonia aterradora por ter de enfrentar algo que abomina tão profundamente e de tal maneira que não sabe se o seu amor por Edward será suficiente para conseguir enfrentá-lo. Este por sua vez vive o medo de não conseguir atingir as expetativas  de Florence, alguém que considera inteligente, moderna e experiente.
Do confronto destes medos, calados, sem solução fácil, nascerá uma experiência que irá abalar para sempre as suas vidas de um modo devastador...

"É assim, não fazendo nada, que todo o curso de uma vida pode ser alterado".


Ian McEwan, para muitos o melhor escritor britânico da atualidade,  nasceu a 21 de junho de 1948, em Aldershot, Inglaterra.

É autor de dois livros de contos:
  • Primeiro amor, últimos ritos - Somerset Maugham Award 1976
  • Entre lençóis
E de doze romances:
  • O jardim de cimento - adaptado ao cinema em 1993
  • A criança no tempo - vencedor do Whitbread Award 1987
  • O inocente - adaptado ao cinema em 1993
  • Estranha sedução - adaptado ao cinema em 1990
  • Cães pretos
  • O sonhador
  • O fardo do amor - adaptado ao cinema em 2004
  • Amesterdão - vencedor do Booker Prize em 1998
  • Expiação - Prémios US National Book Critics Circle 2002 e WH Smith 2002 para o melhor livro de ficção, adaptado ao cinema por John Wright, tendo nos papeis principais Keira Knightley e James McAvoy
  • Sábado - Prémio James Tait Black Memorial
  • Na Praia de Chesil - nomeado para Galaxy Book of the Year 2008 nos British Book Awads onde o autor foi também nomeado para Reader's Digest of the Year
  • Solar - com edição simultânea em Portugal e Reino Unido
  • Em 2009 publicou um libreto para uma ópera de Michael Berkeley intitulado Por Ti 


Tenha um bom fim de semana, 
e não se esqueça, que 
as palavras que ficam por dizer 
são, por vezes, mais importantes do que as ditas.

julho 25, 2012

NE ME QUITTE PAS

"Tenho menos medo da morte do que me tornar um velho cretino."
                                                                                                                               Jacques Brel



Jacques Brel, o poeta belga da "chanson Française", nasceu a 8 de abril de 1929.
Aos 15 anos, em 1944, colabora na criação de um grupo de teatro, atua em várias peças, escreve três pequenas histórias e interpreta ao piano alguns improvisos dos seus poemas. Canta pela primeira vez na rádio Belga em 1952 e começa logo a receber convites para cantar.
Em 1953, enviou a um empresário de Paris um disco seu. Após o ouvir, o empresário, à meia-noite, telefonou para Bruxelas, convidando Brel a se apresentar na capital francesa.

"A sanduiche que comi na carruagem de 3º classe que me levou a Paris tinha um sabor único: estava perfumada pela aventura, a esperança, a felicidade."

Em 1954 é publicado o seu primeiro álbum "Jacques Brel et ses chansons".

Torna-se notado por Juliette Gréco que grava uma das suas canções, "Le diable". Este encontro é marcante no futuro da carreira de Brel, dado que se inicia uma promissora colaboração com Gérard Jouannest, pianista e acompanhante da cantora, e com o também pianista e orquestrador François Rauber. Em 1955 conhece Georges Pasquier (Jojo), percussionista no Trio Milson e de quem se torna amigo.



O seu primeiro grande sucesso ocorre em 1956 com a música "Quand on a que l'amour". Em 1957 é laureado com o Grand Prix du Disque da Academia Charles Cros e faz um enorme sucesso a sua digressão pela França.

No início dos anos 60, Brel já era considerado um marco incontornável da cultura francófona ao ponto de ser confundido como personalidade francesa.
Tornou-se internacionalmente conhecido pela música "Ne me quitte pas", interpretada e composta por si.
Comprometido com as correntes intelectuais progressistas, as suas canções refletiam o ambiente de inquietação social e religiosa da sua época. O seu êxito foi tal que, em 1977, após dez anos de silêncio, um novo disco "Brel", vendeu mais de 650 000 exemplares só no primeiro dia.

Entre 1960-65 sucedem-se as tournées longas e cansativas: União Soviética, Estados Unidos, Canadá, Norte de África e Europa. Batem todos os máximos em número de espetáculos mas é nessa vida agitada e de excessos que Brel se sente bem. Considera que os seus poemas sem música são palavras sem sentido e que a música sem os seus poemas nada diz. Era um artista que vivia o palco enfrentando-se e enfrentando o público.



Em 1974, após comprar um veleiro de 19 metros decide dar a volta ao mundo em três anos. Em setembro, ao aportar nos Açores, toma conhecimento do falecimento do seu grande amigo Jojo.
No funeral e em conversa com uma cunhada de Jojo afirmou: "A seguir vou eu".
Em outubro é-lhe detetado um pequeno tumor no pulmão e no mês seguinte é efetuada a ablação do lobo pulmonar esquerdo.
Morre a 9 de outubro de 1978 com 49 anos.
O seu amigo Georges Brassens, nesse dia, disse que "Jacques Brel não está morto. Para revivê-lo, basta que escutemos os seus discos".
O cantor está sepultado, por sua vontade, no cemitério de Atuona, na ilha de Hiva Oa (Marquesas), próximo da campa de Gauguin.



Siga o conselho de Georges Brassens, 
oiça a sua música e acompanhe as letras na 
 antologia poética que 
pode ser requisitada na Biblioteca Municipal

Visite-nos



julho 23, 2012

UM HOMEM PODE SER DESTRUÍDO, MAS NÃO DERROTADO


"Nenhum homem é uma ilha, somos parte de um continente. A morte de qualquer individuo diminui-me como ser humano, portanto, não me perguntem por quem os sinos dobram: eles dobram por você".
                                                                                                                  Ernest Hemingway


Ernest Miller Hemingway nasceu a 21 de julho de 1899 em Oak Park, nas proximidades de Chicago, nos Estados Unidos da América.
Embora o seu pai, médico, quisesse que ele seguisse a mesma carreira, Hemingway desde cedo se sentiu atraído pela literatura.  Já em 1917, quando ainda andava na escola, começou a escrever para o jornal The Kansas Citt Star.
Na Primeira Guerra Mundial, tentou por diversas vezes alistar-se na Marinha, mas foi rejeitado. Por fim, acabou por ser aceite como motorista de ambulância na Cruz Vermelha em Itália, onde foi ferido. 
Terminada a Guerra, foi morar para Toronto, no Canadá, onde prosseguiu a carreira de repórter.
Em 1921, mudou-se para Paris, onde continuou a exercer a sua profissão.

Começou então a escrever as suas primeiras obras:
1923 - "Três histórias e Dez Poemas"
1924 - "No Nosso tempo"
1926 - "As Torrentes da Primavera" e "O Sol também se levanta", o primeiro romance que lhe deu fama internacional, escrito em Paris.


Em 1927, publicou a antologia "Homens sem Mulheres", a sua segunda coleção de contos, um marco importante na sua trajetória literária. Viajou para a Florida em 1928, onde permaneceu dez anos, e onde em 1929 escreveu "Adeus às Armas", romance inspirado nas suas experiências na I Guerra Mundial e que lhe trouxe fama mundial.

"Adeus às Armas" conta a história de amor entre um soldado americano e uma enfermeira britânica em Itália, durante a Primeira Guerra Mundial, e é hoje considerado um dos melhores romances sobre esse período.
Ernest Hemingway  escreveu 47 finais diferentes e na próxima semana vão finalmente poder ser lidos. Segundo o The New York Times, o novo livro, vai não só incluir todos os finais imaginados por Hemingway, como também rascunhos e anotações. Esta publicação inédita só é possível graças a um acordo entre a editora Scribner e os herdeiros do Nobel da Literatura.
Numa entrevista em 1958, Hemingway contou que até encontrar um final que lhe agradasse, foi escrevendo outras versões alternativas até encontrar "as palavras certas", revelando que essa história é também um pouco a sua história, uma "semi-autobiografia".

Em 1936, com o início da Guerra Civil em Espanha, Ernest Hemingway viaja para a Europa. O seu objetivo inicial era reunir dados para o filme "Terra de Espanha", um documentário sobre a tragédia do país sob o fascismo. Envolvido pelo sangrento conflito, acabou por combater ao lado dos republicanos.
Com base nessa experiência, escreveu, em 1938,  a peça "A Quinta Coluna" e o seu romance mais longo, "Por Quem os Sinos Dobram" (1940), que viria mais tarde a ser adaptado em filme.
Terminada a Guerra Civil, mudou-se com a terceira mulher para Cuba, onde permaneceu até 1959. Lá ficou amigo de Fidel Castro.
Como correspondente de guerra da Marinha norte-americana, participou no desembarque dos Aliados na Normandia e na Libertação de Paris em 1945.

Em 1952, escreveu "O Velho e o Mar", sendo-lhe atribuído o Prémio Pulitzer de Jornalismo e em 1954, recebeu o Nobel da Literatura. 

A partir de 1951, a sua vida de excessos, com aventuras, mulheres e álcool, a sua saúde física e psicológica começou a degradar-se.
Abalado por depressões, já mal conseguia escrever. E a 2 de julho de 1961, seguindo a frase  de "O Velho e o Mar" - "Um homem pode ser destruído, mas não derrotado" -  suicidou-se com um tiro na cabeça.

"Um homem inteligente é por vezes forçado a embebedar-se ou a isolar-se, para conseguir aguentar os idiotas com que se vai cruzando todos os dias".
                                                                                                    Ernest Hemingway



A Biblioteca Municipal
 dispõe de bibliografia do autor para empréstimo  

Veja Aqui e venha visitar-nos



LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...