não quero, não
Não quero, não quero, não,
ser soldado nem capitão.
Quero um cavalo só meu,
seja baio ou alazão,
sentir o vento na cara,
sentir a rédea na mão.
Não quero, não quero, não,
ser soldado nem capitão.
Não quero muito do mundo:
quero saber-lhe a razão,
sentir-me dono de mim,
ao resto dizer que não.
Não quero, não quero, não,
ser soldade nem capitão.
Eugénio de Andrade,
in Aquela nuvem e outras
Edições Quasi
Eugénio de Andrade [1923 - 2005] |
"Por mais impessoal que seja a minha poesia, nunca o foi tanto como a que fui escrevendo à medida que o Miguel ia crescendo diante dos meus olhos, e me ia pedindo uma história ou um poema. [...] Quis misturar a minha voz às vozes anónimas da infância - oxalá ela venha a tornar-se anónima também."
Eugénio de Andrade
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