Suzanna Arundhati Roy nasceu a 24 de novembro de 1961 em Kerala, Índia. Licenciada em arquitetura, cedo se dedicou à escrita de guiões para cinema e séries de televisão. O seu papel como ativista em torno de questões ligadas à justiça social e desigualdade económica valeram-lhe, em 2002, o Cultural Freedam Prize, concedido pela Lannan Foundation.
Aproveita a sua escrita para se dedicar às lutas pelas causas em que sempre acreditou e ao seu ativismo político: as mulheres e o regime de castas na Índia; a polémica em torno do nuclear e as tensões com o Paquistão; a globalização; o marxismo dissimulado; o 11 de Setembro e a Guerra no Iraque.
O seu primeiro romance, é hoje a nossa
sugestão de leitura de fim de semana.
Publicado em 1997, recebeu no ano seguinte o Booker Prize, o mais importante prémio literário da língua inglesa.
Arundhati Roy foi a primeira indiana a vencer aquele prémio e logo com a primeira obra. O livro foi editado em 36 países e encabeçou, durante semanas, a lista dos livros mais vendidos na Grã-Bretanha, Austrália, Índia e Noruega.
"Este prémio é sobre o meu passado.
Não sei se escreverei outro livro.
Não sei se escreverei outro livro.
Estou à espera que o barulho na minha cabeça pare."
Arundhati Roy
Qual é então o livro?
O Deus das Pequenas coisas
Edições Asa
"Tudo começou realmente na época em que
as Leis do Amor foram feitas.
as Leis do Amor foram feitas.
As leis que estipulavam quem devia ser amado, e como.
E quanto."
E quanto."
"O Deus das Pequenas Coisas" é a história de três gerações de uma família da região de Kerala, no sul da Índia, que se dispersa por todo o mundo e se reencontra na sua terra natal.
Uma história feita de muitas histórias. A história dos gémeos Estha e Rahel, nascidos em 1962, por entre notícias de uma guerra perdida. A de sua mãe Ammu, que ama de noite o homem que os filhos amam de dia, e de Velutha, o intocável deus das pequenas coisas. A da avó Mammachi, a matriarca cujo corpo guarda cicatrizes da violência de Pappachi. A do tio Chacko, que anseia pela visita da ex-mulher inglesa Margaret, e da filha de ambos, Sophie Mol. A da sua tia-avó mais nova, Baby kochamma, resignada a adiar para a eternidade o seu amor terreno pelo Padre Mulligan.
Estas são as pequenas histórias de uma família, que vive numa época conturbada e de um país cuja essência parece eterna. Onde só as pequenas coisas são ditas e as grandes permanecem por dizer.
"Foi uma época em que o impossível se tornou pensável
e o impossível realmente aconteceu."
e o impossível realmente aconteceu."
Visite-nos, requisite o livro e
Tenha um bom fim de semana
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Sombra dos mortos, maldição dos vivos.
Também nós... Também nós... E o sol recua.
Apenas o teu rosto continua
A sorrir como dantes,
Liberdade!
Liberdade do homem sobre a terra,
Ou debaixo da terra.
Liberdade!
O não inconformado que se diz
A Deus, à tirania, à eternidade.
Sepultos insepultos,
Vivos amortalhados,
Passados e presentes cidadãos:
Temos nas nossas mãos
O terrível poder de recusar!
E é essa flor que nunca desespera
No jardim da perpétua primavera.
Miguel Torga, in Antologia Poética
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