Na passada 6.ª feira convidámos os leitores a partilharem dois livros de um escritor moçambicano. Hoje, deixamos o convite para partilharem um outro autor, também, de língua portuguesa, mas desta vez, angolano.
JOSÉ EDUARDO AGUALUSA
José Eduardo Agualusa nasceu em Angola, na cidade de Huambo, a 13 de dezembro de 1960. A sua obra é vasta e multifacetada, indo do romance aos livros de contos, às crónicas e à literatura para a infância, obra essa que lhe tem valido inúmeros prémios nacionais e estrangeiros. Os seus livros encontram-se traduzidos para diversas outras línguas.
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Qual a razão que nos levou a
escolher este autor?
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O facto de ter sido o vencedor da 1ª edição do Prémio Manuel António Pina, com o livro infantil "A rainha dos estapafúrdios". O Prémio Manuel António Pina, no valor de 2.000 euros, foi criado pela editora Tcharan para distinguir textos de literatura infanto-juvenil do universo lusófono, em honra do escritor, falecido em outubro passado.
Infelizmente não poderemos sugerir a leitura do livro premiado, uma vez que a Biblioteca Municipal não o possui para empréstimo. Mas deixamos outras alternativas de leitura do mesmo autor. À semelhança da passada semana, deixamos uma sugestão de leitura para os adultos e outra para partilhar com os mais pequenos.
AS MULHERES DO MEU PAI
José Eduardo Agualusa
Dom Quixote
"Faustino Manso, famoso compositor angolano, deixou ao morrer sete viúvas e dezoito filhos. A filha mais nova, Laurentina, realizadora de cinema tenta reconstruir a atribulada vida do falecido músico.
Em As Mulheres do Meu Pai, realidade e ficção correm lado a lado, a primeira alimentando a segunda. Nos territórios que José Eduardo Agualusa atravessa, porém, a ficção participa da realidade. As quatro personagens do romance que o autor escreve, enquanto viaja, vão com ele de Luanda, capital de Angola, até Benguela e Namibe. Cruzam as areias da Namíbia e as suas povoações-fantasma, alcançando finalmente Cape Town, na África do Sul.
Continuam depois, rumo a Maputo, e de Maputo a Quelimane, junto ao rio dos Bons Sinais, e dali até à ilha de Moçambique. Percorrem, nesta deriva, paisagens que fazem fronteira com o sonho, e das quais emergem, aqui e ali, as mais estranhas personagens.
As Mulheres do Meu Pai é um romance sobre mulheres, música e magia. Nestas páginas anuncia-se o renascimento de África, continente afectado por problemas terríveis, mas abençoado pelo talento da música, o sempre renovado vigor das mulheres e o secreto poder de deuses muito antigos."
Para partilhar com os mais pequenos lá de casa
ESTRANHÕES & BIZARROCOS
[estórias para adormecer anjos]
ESTRANHÕES & BIZARROCOS
[estórias para adormecer anjos]
textos de José Eduardo Agualusa
ilustrações de Henrique Cayatte
Dom Quixote
"Um inventor de coisas impossíveis: formigas mecânicas, passáros a vapor, sapatos voadores, aparelhos de produzir espirros, estranhões e bizarrocos e outros seres sem exemplo. Camelos sábios, uma menina de peluche, a rainha das borboletas. Um país onde tudo acontece ao contrário, os rios correm do mar para a nascente, e os gatos são do tamanho dos bois. O nascimento do primeiro pirilampo do mundo... São histórias para adormecer anjos."
"(...) O grão-vizir olhou para ele espantado:
_ Meu Deus! O camelo fala!...
_ Falo sim, meu senhor _ confirmou Aba, divertido com o incrédulo silêncio dos homens _ Os livros deram-nos a nós, camelos, a ciência da fala.
Explicou que, tendo comido os livros, os camelos haviam adquirido não apenas a capacidade de falar, mas também o conhecimento que estava em cada livro. Lentamente enumerou de A a Z os títulos que ele, Aba, sabia de cor. Cada camelo conhecia de memória quatrocentos títulos (...)"
Imagem e texto extraídos do livro
Estranhões & Bizarrocos
págs. 16 e 17
Não, não queremos que coma os livros ou que os decore.
Queremos apenas que os leia e os partilhe.
A Biblioteca é um mundo de livros para partilhar.
Venha até cá e tenha um bom fim de semana.