O filme "As Duas Faces de Janeiro", realizado por Hossein Amini e tendo no seu elenco os atores Viggo Mortensen, Oscar Isaac e Kirsten Dunst, entre outros, estreou em Portugal no passado dia 30 de outubro.
"Rydal Keener está parado no quarto andar de um lúgubre hotel em Atenas. Aparentemente, espera o elevador. Na realidade, aguarda que alguém estranho e fascinante se cruze no seu caminho.
Ali perto, no confortável e acolhedor Hotel King Palace, Chester MacFarland também espera: de uma pancada no ombro, de uma pancada na porta que ponha fim a uma vida fraudulenta. E Colette, a mulher de Chester? Também ela está à espera de alguma coisa.
Passam-se seis dias até que Rydal, Colette e Chester se conheçam à porta do quarto do casal. Os três vêem-se apanhados numa teia de circunstâncias ameaçadoras e cercados por sombras do passado e perigos iminentes.
A cena passa de um quarto de hotel para outro, de Atenas para Creta.
E então, num labirinto deserto, o jogo explode em ação."
Caro Leitor, se perdeu a estreia do filme,
pode sempre visitar-nos e requisitar o livro que deu origem ao filme
e que é a nossa sugestão de leitura para este fim de semana.
Patricia Highsmith com o seu gato Ripley fotografada por Martine Franck |
Mary Patricia Plangman nasceu a 19 de janeiro de 1921 em Fort Worth, no estado do Texas. Os pais, ambos pintores publicitários, separaram-se antes do seu nascimento, tendo sido entregue aos cuidados da sua avó materna. Quando a mãe voltou a casar, resolveu adotar o nome do padrasto, Highsmith.
Estudou na Julia Richmond Highschool em Nova Iorque, tendo depois ido estudar na Universidade de Columbia, onde se formou, em 1942, em Inglês, Latim e Grego.
Patricia Highsmith começou por escrever histórias na sua adolescência e, depois de concluir os seus estudos, colaborou como argumentista de livros de banda desenhada na editora Wester Comics, de 1945 a 1947.
Em 1950, por sugestão de Truman Capote, publicou o seu primeiro romance policial "Strangers on a Train", tendo sido logo adaptado por Alfred Hitchcock, tornando-a uma autora de sucesso.
"I can't write if someone else is in the house, not even the cleaning woman", espelha bem o seu ódio pelos seres humanos em geral, tendo chegado a afirmar que preferia a companhia de animais, em especial os gatos, que adorava. Até os seus amigos a consideravam uma pessoa "difícil", não se importando de ser politicamente incorreta ao falar abertamente da sua antipatia pelos negros e pelo Estado de Israel. O seu personagem mais famoso, Tom Ripley, é o protagonista de cinco dos seus livros e de diversos filmes, é um assassino frio, mentiroso e impostor, que esconde a sua brutalidade sob um verniz de classe e sofisticação. O típico anti-herói de Patricia Highsmith. Os seus livros fogem à classificação tradicional do clássico romance policial o que acaba por fascinar os seus leitores.
"Prefiro escrever livros com começos lentos, até mesmo sossegados, em que o leitor
vai acabar por conhecer a fundo o herói criminoso e as pessoas ao seu redor".
Patricia Highsmith
Em 1963, Patricia Highsmith veio viver para a Europa, para Inglaterra e França, tendo chegado a passar férias em Portugal, concretamente, em Albufeira. Faleceu a 4 de fevereiro de 1995, em Locarno, Suíça.
Autora de mais de 20 livros, recebeu vários prémios:
- 1957 - O Grande Prémio Francês da Literatura Policial
- 1964 - O Silver Dagger da Associação Inglesa de Escritores Policiais
- O Prémio O. Henry Memorial
- Prémio Edgar Allan Poe
***
Se quiser ficar a conhecer mais livros que deram origem a filmes, passe pela Biblioteca Municipal e visite a mostra bibliográfica que preparámos para si no átrio da entrada.
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