agosto 14, 2013

URBANO TAVARES RODRIGUES, 1923-2013



"A minha desforra é escrever"
                                                   Urbano Tavares Rodrigues
 
 
 

Urbano Tavares Rodrigues nasceu em Lisboa, a 6 de dezembro de 1923, filho de uma família de grandes proprietários agrícolas de Moura, Alentejo.
Grande conhecedor de Manuel Teixeira Gomes, foi sobre este autor que elaborou a sua tese de licenciatura em Filologia Românica, em 1950. Foi ainda sobre Manuel Teixeira Gomes que incidiu a sua dissertação de doutouramento em 1984.
Desde cedo a sua oposição ao Estado Novo impediu-o de lecionar em Portugal.
Foi preso e torturado em Caxias e partiu para um longo exílio em França, onde foi leitor de português nas universidades de Montpellier, Aix e Paris, entre 1949 e 1955.
Em Paris conheceu alguns dos intelectuais da década de 1950, entre eles Albert Camus, de quem foi amigo.
 
"Fui amigo do Camus, conheci um pouco Sartre, dei-me com ele, estivemos juntos num congresso para a liberdade da cultura em Florença. Com o Malraux dei-me pouco mas é como se me tivesse dado sempre."
 
Como jornalista, trabalhou no Diário de Notícias (tendo entrado em 1946), Diário de Lisboa, Artes e Letras, Jornal do Comércio e O Século, entre outros. E como repórter viajou pelo mundo inteiro: 
 
"Em 1961 vou a Cuba no momento do ataque [Baía dos Porcos] e conheço pessoalmente e travo relações de amizade com alguém que ia marcar toda a minha vida: O Che Guevara. Tivemos conversas muito interessante, algumas, justamente, sobre poesia. "A poesia de alta qualidade, mesmo quando não parece diretamente ligada ao processo revolucionário, é sempre progressista. Porque a beleza em si é uma forma de progresso, de aperfeiçoamento do ser humano", disse-lhe. O Guevara deu-me esta resposta de que nunca me esqueci: "Talvez tu tenhas razão. Mas se puderem dar um jeitinho para o nosso lado, agradeço!". Isto era o Che." 
 
 
 

 
 
 No passado mês de julho entregou à sua editora na Dom Quixote o seu último livro "Nenhuma Vida", que será publicado ainda este ano. É um romance que assinalará os 90 anos do escritor e aborda questões que Urbano Tavares Rodrigues tratou na sua obra, mas também ao longo da sua vida, como as lutas políticas e sociais, a solidariedade, as relações humanas, a sexualidade e o erotismo.
O romance terá um prefácio escrito pelo próprio e é já uma despedida. "Daqui me vou despedindo, pouco a pouco, lutando com a minha angústia e vencendo-a, dizendo um maravilhado adeus à água fresca do mar e dos rios onde nadei, ao perfume das flores e das crianças, e à beleza das mulheres. Um cravo vermelho e a bandeira do meu Partido hão-de acompanhar-me e tudo será luz". 
 
  um romance muito curto e onde está todo o espírito do autor"
                                                Cecília Andrade, sua editora





Urbano Tavares Rodrigues foi distinguido com os galardões literários da Associação Internacional de Críticos Literários e da Imprensa Cultural, bem como com os prémios Ricardo Malheiros, Aquilino Ribeiro, Fernando Namora, Jacinto do Prado Coelho, Camilo Castelo Branco e o Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores em 2003.

"Ainda não tive o Prémio Camões porque soube recentemente que há membros do juri que dizem: esse comunista não terá o Prémio Camões", acusou.

Em 2010 a Biblioteca Nacional adquiriu o espólio do escritor.

A 30 de maio de 2012, foi homenageado na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, homenagem essa que contou com a presença do Secretário de Estado da Cultura de então, Francisco José Viegas, de Helena Carvalhão Buescu e do próprio.

Este ano foi o autor homenageado, a par de Manuel António Pina, na Póvoa de Varzim, na 14ª edição do Festival Literário Correntes d'Escritas, o qual, por motivos de saúde não pode estar presente.

Em julho passado, a Federação Nacional dos Professores anunciou a criação do Prémio de Novela e Romance Urbano Tavares Rodrigues, no valor de 7500 euros. O galardão será atribuído a 5 de outubro e pretende distinguir obras literárias, de poesia ou ficção narrativa, de professores no ativo ou aposentados, de qualquer grau de educação e de ensino.

Urbano Tavares Rodrigues, faleceu aos 89 anos, a 9 de agosto deste ano.
O seu velório realizou-se na Sociedade Portuguesa de Autores, na sala Carlos Paredes, por vontade expressa do próprio.

No dia da sua morte, o seu amigo Manuel Alegre homenageou-o com o seguinte poema:


Na Morte de Urbano Tavares Rodrigues

No dia 9 de agosto de 2013
houve uma vaga de calor. De certo modo
ele morreu dentro de um seu romance.
Não foi notícia de abertura. Os telejornais
mostraram mulheres gordas em Carcavelos
e um sujeito pequenino (parece que ministro)
a falar de "cultura política nova".
Mais tarde este dia será lembrado
como a data em que morreu
Urbano Tavares Rodrigues.

                               Manuel Alegre, Lisboa, 9/08/2013


Muitos dos seu livros estão traduzidos na Alemanha, Bulgária, Egito, Espanha, França, Grécia, Polónia, República Checa, Suécia e Ucrania.

O Leitor pode lê-los em português, é só visitar-nos
 
Esperamos por si


 
 
 

agosto 09, 2013

LEITURA DE FIM DE SEMANA

 
 
A revista francesa Le Magazine Littéraire escolheu dez escritores estrangeiros que os franceses não podem deixar de ler e,
entre esses dez, figura a escritora portuguesa Lídia Jorge.
 

"Fiquei muito feliz com esta distinção. Foi uma surpresa para mim, não sabia que estavam a organizar este dossiê. Penso que fizeram uma leitura atenta dos meus livros e valorizaram a ligação com a terra, com a história do meu País", disse a escritora numa entrevista ao jornal Correio da Manhã.
 
Já em maio, Lídia Jorge tinha sido distinguida pela Associação de Escritoras e Escritores em Língua Galega com o galardão "Escritora Galega Universal", prémio que se junta a uma série de distinções literárias, como o Prémio D. Dinis, o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores, o Prémio Jean Monet de Literatura Europeia, entre outros.
 
Veja  aqui e fique a conhecer mais sobre a vida e a obra de Lídia Jorge.
 
 
O Leitor já adivinhou que é um livro da escritora Lídia Jorge
a nossa sugestão de leitura de fim de semana.
 
Mas qual?
 
É um livro que em 2008 ganhou o Prémio Charlet Bisset, em França. Trata-se de um prémio atribuído pela Associação Francesa de Psiquiatria, que recompensam obras que, pela sua qualidade, evocam e aprofundam a problemática humana e que respeitem a verdade dessa problemática.
 
 
Editado pela Dom Quixote
Sugerimos
Combateremos a Sombra
 
 
 

Combateremos  a Sombra conta a história dum psicanalista que numa noite de inverno é visitado por um antigo paciente que lhe traz uma mensagem, cujo sentido Osvaldo Campos nunca conseguirá decifrar. À sua volta a realidade começa a entrançar-se e a desentrançar-se à semelhança das narrativas que lhe são narradas no silêncio do seu gabinete. Nessa mesma noite, ele perde uma mulher e ganha outra, e Maria London, aquela a quem chama a sua paciente magnífica, prepara-se para revelar um segredo que o vai colocar diante duma realidade clandestina de dimensões incalculáveis. E ele é apenas um psicanalista, ou como se intitula a si mesmo, tão-só um decifrador de histórias. Assim, este livro inquietante resulta do mergulho na interioridade de Osvaldo Campos em confronto com um desafio que o ultrapassa. Uma tensão psicológica que conduz o leitor a um lugar de observação único, pela mão de uma escritora que nos habituou a mostrar que nada de mais real existe do que o onírico, e nada de mais fantástico do que o real. 
 
 
 
 
 
 

Banhistas de Nadir Afonso
 
 
 
 Bom Fim de Semana
ou
Boas Férias
 
 
 
 
 
 

agosto 08, 2013

FELIZ ANIVERSÁRIO JOSTEIN GAARDER


"Para nos tornarmos bons filósofos precisamos unicamente da capacidade de nos surpreendermos."
                                                                                                      Jostein Gaarder
 
 
 
 
 

Jostein Gaarder nasceu  em Oslo, a 8 de agosto de 1952, e é professor de filosofia do ensino secundário. Desde 1986, tem publicado diversos contos e romances para crianças e jovens, tendo sido distinguido com importantes prémios literários no seu país de origem.
Consagrou-se como escritor a nível internacional quando, em 1991, publicou Sofies Verden (O Mundo de Sofia), obra que veio a constituir em enorme sucesso, acabando por ser traduzida para cerca de meia centena de idiomas.
 
"Continuo a considerar-me um professor. Depois de escrever o Mistério do Jogo das Paciências, o meu primeiro grande suceso, ganhei prémios e pensei tornar-me escritor a tempo inteiro. Foi por isso que escrevi O Mundo de Sofia, baseando-me na minha experiência a ensinar jovens. Não podia podia desperdiçar isso, e senti que era um dever escrever esta obra. Disse à minha mulher: "Estou a escrever um livro que, provavelmente, não nos dará dinheiro nenhum". Ela disse: " Então escreve-o rápido". E escrevi. Em três meses, durante 15 horas por dia. O meu editor na Noruega hesitou em publicá-lo porque é um livro híbrido. É sobre filosofia, mas ainda assim, um romance. Na altura, escrevi um cartão à editora a agradecer por publicarem um livro por razões culturais. Não tardou muito até serem eles a agradecer".
 
 
" O Mundo de Sofia de Jostein Gaarder é um sucesso literário só comparável ao Nome da Rosa de Umberto Eco"
                                                                                                             Der Spiegel
 
 
 
Em 1994, o norueguês Jostein Gaarder figurou nas listas de best-sellers com o seu romance O Mundo de Sofia. Sofia, com 14 anos de idade, encontra um dia na caixa do correio dois bilhetes deixados por um desconhecido, em que estão escritas as seguintes perguntas: "Quem és?" e "De onde é que viemos?". Com estas interrogações começa a maior aventura de toda a sua vida, um passeio emocionante pela história da filosofia europeia. Toda a história se baseia na relação das duas personagens principais. Alberto Knox, um estranho e apaixonado professor, que fez da filosofia a sua razão de viver, explica à jovem e curiosa Sofia Amundsen a vida e a obra dos grandes pensadores da humanidade. A genial combinação de questões básicas da filosofia, aliada a um enredo emocionante que situa o leitor no centro da ação, é uma das razões do enorme sucesso do romance.
 
"Tornei-me famoso por afirmar que o mundo existe"
                                                                                                  Jostein Gaarder
 
 
 
 Os outros livros que Jostein Gaarder escreveu, o leitor já sabe onde os pode requisitar, na Biblioteca da sua cidade.
 

A Good Book por Stan Moeller
 
 
Boas Leituras
 



agosto 02, 2013

LEITURA DE FIM DE SEMANA

 
Ilustração de Karen Rhiner

Pergunta o Leitor o que faz aquela senhora com tantos livros?
 
É simples, a família vai de férias mas,
antes de fazer a mala vieram
à Biblioteca Municipal escolher livros para toda a família.
 
Simples e barato.
  

E como naquela família a mãe gosta de livros policiais,  "A paciente misteriosa " da escritora inglesa P.D. James também vai de "férias" ou de "fim de semana".
 
"A maior escritora contemporânea de policiais", segundo Peter Kemp, do Sunday Times é a nossa sugestão de leitura de fim de semana.
 
 
 
A Paciente Misteriosa
De P. D. James
Editado pelas Publicações Europa-América



 
 
Quando Rhoda Gradwin, uma famosa jornalista de investigação é internada na clínica privada do Sr. Chandler-Powell, em Dorset, para uma operação de rotina, nada fazia prever a sua morte súbita.
A vida no Solar de Cheverell, a pitoresca casa de campo que alberga a clínica, é perturbada quando uma segunda vítima é encontrada.
Que mistérios encerra o Solar de Cheverell?
Quem matou as duas vítimas?
Adam Dalgliesh e a sua equipa são chamados para investigar os dois crimes e descobir a verdade.
 
O que importa é o enigma: quem, como e porquê.
As pistas são apresentadas e o desafio lançado: quem é mais esperto, a autora ou o leitor?
 
 
 

 
 
"Don't just plan to write. Write. It is only by writing,
 not dreaming about it, that we dvelop our own style"
                                                                                                             P. D. James
 
 




Phyllis Dorothy James, faz amanhã 93 anos, é uma escritora britânica de romances policiais, que adota o nome de P. D. James para assinar as suas obras. É reconhecida como uma das escritoras que mais influenciaram o romance policial, sendo particularmente notável a forma como caracteriza as suas personagens, os ambientes e os detalhes.
Os seus livros tem duas personagens principais: a jovem detetive privada Cordelia Gray e Adam Dalgliesh, inspetor-chefe da Scotland Yard, de meia idade, que surge pela primeira vez em 1962 no romance Cover Her Face (O enigma de Sally).
P.D. James trabalhou na direção do Norh West Regional Hospital em Londres de 1949 a 1968 e mais tarde, depois da morte do marido, no Ministério do Interior, no departamento da Policia Criminal.
Em 1983 foi distinguida com a Ordem do Império Britânico. Foi igualmente nomeada Par do Reino na Câmara dos Lordes, recebendo o título de Baronesa James de Holland Park.
Em 1992 foi distinguida com o Doutoramento em Literatura pela Universidade de Buckingham e em 1993 pela Universidade de Londres. É membro da Royal Society of Literature.
Muitos dos seus policiais foram adaptados à televisão em 1985 e 1986.
 
 
P. D. James ganhou vários prémios entre eles:
  • Silver Dagger 1971
  • Silver Dagger 1975
  • Silver Dagger 1986
  • International Macavity Award 1987
  • Diamond Dagger 1987 pela carreira literária
  • Grand Master Award 1999


Ilustração de Tracy Flickinger


AAhhhhh!!!... foi aquele que matou a Rhoda !!!???
 
Bom Fim de Semana
ou Boas Férias





agosto 01, 2013

VAMOS LER DE QUALQUER MANEIRA ...

Acha que não gosta de ler?
Já tentou de várias maneiras, mas continua a ser uma coisa que não lhe agrada?
 
Vamos ajudá-lo!
 
Talvez ainda não tenha descoberto a  melhor forma para gostar de ler.
Vamos deixar-lhe algumas sugestões.
Quem sabe se não descobre a maneira ideal para si!
 
 
Ora veja esta ... 
 
e esta ...
 
se preferir uma mais aconchegante ...
 
ou uma com mais movimento ...
Ilustrações de Leo Timmers
 
É só escolher!
 
 
Se preferir uma maneira mais
simples, rápida e segura,
então opte pela Biblioteca Municipal
da sua cidade.
 
Vai gostar e nós vamos ajudá-lo
com as nossas sugestões.
 
Veja aqui o que preparámos para si
para o mês de agosto.
 
 
FICAMOS À SUA ESPERA!
 
 
 
 
 
 
 
 
 

julho 26, 2013

LEITURA DE FIM DE SEMANA







"Para impressionar os amigos com a sua inteligência, suplique, peça ou compre
O livro da Ignorância Geral, uma extraordinária coleção de equívocos e ideias erradas muito comuns, compilada para o programa da BBC QI (Quite Interesting)"
                                                                                              Financial Times
 
 
  
Caro Leitor, não precisa de comprar o livro que o Financial Times propõe, porque é precisamente a nossa sugestão de leitura de fim de semana.
 
 

É um livro bem-humorado que pretende questionar, de um modo simplista e leve, conhecimentos que dávamos por adquiridos.
Este livro é para as pessoas que sabem que não sabem muito e contém centenas de factos que a pessoa comum não sabe.

Se o leitor pensa que as rabanadas são de origem portuguesa, que as centopeias têm 100 patas, que a Terra tem apenas uma lua, que foram os franceses que inventaram o champanhe e que o deserto de Atacama é o local mais seco da Terra, então está mesmo a precisar deste livro.
Urgentemente!

Nas suas 262 páginas são referidas curiosidades
capazes de nos deixar surpreendidos e quase perplexos!!!
 


O Livro da Ignorância Geral
Publicado pela Porto Editora
De John Lloyd e John Mitchinson

 
 
 
 


O Livro da Ignorância Geral vai, finalmente, ajudá-lo a perceber o que é, de facto, verdade, e o que é disparate. Uma coisa é certa: este livro vai fazê-lo sentir-se muito, muito pequeno!

O Leitor só tem que se deslocar à Biblioteca Municipal e, no átrio de entrada dirigir-se à mesa com as nossas sugestões de Leitura para férias, requisitá-lo e surpreender familiares e amigos este fim de semana.
 
 

 
 
 
 
 Bom fim de semana e não se esqueça
que a leitura prejudica
seriamente a ignorância.
 
 
  



julho 24, 2013

O CAIRO NOVO




Cairo, capital do Egito, está na ordem do dia dos noticiários e nos jornais.
Para o leitor ficar a conhecer melhor a nova realidade no Egito e a sua cultura, venha até à Sala de Periódicos consulte os jornais e revistas que a Biblioteca Municipal tem à sua disposição e requisite o livro "O Cairo Novo".
 
 
É um romance cheio de suspense do escritor egipcio Naguib Mahfouz, em que um niilista ambicioso e amargo, uma estudante bela e pobre e um funcionário corrupto envolvem-se num ménage à trois condenado.
 
O Cairo Novo
De Naguib Mahfouz
Editado pela Civilização
 
 





O Cairo dos anos 30 é palco de enormes desigualdades sociais e económicas. É também uma época de mudança, quando as universidades começam a abrir as portas às mulheres e filosofias revolucionárias oriundas da Europa agitam os debates entre os jovens. Mahgoub é um estudante orgulhoso que está determinado a esconder dos seus amigos idealistas a sua pobreza  e a sua falta de princípios. Quando se dá conta de que não há emprego para quem não tem conhecidos, concorda, desesperado, em fazer parte de um elaborado plano fraudulento. No entanto, o que começa como mera estratégia de sobrevivência depressa se transforma em muito mais para Mahgoub e para a sua cúmplice, uma jovem de nome Ihsan igualmente desesperada. À medida que se movem na sofisticada alta sociedade, a sua frágil farsa começa a desintegrar-se e o terrível preço do pacto faustiano de Mahgoub torna-se claro...
 
 
"Intrigante...dostoievskiano...o brilhantismo de Mahfouz reside no retrato da coexistência do bem e do mal no caráter humano... Mahfouz foi o Balzac do Egito".
                                                                                                  The New Yourk Times
 
 
 
 
Naguib Mahfouz no Ali Baba Cafe no Cairo
 
Naguib Mahfouz nasceu no Cairo em 1911. Modernizou a literatura árabe, sendo considerado um dos seus maiores vultos. Ao longo de mais de uma carreira de 70 anos, publicou 34 romances, mais de 350 contos, dezenas de argumentos cinematográficos e 5 peças de teatro. Faleceu na cidade do Cairo em 2006.
É o único autor de língua árabe galardoado com o Prémio Nobel da Literatura.
 
 
 
 
 
 
 
 
Boa semana com boas leituras
 
 

julho 19, 2013

LEITURA DE FIM DE SEMANA




Pintura de Karin Jurick

Não adianta chamá-lo, só se vai embora quando terminar o livro!

E qual é o livro que lhe está a despertar tanto interesse?
 
Só pode ser a nossa sugestão de leitura de fim de semana
 
É um livro em que o  autor, com humor, imaginação e sensibilidade, nos transporta numa viagem de imagens e memórias à Lisboa dos anos 50. Uma época de apetites e excessos. De paixões e desventuras. Era um tempo em que havia tempo. Até se escreviam cartas de amor.
 
Já não se escrevem cartas de amor
De Mário Zambujal
D'A esfera dos livros
 
 
 
"A certa altura, decidi que não poderia passar a noite parado como um legume, apelei à pouca coragem e disse para mim próprio: "seja o que Deus e ela quiserem." Avancei lesto para a mesa de Erika e, lá chegado, tomou-me a sensação de fracasso inevitável, mesmo de ridículo.
Balbuciei por fim:
- A menina não quer dançar comigo, pois não?"
 
Duarte é um jovem bon vivant, que, entre as noites glamorosas passadas no Grande Casino Internacional do Estoril, as tardes de café no Chave D'Ouro, no Palladium ou no Martinho do Rossio e a vida boémia nas boîtes da capital, vê o seu coração ser arrebatado por uma jovem alta, esguia, loura e de sorriso luminoso, de nome Erika.





“A ficção é uma libertação da imaginação e eu posso criar mundos extraordinários e personagens extraordinárias que não existindo me
dão toda a margem para os desenhar como me apetecer”.
                                                                                                           Mário Zambujal




Mário Zambujal, jornalista e escritor, nasceu em Moura 5 de março de 1936.
Conhecido da maioria dos nossos leitores como jornalista desportivo na RTP, como apresentador do "Domingo Desportivo", colaborou para além da televisão em programas de rádio, dos quais se destaca o "Pão com Manteiga", na Rádio Comercial com Carlos Cruz.
Foi também jornalista de A Bola, chefe de redação do jornal desportivo Record, do jornal O Século e do Diário de Notícias, diretor do jornal Se7e, do semanário Tal & Qual, e colunista do diário 24 Horas.
É o actual presidente do Clube de Jornalistas.
Mário Zambujal fez a sua estreia literária em 1980 com Crónica dos Bons Malandros a que se seguiram Histórias do Fim da Rua e À Noite Logo se Vê.
Após um interregno, em que escreveu histórias para televisão, teatro e rádio, voltou aos livros com Fora de Mão, Primeiro as Senhoras, Já Não se Escrevem Cartas de Amor e Uma Noite Não São Dias.
A 30 de julho de 1984 recebeu a Ordem do Infante D. Henrique.
A 9 de maio deste ano, Mário Zambujal abraçou outro projeto jornalístico, o Jornal Sénior, cuja direção está a seu cargo.
É um dos seis autores de "Os Novos Maias", uma homenagem do jornal Expresso aos 125 anos da publicação de "Os Maias" de Eça de Queirós.
 


Bom fim de semana com boas leituras
 


julho 18, 2013

DIA INTERNACIONAL NELSON MANDELA

 
 
Madiba completa hoje 95 anos e a ONU apela a todos para dedicarem
 hoje 67 minutos a uma boa ação em memória dos 67 anos
de militância cívica de Nelson Mandela.
 
 
 
 
O que é o Dia Internacional Nelson Mandela?
Veja AQUI
 
 
 
 
Na sua luta pela liberdade contra o sistema de apartheid da África do Sul, Nelson Mandela inspirou milhões de pessoas em todo o mundo com a sua coragem, resistência e nobreza de espírito. A transferência da África do Sul do apartheid para o governo dos negros podia ter levado a massacres vingativos, semelhantes à carnificina de quando a Índia se tornou independente, mas, graças a um político, esta revolução foi essencialmente tolerante, pacífica, ordeira e sem derramamento de sangue.
 
 
A 11 de fevereiro de 1990, Nelson Mandela transpôs os portões da Victor Verster Prision, do Vale de Dwars, perto da Cidade do Cabo. Era a primeira vez em 27 anos que estava em liberdade, um triunfo de esperança que significava o início de uma nova era para um país dilacerado pelo apartheid desde 1948.
Cerca de 2000 seguidores esperaram-no à porta da prisão para o aclamar, e mais outros 50 000 na cidade do Cabo para lhe proporcionar uma apoteótica receção.
 
 
 
 
"Lutei contra a dominação branca e lutei contra a dominação preta. Tenho acalentado a ideia de uma sociedade democrática e livre em que todas as pessoas vivam juntas em harmonia e com oportunidades iguais. É um ideal para que espero viver e que quero atingir. Mas, se for preciso, é um ideal pelo qual estou preparado para morrer"
                                   Nelson Mandela, defendendo-se no julgamento de Rivonia em 1964
 
 
 
 
 
 
Mandela foi condenado no julgamento de Rivonia, em 1964, a prisão perpétua.
Condenado atrabalhos forçados numa pedreira na ilha de Roben, Mandela transformou o seu campo prisional na "Universidade da Ilha", designando instrutores para educarem as equipas de presos enquanto faziam o seu árduo trabalho. Montou peças e distribuiu livros para preencher as horas.
Após uma espera de 27 anos, Mandela atrasou por mais um dia a sua partida final da prisão: "Vão libertar-me do modo como eu quiser ser libertado e não do modo como eles quiserem libertar-me".
Nelson Mandela, que já foi o "preso mais célebre do mundo", tornou-se, em 1994, o primeiro presidente negro da África do Sul.
 
 
 
A paz exige homens de visão e de coragem de ambos os lados e, em 1989, o presidente sul-africano , F. W. De Klerk, foi suficientemente corajoso para correr os riscos necessários. Em 1990, levantou a proibição do ANC dias antes de libertar Mandela. E, uma vez livre, Mandela renunciou imediatamente à ação violenta, fazendo assim a promessa que se recusara a fazer enquanto esteve preso.
Madiba - nome honorífico tribal pela qual os sul-africanos o conhecem - partilhou em 1993, o Prémio Nobel da Paz com De klerk.
 
 
Como Presidente ( 1994-1999), incluiu representantes de todos os grupos étnicos no seu governo multipartidário. Criou a Comissão da Verdade e da Reconciliação para investigar abusos dos direitos humanos.
Mandela reconheceu que durante a sua presidência não tinha feito o suficiente para combater a epidemia da SIDA. Na reforma,  tomou várias medidas para corrigir o seu erro.
Com uma honestidade característica, Mandela reconheceu que a sua própria militância na década de 1960 não violou menos os direitos humanos do que o apartheid e recusou-se a permitir que os seus apoiantes escondessem esse facto.
 

Hospitalizado há mês e meio, Mandela sofre de uma infeção pulmunar recorrente, uma sequela dos 27 anos de prisão.

 
 
 
"A minha vida é a luta"
                                                 Nelson Mandela

 
 
 

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