O leitor gosta de histórias de amor?
E se forem verdadeiras, com pessoas que conhecemos?
É precisamente uma grande história de amor,
em que as personagens são conhecidas de todos nós, a nossa sugestão de hoje.
Consegue imaginar o filósofo alemão Martin Heidegger apaixonado?
Hannah Arendt e Martin Heidegger |
A nossa sugestão de leitura de fim de semana conta-nos o desenrolar de uma paixão, que obrigou Martin Heidegger a ignorar as convenções religiosas da cultura cristã, que sanciona o adultério, e as imposições do regime nazi, que não só proibiam como puniam implacavelmente as ligações afetivas entre arianos e judeus.
Interessante, não?
O leitor só tem que se deslocar à sua Biblioteca preferida e requisitar o livro:
O Último Encontro,
da escritora francesa Catherine Clément,
editado pelas Edições Asa.
"O coração de Hannah pôs-se a bater mais depressa. Há quanto tempo não estava sozinha com ele? Pelo menos vinte anos, ou mais? Exatamente desde...Desde 1950, sim. Vinte e cinco anos. (...)
Uma vez, apenas uma única vez, é que Martin tinha desafiado a proibição conjugal. Foi em 1950, em Friburgo, Hannah e Martin, os dois sozinhos.
Foi depois do exílio de Hannah, depois do extermínio, depois do nascimento de Israel, depois da guerra. Depois de Martin ter sido condenado pela sua ideologia nazi, depois da derrota. E, vinte e cinco anos depois, Martin e Hannah iam estar novamente sozinhos!"
Alemanha, 1975: duas mulheres já idosas encontram-se à cabeceira de um velho homem doente, depois de, durante cinquenta anos, terem lutado por um lugar no seu coração. Ele, o velho homem, é Martin Heidegger, o filósofo genial que, em determinado momento, não resistiu ao canto de sereia do nazismo.
As mulheres são Elfride - a esposa legítima, a mãe de família, a burguesa alemã - e Hannah Arendt, a "amante", a intelectual judia, a apátrida com coração de vento.
Como foi possível, no meio de uma tragédia que pôs a Europa a ferro e fogo e face às opções políticas do velho mestre, a história de amor - uma das mais belas histórias de amor do século XX - entre Martin e Hannah?
Catherine Clément nasceu a 10 de fevereiro de 1939 em Boulogne-Billancourt, França, no seio de uma família meio católica meio judia. Passou a sua infância com a sua avó, dado que os seu pais faleceram durante a Segunda Gerra Mundial, tal como os seus avós judeus que foram duas das muitas vítimas do campo de concentração de Auchwitz.
Entrou para a prestigiada "École Normale Supérieure" em 1959 e formou-se em filosofia. Em 1962 foi aluna do antropólogo Claude Lévi-Strauss. Mais tarde Catherine dedicou-se em exclusivo à escrita e publicou várias obras: A Senhora, Por Amor da Índia, A Valsa Inacabada, Rameira do Diabo, o Último Encontro, Jesus na Fogueira, As Novas Bacantes, A Viagem de Théo e O sangue do Mundo. Estes dois últimos fazem parte das listas dos livros mais vendidos em vários países.
O leitor pode encontrar todos eles na sala de leitura da sua Biblioteca.
Ilustração de Deborah DeWit |
Tenha um Bom Fim de Semana
e não se esqueça que amanhã é "Hora do Planeta"
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