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abril 24, 2012

... O ESTADO A QUE ISTO CHEGOU!


 
"O capitão Salgueiro Maia (1944-1992), membro do Movimento dos Capitães, depois Movimento das Forças Armadas, teve um papel decisivo nas operações que conduziram ao derrube do regime em 25 de Abril de 1974. Na preparação do golpe, deu-se conta da degradação do regime, que nem se sabia defender: os dois pides que o vigiavam faziam-se transportar num pouco discreto Toyota amarelo...


Na madrugada desse dia, reuniu os soldados da Escola Prática de Cavalaria na parada do quartel e disse-lhes: "Há diversas modalidades de Estado: os estados socialistas, os estados corporativos e o estado a que isto chegou! Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegámos. De maneira que quem quiser vem comigo para Lisboa e acabamos com isto. Quem é voluntário sai e forma. Quem não quiser vir não é obrigado e fica aqui."
Veio com 240 homens, numa coluna de blindados que saiu de Santarém às 3 da manhã e ia mudar a História de Portugal."
                       Ferreira Fernandes e João Ferreira,
in Frases que fizeram a História de Portugal,





25 de Abril
Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo

Sophia de Mello Breyner Andresen,
in O Nome das Coisas, 1977




CONVITE
Para comemorar abril na Marinha Grande, participe hoje e amanhã nas comemorações do 25 de abril, promovidas pela Câmara Municipal.
Um convite especial para a palestra que vai ser proferida pelo Prof. Dr. José Filipe Pinto, amanhã, pelas 16:00, na Biblioteca Municipal, intitulada "A Censura e os atrasos de Portugal".
Também amanhã, dia 25 de abril, pelas 15:30, na sala de periódicos da Biblioteca Municipal será exibido o documentário intitulado A HORA DA LIBERDADE, de Emídio Rangel e outros, SIC Home Vídeo.

PARTICIPE

abril 18, 2012

COITADINHO / DO TIRANINHO!


Caricatura de Abel Manta

Em 1935 Fernando Pessoa ridicularizava
António de Oliveira Salazar.
Apesar dos escritos em que elogiou
a Ditadura Militar,
Fernando Pessoa
incompatibilizou-se com o
 regime de Salazar
no último ano de vida,
depois da ilegalização
das sociedades secretas.

Este poema foi-lhe dedicado.




ANTÓNIO DE OLIVEIRA SALAZAR

Três nomes em sequência regular...
António é António.
Oliveira é um árvore.
Salazar é só apelido.
Até aí está bem.
O que não faz sentido
É o sentido que tudo isto tem.

Este senhor Salazar
É feito de sal e azar.
Se um dia chove,
A água dissolve
O sal,
E sob o céu
Fica só azar, é natural.

Oh, c'os diabos!
Parece que já choveu...

Coitadinho
Do tiraninho!
Não bebe vinho.
Nem sequer sozinho...
Bebe a verdade
e a liberdade,
E com tal agrado
Que já começam
A escassear no mercado.
Coitadinho
Do tiraninho!

E o meu vizinho
Está na Guiné,
E o meu padrinho
No Limoeiro
Aqui ao pé,
Mas ninguém sabe porquê.

Mas, enfim é
Certo e certeiro
Que isto consola
E nos dá fé:
Que o coitadinho
Do tiraninho
Não bebe vinho,
Nem até
Café.
Fernando Pessoa



Caricatura de Abel Manta

Para ficar a conhecer melhor a nossa História recente
o leitor encontrará Aqui bibliografia
sobre o Presidente do Conselho,
que a Biblioteca Municipal dispõe para empréstimo domiciliário.

Esperamos por si

abril 17, 2012

DAS PALAVRAS FEZ-SE A HISTÓRIA

As Repúblicas

"A República, implantada em 1910 por meio de um golpe de força levado a cabo por uma vanguarda revolucionária civil e militar, teve à partida um grande capital de esperança.
No entanto, esse crédito foi rapidamente desbaratado.


Uma vez conquistado o poder, os dirigentes republicanos desentenderam-se. A política radical levada a cabo por Afonso Costa, o principal protagonista do novo regime, escolheu como inimigo principal a Igreja - mesmo sabendo que a religião católica continuava a ser referência fundamental para a esmagadora maioria dos portugueses. Dividida, a classe política isolou-se do país real, recusando o direito de voto aos analfabetos: "O partido republicano português tem obrigação de defender o povo, mesmo contra a vontade do próprio povo", sentenciava Afonso Costa em 1914. 
A duração dos governos da Primeira República media-se em semanas ou dias - havendo mesmo executivos que, apesar de nomeados, nem chegaram a tomar posse.
A participação na Primeira Guerra  Mundial foi um momento de rara unidade, espelhada no Governo chamado da União Sagrada, mas não bastou para fazer da República um regime em que a maioria dos portugueses se revisse.

Passado o episódio sidonista, precursor do tempo das ditaduras na Europa, voltou a instabilidade. Manteve-se até 1926, quando o golpe chefiado pelo general Gomes da Costa instaurou uma ditadura militar que abriu caminho ao Estado Novo, a "Segunda República".
Durante os quarenta anos seguintes, os holofotes da História incidiram sobre Salazar - a tal ponto que, no ano 2000, sondagens e inquéritos de opinião para determinar quem tinha sido o português mais importante do século XX tiveram como resposta largamente maioritária o Presidente do Conselho do Estado Novo.
A repressão - "meia dúzia de safanões a tempo" - e o atraso económico, social, cultural e, sobretudo, mental marcaram o longo consulado salazarista. Os portugueses refugiaram-se no futebol e nas comédias do cinema popular. A obstinação na defesa de um império colonial ao arrepio dos ventos da História, "Orgulhosamente sós", arrastou o país para uma guerra em África que traumatizou toda uma geração.


Descontentes com o impasse a que tinha chegado a guerra em Angola, Guiné e Moçambique, os oficiais das Forças Armadas liquidaram o regime. Mas o que se passou em 25 de Abril de 1974 foi mais do que um simples golpe militar.
O apoio activo da generalidade da população transformou o movimento da tropa num processo democrático. Os dezoito meses de vertigem que se seguiram foram as dores de parto do regime em que acabámos por escolher viver.
Foi nesse período que Portugal conheceu uma experiência inédita a nível mundial: o Governo fez greve e o primeiro-ministro Pinheiro de Azevedo respondeu sem papas na língua aos manifestantes que lhe chamavam "fascista", o pior insulto que então se podia imaginar: "Bardamerda para o fascista!".
A eleição da Assembleia Constituinte, em 1975 - as primeiras eleições verdadeiramente livres e universais da nossa História - foi o acto fundador da Terceira República.
Com altos e baixos, períodos (curtos) de vacas gordas e constantes apertos de cinto, os portugueses entraram no século XXI com um regime democrático, integrado na União Europeia. Ao fim de quase 900 anos, há frases que continuam a fazer História de Portugal".
        
Ferreira Fernandes e João Ferreira,
in Frases que fizeram a Hitória de Portugal, 2010


Se quiser conhecer melhor os acontecimentos da história recente do nosso país,
visite até 4 de maio, no átrio de entrada da Biblioteca Municipal,
a exposição "Autores da Liberdade",
 acompanhada de uma mostra bibliográfica de autores e livros, que relatam e interpretam os acontecimentos mais recentes que marcaram a nossa História.



PASSE POR CÁ!
PASSE A CONHECER!

abril 05, 2012

FOLAR DA PÁSCOA

A quadra pascal está intimamente ligada à família,  à celebração de rituais religiosos e, como é próprio da natureza humana,  ... à gula.  Nesta altura, interrompem-se as dietas, porque há que preservar as tradições.  



E o que não pode faltar na Páscoa?
Claro!
As amêndoas, os ovos e os folares.



E para que o folar não falte na sua mesa e possa deliciar a sua família, deixamos-lhe uma receita, retirada de um dos vários livros de culinária que a biblioteca municipal disponibiliza aos seus leitores. Só tem de seguir a receita. Tome nota:

Ingredientes:
- 800 gr de farinha
- 100 gr de margarina
- 35 gr de fermento de padeiro
- 250 gr de açúcar
- 3 ovos
- 2dl de leite morno
- sal, canela e erva-doce q.b.
- 3 ou 4 ovos cozidos para enfeitar o folar

Preparação:
  1. Dissolva o fermento num pouco de leite morno e junte alguma farinha. Faça uma bola bem húmida e deixe levedar 20 minutos.
  2. Amasse a restante farinha com o açúcar, o leite e os ovos e junte a bola de fermento. Bata bem. Acrescente a manteiga, o sal e as especiarias.
  3. Bata até a massa se soltar da tigela. Deixe levedar numa tigela tapada com 1 cobertor, em local protegido e ameno + ou - 3 horas.
  4. Faça então uma bola ligeiramente achatada, onde coloca os ovos previamente cozidos e frios. Com um pouco de massa faça uns cordões que coloca a rodear os ovos.
  5. Pincele com gema de ovo, deixe levedar mais um pouco e leve a forno quente (200ºC) até ficar bem corado e cozido.

Nós já experimentámos e o resultado foi este. Ora veja: 



Se quiser continuar a surpreender a família e os amigos com receitas diferentes e sem gastar muito dinheiro, temos a solução ideal para si.

Venha à Biblioteca Municipal

TENHA UMA BOA PÁSCOA

março 28, 2012

A MINHA ORAÇÃO É O MEU TRABALHO

Último mestre da sua geração, o russo Chagall foi um dos maiores e mais populares pintores europeus do século XX. Nascido de uma família judia humilde e religiosa, deixou a sua cidade natal, Vitebsk, para estudar em São Petersburgo e depois em Paris. No entanto, apesar de a França ter acabado por ser a sua pátria adotiva, a arte de Chagall manteve sempre uma forte identidade russa.


Pintor, gravador e vitralista bielorusso, mais tarde nacionalizado francês, Marc Chagall nasceu a 7 de julho de 1887 em Vitebsk. Iniciou-se em pintura no atelier de um retratista local. Estudou depois na Academia de Arte de São Petersburgo e, de volta à cidade natal, conheceu Bella, que viria a ser sua mulher, de quem pintou um retrato em 1909.

Regressou a São Petersburgo e de lá seguiu para Paris, "como que levado pelo meu destino" e "com todos os meus sonhos", ligando-se a Blaise Cendras, Max Jacob e Apollinaire e aos pintores Delaunay, Modigliani e La Fresnay.
Quando eclodiu a Primeira Guerra Mundial, Chagall, de volta à Russia, foi mobilizado, mas ficou em São Petersburgo. Em 1915 casou-se com Bella.
Durante a Revolução Russa de 1917, foi nomeado comissário de Belas-Artes do governo de Vitebsk. Fundou uma escola aberta a todas as tendências, mas ao entrar em conflito com Malevich, acabou por demitir-se.
Na mesma época, pintou murais para a sala e o foyer do teatro Judeu de Moscovo.



"O solo que alimentou as raízes da minha arte foi Vitebsk,
mas a minha arte ansiava por Paris como a árvore anseia por água".


O aniversário (1915) 79x99 cm
Museu de Arte Moderna, Nova Iorque
 Chagall visitou a Palestina e a Síria e publicou "Ma vie" (Minha vida), autobiografia ilustrada com gravuras que já havia exposto em Berlim. Realizou, então, uma grande retrospetiva no Kunstmuseum da Basiléia.
A partir de 1935, o clima de guerra e de perseguição aos judeus refletiu-se na sua pintura, onde os elementos dramáticos, sociais e religiosos passaram a ter grande importância.
Em 1941, Marc Chagall foi para os Estados Unidos, onde três anos depois morreria Bella Chagall, causando-lhe grande depressão.



Equestrienne (1931) 100x80 cm
Museu Stedelijk, Amesterdão
Com o final da Segunda Guerra Mundial, pintou telas de fundo e cenários para o balett "Os Pássaros de Fogo", de Stravinsky.
Regressou definitivamente a França, em 1947. Poucos anos depois criou vitrais para a sinagoga da Universidade Hebraica de Jerusalém. Os vitrais para a Catedral de Metz, dos muitos que criou a seguir, datam de 1958.
Chagall esteve várias vezes em Israel, realizando várias obras por encomenda.
Em 1953, em Turim, praticamente todo o mundo ocidental lhe veio render homenagem na mais ampla exposição retrospetiva até então dedicada a um pintor vivo.
Em sua homenagem, em 1973, foi inaugurado o Museu da Mensagem Bíblica de Marc Chagall, na famosa cidade do Sul de França, Nice.
Em 1977 o governo francês condecorou-o com a Grã-cruz da Legião de Honra.
Marc Chagall, morreu, de ataque cardíaco aos 97 anos, em Saint-Paul de Vence, no Sul da França  a 28 de março de 1985.

"Estou satisfeito, e continuo a acreditar na minha Santíssima Trindade estritamente pessoal: creio em Deus, na pintura e na música de Mozart. (...) Sempre haverá cores puras, música, poesia. Sempre haverá artistas atraídos pela luz".

Gosta de Arte?

Consulte o nosso catálogo em: http://services.cm-mgrande.pt/pacweb/

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março 21, 2012

DIA MUNDIAL DA POESIA


"Há razões para pensar que a língua é,
toda ela, obra de poesia."
José Saramago, Diário de Notícias (2009)

 

  
PORQUÊ? 
Porque hoje é dia 21 de março,
DIA MUNDIAL DA POESIA
  

O Dia Mundial da Poesia foi criado pela Conferência Geral da UNESCO, em 16 de novembro de 1999, com a intenção de divulgar e celebrar a leitura e a escrita de poesia por todo o mundo. A poesia e os poetas encarnaram sempre ideais humanistas, reagindo através da sua escrita às contradições do mundo. Muitos poemas são verdadeiros hinos de liberdade, de paz, de revolta, mas também de amor.



AUTOPSICOGRAFIA

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas da roda
Gira, a entreter a razão,
Esse combóio de corda
Que se chama o coração.
                            Fernando Pessoa




 A POESIA NÃO VAI
 A poesia não vai à missa,
não obedece ao sino da paróquia,
prefere atiçar os seus cães
às pernas de deus e dos cobradores de impostos.
Língua de fogo do não, caminho estreito
e surdo da abdicação, a poesia
é uma espécie de animal
no escuro recusando a mão
que o chama.
Animal solitário, às vezes
irónico, às vezes amável,
quase sempre paciente e sem piedade.
A poesia adora
andar descalça nas areias do verão.
                                           Eugénio de Andrade




POEMA

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto   tão perto   tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura.
                                        Mário Cesariny 








VENHA À BIBLIOTECA MUNICIPAL
 
LEIA POESIA
 
 
 

março 07, 2012

A partir de hoje o nosso blogue pinta-se de cor-de-rosa.



AS MULHERES E O PODER - uma cronologia

  • 1691 - Massachusetts, EUA: pela primeira vez as mulheres votam.
  • 1791 - Olímpia de Gouges publica a Declaração dos Direitos das Mulheres.
  • 1848 - Lucretia Mott e Elizabeth Stanton organizam a primeira convenção dos direitos das mulheres, em Seneca Falls, EUA.
  • 1857 - 8 de março: numa fábrica em Nova Iorque, operárias morrem numa ação policial por reivindicarem a redução da jornada de trabalho de 14 para 10 horas diárias e o direito à licença de maternidade. O Dia Internacional da Mulher é instituído a 8  de março em homenagem a essas mulheres.
  • 1862 - As mulheres votam pela primeira vez na Europa, em eleições municipais na Suécia.
  • 1867 - Nasce Marie Curie, a primeira cientista, homem ou mulher, a ganhar dois Prémios Nobel, primeiro em Física e depois em Química.
  • 1889 - Primeira mulher portuguesa licenciada em Medicina: Elisa Augusta da Conceição de Andrade.
  • 1913 - Primeira mulher licenciada em Direito: Regina Quintanilha.
  • 1918 - Autorizado o exercício da advocacia às mulheres.
  • 1931 - Direito de voto às mulheres com curso secundário - aos homens exige-se apenas que saibam ler e escrever.
  • 1935 - Primeiras deputadas à Assembleia Nacional: Domitilia de Carvalho, Maria Guardiola e Maria Cândida Parreira.
  • 1966 - A Convenção 100 da OIT estabelece a igualdade de remuneração entre homens e mulheres para trabalho de valor igual.
  • 1969 - Introduzido  na lei  o princípio "salário igual para trabalho igual", as mulheres casadas passam a poder transpor as fronteiras nacionais sem necessidade de licença do marido.
  • 1974 - Abre-se o acesso das mulheres a todos os cargos da carreira administrativa local, à carreira diplomática e à magistratura. São abolidas todas as restrições baseadas no sexo quanto à capacidade eleitoral dos cidadãos. 
  • 1975 - Ano Internacional da Mulher - Conferência Mundial promovida pelas Nações Unidas na cidade de México. Criada a Comissão da Condição Feminina.
  • 1976 - A nova Constituição estabelece a igualdade entre homens e mulheres em todos os domínios e é abolido o direito do marido abrir a correspondência da mulher.
  • 1979 - Maria de Lourdes Pintassilgo a primeira mulher nomeada para o cargo de Primeiro-Ministro.
  • 1980 - Portugal ratifica a Convenção sobre a Eliminação de Todas as  Formas de Discriminação contra as Mulheres.
  • 1999 - Aprovado o Plano Nacional conta a Violência Doméstica
  • 2007 - Despenalizada a interrupção voluntária da gravidez. Criada a Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género.
  • 2009 - Aprovado o Plano Nacional contra o Tráfico de Seres Humanos

Estas são só algumas das datas que deram voz às mulheres ao longo dos tempos, outras datas, igualmente assinaláveis, podem ser vistas até ao próximo dia 17, numa exposição de cartazes companhada de uma mostra bibliográfica, patente no átrio da Biblioteca Municipal, todos os dias úteis das 09h00-12h30 e das 13h30-17h00.



"Todos sabemos que a história da humanidade não é a mesma quando contada pelas mulheres e pelos homens. Os mesmos séculos, as mesmas guerras, os mesmos tempos vividos juntos e, no entanto, com histórias tão diferentes que parecem dois mundos separados. E na verdade foram. E em muitas latitudes ainda continuam a ser." 
                                                                                                                  Laurinda Alves

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fevereiro 29, 2012

O AMOR PODE SER

Hoje vamos publicar um poema que nos foi enviado pelo escritor Alberto Riogrande e que deveria ter feito parte das participações no nosso Desafio - Dia de S. Valentim, mas que, por motivos técnicos, só agora nos foi possível proceder à sua publicação.

O AMOR PODE SER

O amor pode ser tudo o que tu quiseres,
tudo o que já foi dito
desde o começo dos tempos
em milhões de linhas empolgadas
e outras tantas, ainda,
desabadas
gravadas em silêncios
ensurdecedores e ásperos tormentos.

Um dia dirás que o amor é
uma engrenagem complexa,
imperfeita
e sempre inacabada;
quando pensas saber tudo
sobre essa combustão mágica
no caminho celestial,
forrado de beijos
e esperas
e veludo
cobrindo os dedos,
num sopro indomáveis ventos

levam-te o sonho
trazem-te os medos
e o tudo,
o céu
onde agarravas as mãos,
é uma sombra no pó da estrada.

Mas voltas à carga
como um cavaleiro mongol,
ébrio, rasgando a estepe
cinzelada no rosto,
no arfar gravado de sol
e céu
no caminhar vagabundo

e na estrada sem fim haverá,
quem sabe,
nos confins da estepe,
um mensageiro
a indicar-te o caminho,
talvez uma metade à espera de ti.
Para te sentires o sol, de corpo inteiro.

Um velho confessou-me, um dia,
que o amor
pode ser o sol
a lua,
todos os astros:
por ele já se fizeram guerras intermináveis
- lembras-te de Helena, Cleópatra, Inês?
se esboroaram impérios
todas
as quimeras,
se cometeram martírios abomináveis,
o general mais coriáceo, chorou
como uma criança
à frente do seu exército, de rastos,
vencido,
pela inclemente mordedura da paixão.

Dirás, mas se é assim uma estrada
tão cheia de sol e tempestade,
no incerto sopé
do vulcão, valerá a pena caminhar por aí?

É de todas a mais esplenderosa viagem,
grava no tempo,
no rosto, quem a percorreu:
às vezes é uma tormenta, doce miragem
nos encontros alvoraçados
de julieta e romeu,
outras a tatuagem que falta
a quem o sonhou, perdidamente, mas não o viveu.


Alberto Riogrande é um pseudónimo. Nasceu numa quinta, entre duas montanhas, à beira do Mondego. Licenciou-se pela Universidade de Coimbra e é professor na área das Humanidades. Viajou pela Europa e Norte de África e viveu durante longos períodos na Provença, Luxemburgo, norte dos Balcãs, Paris e na ilha do Pico. Por ser admirador destas vozes, gostava que um texto seu fosse cantado por Mariza, Luz Casal, Maria Bethânia ou KD Lang. Publicou, em 2010, o livro "A lua no teu umbigo".



Os nossos agradecimentos pela participação.
 Veja aqui o nosso DESAFIO

fevereiro 28, 2012

2012 ANO EUROPEU DO ENVELHECIMENTO ATIVO E DA SOLIDARIEDADE ENTRE GERAÇÕES

Os Censos de 2011 mostram que existem em Portugal 2,023 milhões de pessoas com 65 ou mais anos (cerca de 19% da população total), um número que aumentou cerca de 19% em dez anos. As estimativas apontam que, em 2050, o número de idosos duplicará (35,7%) e a dos jovens diminuirá 0,5% (14,4%).

"Na juventude deve-se acumular o saber.
 Na velhice fazer uso dele"
                                                                      Jean-Jacques Rousseau


Ilustração de Inge Look
Face à tendência de envelhecimento da população da Europa, o Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gerações 2012 procura sensibilizar a sociedade europeia para o contributo socioeconómico prestado pelas pessoas mais velhas, bem como promover medidas que criem mais e melhores oportunidades para que os cidadãos idosos se mantenham ativos.
A coligação do ano europeu 2012 é atualmente constituída por 40 organizações europeias, que vêem o Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gerações como uma oportunidade de abordar a discriminação baseada na idade e as mudanças demográficas e conseguir uma situação mais justa e sustentável para as pessoas de todas as idades.
É uma oportunidade para todos de refletir sobre o facto de os europeus viverem agora mais tempo e com mais saúde do que nunca e aproveitar as oportunidades que se oferecem.


Ilustração de Inge Look

Toda a nossa sociedade vai ter de se adaptar às necessidades da sua população em envelhecimento, mas também terá de enfrentar os novos desafios, enfrentados por outros grupos etários, para que todas as gerações sejam capazes de continuar a apoiar-se uns aos outros e a viver juntos pacificamente.
Envelhecer preocupa-o? Preocupa-o saber qual vai ser o seu papel na sociedade quando tiver 60, 70, 80 anos?
Há muito para viver depois dos 60 e a sociedade está a valorizar cada vez mais a contribuição das pessoas idosas. É isso que significa envelhecimento ativo: Tirar mais e não menos partido da vida à medida que se envelhece, tanto no trabalho como em casa ou na comunidade.


"Devemos aprender durante toda a vida,
 sem imaginar que a sabedoria vem com a velhice"
                                                                                                 Platão

A coordenadora nacional do Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gerações, Joaquina Madeira, sustentou que "os idosos são cada vez mais cultos e interessados" e deu como exemplo as universidades da terceira idade que, há 10 anos quando nasceram, tinham 10.000 alunos e atualmente têm mais de 30.000.

Ilustração de Inge Look
Também no nosso concelho existem alguns exemplos destes. E um deles é sem dúvida a Tertúlia dos Anos de Ouro, promovida pela Associação para o Desenvolvimento Económico e Social da Região da Marinha Grande - ADESER II. É um exemplo de como os anos podem ir decorrendo de uma forma ativa, sem isolamento, aproveitando os saberes acumulados ao longo da vida e transmitindo-os a quem ainda está a tempo de aprender. 
A Tertúlia reune-se todas as segundas e quintas feiras, no Auditório da Biblioteca Municipal, entre as 14h30 e as 17h00, onde são desenvolvidas várias sessões sobre as mais variadas temáticas, que vão desde a História do Mundo à História da Literatura, da Filosofia à Geografia, passando pelas línguas estrangeiras. Paralelamente com estas sessões, realiza-se também no nosso auditório, todas as 2ª feiras, o ensaio do Coro da Tertúlia, que é mais um sinal da vitalidade do grupo e uma demonstração de que nunca é tarde para começar.


"Ninguém ama tanto a vida
como o homem que está a envelhecer."
Sófocles

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