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novembro 30, 2022

COMO APRENDI EU A BAILAR O FADO?

 
"- Não são uma ligas que vão afligir a senhora condessa, criatura! Quero a Maria Severa aqui ao Campo Grande antes das aves-marias, ouviste? Virem Lisboa do avesso, façam o que for preciso, que das 250 mil almas que por aqui apodrecem nesta Corte, alguma há-de ser ela. Ponham-ma aqui sem demoras. Há contas que tenho a ajustar com a pequena. (...)
Raça de mulher! Dou-lhe cómodo, roupa lavada e trago-a bem nutrida para que me aconchegue as noites, me encha os salões e me envaideça com aquela voz rouca e baça, safa que é ser ingrata!"


O Fado, 1910, de José Malhoa, retrata o fadista Amâncio e Adelaide da Facada


Maria Severa Onofriana nasceu a 26 de julho de 1820 na rua da Madragoa, atual rua Vicente Borga, nº 33, na freguesia da Estrela, onde a sua mãe tinha uma taberna. Com apenas 26 anos morreu de tuberculose, a 30 de novembro de 1846, num miserável bordel na rua do Capelão, na Mouraria, tendo sido sepultada no Cemitério do Alto de São João, numa vala comum. Consta que as suas últimas palavras foram "Morro, sem nunca ter vivido". 




Na Mouraria, na rua do Capelão, encontra-se atualmente o "Largo da Severa".
A sua casa está assinalada com uma placa onde se pode ler "Nesta casa viveu Maria Severa Onofriana / Considerada na época a expressão sublime do fado / Faleceu em 30-11-1846 com 26 anos de idade / Lisboa 3-6-1898". A placa foi descerrada por Amália Rodrigues.


No dia em que passam 176 anos da sua morte,
 divulgamos o  livro que conta a história do romance proibido
 entre D. Francisco de Paula, o conde de Vimioso e Maria Severa.



Lisboa, meados do século XIX.
Nas ruelas de uma cidade suja e vibrante, cruzam-se dois mundos quando a noite cai. Na Mouraria dos marujos, dos rufiões, das mulheres de má vida, as tabernas enchem-se para acolher os filhos enjeitados da cidade. Vão à procura de consolo, um regaço pago, tinto e fadistagem, rixas e navalhadas. Vão eles e vão outros, nobres, embuçados, em busca do fruto proibido. Longe do São Carlos, onde a música é outra, e as damas e as joias legítimas, longe dos seus palácios nas Laranjeiras ou no Campo Grande, mergulham no mundo sórdido e apaixonante onde se canta e bate o fado.
E ninguém o canta e bate melhor do que Severa, filha de cigano, filha de meretriz. Do pai herda o tom de pele, o sangue quente; da mãe, a triste profissão e as artes de prender os homens. E são muitos os que a visitam, mas só um lhe deixa marca. D. Francisco de Paula, o conde de Vimioso.




Maria João Lopo de Carvalho nasceu em Lisboa a 15 de maio de 1962.
Licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas pela Universidade Nova de Lisboa. Foi professora de Português e de Inglês, criou a primeira escola de Inglês em regime extracurricular para os mais novos e trabalhou como copywriter em publicidade.
A partir de 2000 dedicou-se à escrita de romances e de livros infantis, depois de ter colaborado como cronista na revista Pais & Filhos em 1994 e na Xis, editada com o jornal Público em 2000.
O Fado da Severa é o seu quarto romance histórico.  

O Fado de Paula Rego, 1995

" O fado soava como coisa estranha aos ouvidos de quem, pela primeira vez, o escutava, lembrando uma modinha, a fofa e o fandango, num alvoroço vadio que ia direito ao coração, que agitava e surpreendia. Eram muitos os que o estranhavam, outros sabiam-no de cor - ao fado e à Severa".


A 27 de novembro de 2011, o Fado foi declarado pela UNESCO Património Cultural Imaterial da Humanidade. Foi a primeira expressão artística a ser declarada Património Imaterial da Humanidade em Portugal. 




novembro 09, 2022

PORQUE É QUE O FILME DEVERIA SER IGUAL AO LIVRO?


O Dia Mundial do Cinema comemorou-se no passado dia 5 de novembro.
A sétima arte é considerada por muitos a arte mais mágica, pelo seu poder sobre as emoções humanas.

Irmãos Lumière

Em 1895, Paris teve a sua primeira sessão pública de cinema, organizada pelos irmãos Lumière.
Utilizando um aparelho chamado cinematógrafo, imagens em movimento foram projetadas numa tela gigante para cerca de 30 espetadores. 

O cinema e a literatura mantêm uma relação muito antiga. O cinema e a literatura relacionam-se a partir do momento em que o cinema percebeu o seu potencial para contar histórias.
Livro e filme são obras de arte diferentes, que não se manifestam pelo mesmo meio ou para o mesmo fim.
Para algumas pessoas os livros são sempre melhores que o filme. Para outras, não é possível fazer a comparação, pois são linguagens diferentes.
O realizador é também um leitor. Ao realizar o seu filme, recria o livro do autor, apropria-se do texto e constrói uma outra obra.


Muitos livros foram fonte de inspiração a realizadores famosos.
São esses livros que vão estar em destaque este mês na Biblioteca Municipal. Deixamos aqui alguns exemplos.






Não se esqueça, na Biblioteca Municipal pode requisitar 
bons livros e bons filmes.


Cinema Paraíso, 1989



BOA SEMANA




novembro 04, 2022

LER, LER, LER

 LER SOZINHO


LER ACOMPANHADO


LER AO FIM DE SEMANA



LER NA BANHEIRA



LER NA CAMA


LER NO CAFÉ



LER E NAMORAR



LER AO AR LIVRE



LER COM A FAMÍLIA



LER EM QUALQUER IDADE


TODOS OS MOMENTOS SÃO BONS. 
O IMPORTANTE É LER.

LEIA SEMPRE. NÃO DEIXE DE LER.

LEIA SEM GASTAR DINHEIRO. 

VENHA À BIBLIOTECA.





outubro 24, 2022

SEMANA DA FORMAÇÃO FINANCEIRA 2022


Entre os dias 24 e 31 de outubro, o CNSF – Conselho Nacional de Supervisores Financeiros (Banco de Portugal, Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões e Comissão do Mercado de Valores Mobiliários) dinamiza a Semana da Formação Financeira 2022.

A Semana da Formação Financeira é uma iniciativa que se realiza anualmente, em torno do Dia Mundial da Poupança (31 de outubro), e que tem como objetivo sensibilizar a população para a importância da formação financeira.

Ao longo da Semana da Formação Financeira, os parceiros do Plano Nacional de Formação Financeira promovem iniciativas dirigidas a diferentes públicos-alvo, nomeadamente alunos de todas idades, professores e outros formadores, gestores de micro e pequenas empresas, seniores, grupos vulneráveis, jogadores de futebol, psicólogos e população em geral.

A participação nesta iniciativa é aberta a todas as escolas, instituições públicas, associações do setor financeiro e organizações não-governamentais que pretendam dinamizar atividades sobre temas financeiros.


Consulte aqui o Programa das iniciativas 
que vão decorrer ao longo desta semana.





outubro 12, 2022

LÁ, ONDE O VENTO CHORA



Delia Owens nasceu a 4 de abril de 1949, na Geórgia, Estados Unidos da América.
É coautora de três livros de não-ficção, sucessos de vendas internacionalmente reconhecidos, sobre a sua experiencia como cientista da vida selvagem, em África. Zoóloga, formada pela Universidade da Geórgia, tem ainda um doutoramento em comportamento animal pela Universidade da Califórnia.
Venceu o John Burroughs Award para artigos sobre natureza. 
Foi publicada em várias revistas de referência na área da ecologia e da vida selvagem.
A sua estreia na ficção já vendeu mais de 2,5 milhões de exemplares nos EUA, esteve mais de 40 semanas nos top de vendas, e os direitos de tradução já foram vendidos para 35 países. 
Foi ainda adaptado ao cinema, cuja estreia em Portugal foi no passado dia 1 de setembro, com o título A rapariga selvagem, realizado por Olivia Newman, tendo nos principais papeis os atores Daisy Edgar-Jones, Harris Dickinson e David Strathairn, produzido pela Reese Witherspoon.


"Não consigo expressar o quanto adorei este livro.
Não queria que esta história terminasse"
                                                                                           Reese Witherspoon


Mas de que livro é que Reese Witherspoon fala?




Kya tem apenas seis anos de idade quando vê a mãe sair de casa, com uma maleta azul e sapatos de pele de crocodilo, e percorrer o caminho de areia para nunca mais voltar. À medida que todas as outras pessoas importantes na sua vida a vão igualmente abandonado, Kya aprende a ser autossuficiente: sensível e inteligente, sobrevive sozinha no pantanal a que chama a sua casa, faz amizade com as gaivotas e observa a Natureza que a rodeia com a atenção que lhe permite aprender muitas lições de vida.
O isolamento em que vive influencia o seu comportamento: solitária e fugidia, Kya é alvo dos mais cruéis comentários por parte dos moradores da pacata cidade de Barkley Cove. E quando o popular e charmoso Chase Andrews aparece morto, todos os dedos apontam na direção de Kya, a miúda do pantanal. É então que o impensável acontece.



"Através da história de Kya, Owens fala-nos da forma como o isolamento
 afeta o comportamento humano e o profundo efeito 
que a rejeição pode ter nas nossas vidas."
                                                                                       Vanity Fair







 

setembro 07, 2022

7 de Setembro de 1822

  Hoje assinalam-se 200 anos da independência do Brasil

Muito recentemente foi noticiada a trasladação do coração de D. Pedro para o Brasil, num ato simbólico inserido nas comemorações do bicentenário da independência daquele país, que se assinala hoje, 7 de setembro. 

D. Pedro I foi o 1.º Imperador do Brasil, entre 1822 e 1831 

O coração de D. Pedro IV, Rei de Portugal entre 1826 e 1834, foi doado pelo próprio monarca à cidade do Porto, onde comandou as tropas liberais contra as absolutistas liderados pelo seu irmão D. Miguel. Mas vamos saber um pouco da nossa História:

D. Pedro IV, Rei de Portugal
D. Pedro I, Imperador do Brasil (1822-1831) 

D. Pedro, filho de D. João VI, ainda criança, viajou para o Brasil com toda a família real, em 1807, na sequência da primeira invasão francesa. 
Instalada a corte no Brasil, revolucionaram o país, promoveram-no ao estatuto de Reino e abriram os portos ao comércio com outros países, deixando de ser exclusivo dos portugueses. Este facto, conjuntamente com o tratado de comércio celebrado com a Grã-Bretanha, em 1810, trouxe prejuízos económicos aos comerciantes portugueses e grande concorrência por parte de outros países. Ideias que caíram muito mal na elite portuguesa. O descontentamento em Lisboa tornou-se evidente, por razões económicas, sociais e pela proliferação de ideias liberais, que entretanto começam a espalhar-se por Portugal e que conduziram à Revolução Liberal.  

Com a Revolução Liberal de 1820, no Porto, as Cortes lisboetas determinam o regresso do monarca a Lisboa, tendo o filho D. Pedro ficado no Brasil, como regente do Reino do Brasil. Mas as Cortes insistiam, também, no regresso do príncipe. A 9 de janeiro de 1822, D. Pedro recusou regressar, não cumpriu as determinações das Cortes, sendo esse dia conhecido como o Dia do Fico. O braço de ferro entre D. Pedro e as Cortes lisboetas intensificou-se.

"Como é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, 
estou pronto. Digam ao povo que fico."

Liderando o movimento independentista, D. Pedro proclama a independência do Brasil, em 07 de setembro de 1822, junto às margens do rio Ipiranga (São Paulo) e torna-se o primeiro imperador do Brasil.

"Independência ou morte"


Independência ou Morte, por Pedro Américo, óleo sobre tela, 1888

D. Pedro viveu toda a sua juventude no Rio de Janeiro, longe das regras rígidas das cortes europeias, o que contribuiu para o seu comportamento irreverente, boémio, mas também inovador, tendo compreendido, desde cedo, que a monarquia se tinha de modernizar, que o Antigo Regime e o absolutismo tinham de acabar. 

De pensamento liberal, tomou medidas consideradas revolucionárias e modernas para a época. Porém, com uma personalidade autoritária e envolvido em sucessivos escândalos amorosos, D. Pedro rapidamente começou a ser criticado e viu a sua autoridade progressivamente diminuída pelo surgimento de grupos contestatários. 

Acresce a esta situação, a morte do pai, D. João VI em 1926, e o facto de D. Pedro ser o herdeiro do trono, tornando-se D. Pedro IV, Rei de Portugal. Dividido entre Portugal e o Brasil, vê-se entretanto envolvido em lutas pela sucessão ao trono, que opôs liberais e absolutistas, estes últimos liderados pelo irmão D. Miguel. 

Entretanto a situação no Brasil torna-se insustentável e D. Pedro acaba por se ver obrigado a renunciar ao trono em 1831.  
 
"Prefiro descer do trono com honra, 
a governar desonrado"


Acabou por morrer muito jovem, com 36 anos, de tuberculose. Dividido entre o seu amor ao Brasil e a sua gratidão às gentes do Porto pela vitória sobre os absolutistas, foi de sua vontade que, após a sua morte, o coração ficasse em Portugal e o seu corpo no Brasil. E assim foi, o seu coração encontra-se na cidade do Porto, na Igreja da Lapa, e os seus restos mortais na cidade de São Paulo.


Para conhecer mais profundamente esta parte da nossa História,
passe pela Biblioteca Municipal e requisite um destes livros, 
ou se preferir, leia o artigo da última edição da revista Sábado, disponível para leitura na Sala de Periódicos. 







agosto 31, 2022

Mikhail Gorbachev (1931-2022)




Morreu Mikhail Gorbachev, último líder da União Soviética

Político soviético, nascido a 2 de março de 1931, em Privolnoye, Stravopol. Formou-se em Direito na Universidade de Moscovo em 1955. Foi secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética, de 1985 a 1991, e presidente da União Soviética de 1990 a 1991, tendo-lhe sucedido no poder Boris Ieltsin. Os seus esforços para democratizar o sistema político e descentralizar a economia, a grande revolução a que deu o nome de Perestroika, levaram à queda do comunismo e ao desmembramento da URSS em 1991. 
Foi-lhe atribuído o Prémio Nobel da Paz em 1990 pela sua preciosa contribuição para o fim da Guerra Fria. Em 1993 fundou "Cruz Verde Internacional", organização não governamental que visa criar condições de equilíbrio entre o Homem e a mãe Natureza. Morreu ontem, aos 91 anos, na sequência de doença prolongada.

Para ficar a conhecer mais sobre Gorbachev, 
venha à Biblioteca Municipal e requisite um destes livros




Um homem que soube abrir a Rússia ao concerto das nações, ao diálogo e ao compromisso, terminando com o isolamento da União Soviética e permitindo a libertação de numerosas nações que a constituíram.(...) Ele simboliza o fim da cortina de ferro e da tensão conflitual que caracterizou toda a guerra fria, desde o final da segunda guerra até à última década do século passado”.

Marcelo Rebelo de Sousa,
in, Observador






agosto 30, 2022

CONCURSO "REUTILIZAR POESIA, RECICLAR PALAVRAS"

apresenta Concurso de Poesia inspirado na Reciclagem

A Valorlis desafia a população a participar no concurso de poesia "Reutilizar Poesia, Reciclar Palavras", criado com o intuito de despertar a população para a importância da reciclagem através da expressão literária. 
O concurso é direcionado a amantes de escrita e poesia, maiores de 10 anos, residentes nos seis concelhos da área de intervenção da Valorlis (Batalha, Leiria, Marinha Grande, Ourém, Pombal e Porto de Mós).



E que tal ir passear ou às compras e transportar poesia?

Os poemas vencedores, serão impressos pela Valorlis, num saco reutilizável, personalizado e farão parte da coleção de sacos com diversas citações. Sacos reutilizáveis levam na bagagem a mensagem da reciclagem, uma boa opção para colecionar, oferecer ou partilhar.

“Pretende-se com este concurso criar e consolidar hábitos de escrita, promover e valorizar a poesia como expressão literária e incrementar boas práticas de separação e reciclagem junto da população.” Afirma a Administradora Executiva da Valorlis, Marta Loia Guerreiro. E acrescenta “Associar a reciclagem à poesia e à escrita permite incrementar as boas práticas da separação junto de um público mais vasto”.

Todos os interessados em participar, devem enviar os trabalhos até ao dia 12 de setembro de 2022, acompanhados da ficha de inscrição. O regulamento do concurso pode ser consultado em www.valorlis.pt 


VÁ LÁ, PARTICIPE!






agosto 17, 2022

EM DEFESA DA LIBERDADE, CONTRA A TIRANIA, A ESTUPIDEZ E O FANATISMO

 
No dia 12 de agosto Salman Rushdie foi esfaqueado dez vezes no pescoço e abdómen quando iniciava uma palestra em Chautauqua, no noroeste do estado de Nova Iorque. 
O seu atacante, Hadi Matar,  foi prontamente detido, declarando-se inocente de tentativa de homicídio,



O escritor apresenta boas melhoras, respirando sem a ajuda de ventilador e, segundo o seu filho, o seu sentido de humor "continua intacto".
Salman Rushdie vive escondido e sob proteção policial nos últimos 33 anos.



Nas livrarias de todo o mundo Os Versículos Satânicos começaram a surgir nas listas dos mais vendidos. Na Biblioteca Municipal esse romance e outros encontram-se para empréstimo domiciliário.

Os Versículos Satânicos é um romance que conta as aventuras de dois indianos, Gibreel e Saladim, supostamente mortos num atentado contra o avião em que seguiam da Índia para Inglaterra, quando voava sobre o Canal da Mancha. Os dois protagonistas surgem sãos e salvos numa praia no sul da Inglaterra e representam o Bem e o Mal, o Messias e o Demónio.
Salman Rushdie recupera uma lenda segundo a qual o profeta Maomé teria sido enganado pelo Diabo, que lhe teria ditado versos que foram incorporados no Corão, mas retirados quando o profeta percebeu o logro. Tal foi considerado uma blasfémia e o romance foi banido em mais de 20 países. 
O ayatolhah Ali Khomeini, líder do Irão em 1989, lançou uma fatwa contra o escritor, oferecendo uma recompensa de três milhões de dólares a quem o matasse.


Salman Rushdie tem viagem marcada para Portugal onde vai estar, dia 17 de setembro, a convite da Livraria Lello no Porto, à conversa com a jornalista Isabel Lucas.




Rápidas Melhoras

julho 29, 2022

SOU O OCEANO PACÍFICO E SOU O MAIOR

É alto, tem um brinco na orelha esquerda, usa patilhas compridas e um boné de marinheiro e não dispensa um cigarro. É um verdadeiro anti-herói romântico que viveu intensamente nas primeiras décadas do século XX:
  • Em 1904 estava na Manchúria em plena guerra russo-japonesa  
  • Em 1913 estava com piratas no Pacífico Sul
  • Em 1917 estava na Irlanda no meio das ações independentistas do Exercito Republicano Irlandês (IRA)  e de todo o imaginário Celta
  • Em 1919 estava na China e na Sibéria
  • Em 1921 estava em Veneza, nos seus lugares mágicos e secretos.
Esteve ainda na Turquia, no Brasil, na Argentina e em muitos outros países, sempre errante, de sorriso trocista, de quem não leva nada demasiado a sério, cheio de surpresas e vivendo sob um código de conduta muito próprio, fascinado pelo esoterismo e pelas lendas.
Conheceu o jornalista e escritor Jack London. Conheceu Rasputin, desertor do exército czarista e assassino sem motivo, que o segue de boa ou má vontade em muitas aventuras. Nessas aventuras encontram Butch Cassidy e Sundance Kid, dois bandidos americanos que se refugiam na Patagónia para fugir da policia. Ajudou o escritor James Joyce a superar a sua timidez para com as mulheres e conheceu o jornalista John Reed.
Nasceu a 10 de julho de 1887 em Valeta, na ilha de Malta. O pai foi um marinheiro inglês da Cornualha, neto de uma bruxa da Ilha de Man e a sua mãe uma cigana de Sevilha, chamada Niña de Gibraltar, uma bela modelo, que foi modelo do pintor Ingres (que se diz ter-se apaixonado por ela). 
Estudou em Valeta na escola judaica e mais tarde em Córdova, onde o rabino Ezra Toledano, amante da mãe, o apresentou aos textos do Zohar e da Cabala.

Certamente o Leitor já adivinhou de quem falamos


Corto Maltese a personagem de banda desenhada criada por Hugo Pratt em 1967.



Que melhor companhia pode o Leitor ter nas suas férias?
Corto Maltese e as suas aventuras!!


Hugo Pratt é unanimemente considerado um dos maiores autores de banda desenhada do mundo. Nasceu a 15 de junho de 1927 em Rimin, Itália. No início da Segunda Guerra Mundial, a família Pratt estava a viver na Etiópia. Em 1941, a família foi internada num campo de concentração onde o seu pai viria a falecer.
Graças à intervenção da Cruz Vermelha, Hugo Pratt regressou a Itália em 1942. Aí frequentou um colégio militar e em 1944 desertou para não ser fuzilado pelas SS. Juntou-se aos Aliados em 1945 como intérprete. Viveu em Itália, Argentina, França e Suíça
Definia as suas histórias como "literatura desenhada". As suas bandas desenhadas, as suas obras gráficas e aguarelas estão expostas nos maiores museus; do Grand Palais à Pinacoteca de Paris, do Vittoriano em Roma, o Ca' Pesaro em Veneza ou o Santa Maria della Scalla em Siena.
Através das aventuras de Corto Maltese, Hugo Pratt afirmou-se como um dos mais importantes autores de banda desenhada.
Faleceu a 20 de agosto de 1995 em Grandvaux, na Suíça, sem chegar a assistir a uma série de televisão de animação protagonizada pelo seu herói Corto Maltese.
Na cidade de Angoulême, em França, a 14 de junho de 2003, foi inaugurada uma estátua de Corto Maltese. O monumento, todo em bronze, com 2.50 m de altura e 300Kg, foi executada pelo artista plástico Livio Benedetti, amigo de Hugo Pratt.




Sou o Oceano Pacífico e sou o Maior. É assim que me chamam há já muito tempo, 
embora não seja verdade que eu seja sempre pacífico”. 
                                                                                                                  In, A Balada do Mar Salgado


BOAS FÉRIAS


julho 20, 2022

FOI O MAR QUE ME DEVOLVEU A ESPERANÇA

 



João Tordo nasceu a 28 de agosto de 1975 em Lisboa. Formou-se em Filosofia na Universidade Nova de Lisboa.
Em 2009 foi o vencedor do Prémio José Saramago com o romance As Três Vidas.
Foi finalista dos prémios Portugal Telecom, prémio Fernando Namora, Melhor Livro de Ficção Narrativa da SPA e do Prémio Literário Europeu.
O seu romance Felicidade, foi o vencedor, em 2021, do Prémio Fernando Namora.
Os seus livros estão publicados em vário países, incluindo França, Itália, Alemanha, Brasil, Hungria, Espanha, Argentina, México e Uruguai.


Do autor que hoje divulgamos, fazem parte do fundo documental da 
Biblioteca Municipal as seguintes obras:
  • As Três Vidas
  • O Bom Inverno
  • A Noite em que o Verão Acabou
  • Felicidade
  • O Livro dos Homens sem Luz
  • O Paraíso Segundo Lars D.
  • Hotel Memória
  • O Luto de Elias Gro
  • O Deslumbre de Cecília Fluss
  • A Mulher que Correu Atrás do vento
  • Águas Passadas


"Poucos autores portugueses têm unhas para o thriller, 
e o Tordo sai vencedor da experiência"
                                                                                         João Céu e Silva, Diário de Notícias



Um policial de ritmo imparável e delicada sensibilidade, que vai ao âmago dos nossos piores medos,
 é a nossa sugestão de leitura para as suas férias. 
Um thriller que vai deixar o leitor em suspenso sobre o desenrolar da história.





Durante treze dias de janeiro de 2019, a chuva cai sem misericórdia sobre Lisboa. É quando aparece a primeira vítima, na praia de Assentiz: uma jovem de quinze anos trazida pela maré. O seu corpo apresenta marcas de sofisticada malvadez. A primeira agente no local é Pilar Benamor, uma sub-comissária da PSP cuja coragem e empenho em descobrir a verdade ocultam segredos dolorosos.
A jovem vítima é Charlie, filha de um empresário inglês, mas logo o cadáver de um segundo crime brutal - um rapaz de dezassete anos - aparece na floresta de Monsanto, em condições macabras. Estas duas mortes violentas abrem caminho a uma investigação que irá descarnar a alta sociedade portuguesa e o submundo do crime.
Ao longo desse inclemente mês de Inverno, Pilar desbrava caminho na investigação, contra tudo e todos e com a ajuda de Cícero, um misterioso ermita. Desobedecendo a ordens superiores e colocando a própria vida em risco, vai penetrar no mundo escuro e tenebroso de um psicopata, enquanto luta com os fantasmas que há muito carrega: um pai polícia que morreu em serviço, um vício que a consome e a vulnerabilidade num mundo dominado por homens.





Pintura de Karin Jurick



"Curiosamente, foi o mar que me devolveu a esperança. Ela chegou na forma da crueldade, do horror. Curioso, não é? Que de um acontecimento funesto nasça a possibilidade de sentido.
Fui eu quem a descobriu, à afogada, no meu passeio matinal pela arriba. E a culpa nasce precisamente daí - de o meu temperamento melancólico se alimentar positivamente da morbidez; de o sofrimento ser o seu húmus mais fértil. Ao encontrar o cadáver, a minha vida ganhou novo alento.
Vergonhosamente, desabrochei."



junho 22, 2022

COMO É QUE TUDO COMEÇARA? NINGUÉM SABIA




Carmen Posadas nasceu no Uruguai a 13 de agosto de 1953, mas vive em Madrid desde 1965. Viveu em Moscovo, Buenos Aires e Londres, cidades onde o pai exerceu cargos diplomáticos.
Começou por escrever para crianças e, em 1984, recebeu o Prémio do Ministério da Cultura Espanhol para o melhor livro infantil desse ano. É ainda autora de ensaios, guiões de cinema e de televisão, de relatos e de vários romances, entre os quais se destaca Pequenas infâmias, galardoado com o Prémio Planeta de 1998, que foi objeto de críticas excelentes no The New York Times e no The Washington Post e que o leitor pode requisitar na biblioteca municipal.
O seu ritmo de trabalho começa cedo, faz a sua ginástica "sempre, aconteça o que acontecer" e só depois se dedica à escrita "até à hora de almoço".
Os seus livros estão traduzidos em vinte e três línguas e estão publicados em mais de quarenta países.
Em 2002, a revista Newsweek aclamou Carmem Posadas como "uma das autoras latino-americanas mais relevantes da sua geração".

Carmen Posadas tem predileção por personagens femininas e o romance que hoje divulgamos, A Mestra de Marionetas", conta a história de três mulheres, avó, mãe e filha. São histórias que se entrelaçam e que, no final, convergem num segredo que temos de adivinhar" diz a autora.



Preferida pelas revistas de sociedade, com uma vida cinzelada a toques de glamour, escândalos e exclusivos, grande senhora do jet set madrileno, toda a gente sabe perfeitamente quem é Beatriz Calanda e quem foram os seus quatro maridos - um ator em voga, um grande intelectual de esquerda, um aristocrata e um banqueiro.
Sim, toda a gente a conhece, mas ninguém, nem sequer os maridos, e muito menos as filhas, sabe quem ela é na realidade, quais as suas origens e o que teve de fazer para se tornar um ícone capaz de arrastar uma corte de paparazzi. Para descobrir o que se esconde por trás desta fachada deslumbrante será necessário viajar até ao passado, até à sua adolescência na Madrid da Transição. E também até à juventude da sua mãe durante os anos obscuros do pós-guerra.


Pintura de Ana Munoz Reyes



"Lita insistia que a curiosidade matou o gato e que se a mãe tinha aqueles álbuns antigos vermelhos tão bem guardados por alguma razão seria, mas a verdadeira história de Beatriz Calanda não estava neles. Como é que tudo começara? Ninguém sabia. Nem sequer Beatriz., uma vez que os capítulos mais recônditos e interessantes da sua existência havia anos que tinham naufragado, como acontece com verdades incómodas, afogadas sob novas versões mais convenientes dos factos, interpretações que, de tanto serem repetidas, acabam por se tornar mais verdadeiras do que a própria realidade." 










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