Faz hoje 103 anos (segundo o calendário ocidental) que o autor desta frase morreu.
Calcula-se que cerca de 4 mil pessoas assistiram ao seu funeral. O número é impressionante, tendo em conta que as cerimónias decorreram na aldeia onde vivia, perto de Tula, e que as autoridades, devido às suas posições contra a igreja ortodoxa e contra o próprio império russo, proibiram leitores e admiradores de viajarem de Moscovo ou de São Petersburgo.
Aos 26 anos escrevia no seu diário: "Sou feio, desajeitado, pouco asseado e sem verniz mundano. Sou irritadiço, desagradável para os outros, pretensioso, intolerante e tímido como uma criança. Sou ignorante. O que sei, aprendi-o aqui e acolá, sem seguimento e, mesmo assim, tão pouco. Sou indisciplinado, indeciso, inconstante, estupidamente vaidoso e violento como todos os homens sem caráter. Sou honesto, o que significa que gosto do bem: ganhei o hábito de o estimar e, quando me afasto dele, fico descontente comigo, e volto ao bem com prazer. Mas há uma coisa que prezo mais do que o bem: é a glória. Sou tão ambicioso que, se tivesse de escolher entre a glória e a virtude, acho que escolheria a primeira".
O livro que vos sugerimos é na opinião de Gore Vidal "Um dos melhores romances históricos dos últimos 20 anos" e fala precisamente do último ano de vida de Leo Tolstoi até aos derradeiros momentos que se seguiram à sua dramática e desesperada fuga de casa, em outubro de 1910.
Quase a chegar aos oitenta e dois anos, depois de uma vida marcada por uma vitalidade exuberante mas também por profundas dissonâncias, o autor de Anna Karenina e Guerra e Paz almeja apenas um pouco de sossego, longe dos repórteres e fotógrafos e dos conflitos no lar. O livro é baseado nos diários daqueles que integraram o seu círculo mais próximo, cujas vozes ouvimos alternadamente, e também no legado do próprio Tolstoi.
Romance aclamado pelo público e pela crítica, venceu o George Washington Kidd Award, foi vendido para mais de 20 países e já foi adaptado ao cinema, tendo estreado nos Estados Unidos em janeiro de 2010.
O filme foi realizado por Michael Hoffman, com Christopher Plummer no papel de Tolstoi, Helen Mirren como Sofia, James McAvoy como Bulgákov, secretário particular de Tolstoi.
Helen Mirren foi indicada tanto ao Oscar quanto ao Globo de Ouro na categoria de atriz principal, e Cristopher Plummer teve as mesmas indicações na categoria de ator secundário.
Jay Parini nasceu a 2 de abril de 1948. É professor de literatura inglesa e escrita criativa no Middlebury College, em Vermont, nos EUA. Autor de diversos romances, poesia, biografias e ensaios, colabora regularmente com o The Guardian, The New Yorker, The Atlantic, entre outros.
"Um romance é uma viagem por mar, um navegar por águas desconhecidas, mas naveguei tão perto quanto pude da costa dos acontecimentos literais que perfizeram o último ano da vida de Tolstoi. Sempre que Tolstoi fala neste romance, cito as suas palavras exatas ou, com menor frequência, crio um diálogo baseado em conversas relatadas indiretamente. Noutras partes, imaginei livremente o que pode, poderia ou deveria ter sido dito".
O Leitor já adivinhou que falamos de Leo Tolstoi (1828-1910),
o escritor mais conhecido da sua época e um dos mais lidos no mundo.
Aos 26 anos escrevia no seu diário: "Sou feio, desajeitado, pouco asseado e sem verniz mundano. Sou irritadiço, desagradável para os outros, pretensioso, intolerante e tímido como uma criança. Sou ignorante. O que sei, aprendi-o aqui e acolá, sem seguimento e, mesmo assim, tão pouco. Sou indisciplinado, indeciso, inconstante, estupidamente vaidoso e violento como todos os homens sem caráter. Sou honesto, o que significa que gosto do bem: ganhei o hábito de o estimar e, quando me afasto dele, fico descontente comigo, e volto ao bem com prazer. Mas há uma coisa que prezo mais do que o bem: é a glória. Sou tão ambicioso que, se tivesse de escolher entre a glória e a virtude, acho que escolheria a primeira".
Engana-se o Leitor se pensa que vamos sugerir
a leitura de Anna Karenina ou de Guerra e Paz.
O livro que vos sugerimos é na opinião de Gore Vidal "Um dos melhores romances históricos dos últimos 20 anos" e fala precisamente do último ano de vida de Leo Tolstoi até aos derradeiros momentos que se seguiram à sua dramática e desesperada fuga de casa, em outubro de 1910.
A última Estação
de Jay Parini
Editado pela Presença
Quase a chegar aos oitenta e dois anos, depois de uma vida marcada por uma vitalidade exuberante mas também por profundas dissonâncias, o autor de Anna Karenina e Guerra e Paz almeja apenas um pouco de sossego, longe dos repórteres e fotógrafos e dos conflitos no lar. O livro é baseado nos diários daqueles que integraram o seu círculo mais próximo, cujas vozes ouvimos alternadamente, e também no legado do próprio Tolstoi.
Romance aclamado pelo público e pela crítica, venceu o George Washington Kidd Award, foi vendido para mais de 20 países e já foi adaptado ao cinema, tendo estreado nos Estados Unidos em janeiro de 2010.
O filme foi realizado por Michael Hoffman, com Christopher Plummer no papel de Tolstoi, Helen Mirren como Sofia, James McAvoy como Bulgákov, secretário particular de Tolstoi.
Helen Mirren foi indicada tanto ao Oscar quanto ao Globo de Ouro na categoria de atriz principal, e Cristopher Plummer teve as mesmas indicações na categoria de ator secundário.
Veja o trailer do filme AQUI
Jay Parini nasceu a 2 de abril de 1948. É professor de literatura inglesa e escrita criativa no Middlebury College, em Vermont, nos EUA. Autor de diversos romances, poesia, biografias e ensaios, colabora regularmente com o The Guardian, The New Yorker, The Atlantic, entre outros.
"Um romance é uma viagem por mar, um navegar por águas desconhecidas, mas naveguei tão perto quanto pude da costa dos acontecimentos literais que perfizeram o último ano da vida de Tolstoi. Sempre que Tolstoi fala neste romance, cito as suas palavras exatas ou, com menor frequência, crio um diálogo baseado em conversas relatadas indiretamente. Noutras partes, imaginei livremente o que pode, poderia ou deveria ter sido dito".
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