abril 24, 2015

HÁ 41 ANOS PORTUGAL ERA ASSIM

Há 41 anos não havia liberdade. A atividade política estava condicionada, não existiam eleições livres e a única organização política aceite era a União Nacional/Ação Nacional Popular. A oposição ao regime era perseguida pela polícia política (PIDE/DGS) e restava-lhes a clandestinidade ou o exílio. Portugal mantinha uma guerra colonial em Angola, Guiné e em Moçambique, o que gerou o protesto de milhares de jovens e todos os rapazes maiores de 18 anos eram obrigados a ir à tropa. O país estava praticamente isolado da comunidade internacional.

Fotografia de Alfredo Cunha,
Portugal, anos 70





"O Circo Voltou" foi escrito em 1942 pela autora inglesa de romances juvenis Enid Blyton, mas demorou 32 anos a ser editado em Portugal. Só a 28 de fevereiro de 1974 é que os jovens portugueses puderam ler o último volume de um trilogia sobre o universo circense.





Em 1973 só um em cada dez portugueses tinha telefone. Em lista de espera encontravam-se 60 mil pessoas.





Fotografia de Alfredo Cunha, 1974
Escola no Bairro Alto, Lisboa

A escolaridade era obrigatória só até à 4º classe. As escolas tinham salas de aula e recreios separados para rapazes e raparigas.
A propaganda da "obra de Salazar" e dos ensinamentos da Igreja Católica, com particular ênfase na Nossa Senhora de Fátima, fazia parte dos programas escolares.
O livro da primeira classe continha nada menos do que trinta e oito textos sobre o catolicismo, passando para quarenta no livros da segunda classe.
Professores que não apoiassem o regime deixavam de poder exercer a sua profissão.
Castigos com a régua eram permitidos.





O hábito dos portugueses ouvirem o relato do jogo de futebol de ouvido colado ao transístor enquanto viajavam de elétrico acabou. Um decreto do Ministério das Comunicações alarga aos passageiros dos elétricos e dos troleicarros os deveres até agora impostos apenas aos utentes de transportes coletivos automóveis. A 17 de abril de 1974 passa a ser proibida a utilização de telefonias no interior dos carros, assim como qualquer tipo de comercialização




"Querendo criar a sua própria nova geração de nacionalistas, o regime confiou a organização do equivalente português das "Juventudes Hitlerianas", a Mocidade Portuguesa, ao jovem professor Marcelo Caetano, que foi um dos seus primeiros comissários nacionais. A M. P. tinha a sua própria estrutura e hierarquia militar, os seus uniformes próprios, incluíndo o emblema nacionalista no bolso junto ao coração, e um "S" conspícuo na fivela do cinto, que muito apropriadamente se situava sobre o estômago. O "S" significava "servir" e "Salazar". (...)
Tanto o professor como os alunos começavam o dia de pé fazendo a saudação fascista com o braço estendido e a mão aberta. Quando o professor perguntava três vezes "Quem vive?" e "Quem manda?" toda a classe tinha de gritar em uníssono: "Portugal! Portugal! Portugal!" "Salazar! Salazar! Salazar!" antes de se sentar para as lições do dia".
António de Figueiredo
In, Portugal: Cinquenta Anos de Ditadura




Foi então que Abril abriu
as portas da claridade
e a nossa gente invadiu
a sua própria cidade.

Foi esta força sem tiros

de antes quebrar que torcer
esta ausência de suspiros
esta fúria de viver
este mar de vozes livres
sempre a crescer a crescer
que das espingardas fez livros
para aprendermos a ler
que dos canhões fez enxadas
para lavrarmos a terra 
e das balas disparadas 
apenas o fim da guerra.

Foi esta força viril

de antes quebrar que torcer 
que em vinte e cinco de Abril
fez Portugal renascer.
                                        
Ary dos Santos
                                                                In, As Portas que Abril Abriu






abril 23, 2015

23 de abril 2015






Por decisão da UNESCO, no dia 23 de abril comemora-se o Dia Mundial do Livro. Trata-se de uma data simbólica para a literatura, já que, segundo os vários calendários, neste dia desapareceram importantes escritores, como Cervantes e Shakespeare, entre outros. A ideia da comemoração teve origem na Catalunha, onde a 23 de abril, dia de São Jorge, era oferecida uma rosa a quem comprasse um livro. Atualmente, a troca de uma rosa por um livro tornou-se uma tradição em vários países. 

Hoje, em todo o mundo, organismos e entidades da sociedade civil destacam o prazer de ler e a importância que os livros, nos seus vários suportes, têm na sociedade contemporânea.


Este ano o cartaz do Dia Mundial do Livro é da autoria do atelier Silvadesigners, de Jorge Silva, e mostra-nos, num jogo de luzes e de efeitos, que os livros podem ter leituras variadas e múltiplos ecos, consoante os leitores onde chegam.









abril 17, 2015

CENSURA/LIBERDADE







  • O Amante de Lady Chaterley, de D. H. Lawrence
  • O Anti-Cristo, de Friedrich Nietzsche
  • Os Bichos, de Miguel Torga
  • Lolita, de Vladimir Nabokov
  • Esteiros, de Soeiro Pereira Gomes
  • O Erotismo, de Georges Bataille
  • O Hóspede de Job, de José Cardoso Pires
  • Quando os Lobos Uivam, de Aquilino Ribeiro
  • Madame Bovary, de Gustave Flaubert
  • Manhã Submersa, de Virgilio Ferreira



  • Fazem parte de uma lista de 900 títulos que foram proibidos durante a ditadura, de 1933 a 1974 e que o Leitor pode consultar na sua Biblioteca.



    Este é o título da exposição constituída por 25 poemas de autores portugueses, cuja vida e obra ficaram marcadas pelo tema da Liberdade. Poderá ser vista até ao dia 30 de abril, no átrio da entrada da Biblioteca Municipal. Paralelamente, estarão também expostos alguns dos livros, que faziam parte da tal lista de 900 títulos, proibidos durante o Estado Novo e que o Leitor poderá requisitar para empréstimo domiciliário.




    Se Voltaire fosse português e tivesse vivido entre 1926 e 1974, teria tido muito trabalho!!!


    "A Censura constituiu, na verdade, uma peça central da estrutura orgânica do Estado Novo, do seu aparelho repressivo, propagandístico e de enquadramento político-ideológico da população, de tal modo relevante para a ditadura (...)."
    Cândido de Azevedo
    In, A Censura de Salazar a Marcelo Caetano






    Estes dois documentos foram alvo de censura prévia antes de serem publicados e, enquanto o poema de Mário Silva foi "aprovado", o conto de Ferreira de Castro, "A Missão" levantou muitas dúvidas ao censor, que solicitou, inclusivamente, a sua proibição.


    "Escrever assim é uma verdadeira tortura. Porque o mal não está apenas no que a censura proíbe mas também no receio do que ela pode proibir. Cada um de nós coloca, ao escrever, um censor imaginário sobre a mesa de trabalho - e essa invisível e incorpórea presença tira-nos toda a espontaneidade, corta-nos todo o élan, obriga-nos a mascarar o nosso pensamento, quando não a abandoná-lo, sempre com aquela obsessão: "eles deixarão passar isto?"

    Ferreira de Castro em 1945



    Sem Censura e em Total Liberdade










    abril 10, 2015

    SEGURANÇA ALIMENTAR




    Em 2015, Jesus Cristo e o seu milagre da multiplicação do pão e do peixe teria de obedecer a regras. 
    A Segurança Alimentar, tema escolhido este ano para assinalar 
     o Dia Mundial da Saúde, comemorado no dia 07 de abril, a isso o obrigava.


    A Organização Mundial da Saúde (OMS) argumenta que os alimentos inseguros, insalubres e falsificados estão relacionados com a morte de dois milhões de pessoas por ano
    Com a Segurança Alimentar pretende-se alertar toda a cadeia de produção alimentar (agricultores, fabricantes, fornecedores e consumidores) para a importância do controlo de perigos e riscos microbiológicos, garantindo que os alimentos que nos chegam à mesa são seguros.
    A Segurança Alimentar é uma área da saúde publica, que nos protege, enquanto consumidores, contra os riscos de intoxicação alimentar.


    "Desde os anos 50, entraram no fabrico da nossa alimentação mais de 3500 substâncias químicas feitas pelo homem, a par dos resíduos de pesticidas, antibióticos e hormonas de outros alimentos básicos como os cereais e a carne. Muitas destas substâncias químicas são "antinutrientes" uma vez que bloqueiam a absorção e utilização dos nutrientes ou promovam a sua excreção".

    Patrick Holford
    In, A Bíblia da Alimentação



    Na sua campanha de sensibilização, a OMS alerta, ainda, para as questões da segurança alimentar nas nossas casas quando manipulamos os alimentos:
    • manter a limpeza pessoal, das áreas onde se trabalha e proteger os alimentos das fontes de contaminação; 
    • evitar as contaminações cruzadas, cozinhando completamente os alimentos e mantendo-os a temperaturas apropriadas;
    • estar vigilante quanto à qualidade da água com que se confeciona os alimentos.
    Ilustração de Jade Fang


    "Um ser humano é constituído por cerca de 63% de água, 22% de proteínas, 13% de gordura e 2% de minerais e vitaminas. Todas as moléculas provêm dos alimentos que comemos e da água que bebemos. Comer alimentos da melhor qualidade nas quantidades certas ajuda-nos a atingir o potencial mais elevado de saúde, vitalidade e liberdade relativamente à doença"
    Patrick Holford
    In , A Bíblia da Alimentação



    Na sua deslocação à Biblioteca Municipal, o Leitor encontrará,  
    no átrio da entrada e até ao dia 15, 
     uma mostra bibliográfica, que nos alerta e esclarece, 
    sobre questões relacionadas com a nossa saúde e como a devemos preservar.

      






    abril 02, 2015

    BOA PÁSCOA

    Ilustração de Peter de Sève

    Caros Leitores,
    Visualizando a ecografia e de acordo com o Dr. Coelho, 
    está tudo a correr como era esperado . . .








    março 25, 2015

    O QUE É UMA MULHER PERIGOSA?


    "O que é que torna uma mulher perigosa?
    Pessoalmente, penso que as mulheres mais perigosas são as que são irresistíveis.
    Tivemos sempre mulheres perigosas junto de nós. Na sua maior parte, as grandes mulheres da História, bem como as mais significativas figuras femininas da literatura, foram mulheres perigosas. Talvez não para toda a gente, mas frequentemente para aqueles que se apaixonaram por elas. Houve homens que mataram por causa de mulheres perigosas, houve os que traíram o seu país, as pessoas amadas e a si próprios, que abdicaram do trono e se suicidaram. Por vezes, as mulheres perigosas terão merecido isso - merecido que um homem arriscasse tudo e desistisse de tudo o que lhe era querido".
    Otto Penzler


    Os dezassete melhores mestres do suspence da atualidade, entre eles Ed McBain, Joyce Carol Oates, John Connolly, fazem parte desta antologia do conto policial organizado por Otto Penzler.
    Mentira, Manipulação, Sedução, Assassínio
    tudo o que o Leitor  vai encontrar nestas Mulheres Perigosas.


    "Wow, que mulheres notáveis! Que contos extraordinários! 
    Mulheres perigosas é uma coleção vencedora".
                                                                                      Susan Isaacs



    "Estes gigantes do mundo da literatura policial reuniram um bando, um verdadeiro harém, de mulheres perigosas de todos os tipos. Sexo fraco? Não me façam rir. E o leitor tenha cautela, que elas ainda lhe roubam o coração, porque gostariam de o devorar. Talvez com favas e um bom Chianti".
    Otto Penzler




    Visite-nos, 
    estas Mulheres esperam por si!!



    março 20, 2015

    LANÇAMENTO DE LIVRO

    Dia 21 de março | 15:00 | Biblioteca Municipal



    de Ana Maria Santos
    ilustrações de Geandra Lipa
    Editora Alfarroba  


    Sinopse do livro: Quando o vento sopra por entre as palavras, as frases ganham ritmos de histórias, de sussurros nos quais os sentidos ajudam a recordar. As folhas, neste livro, não caem como no outono, apenas flutuam pelo olhar e leitura de quem as lê.

    Ana Maria Santos nasceu em Lourenço Marques, em 1967. Em dezembro de 1974 veio para Portugal, passando a residir em Figueiró dos Vinhos, terra natal da sua mãe. Formou-se em Física e Química, pela Universidade de Aveiro. Lecionou em Aveiro durante cinco anos, mas em 1996 passou a residir em Leiria, onde lecionou três anos. Desde 1999 que vive e trabalha na Marinha Grande, lecionando na EB Guilherme Stephens a disciplina de Física-Química. Nos seus tempos livres sempre incluiu a prática de atividades de manutenção física, além de cultivar o gosto pela música, cinema e leitura.






    março 16, 2015

    DE REGRESSO . . .


    Foi o que fizeram um grupo de utentes do Centro de Dia da Associação Social, Cultural e Desportiva de Casal Galego - Marinha Grande, na passada 5.ª feira, dia 12 de março. Deslocaram-se à Biblioteca Municipal, visitaram o espaço, conviveram e usufruíram de um momento de leitura. Para tal, contámos com a colaboração de Albertina Couceiro, funcionária, durante muitos anos, da Biblioteca Fixa Calouste Gulbenkian existente na Marinha Grande e, posteriormente, funcionária da nossa Biblioteca Municipal. Apesar de aposentada, continua a ser muito bem-vinda, colaborando frequentemente nas nossas atividades.



    A leitura foi o despertar para a conversa e para o desfiar de recordações. E é desta partilha, que surgem bons momentos de convívio. Foi o que aconteceu na nossa Biblioteca. 



    Para estes utentes foi uma tarde diferente e animada. Para nós foi um prazer recebê-los. A todos agradecemos. Esperamos voltar a vê-los em breve.








    março 13, 2015

    CONHECIMENTO É MELHOR QUE FÉ CEGA, SUPERSTIÇÃO E DOGMA




    "Nasci na Somália. Cresci na Somália, na Arábia Saudita, na Etiópia e no Quénia. Cheguei à Europa em 1992, com a idade de vinte e dois anos, e tornei-me membro do Parlamento holandês. Fiz um filme com Theo [Theo van Gogh]. 
    Theo e eu sabíamos como era perigoso fazer o filme. Mas Theo era um homem corajoso - era um guerreiro, por mais curioso que isso possa parecer. Era também holandês, e nenhuma nação do mundo tem tanto apego à liberdade de expressão como a Holanda. Quando lhe propuseram que o seu nome, por razões de segurança, não figurasse no genérico, encolerizou-se: "Se, no meu país, não posso assinar com o meu nome próprio o meu filme, então a Holanda deixa de ser a Holanda e eu deixo de ser eu".
    Numa manhã de novembro de 2004, na altura em que Theo van Gogh descia a Linnaeusstraat, Muhammad Bouyeri aproximou-se, sacou da arma, alvejou-o várias vezes e colocou uma carta de cinco páginas sobre o seu peito. A carta era-me dirigida. 
    Vivo agora sob a vigilância de dois guarda-costas e desloco-me em carros blindados".
    Ayaan Hirsi Ali,
     In Uma Mulher Rebelde


    Em 2005 a revista Time, considerou  a autora, que hoje
     divulgamos e sugerimos para Leitura de Fim de Semana
    uma das 100 pessoas mais influentes do mundo.



    UMA MULHER REBELDE
    AYAAN HIRSI ALI

    Numa altura em que os governos ocidentais procuram encontrar o delicado equilíbrio entre os ideais democráticos e as pressões religiosas impostas pelo Islão, reveste-se do maior interesse e actualidade a publicação de uma obra como esta, escrita na primeira pessoa por alguém que sentiu na pele o que é nascer mulher no seio da cultura islâmica. É o impressionante percurso de vida de uma mulher dotada de uma personalidade absolutamente fulgurante e de firmes convicções – desde o seu nascimento em Mogadíscio, Somália, em 1969, até à sua fuga para a Europa e à sua ascensão a membro do Parlamento holandês – que estas páginas esclarecedoras e apaixonantes nos revelam.



    Ayaan Hirsi Ali revela toda a sua história pessoal, as atrocidades do islamismo, o fascínio pela liberdade adquirida no ocidente e a luta pela manutenção dessa liberdade. Na sua opinião, há de facto culturas melhores que outras e a melhor é aquela que promove a igualdade de géneros, a liberdade de expressão, a que condena os maus tratos às mulheres, a que não pactua com a violência e com os crimes de honra.
    Hoje, está exilada nos Estados Unidos da América e é um alvo a abater para os extremistas islâmicos, mas a sua determinação férrea mantém-na ativa na demanda por um Islão mais humanizado.



    Ayaan Hirsi Ali recebeu vários prémios, entre eles: 
    • Prémio de Liberdade de Expressão, do jornal dinamarquês  Jyllands-Posten
    • Prémio Democracia, do Partido Liberal Sueco
    • Prémio Coragem Moral de Compromisso com a Resolução de Conflitos, Ética e Cidadania




    Bom Fim de Semana



    março 06, 2015

    NÃO MATEM A COTOVIA



    To Kill a Mockingbird, romance publicado nos Estados Unidos da América em 1960, recebeu no ano seguinte o Prémio Pulitzer e foi adaptado ao cinema em 1962, com o título em português "Na Sombra e no Silêncio". O filme, realizado por Robert Mulling,  ganhou três Oscares, entre eles o de melhor ator, protagonizado por Gregory Peck, no papel de Atticus Finch, o advogado que desafiou as convenções em nome da justiça e da igualdade racial, é considerado um dos melhores filmes da história do cinema.



    Em Portugal, o romance foi publicado pela primeira vez em 1964 e já teve várias edições e traduções: "Por favor, não matem a cotovia", "Não matem a cotovia" e, mais recentemente, "Mataram a cotovia".

    Para a nossa Sugestão de Leitura de Fim de Semana
    propomos a leitura da edição de 1986,  dos Livros de Bolso Europa-América, 

    "Não Matem a Cotovia"
    de HARPER LEE



    As cidadezinhas do Alabama seriam simples e pacatas se não sofressem de uma doença terrível: o racismo. Durante os anos da Depressão, Atticus Finch, um advogado viúvo de Maycomb, uma pequena cidade do sul dos Estados Unidos, recebe a dura tarefa de defender um homem negro injustamente acusado de violar uma jovem branca. A sua luta é contudo vã: nunca num tribunal de Alabama se dera razão a um negro contra um branco. É uma criança que nos conta esta história. Uma criança que vai descobrindo o mundo que a rodeia e é testemunha e protagonista de violências e atrocidades. A sua narrativa semi-inconsciente quase se torna a voz da adormecida consciência norte-americana.
    Traduzido em mais de 40 línguas, já vendeu mais de quarenta milhões de exemplares e continua a vender uma média de um milhão por ano. Recentemente foi considerado, pelas mais importantes editoras norte-americanas, como o melhor romance do século XX.



    "Eu nunca esperei nenhum tipo de sucesso com "Mockingbird", eu esperava por uma morte uma rápida e indolor nas mãos dos críticos mas, ao mesmo tempo, eu também esperava que alguém gostasse do livro a ponto de me encorajar. Publicamente".
    Harper Lee


    Sabia que . . . 
    . . . este livro é recomendado pelo Plano Nacional de Leitura,
    para os alunos do 3º ciclo, destinado a leitura autónoma?

    A 7 de novembro de 2007, Harper Lee recebeu do presidente George Bush
     a Medalha da Liberdade 
    Harper Lee nasceu a 28 de abril de 1926, em Monroeville, nos Estados Unidos da América. Frequentou o Hutigton College e estudou Direito na Universidade do Alabama.
    Viveu sempre afastada dos círculos mediáticos e é junto com JD Salinger, uma das mais famosas reclusas literárias, morando ainda hoje na casa da sua infância, em Monroeville, no Alabama.
    Jurou não voltar a publicar, pois já tinha dito tudo o que tinha para dizer no único livro que escreveu e publicou há 55 anos, não dá entrevistas desde 1964, mas vai publicar um novo romance "Go Set a Watchman", que acreditava estar perdido para sempre.


    Enquanto não chega a edição portuguesa,
    Visite-nos e fique a saber porque 
    "não se mata a cotovia"



    "As cotovias não fazem mais nada senão cantar para nossa satisfação. 
    Não comem coisas nos jardins das pessoas, não fazem ninhos nas searas, 
    não causam danos a ninguém. É por isso que é pecado matar uma cotovia".

    Harper Lee, 
    In Não Matem a Cotovia










    fevereiro 27, 2015

    THOMAS MANN

    No passado dia 6 de fevereiro foi notícia a reedição pela Bertrand do romance de



    Um Homem e o seu Cão é uma comovente história da relação de Thomas Mann com o seu perdigueiro alemão. Desde o primeiro encontro, numa quinta, Mann conta como gradualmente começa a amar este animal inteligente, leal e cheio de energia. Durante os seus passeios diários, Mann começa a compreender e apreciar Bashan enquanto ser vivo, testemunha o seu prazer em caçar lebres e esquilos e as suas meticulosas inspeções a pedras, galhos e folhas húmidas. Mann reflete sobre a vida interior do animal e maravilha-se com a facilidade com que ele confia totalmente em si, pondo a sua vida nas mãos do dono. Os dois desenvolvem uma compreensão um do outro com o passar do tempo, mas Mann ganha também consciência de uma divisão intransponível que os separa. E, como em todas as relações, existem momentos de tensão, frustração ou desilusão, mas que são sempre superados por uma ligação íntima, profunda e de grande amizade entre os dois. Uma história encantadora de amizade entre um homem e um cão.
    Consultando o nosso catálogo bibliográfico podemos verificar a existência desse romance, numa edição de 1962, da responsabilidade da Editora Inquérito, tradução de João Gaspar Simões, ilustração de Figueiredo Sobral e com o título O CÃO E O DONO.

    E é este o livro que escolhemos para
     sugestão de leitura para o seu fim de semana:
    a comovente história da relação de Thomas Mann com o seu perdigueiro alemão Bashan.


    "Sabendo isso, ela telefonou-nos lá do alto da montanha para nos dizer que recolhera um cão, exatamente o que nós precisávamos, e que o podíamos ver quando quiséssemos. Os nossos pequenos quiseram logo vê-lo e a nossa curiosidade não foi menor. (...)
    Classificações à parte, que belo animal é este Bashan, ali colado ao meu joelho, olhando para mim com toda a devoção! (...)
    E o Bashan delicia-me a vista com os seus lindos pulos pelo baixo parapeito de relva à minha esquerda. Salta ora para um lado ora para o outro - e não há dúvida que o faz porque sabe que eu gosto. (...)
    E isto faz-nos rir aos dois. Sim, o Bashan também ri; e, quando se ri, maravilho-me com isso, pois é para mim a coisa mais comovedora do mundo."

    Thomas Mann, um dos maiores romancistas do século XX, nasceu a 6 de junho de 1875, em Lübeck, Alemanha, no seio de uma família burguesa. Nietzsche e Schopenhauer, foram dois filósofos que o influenciaram, tanto que Thomas Mann, passa a ser considerado como o mestre do romance psicológico. No seu romance "A Montanha Mágica", escrita em 1924, faz um relato de uma Europa em ebulição que precede a Primeira Guerra Mundial. Opositor do regime nazi, deixa a Alemanha em 1933 e fixa-se na Suíça, na localidade de Küsnacht, e perde a nacionalidade alemã a 2 de dezembro de 1936. Em 1938, vai viver para os Estados Unidos da América e seis anos depois torna-se cidadão americano. Só em 1952 voltará ao seu país natal. Em 1929 recebeu o Prémio Nobel da Literatura e em 1949 o Prémio Goethe. Faleceu, aos oitenta anos, a 12 de agosto de 1955, em Kilchberg, perto de Zurique, na Suiça.



    Não é um perdigueiro alemão;
    É de raça indefinida, chama-se Maya e foi adotada no Canil Municipal

    "Quando porventura me sento a ler num recanto do muro, ou na relva,
     encostado a uma árvore favorita, 
    gosto muito de interromper as minhas preocupações intelectuais 
    para falar e brincar com o Bashan".
                                                                                                  Thomas Mann
                                                                                                             In, O Cão e o Dono



    Tenha um Bom Fim de Semana
    em boa companhia


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