novembro 15, 2012

EU PINTO. É UMA AVENTURA QUE NÃO TROCO POR NENHUMA OUTRA.


"Vim do oriente, onde nasce a luz; passei por África, onde aprendi a amar a vida; cheguei à Europa, onde estudei pintura na cidade das luzes; 
depois fixei-me em Lisboa"
                                                                                                                  Maluda, agosto de 1996




Maria de Lurdes Ribeiro, mais conhecida por Maluda, nasceu a 15 de novembro de 1934 em Pangim, Goa. Viveu desde 1948 em Lourenço Marques (atual Maputo), onde começou a pintar e onde formou, com mais quatro pintores, o grupo "Os Independentes".
Em 1963 obteve uma bolsa de estudos da Fundação Calouste Gulbenkian e viajou para Portugal, onde, em Lisboa,  trabalhou com o mestre Roberto de Araújo.
Como bolseira da Gulbenkian, entre 1964 e 1967 viveu em Paris. Aí trabalhou na "Académie de la Grande Chaumière" com os mestres Jean Aujame e Michel Rodde. Foi nessa altura que se interessou pelo retrato e por composições que fazem a síntese da paisagem urbana, com uma palete de cores muito característica e uma utilização brilhante da luz, que conferem às suas obras uma identidade muito própria e inconfundível.



Em 1969 realizou a sua primeira exposição individual na galeria do Diário de Notícias, em Lisboa. Em 1973 fez uma grande exposição individual na Fundação Calouste Gulbenkian, que  obteve um grande sucesso, registando cerca de 15.000 visitantes e lhe deu uma grande notoriedade.
Foi novamente bolseira da Fundação Gulbenkian entre 1976 e 1976, estudando em Londres  e na Suíça.


A partir de 1978 dedicou-se à temática das janelas, procurando utilizá-las como metáfora da composição público-privado.

Em 1979 recebeu o Prémio de Pintura da Academia Nacional de Belas Artes de Lisboa. 
Ainda nesse ano, realizou uma exposição na Fundação Gulbenkian em Paris.

Fez exposições individuais em Nova Iorque, Washington e Dallas.
Participou na Bienal Ibérica em Campo Maior e no Museu de Arte Contemporânea em Cáceres.





"Os quadros de Maluda são um hino, um louvor à vida, 
ou seja,  a construção do abrigo humano"
                                                                                                   Maria Helena Vieira da Silva 




A partir de 1985, Maluda foi convidada para fazer várias séries de selos para os CTT.
Dois selos da sua autoria ganharam, na Wordl Government Stamp Printers Conference, em Washingoton, em 1987 e em Périgueux (França), em 1989, o Prémio Mundial para o melhor selo.
Em 1988 pinta um novo selo, "Évora Património Mundial", que, no ano seguinte, recebe novamente em Périgaud o Prémio Mundial para o melhor selo.



Em 1994 recebeu o prestigiado "Prémio Bordalo Pinheiro", atribuído pela Casa da Imprensa.
No âmbito da "Lisboa Capital da Cultura", realizou uma exposição individual no Centro Cultural de Belém.
Foi agraciada, em 1998,  pelo Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio com a Ordem do Infante D. Henrique, ao mesmo tempo que realizou a sua última exposição  individual, "Os selos de Maluda", patrocinada pelos CTT.

"Não acredito na pintura de ocasião, de inspiração. A pintura é trabalho, a arte dá trabalho". Por isso pintava todos os dias, como um emprego. De preferência à tarde, quando as cores eram mais puras, mais filtradas.

A 10 de fevereiro de 1999, aos 64 anos, Maluda morreu, vítima de cancro no pâncreas. Em testamento, instituiu o "Prémio Maluda" que, durante alguns anos, foi atribuído pela Sociedade de Belas Artes.
Em 2009 foi publicado um livro que assinalou a passagem do décimo aniversário da sua morte, reunindo a quase totalidade da sua vasta obra e que contou com o alto Patrocínio do Presidente da República. Nesse mesmo ano, a Assembleia da República homenageou-a com uma grande exposição retrospetiva.


O leitor encontrará a obra de Maluda nos livros de arte na Biblioteca da sua cidade

Visite-nos!



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