Caro Leitor, lareira acesa espera por si.
Agora só falta "o tal livro" para lhe fazer companhia este fim de semana.
Encontra-o no lugar de sempre, na sua Biblioteca.
Dulce Maria Cardoso
é a autora, que lhe sugerimos para leitura de fim de semana, e o livro
"Os meus sentimentos",
editado pelas Edições Asa.
"CADA LIVRO É O QUE CADA LEITOR QUISER QUE ELE SEJA"
Dulce Maria Cardoso
Dulce Maria Cardoso nasceu em 1964, em Trás-os-Montes, "na mesma cama onde haviam nascido a mãe e a avó". Tem pena de não se lembrar da viagem no Vera Cruz para Angola. Regressou a Portugal na ponte aérea de 1975. Licenciou-se em Direito pela Faculdade de Direito de Lisboa e hoje vive na capital portuguesa. A sua escrita está pautada por um pouco de tudo, já escreveu desde romances a contos e argumentos para cinema.
Estreou-se em 2001 com "Campo de Sangue", escrito na sequência de uma bolsa de criação literária do Ministério da Cultura, tendo sido distinguido com o Grande Prémio Acontece de Romance.
Em 2008 publicou uma antologia de contos intitulada "Até Nós". Com o seu romance "Chão dos Pardais", publicado em 2009, recebeu o Prémio Pen Club 2010. "Retorno", editado em 2011, sobre a experiência dos retornados de Angola, foi distinguido com o prémio especial da crítica LER/Booktailors 2011. Nesse mesmo ano, a escritora foi nomeada como uma das cinquenta personalidades mais influentes do ano.
Os seu romances estão editados em França, Brasil, Argentina, Espanha, Itália, Holanda e têm sido objeto de estudo em várias universidades.
"Escrevi sobre a morte, com o intuito de celebrar a vida.
Nada torna a vida mais urgente do que a proximidade da morte".
Dulce Maria Cardoso
O seu segundo romance, Os Meus Sentimentos, que o leitor pode requisitar para ler à lareira, venceu o Prémio da União Europeia para a Literatura 2009.
Este ano, um monólogo da atriz Mónica Calle, a partir deste romance, fez a temporada da Culturgest, em Lisboa. Durante 5 horas, a atriz foi Violeta, a mulher que revive toda a sua vida, depois de ter sofrido um acidente de automóvel.
Refletida na gota, Violeta mergulha nessa eternidade e recorda o que pode ter sido o último dia da sua vida, e nesse dia, toda a vida, e nessa vida, os pais, a filha, a criada, o bastardo, e em todos, a urgência da vida prossegue indiferente como a estrada de onde ainda agora se despistou.
O presente perde a opacidade com que o quotidiano o resguarda e Violeta afunda-se nos passados de que é feita, uma espiral alucinada de transparências e ecos.
Dulce Maria Cardoso foi condecorada com o título Cavaleira das Artes e das Letras pelo Ministério da Cultura Francês devido ao seu trabalho na "irradiação da cultura em França e no Mundo".
O embaixador da França em Portugal, Pascal Teixeira da Silva, entregou as insígnias à escritora, na tarde do dia 17 de outubro de 2012, no Palácio de Santos.
Esta condecoração, criada em 1957, é uma das mais altas distinções da República Francesa, tendo como objetivo recompensar aqueles que se distinguem pelas suas criações no domínio artístico ou literário e que contribuem para difundir a cultura em território francês.
"Tenho para mim que um livro morre nas mãos de um escritor quando
o acaba e é nas mãos dos leitores que ressuscita
e nesse processo há sempre um novo livro".
Dulce Maria Cardoso