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julho 03, 2015

CÓDIGO PENAL OU OS MAIAS?



Leitura para Férias

"Eu, que pertenço àquela desgraçada, e decerto traumatizadíssima, geração que fez exames desde a terceira classe, ando fascinada a ler as declarações aos jornais de muitos jovens que, de repente, se vêem confrontados com esse bicho de sete (ou mais) cabeças.
Há quem fale de "ditadura" porque - ó céus! - não se pode sair da sala enquanto a prova decorre.
Há quem precise que lhe ensinem que, durante o tempo que durar o exame, não podem levantar-se, falar, enfim, têm de estar quietos e comportar-se civilizadamente.
Mas, palavra que o que mais me surpreendeu foi a desenvolta resposta de um jovem que se preparava para fazer o exame de Português do 12º ano, e confessava estar um pouco aflito por não ter conseguido ler Os Maias. Aquilo - explicava ele - era uma chatice. Aquilo eram descrições atrás de descrições, quem é que podia aguentar uma coisa daquelas, sem diálogos, sem nada. Tive receio que ele acrescentasse "e sem bonecos", mas não, vá lá!
Remata apenas dizendo que ele - que ia tentar entrar para Direito - até já tinha lido, e sem nenhuma dificuldade, o Código Penal.
Agora Os Maias? Isso é que era mesmo uma seca, isso é que ele não tinha conseguido.
Desde então - juro - tenho andado com uma vontade imensa de ler o Código Penal. Pelos vistos tenho-me privado de um romance divertidíssimo, cheio de diálogos de uma ponta à outra, o artigo 56 em amena cavaqueira com o artigo 73, casarão, não casarão?, com quem andará a dormir o artigo 35 que, praticamente já dormiu com todos, enfim, assim uma coisa levezinha, uma mistura de Margarida Rebelo Pinto e Nicholas Spark.
Quando finalmente puder ir de férias, já tenho leitura escolhida: aterro no areal da Costa Nova com o Código Penal dentro do saco, entre a toalha e o protetor solar. E não se admirem se as minhas gargalhadas se ouvirem no farol da Barra. É tudo por causa do Código Penal".

Alice Vieira
In, Pezinhos de Coentrada




Caro Leitor, não precisa de ir tão carregado.
Já chega ter de carregar com o chapéu de sol, a cadeira,
 a toalha, o protetor solar, ...
1226 páginas tem o Código Penal, imagine o peso!!! 



E de certeza que a sua leitura não é tão interessante como
 as nossas sugestões escolhidas a pensar em si.

Pintura de Brian Cameron

Faça como ela, 
vá de férias, mas antes passe por cá!!




junho 05, 2015

FELIZ ANIVERSÁRIO KEN FOLLETT



Estas são as reações dos nossos leitores aos livros do aniversariante de hoje, o autor galês 
Ken Follett
que em 39 anos de atividade literária, escreveu 30 romances, 
traduzidos em mais de 30 idiomas e cujas vendas superam os 150 milhões de exemplares.

O Leitor encontrará na nossa Biblioteca os seguintes títulos, 
que poderá requisitar para a sua leitura de fim de semana:


Os filhos do paraíso
O preço do dinheiro
O escândalo Modigliani
O homem de Sampetersburgo
Os pilares da terra
Um mundo sem fim
Noite sobre as águas
Trilogia do século


autor com a estátua em sua homenagem

Ken Follett nasceu a 5 de junho de 1949, em Cardiff, País de Gales e licenciou-se em filosofia no University College, em Londres. Começou a sua carreira como jornalista no South Wales Echo, e mais tarde no Evening Standard de Londres. Trocou a profissão de jornalista pela de editor e escrevia nos seus tempos livres.
Em 1978 lançou o seu primeiro livro, um thriller, "O estilete assassino", que venceu o Prémio Edgar Award e foi adaptado ao cinema.
A espionagem é um dos temas principais da sua obra, que se caracteriza por ter ritmos rápidos e várias situações de clímax, que tendem a prender os leitores da primeira até à última página, criando um público fiel.

"The thriller is the most popular literary genre of the 20th century."

Ken Follet como ator na série "Os Pilares da Terra"
Em 1989 é editado o seu maior sucesso, "Os Pilares da Terra", que por se tratar de um romance histórico, passado na Idade Média, foge à regra dos seus temas habituais. Na altura do seu lançamento não teve grande aceitação, só ganhando popularidade na década de noventa ao entrar nos círculos e clubes de leitura. Em 2007, com o título "Um Mundo sem Fim", o romance teve a sua sequela. Em 2010 foi adaptada à televisão, com grande sucesso, e onde podemos ver o autor como ator na mini-série.

"Without books i would not have become a vivacious reader, 
and if you are not a reader you are not a writer".

Leitora no Parque da Cerca (Marinha Grande), com um dos livros de Ken Follett,
enquanto espera pelas Festas da Cidade.






maio 22, 2015

ERNESTINA


"Ernestina conseguiu escapar sem arranhões de maior aos perigos dos primeiros anos daquela vida dura, talvez porque o Sapateiro tinha juntado aos deveres de pai as funções de anjo da guarda. Além de mimos e cuidados para que nada lhe faltasse, servia-lhe ainda de escudo permanente contra as fúrias irracionais da mãe. (...)
Teimosa, desastrada, desobediente, repontona, com queda para transformar em calamidade as coisas simples - um dia à janela deixou escapar das mãos uma jarra de vidro que por pouco ia ferindo um vizinho, doutra vez pegou fogo à casa, a brincar com uma faca cortou a boca até à bochecha - Ernestina tornou-se no seio da família uma espécie de risco permanente. (...)
Ernestina aprendeu a ler e a escrever em menos de um ano, mas quando a escola fechou para as férias grandes a professora avisou os pais de que era melhor que a não voltassem a matricular, porque nem mesmo obrigada a aceitaria. Que a rapariga era o diabo feito gente, refilona de primeira, desobediente, sem ponta de respeito por nada nem por ninguém. Melhor seria até se a metessem num asilo, antes que fosse tarde".


Fotografia de Artur Pastor
Trás-os-Montes, década 50

O que o futuro reservou para Ernestina?

Descubra no livro que lhe deixamos como 
sugestão de leitura de fim de semana.
Hoje, dia 22 de maio, por ser o Dia do Autor Português
 deixamos-lhe um romance, que é considerado por muitos como uma das
 obras máximas da literatura portuguesa.

de



"Mãe de um só filho, a sua vida, que foi uma tristeza, amargura e terrível solidão, dava um livro. Escrevi-lho eu".

Ernestina, nome da mãe do autor, é mais do que um romance autobiográfico ou um volume de memórias de família ficcionadas. É um retrato do norte de país, entre os anos 1930 e os anos 1950, um romance que transcende o cunho regionalista e que atravessa fronteiras, transformando-se num fenómeno invulgar em Portugal e na Holanda , onde já vai na sétima edição.
O romance envolve um período de mais de 100 anos abrangendo três gerações de gentes da região do rio Sabor. É um livro recomendado como sugestão de leitura pelo Plano Nacional de Leitura, para a Formação de Adultos - Grau de Dificuldade III.



"Ernestina é o romance autobiográfico de Rentes de Carvalho, a estrela portuguesa da Holanda. É a biografia de milhares e milhares de famílias portuguesas. Um livro terno, mas nunca lamechas. Um livro duro, mas que nunca corta a esperança. Um livro simples e obrigatório".
Henrique Raposo , Expresso



De ascendência transmontana, J. Rentes de Carvalho nasceu em 1930, em Vila Nova de Gaia. Obrigado a abandonar o país por motivos políticos, viveu no Rio de Janeiro, em S. Paulo, Nova Iorque e Paris, trabalhando em vários jornais.
Em 1956 passou a viver em Amesterdão, onde se licenciou e foi docente de Literatura Portuguesa entre 1964 e 1988. Dedica-se, desde então, exclusivamente à escrita e a uma vasta colaboração em jornais portugueses, brasileiros, belgas e holandeses, além de várias revistas literárias. A sua extensa obra ficcional e cronística tem sido publicada na Holanda e recebida com grande reconhecimento, quer por parte da crítica, quer por parte dos leitores em geral, chegando alguns títulos a alcançar o estatuto de best-seller.

"Para a Holanda levaria o sol que aquece tanto o corpo como a alma, levaria a paisagem, a boa cozinha, a nossa maneira de conviver, de ter tempo (mesmo quando o não temos). Da Holanda traria a correção, a pontualidade, o espírito cívico, a persistência em acabar o que se começa, a capacidade de empreender e de arriscar, a convicção de que o que se rouba ao Estado é um roubo a nós próprios e ao vizinho".

Em 2012 foi galardoado com o Grande Prémio de Literatura Biográfica APE/Câmara Municipal de Castelo Branco, com o livro "Tempo Contado" e, em 2013, o seu livro "Mazagran" venceu o Grande Prémio de Crónica.

***
Na nossa Biblioteca Municipal, o leitor encontrará, para além do livro da nossa sugestão de leitura de hoje, mais dois títulos do mesmo autor: A sétima onda e Os lindos braços da Júlia da farmácia.









maio 15, 2015

15 DE MAIO - DIA INTERNACIONAL DA FAMÍLIA


"Família é uma pequena sociedade composta por um homem que não ganha o suficiente, de uma mulher que não cuida da casa como devia cuidar
 e de alguns filhos que estão cada vez mais impossíveis".
                                                                                                      Millôr Fernandes


Hoje, 15 de maio, celebra-se o Dia Internacional da Família, definido em Assembleia Geral das Nações Unidas, com a resolução nº 47/237 de 20 de setembro de 1993, com o intuito de alertar a sociedade civil para os problemas que afligem a vida familiar, ajudando as mesmas a enfrentá-los e a resolvê-los da melhor maneira possível.

"Juro ter os meus filhos penteados, limpos, bem vestidos, unhas cortadas, vacinas a tempo. Juro brincar com eles, ser uma mãe divertida, não andar em cima deles, ter vida própria... juro esclarecer dúvidas, nunca ir buscá-los depois das seis, dar recados na escola, fazer os poemas que a escola pede, fazer fatos de carnaval biodegradáveis que a escola pede, mandar dinheiro para o planetário... Juro verificar se puxam o autoclismo, ensinar a limpar o rabo, verificar se o rabo está limpo, ensinar a limpar o pingo, a pôr a tampa da sanita para baixo, a assoar ... Juro ter a casa arrumada a cheirar a limpo, aquecida, moderna, com design, velas de cheiro... Juro ser sexy, gira, vestir-me bem, ter um rabo brasileiro, fazer sexo, comprar algemas... juro ser companheira do meu marido, seduzir o meu marido, pôr batom para o meu marido... Juro solenemente".



Estas juras são-lhe familiares?

Cara Leitora, depois de nos visitar e requisitar
a nossa sugestão de leitura para este fim de semana, vai ver que não há famílias perfeitas.



NÃO HÁ FAMÍLIAS PERFEITAS
MULHERES, MÃES E DESABAFOS
Da psicóloga Marta Gautier
Editado pela Objectiva

Não Há famílias Perfeitas vem destruir o mito da família perfeita. Pressionadas por um sem-fim de teorias, que não conseguem adaptar à sua realidade, por fadiga, inadequação ou falta de tempo, as mães dos nossos dias vêem-se a braços com a olímpica missão de cumprir a perfeição em todas as áreas da sua vida e, sobretudo, na tarefa suprema da maternidade.
Num tom confessional e genuíno com que todas as mães se identificarão, a psicóloga Marta Gautier pretende alertar para certos vícios e equívocos que se instalam nas relações familiares, e que, sem a tomada de consciência, podem avolumar-se no tempo.

Com a ajuda deste livro, as mães de hoje perceberão, com alivio, que 
não há nem pode haver famílias perfeitas.


Marta Gautier é uma psicóloga e escritora portuguesa. Nasceu a 31 de julho de 1976 em Lisboa. É filha da conceituada escritora Rita Ferro.
A par da terapia individual, tem sido procurada na área das competências parentais por pais que desejam melhorar a relação com os filhos e conhecer formas de mudar comportamentos que desorganizam a dinâmica familiar. Este livro resulta da sua experiência  e formação específica nesta área.


"A família é como a varíola: temos em criança 
e ficamos marcados para o resto da vida"
                                                                                             Jean-Paul Sartre










abril 30, 2015

A TODAS AS MÃES, UM FELIZ DIA




Depois de calmamente comer todos os bombons que os seus filhos lhe deram neste 
Dia da Mãe, a Leitora pode, calmamente, escolher o sofá e deliciar-se 
com a nossa sugestão de leitura para o seu fim de semana.


Pois como diz o Sunday Express, é 
"Um livro para ler com um grande copo de vinho assim que os monstrinhos estejam na cama".



Editado pela Oficina do Livro
Escrito por Stephanie Calman

Confissões de uma Mãe 




"Eu queria querer crianças, não gostava de me sentir anormal. Queria fazer parte da festa, compreender o que era todo o alarido. Queria perceber. Tinha impulsos protetores, mas eram todos em relação a adultos. (...)
Não tinha qualquer vontade de lhes pegar, de lhes limpar o nariz ou - Deus me livre! - de ficar a olhar por eles por pouco tempo que fosse. (...)
Fui deixada em casa sozinha com um bebé.
O que é que eu FAÇO? Quando o Peter estava cá podíamos sentir-nos confusos juntos. Mas sozinha...(...)
Não são lindos?
Sim...
E eu sei que não há ninguém senão eles que eu queira para dar cabo da minha vida"





"Mas as mães, sem exceção, deram à luz grandes homens
 e se a vida as enganou em seguida, delas não foi a culpa"
                                                                                         Boris Pasternak



Stephanie Calman é casada, tem dois filhos e vive em Londres. Em 2003, depois de ter sido mãe pela primeira vez, decidiu fundar o clube www.badmothersclub.co.uk, um sítio onde as mães e os pais podiam "confessar-se". O número de visitantes e as confissões "ouvidas" levaram-na a escrever um livro divertido, sincero e que é considerado um antídoto contra todos os manuais de maternidade.



Depois de levar os seus filhos a toque de caixa para a cama, 
afunda-se, exausta no sofá?


Visite-nos, requisite o livro e 
tenha um Feliz Dia da Mãe




março 13, 2015

CONHECIMENTO É MELHOR QUE FÉ CEGA, SUPERSTIÇÃO E DOGMA




"Nasci na Somália. Cresci na Somália, na Arábia Saudita, na Etiópia e no Quénia. Cheguei à Europa em 1992, com a idade de vinte e dois anos, e tornei-me membro do Parlamento holandês. Fiz um filme com Theo [Theo van Gogh]. 
Theo e eu sabíamos como era perigoso fazer o filme. Mas Theo era um homem corajoso - era um guerreiro, por mais curioso que isso possa parecer. Era também holandês, e nenhuma nação do mundo tem tanto apego à liberdade de expressão como a Holanda. Quando lhe propuseram que o seu nome, por razões de segurança, não figurasse no genérico, encolerizou-se: "Se, no meu país, não posso assinar com o meu nome próprio o meu filme, então a Holanda deixa de ser a Holanda e eu deixo de ser eu".
Numa manhã de novembro de 2004, na altura em que Theo van Gogh descia a Linnaeusstraat, Muhammad Bouyeri aproximou-se, sacou da arma, alvejou-o várias vezes e colocou uma carta de cinco páginas sobre o seu peito. A carta era-me dirigida. 
Vivo agora sob a vigilância de dois guarda-costas e desloco-me em carros blindados".
Ayaan Hirsi Ali,
 In Uma Mulher Rebelde


Em 2005 a revista Time, considerou  a autora, que hoje
 divulgamos e sugerimos para Leitura de Fim de Semana
uma das 100 pessoas mais influentes do mundo.



UMA MULHER REBELDE
AYAAN HIRSI ALI

Numa altura em que os governos ocidentais procuram encontrar o delicado equilíbrio entre os ideais democráticos e as pressões religiosas impostas pelo Islão, reveste-se do maior interesse e actualidade a publicação de uma obra como esta, escrita na primeira pessoa por alguém que sentiu na pele o que é nascer mulher no seio da cultura islâmica. É o impressionante percurso de vida de uma mulher dotada de uma personalidade absolutamente fulgurante e de firmes convicções – desde o seu nascimento em Mogadíscio, Somália, em 1969, até à sua fuga para a Europa e à sua ascensão a membro do Parlamento holandês – que estas páginas esclarecedoras e apaixonantes nos revelam.



Ayaan Hirsi Ali revela toda a sua história pessoal, as atrocidades do islamismo, o fascínio pela liberdade adquirida no ocidente e a luta pela manutenção dessa liberdade. Na sua opinião, há de facto culturas melhores que outras e a melhor é aquela que promove a igualdade de géneros, a liberdade de expressão, a que condena os maus tratos às mulheres, a que não pactua com a violência e com os crimes de honra.
Hoje, está exilada nos Estados Unidos da América e é um alvo a abater para os extremistas islâmicos, mas a sua determinação férrea mantém-na ativa na demanda por um Islão mais humanizado.



Ayaan Hirsi Ali recebeu vários prémios, entre eles: 
  • Prémio de Liberdade de Expressão, do jornal dinamarquês  Jyllands-Posten
  • Prémio Democracia, do Partido Liberal Sueco
  • Prémio Coragem Moral de Compromisso com a Resolução de Conflitos, Ética e Cidadania




Bom Fim de Semana



março 06, 2015

NÃO MATEM A COTOVIA



To Kill a Mockingbird, romance publicado nos Estados Unidos da América em 1960, recebeu no ano seguinte o Prémio Pulitzer e foi adaptado ao cinema em 1962, com o título em português "Na Sombra e no Silêncio". O filme, realizado por Robert Mulling,  ganhou três Oscares, entre eles o de melhor ator, protagonizado por Gregory Peck, no papel de Atticus Finch, o advogado que desafiou as convenções em nome da justiça e da igualdade racial, é considerado um dos melhores filmes da história do cinema.



Em Portugal, o romance foi publicado pela primeira vez em 1964 e já teve várias edições e traduções: "Por favor, não matem a cotovia", "Não matem a cotovia" e, mais recentemente, "Mataram a cotovia".

Para a nossa Sugestão de Leitura de Fim de Semana
propomos a leitura da edição de 1986,  dos Livros de Bolso Europa-América, 

"Não Matem a Cotovia"
de HARPER LEE



As cidadezinhas do Alabama seriam simples e pacatas se não sofressem de uma doença terrível: o racismo. Durante os anos da Depressão, Atticus Finch, um advogado viúvo de Maycomb, uma pequena cidade do sul dos Estados Unidos, recebe a dura tarefa de defender um homem negro injustamente acusado de violar uma jovem branca. A sua luta é contudo vã: nunca num tribunal de Alabama se dera razão a um negro contra um branco. É uma criança que nos conta esta história. Uma criança que vai descobrindo o mundo que a rodeia e é testemunha e protagonista de violências e atrocidades. A sua narrativa semi-inconsciente quase se torna a voz da adormecida consciência norte-americana.
Traduzido em mais de 40 línguas, já vendeu mais de quarenta milhões de exemplares e continua a vender uma média de um milhão por ano. Recentemente foi considerado, pelas mais importantes editoras norte-americanas, como o melhor romance do século XX.



"Eu nunca esperei nenhum tipo de sucesso com "Mockingbird", eu esperava por uma morte uma rápida e indolor nas mãos dos críticos mas, ao mesmo tempo, eu também esperava que alguém gostasse do livro a ponto de me encorajar. Publicamente".
Harper Lee


Sabia que . . . 
. . . este livro é recomendado pelo Plano Nacional de Leitura,
para os alunos do 3º ciclo, destinado a leitura autónoma?

A 7 de novembro de 2007, Harper Lee recebeu do presidente George Bush
 a Medalha da Liberdade 
Harper Lee nasceu a 28 de abril de 1926, em Monroeville, nos Estados Unidos da América. Frequentou o Hutigton College e estudou Direito na Universidade do Alabama.
Viveu sempre afastada dos círculos mediáticos e é junto com JD Salinger, uma das mais famosas reclusas literárias, morando ainda hoje na casa da sua infância, em Monroeville, no Alabama.
Jurou não voltar a publicar, pois já tinha dito tudo o que tinha para dizer no único livro que escreveu e publicou há 55 anos, não dá entrevistas desde 1964, mas vai publicar um novo romance "Go Set a Watchman", que acreditava estar perdido para sempre.


Enquanto não chega a edição portuguesa,
Visite-nos e fique a saber porque 
"não se mata a cotovia"



"As cotovias não fazem mais nada senão cantar para nossa satisfação. 
Não comem coisas nos jardins das pessoas, não fazem ninhos nas searas, 
não causam danos a ninguém. É por isso que é pecado matar uma cotovia".

Harper Lee, 
In Não Matem a Cotovia










fevereiro 27, 2015

THOMAS MANN

No passado dia 6 de fevereiro foi notícia a reedição pela Bertrand do romance de



Um Homem e o seu Cão é uma comovente história da relação de Thomas Mann com o seu perdigueiro alemão. Desde o primeiro encontro, numa quinta, Mann conta como gradualmente começa a amar este animal inteligente, leal e cheio de energia. Durante os seus passeios diários, Mann começa a compreender e apreciar Bashan enquanto ser vivo, testemunha o seu prazer em caçar lebres e esquilos e as suas meticulosas inspeções a pedras, galhos e folhas húmidas. Mann reflete sobre a vida interior do animal e maravilha-se com a facilidade com que ele confia totalmente em si, pondo a sua vida nas mãos do dono. Os dois desenvolvem uma compreensão um do outro com o passar do tempo, mas Mann ganha também consciência de uma divisão intransponível que os separa. E, como em todas as relações, existem momentos de tensão, frustração ou desilusão, mas que são sempre superados por uma ligação íntima, profunda e de grande amizade entre os dois. Uma história encantadora de amizade entre um homem e um cão.
Consultando o nosso catálogo bibliográfico podemos verificar a existência desse romance, numa edição de 1962, da responsabilidade da Editora Inquérito, tradução de João Gaspar Simões, ilustração de Figueiredo Sobral e com o título O CÃO E O DONO.

E é este o livro que escolhemos para
 sugestão de leitura para o seu fim de semana:
a comovente história da relação de Thomas Mann com o seu perdigueiro alemão Bashan.


"Sabendo isso, ela telefonou-nos lá do alto da montanha para nos dizer que recolhera um cão, exatamente o que nós precisávamos, e que o podíamos ver quando quiséssemos. Os nossos pequenos quiseram logo vê-lo e a nossa curiosidade não foi menor. (...)
Classificações à parte, que belo animal é este Bashan, ali colado ao meu joelho, olhando para mim com toda a devoção! (...)
E o Bashan delicia-me a vista com os seus lindos pulos pelo baixo parapeito de relva à minha esquerda. Salta ora para um lado ora para o outro - e não há dúvida que o faz porque sabe que eu gosto. (...)
E isto faz-nos rir aos dois. Sim, o Bashan também ri; e, quando se ri, maravilho-me com isso, pois é para mim a coisa mais comovedora do mundo."

Thomas Mann, um dos maiores romancistas do século XX, nasceu a 6 de junho de 1875, em Lübeck, Alemanha, no seio de uma família burguesa. Nietzsche e Schopenhauer, foram dois filósofos que o influenciaram, tanto que Thomas Mann, passa a ser considerado como o mestre do romance psicológico. No seu romance "A Montanha Mágica", escrita em 1924, faz um relato de uma Europa em ebulição que precede a Primeira Guerra Mundial. Opositor do regime nazi, deixa a Alemanha em 1933 e fixa-se na Suíça, na localidade de Küsnacht, e perde a nacionalidade alemã a 2 de dezembro de 1936. Em 1938, vai viver para os Estados Unidos da América e seis anos depois torna-se cidadão americano. Só em 1952 voltará ao seu país natal. Em 1929 recebeu o Prémio Nobel da Literatura e em 1949 o Prémio Goethe. Faleceu, aos oitenta anos, a 12 de agosto de 1955, em Kilchberg, perto de Zurique, na Suiça.



Não é um perdigueiro alemão;
É de raça indefinida, chama-se Maya e foi adotada no Canil Municipal

"Quando porventura me sento a ler num recanto do muro, ou na relva,
 encostado a uma árvore favorita, 
gosto muito de interromper as minhas preocupações intelectuais 
para falar e brincar com o Bashan".
                                                                                              Thomas Mann
                                                                                                         In, O Cão e o Dono



Tenha um Bom Fim de Semana
em boa companhia


janeiro 09, 2015

ÀS TRÊS E MEIA DE UMA MANHÃ DO PRINCÍPIO DE JANEIRO...



O filme "As Duas Faces de Janeiro", realizado por Hossein Amini e tendo no seu elenco os atores Viggo Mortensen, Oscar Isaac e Kirsten Dunst, entre outros, estreou em Portugal no passado dia 30 de outubro.

"Rydal Keener está parado no quarto andar de um lúgubre hotel em Atenas. Aparentemente, espera o elevador. Na realidade, aguarda que alguém estranho e fascinante se cruze no seu caminho.
Ali perto, no confortável e acolhedor Hotel King Palace, Chester MacFarland também espera: de uma pancada no ombro, de uma pancada na porta que ponha fim a uma vida fraudulenta. E Colette, a mulher de Chester? Também ela está à espera de alguma coisa.
Passam-se seis dias até que Rydal, Colette e Chester se conheçam à porta do quarto do casal. Os três vêem-se apanhados numa teia de circunstâncias ameaçadoras e cercados por sombras do passado e perigos iminentes.
A cena passa de um quarto de hotel para outro, de Atenas para Creta.
E então, num labirinto deserto, o jogo explode em ação."


Caro Leitor, se perdeu a estreia do filme, 
pode sempre visitar-nos e requisitar o livro que deu origem ao filme 
e que é a nossa sugestão de leitura para este fim de semana.

Patricia Highsmith com o seu gato Ripley
fotografada por Martine Franck

Mary Patricia Plangman nasceu a 19 de janeiro de 1921 em Fort Worth, no estado do Texas. Os pais, ambos pintores publicitários, separaram-se antes do seu nascimento, tendo sido entregue aos cuidados da sua avó materna. Quando a mãe voltou a casar, resolveu adotar o nome do padrasto, Highsmith.
Estudou na Julia Richmond Highschool em Nova Iorque, tendo depois ido estudar na Universidade de Columbia, onde se formou, em 1942, em Inglês, Latim e Grego.
Patricia Highsmith começou por escrever histórias na sua adolescência e, depois de concluir os seus estudos, colaborou como argumentista de livros de banda desenhada na editora Wester Comics, de 1945 a 1947.
Em 1950, por sugestão de Truman Capote, publicou o seu primeiro romance policial "Strangers on a Train", tendo sido logo adaptado por Alfred Hitchcock, tornando-a uma autora de sucesso.

"I can't write if someone else is in the house, not even the cleaning woman", espelha bem o seu ódio pelos seres humanos em geral, tendo chegado a afirmar que preferia a companhia de animais, em especial os gatos, que adorava. Até os seus amigos a consideravam uma pessoa "difícil", não se importando de ser politicamente incorreta ao falar abertamente da sua antipatia pelos negros e pelo Estado de Israel. O seu personagem mais famoso, Tom Ripley, é o protagonista de cinco dos seus livros e de diversos filmes, é um assassino frio, mentiroso e impostor, que esconde a sua brutalidade sob um verniz de classe e sofisticação. O típico anti-herói de Patricia Highsmith. Os seus livros fogem à classificação tradicional do clássico romance policial o que acaba por fascinar os seus leitores.


"Prefiro escrever livros com começos lentos, até mesmo sossegados, em que o leitor 
vai acabar por conhecer a fundo o herói criminoso e as pessoas ao seu redor".
                                                                                                Patricia Highsmith

Em 1963, Patricia Highsmith veio viver para a Europa, para Inglaterra e França, tendo chegado a passar férias em Portugal, concretamente, em Albufeira. Faleceu a 4 de fevereiro de 1995, em Locarno, Suíça.

Autora de mais de 20 livros, recebeu vários prémios:
  • 1957 - O Grande Prémio Francês da Literatura Policial
  • 1964 - O Silver Dagger da Associação Inglesa de Escritores Policiais
  • O Prémio O. Henry Memorial
  • Prémio Edgar Allan Poe
***
Se quiser ficar a conhecer mais livros que deram origem a filmes, passe pela Biblioteca Municipal e visite a mostra bibliográfica que preparámos para si no átrio da entrada. 






dezembro 12, 2014

E O QUE É QUE ENCONTRASTE EM BELÉM?


Ilustração de Shooty

"- Viram-no? - foi a primeira pergunta de Taor.
 - Vimo-lo - disseram ao mesmo tempo Gaspar, Belchior e Baltasar.
 - É um príncipe, um rei, um imperador rodeado por um séquito magnífico? - quis Taor saber ainda.
 - É uma criança nascida na palha de um estábulo entre um boi e o burro - responderam os três. (...)
 - E o que é que encontraste em Belém?
 - Um recém-nascido na palha de um estábulo, já to dissemos, e os meus companheiros e todas as testemunhas daquela noite - a mais longa do ano - confirmam este testemunho. Mas o estábulo era como um templo, o carpinteiro, pai da criança, um patriarca, a sua mãe, uma virgem, a própria criança, um deus encarnado no mais fundo da pobre humanidade, e uma coluna de luz atravessava o telhado de colmo do miserável abrigo".

                                                                      Michel Tournier, In Gaspar, Belchior&Baltasar




Do escritor francês Michel Tournier
Editado pelas Publicações Dom Quixote
GASPAR, BELCHIOR & BALTASAR




O episódio dos Reis Magos, e a homenagem nela implícita, que povos longínquos e pagãos assim prestaram àquele que, na tradição judaica-cristã, veio para salvar o mundo, tem exercido desde há dois mil anos um inegável e misterioso fascínio. Isso, apesar de os Evangelhos quase os não mencionarem, e de a História e a lenda serem por isso avaras de informações a seu respeito.
A história desses homens, dos seus sonhos, das motivações que um dia os levaram a deixar os seus palácios e a sua gente, para seguirem o cometa que os conduziria até ao lugar do nascimento de Cristo, é o que sugerimos como leitura para este fim de semana.



Michel Tournier nasceu em Paris a 19 de dezembro de 1924. É considerado um dos mais notáveis e estimulantes escritores franceses da atualidade, tendo já obtido, em 1967, o Grande Prémio do Romance da Academia  Francesa com o seu romance Sexta-feira ou a Vida Selvagem e, em 1970, por unanimidade, o Prémio Goncourt com o seu romance O Rei dos Álamos.
Em 1993 obteve a Medalha Goethe e em 1997 foi Doctor Honoris Causa da Universidade de Londres.
Quando o definem como escritor juvenil, defende-se dizendo "eu não escrevo para crianças, escrevo com um ideal de brevidade, de clareza e de proximidade do concreto".



Bom Fim de Semana


dezembro 05, 2014

A LITERATURA FAZ BEM AO CÉREBRO


"Lendo, fica-se a saber quase tudo"
                                                                       José Saramago, In A Caverna


São cada vez mais as evidências de que ler faz bem à saúde. Cientistas analisaram o cérebro de adultos saudáveis, com idade igual ou superior a 60 anos e sem sinais de demência, e concluíram, que aqueles que lêem gozam de melhor saúde física e mental, além de provocarem mais facilmente empatia nos outros. Bastam 6 minutos de leitura atenta para reduzir o stress em 60%, além de diminuir a tensão muscular e de acalmar os batimentos cardíacos.

Na semana passada, um novo estudo, desta vez da Universidade de Emory, em Atlanta (EUA), revelou, que quem lê livros de ficção é mais empático. Os cientistas compararam a atividade cerebral de várias pessoas, depois de lerem o livro Pompeii, de Robert Harris e verificaram, que os leitores apresentavam mais ligações no córtex temporal esquerdo, a parte do cérebro associada à linguagem. 

Para que o Leitor melhore a sua saúde física e mental,
 visite-nos e requisite este livro para a 
sua leitura de fim de semana.



POMPEII
Do escritor britânico Robert Harris
Editado pela Bertrand 

Como é que ler ficção influencia a empatia?

Quando os leitores estão a sentir e a colocarem-se no lugar de uma personagem, quando se envolvem e adotam as suas emoções. Assim, os leitores são pessoas mais dispostas a ouvir o outro e a compreendê-lo, estando mais despertas para as alegrias e tristezas dos outros e a senti-las como se fossem suas. O estudo concluiu que essas pessoas serão bons amigos.   


Robert Harris nasceu em Nottingham, a 7 de março de 1957 e licenciou-se na Universidade de Cambridge. Foi jornalista nos programas da BBC Panorama e Newsnight, antes de se tornar editor político do jornal Observer, em 1987 e depois colunista do The Sunday Times e Daily Telegraph.
Em 2003 foi nomeado Colunista do Ano pelo British Press Awards.
É autor, para além do livro que hoje lhe sugerimos para o seu fim de semana, dos sucessos Fatherland, Enigma e Archangel, que o leitor pode encontrar na sua Biblioteca


" E acontece que um livro não é só um livro. 
É também, entre outras coisas, os lugares onde o leste, 
o consolo que te deu em cada momento, a diversão e a companhia."
                                                       A. Pérez Reverte



Bom Fim de Semana




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