junho 21, 2013

VAMOS PARTILHAR ... José Eduardo Agualusa

Na passada 6.ª feira convidámos os leitores a partilharem dois livros de um escritor moçambicano. Hoje, deixamos o convite para partilharem um outro autor, também, de língua portuguesa, mas desta vez, angolano.

 
JOSÉ EDUARDO AGUALUSA

José Eduardo Agualusa nasceu em Angola, na cidade de Huambo, a 13 de dezembro de 1960. A sua obra é vasta e multifacetada, indo do romance aos livros de contos, às crónicas e à literatura para a infância, obra essa que lhe tem valido inúmeros prémios nacionais e estrangeiros. Os seus livros encontram-se traduzidos para diversas outras línguas.
 
Ler mais sobre o autor AQUI »»

 
Qual a razão que nos levou a
escolher este autor?

 
O facto de ter sido o vencedor da 1ª edição do Prémio Manuel António Pina, com o livro infantil "A rainha dos estapafúrdios". O Prémio Manuel António Pina, no valor de 2.000 euros, foi criado pela editora Tcharan para distinguir textos de literatura infanto-juvenil do universo lusófono, em honra do escritor, falecido em outubro passado.
Infelizmente não poderemos sugerir a leitura do livro premiado, uma vez que a Biblioteca Municipal não o possui para empréstimo. Mas deixamos outras alternativas de leitura do mesmo autor. À semelhança da passada semana, deixamos uma sugestão de leitura para os adultos e outra para partilhar com os mais pequenos.

 

AS MULHERES DO MEU PAI
José Eduardo Agualusa
Dom Quixote
 
"Faustino Manso, famoso compositor angolano, deixou ao morrer sete viúvas e dezoito filhos. A filha mais nova, Laurentina, realizadora de cinema tenta reconstruir a atribulada vida do falecido músico.
Em As Mulheres do Meu Pai, realidade e ficção correm lado a lado, a primeira alimentando a segunda. Nos territórios que José Eduardo Agualusa atravessa, porém, a ficção participa da realidade. As quatro personagens do romance que o autor escreve, enquanto viaja, vão com ele de Luanda, capital de Angola, até Benguela e Namibe. Cruzam as areias da Namíbia e as suas povoações-fantasma, alcançando finalmente Cape Town, na África do Sul.
Continuam depois, rumo a Maputo, e de Maputo a Quelimane, junto ao rio dos Bons Sinais, e dali até à ilha de Moçambique. Percorrem, nesta deriva, paisagens que fazem fronteira com o sonho, e das quais emergem, aqui e ali, as mais estranhas personagens.
As Mulheres do Meu Pai é um romance sobre mulheres, música e magia. Nestas páginas anuncia-se o renascimento de África, continente afectado por problemas terríveis, mas abençoado pelo talento da música, o sempre renovado vigor das mulheres e o secreto poder de deuses muito antigos."

Para partilhar com os mais pequenos lá de casa



ESTRANHÕES & BIZARROCOS
[estórias para adormecer anjos]
textos de José Eduardo Agualusa
ilustrações de Henrique Cayatte
Dom Quixote
 
"Um inventor de coisas impossíveis: formigas mecânicas, passáros a vapor, sapatos voadores, aparelhos de produzir espirros, estranhões e bizarrocos e outros seres sem exemplo. Camelos sábios, uma menina de peluche, a rainha das borboletas. Um país onde tudo acontece ao contrário, os rios correm do mar para a nascente, e os gatos são do tamanho dos bois. O nascimento do primeiro pirilampo do mundo... São histórias para adormecer anjos."

 

 
"(...) O grão-vizir olhou para ele espantado:
_ Meu Deus! O camelo fala!...
_ Falo sim, meu senhor _ confirmou Aba, divertido com o incrédulo silêncio dos homens _ Os livros deram-nos a nós, camelos, a ciência da fala.
Explicou que, tendo comido os livros, os camelos haviam adquirido não apenas a capacidade de falar, mas também o conhecimento que estava em cada livro. Lentamente enumerou de A a Z os títulos que ele, Aba, sabia de cor. Cada camelo conhecia de memória quatrocentos títulos (...)"
 
Imagem e texto extraídos do livro
Estranhões & Bizarrocos
págs. 16 e 17

 

Não, não queremos que coma os livros ou que os decore.
Queremos apenas que os leia e os partilhe.
 
A Biblioteca é um mundo de livros para partilhar.
 
Venha até cá e tenha um bom fim de semana.




 

junho 19, 2013

CONTINUAMOS A PARTILHAR ...

Continuamos a partilhar
projetos, mensagens e momentos.
E queremos partilhar com todos este
número mágico
 
 
 
Este é o número de crianças que passaram pela Biblioteca Municipal ao longo deste ano letivo.
 
Foram mais de mil crianças, de diferentes idades e níveis de escolaridade, desde o pré-escolar até ao 4.º ano do ensino básico, provenientes das escolas do nosso concelho.
Por aqui passaram mais de mil crianças, com sorrisos sinceros, com entusiasmo contagiante e com muita alegria, porque já sabem que aqui encontram um espaço onde se sentem bem e onde gostam de vir.
 
Aos professores e educadores, que acompanharam estas crianças, o nosso reconhecimento pelo trabalho que desenvolvem e o nosso agradecimento pelo contributo a favor da promoção do livro, da leitura e da própria Biblioteca Municipal.

 
Muito obrigado e até breve. 

 
 

Visitas Escolas 2013


 
A Biblioteca é um mundo de livros
para partilhar.
 
Ilustração de David Pintor




 

junho 17, 2013

VAMOS CONTINUAR A PARTILHAR ...





Com o fim de mais um ano letivo,
termina também o
projeto "Livros em Movimento".


No passado dia 12 de junho as funcionárias da Biblioteca Municipal procederam à recolha dos 570 livros, distribuídos por 19 caixas, a que tiveram acesso as 35 turmas das escolas do 1º ciclo do ensino básico de Albergaria, Amieira, Amieirinha, Engenho, Fonte Santa, Garcia, Picassinos 1 e Picassinos 2, Pilado, Trutas e Várzea.

 
Estes livros, que desde o passado mês de outubro circularam pelas 11 escolas, fizeram felizes muitas, muitas crianças do nosso concelho e voltaram agora ao lugar de origem, onde irão permanecer até setembro, ou seja, voltaram à Biblioteca Municipal.




Para saber mais acerca do projeto, consulte





 
Se ao longo do ano letivo foi a Biblioteca a levar os livros às crianças, agora, durante as férias de verão, esperamos que sejam as crianças a vir ao encontro dos livros na Biblioteca, dando assim continuidade a um dos mais importantes objetivos que o projeto pretende alcançar: criação de hábitos de leitura.
 

VENHAM ATÉ CÁ,
INSCREVAM-SE
E REQUISITEM LIVROS.
 
Pela nossa parte, prometemos
voltar no próximo ano letivo,
com mais
Livros em Movimento.

 
 Ilustração de Elisabeth Teixeira

Ler é importante, desenvolve o raciocínio
e a capacidade de interpretação.
LEIAM.

Partilhe esta mensagem
AQUI 


 

junho 14, 2013

VAMOS PARTILHAR ...

Sim, a partir de hoje e durante a próxima semana. Vamos partilhar
momentos,
imagens,
leituras,
mensagens,
projetos.
 
Os nossos dois blogues serão um só.
Hoje, vamos começar a partilhar com ...


MIA COUTO
PRÉMIO CAMÕES 2013
 
António Emílio Leite Couto, MIA COUTO, escritor moçambicano, vencedor do 25.º Prémio Camões, entregue na passada 2.ª feira, dia 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. 
Instituído por Portugal e o Brasil, este é o mais importante prémio atribuído na área literária a autores de língua portuguesa e a segunda vez que é atribuído a um escritor moçambicano. 
Para conhecer mais sobre o escritor clique aqui.
 
 
 
Porque hoje é 6.ª feira, deixamos-lhe como sugestão para o fim de semana a leitura de dois livros de Mia Couto. 

O primeiro é para si, o outro para partilhar em família.
 
 


 
VENENOS DE DEUS, REMÉDIOS DO DIABO
Mia Couto
Caminho
"O jovem médico português Sidónio Rosa, perdido de amores pela mulata moçambicana Deolinda, que conheceu em Lisboa num congresso médico, deslocou-se como cooperante para Moçambique em busca da sua amada. Em Vila Cacimba, onde encontra os pais dela, espera pacientemente que ela regresse do estágio que está a frequentar algures. Mas regressará ela algum dia?
Entretanto vão-se-lhe revelando, por entre a névoa que a cobre, os segredos e mistérios, as histórias não contadas de Vila Cacimba — a família dos Sozinhos, Munda e Bartolomeu, o velho marinheiro, o administrador, Suacelência e sua Esposinha, a misteriosa mensageira do vestido cinzento espalhando as flores do esquecimento."


 
Partilhe com os seus filhos este livro de literatura infantil, também, de Mia Couto.

 

 
O BEIJO DA PALAVRINHA
Texto de Mia Couto
Ilustrações de Danuta Wojciechowska
Caminho
"Este livro conta a história de Maria Poeirinha, menina pobre do interior, que nunca vira o mar. Muito doente, recebe o carinho da família e, principalmente, do irmão que, de uma forma emocionante, apresenta o mar a Poeirinha. É impossível não nos emocionarmos com a história. O livro tem ilustrações maravilhosas de Danuta Wojciechowska."
Livro recomendado pelo Plano Nacional de Leitura para o 4º ano de escolaridade. Leitura autónoma e/ou leitura com apoio dos professores ou dos pais.


 
Podemos partilhar consigo,
 estes e outros livros de Mia Couto,
 aqui, na sua Biblioteca Municipal. 
 
 
BOM FIM DE SEMANA 

 
 

junho 12, 2013

O que nos dizem os números?

Dizem-nos, que se lê mais na Marinha Grande!

Veja-se o gráfico, que apresentamos a seguir, que nos mostra o que tem vindo a ser a evolução da quantidade de livros requisitados no mês a que nos referimos - MAIO -, desde o ano de 2005 até 2013. Voltamos a chamar a atenção, que não foram recolhidos dados em 2012, devido a problemas técnicos com a nossa aplicação informática.



Quantidade de livros emprestados no mês de MAIO
Dados comparativos 2005 - 2013 





E, agora, fique a saber quais foram os livros mais lidos ao longo do mesmo mês - MAIO.
 
 
           N.º 1                         N.º 2         
           
       
N.º 3                         N.º 4  
         
 
 
N.º 5
 
 
Continue connosco
Continue a ler
 
 
 
 

junho 07, 2013

LEITURA DE FIM DE SEMANA


"Educação não transforma o mundo.
Educação muda pessoas.
Pessoas transformam o mundo"
                                                                                             Paulo Freire


 
Certamente não é este o planeta que quer deixar aos seus netos.
 
 
No passado dia 5 de junho comemorou-se o Dia Mundial do Ambiente e, amanhã dia 8, vamos comemorar do Dia Mundial dos Oceanos.
Sabendo que o Leitor tem consciência ecológica e, para sugestão de leitura de fim de semana, vamos  deixar-lhe um romance retirado da mostra bibliográfica patente ao público no átrio da sua biblioteca e cuja temática é a defesa do nosso planeta.  
 
 
O Perfume de Adão
Do escritor francês Jean-Christophe Rufin
Publicado pelas Edições Asa
 
 
 
Juliette é uma jovem ecologista, frágil e idealista. Ao participar numa operação, aparentemente inocente, para libertar animais em cativeiro num laboratório, vê-se envolvida numa perturbante conspiração que, em nome do planeta, escolhe como alvo a espécie humana. É que a sua missão incluía apoderar-se de um frasco cujo conteúdo é suficientemete perigoso para pôr em risco a vida na Terra... Paul e Kerry, dois ex-agentes da CIA que abandonaram os serviços secretos para retomar os estudos, ele de Medicina, ela de Psicologia, são recrutados por uma agência de informações priveligiadas encarregada do caso, mas a investigação mergulha-os no universo aterrador da ecologia radical e dos que a manipulam. De Cabo Verde aos Estados Unidos, da Polónia às metróples brasileiras, O Perfume de Adão desafia as nossas crenças mais profundas e revela os perigos que a teoria ecológica radical representa para o planeta que tanto defende.
 
 
"Uma obra que nos lembra os mestres Graham Greene e John le Carré"
                                                                                                  Le Poin
 
 
 
 

Jean-Christophe Rufin nasceu a 28 de junho de 1952 em Bourges. Aos 25 anos, depois de ter concluído os estudos em medicina, partiu para a Tunísia como cooperante e, em 1977, participou na sua primeira missão humanitária, na Eritreia, onde entrou clandestino.
Em 1986 foi escolhido para conselheiro do secretário de Estado dos Direitos Humanos e nesse mesmo ano publicou o seu primeiro livro, o ensaio Le Piège Humanitaire, sobre as questões políticas da ação humanitária.

Em 1991, assumiu a vice-presidência da organização humanitária Médicos Sem Fronteiras, cargo que exerceu até 1993, quando passou a conselheiro do Ministério da Defesa francês para as questões relacionadas com as relações Norte-Sul. Dois anos mais tarde, passou a ser  administrador da Cruz Vermelha francesa e ainda adido cultural no Brasil.
Ao longo de duas décadas o autor participou em ações humanitárias em países em guerra como a Nicarágua, o Afeganistão, as Filipinas, o Ruanda, e também na Europa, nos Balcãs, durante a crise Jugoslava.

A sua estreia como romancista foi em 1997 com L'Abyssin (O Abissínio), obra que ganhou o Prémio Goncourt para primeiro romance e o Prémio Mediterrannée, dois dos mais importantes galardões literários franceses.
Dois anos mais tarde, publicou o ensaio,  Les Causes Perdues (As Causas Perdidas), obra inspirada numa missão humanitária em que participou na Etiópia  e que lhe valeu outro prémio, desta vez o Interallié.
Em 2001 volta a ganhar o Prémio Goncourt com o romance Rouge Brésil (Pau Brasil).
Em 2003 com Globalia (Globália) deixou de lado os romances de cariz histórico para se aventurar numa história futurista, que tem por cenário uma sociedade perfeita que vive isolada do resto do mundo, ao estilo de 1984, de George Orwell. Paralelamente à sua carreira de escritor, Rufin mantém uma colaboração com o Instituto de Estudos Políticos de Paris, onde também estudou, e com a organização humanitária Action Contre la Faim. Foi ainda nomeado, em 2005, membro do conselho de administração do Conselho Superior do Audiovisual, em França, e foi igualmente embaixador da França no Senegal e na Gâmbia.

Em 2008 foi eleito para a Academia Francesa, tornando-se então o seu membro mais jovem.
 
 

 
Tenha um bom fim de semana e lembre-se,
 
Não Existe Planeta B




 
 


junho 03, 2013

maio 31, 2013

LEITURA DE FIM DE SEMANA

"As revoluções duram semanas, anos; depois, durante dezenas e centenas de anos, adoram-se como algo sagrado, esse espírito de mediocridade que as suscitou."
                                                                                                        Doutor Jivago 
 
 
Nesta primavera envergonhada e fria, a nossa sugestão de leitura de fim de semana vai levá-lo às gélidas paisagens da Rússia do início do século XX.
 


Do premiado autor russo Boris Pasternak

O Doutor Jivago

Edição do Jornal Público

  



1958, Boris Pasternak a celebrar
o seu Prémio Nobel da Literatura
com a sua mulher
Publicado pela primeira vez em Itália, em 1957, o romance foi rapidamente traduzido em inglês e em francês. E o excelente acolhimento da obra incomodou o regime soviético, que o acusou de traição e o ameaçou de prisão se voltasse a ter qualquer tipo de contacto com estrangeiros. 
A proibição da publicação de Doutor Jivago dentro da União Soviética vigorou até 1989, quando a política de abertura de Mikhail Gorbatchev, então líder da URSS, autorizou a publicação da obra. Somente nesse ano, os russos puderam conhecer a saga de Jivago.
O seu nome já constava da lista de prováveis nomeados da Academia Sueca desde o fim da II Guerra Mundial e em causa estava a sua obra poética. De 1946 a 1950, esteve sempre na "short-list" de candidatos. E voltou a ser colocado em 1957, ano em que o laureado foi Albert Camus, que, aliás, elogiou Pasternak no seu discurso na cerimónia de entrega do prémio.
Os rumores de que Pasternak poderia vir mesmo a ganhar o Nobel da Literatura,  causavam grande incómodo no interior da União de Escritores Soviéticos. E quando foi anunciado o vencedor de 1958 - "pelo seu importante feito tanto na lírica poética contemporânea como na área da grande tradição épica russa" - o incómodo transformou- se em perseguição.
Um dia depois de ter recebido o telegrama da Suécia, começou a aperceber- se dos efeitos do Nobel com a visita de um membro do departamento cultural do Comité Central do Partido Comunista, que lhe ordenou a recusa imediata do prémio, sob a ameaça de expulsão do país. Muitos anos depois, só com eclodir do colapso da ex-URSS, o diploma do Nobel chegou finalmente às mãos da família Pasternak, com o reconhecimento do Ministério da Cultura russo.
 
 
Que espécie de truque sujo é que terei feito,
serei um assassino, um vilão? /
Eu, que deixei o mundo inteiro
a chorar pela beleza da minha pátria”.
                                                     1959, poema de Pasternak, titulado “O Prémio Nobel”



 
O romance relata a vida do médico Yuri Jivago, desde a adolescência até à sua morte em Moscovo. A fuga para a Sibéria com a sua mulher Tonia Groméko, por causa dos acontecimentos revolucionários de 1905 e 1917 e a sua união a um grupo de guerrilheiros em luta contra "os brancos", são alguns dos momentos que se destacam no romance. A sua relação adúltera com Lara, uma enfermeira que se torna o grande amor da sua vida, mas com quem se desencontra várias vezes, por diversos motivos. O romance é uma crítica ao sistema comunista russo e um relato sobre o destino do intelectual russo, aliás, um dos temas importantes do autor. Constitui uma visão panorâmica do período histórico entre 1903 e 1923, decisivo na transformação da Rússia e da Europa.
Em O Doutor Jivago, a revolução é o verdadeiro protagonista; a personagem é testemunha dos acontecimentos aos  quais o destino a conduz.
 
 
 
  


Boris Pasternak nasceu a 10 de Fevereiro de 1890, em Moscovo. O seu pai era pintor e ilustrador de obras de Tolstoy e a sua mãe uma reconhecida pianista, pelo que a sua educação esteve sempre ligada às artes. Estudou Filosofia na Alemanha e regressou em 1914 ao seu país natal para se dedicar inteiramente à literatura.
Nesse mesmo ano, publica os seus primeiros poemas, que no entanto não lhe trazem qualquer tipo de notoriedade. É com a publicação de A Vida da Minha Irmã, em 1922, que o reconhecimento do público lhe será feito.
Durante a II Guerra Mundial, Pasternak vê-se obrigado a trabalhar numa fábrica de químicos, experiência que lhe servirá de inspiração para a sua obra mais famosa, Doutor Jivago (1957), romance com o qual ganhará o Prémio Nobel da Literatura em 1958, que foi impedido de aceitar por pressões do regime soviético.




30 de maio de 1960, Pasternak morreu na sua casa de Peredelkino, sentado no sofá de onde podia observar o retrato do seu mestre Tolstoi, pendurado na parede.
 
 
 
A obra foi adaptada ao cinema, em 1966, pelo realizador David Lean, com o ator Omar Sharif no papel principal e ainda os atores Julie Christie, Alec Guinness, Geraldine Chaplin, Rod Steiger, Tom Courtenay, Siobhan McKenna e Ralph Richardson.
Apontado como um dos 100 filmes mais importantes de todos os tempos, Doutor Jivago, vencedor de cinco Oscares, pode ser visionado por si na Sala de Audio Vídeo.
 
São só boas razões para sair de casa,
dar um passeio, requisitar o livro
 e até, quem sabe, ver o filme.
 
 
Bom fim de semana





 

maio 27, 2013

LUIZ-MANUEL 1935-2011





Romance da Fábrica Velha
 
Só cinza na grelha
Esfarrapou-se o mito
A Fábrica Velha
Já não tem apito
 
Pálida centelha
Do antigo grito
A Fábrica Velha
Já não tem apito
 
Telhado sem telha
Futuro sem fito
A Fábrica Velha
Já não tem apito
 
Já foi sem parelha
Foi quase granito
A Fábrica Velha
Já não tem apito
 
Memória vermelha
Do antigo rito
A Fábrica Velha
Já não tem apito
 
Já não tem apito
 
            Luiz-Manuel,
 in Um Pirilampo no Inverno [dedicado a Álvaro Órfão]





Luiz-Manuel, pseudónimo literário de Luiz Manuel Ferreira dos Santos, nasceu na Marinha Grande a 15 de dezembro de 1935. Muito cedo começou a trabalhar, conseguindo emprego no Sindicato Vidreiro. Emigrou para a Suíça, para a região de Lausana em dezembro de 1962. Segundo o autor foi um exílio voluntário por motivos políticos, dado que já tinha sido preso por duas vezes pela policia política.
Em Lausana casou e a par da sua atividade profissional de contabilista, escreveu poesia em português e em francês, bem como traduziu para o francês inumeros poetas portugueses, entre eles Manuel Alegre, José Gomes Ferreira, José Bento.
Colaborou na antigo semanário marinhense "O Correio", com uma página dedicada à poesia intitulada "O País do Poema".
Foi convidado, em 1999,  pelo Instituto Camões para integrar o grupo de poetas portuguese da diáspora que vieram a Portugal falar e ler poemas seus, publicados depois num número especial da revista Tabacaria, precedidos de uma apresentação do diretor da revista, o poeta Nuno Júdice.
Luiz-Manuel foi membro da Associação Portuguesa de Escritores, do PEN CLUBE PORTUGUÊS, da Associação Portuguesa de Tradutores, da Association Vaudoise des Écrivains de Lausana e da Association des Traducteurs Littéraires de France.
Em 2001, já reformado, passou a dedicar-se inteiramente à escrita e ao associativismo.
 
 
 
 
A 27 de maio de 2011 Luiz-Manuel faleceu na Suíça. Por sua vontade foi cremado e as suas cinzas foram deitadas ao mar de S. Pedro de Moel, junto ao Farol do Penedo da Saudade, a 30 de junho desse ano, numa cerimónia pública de homenagem.
 
 
Ases do Marketing
 
Vou morrer por causa disto
Diz o Jesus
Já meio Cristo
 
Hás-de ser sempre o mesmo
Gaita vê lá se mudas
Diz o sacana do Judas
 
Que eu
por trinta dinheiros
Sou capaz de te vender a ti
E mais um seguro contra terceiros.
                                                                                      Luiz-Manuel, in Maquinais
 
 


A Biblioteca Municipal dispõe da bibliografia do autor para empréstimo domiciliário.
O Leitor só tem de sair de casa e visitar-nos.

Esperamos por si




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