Hoje, 29 de novembro, o Instituto Cervantes de Lisboa e a Embaixada do México em Portugal vão recordar o escritor mexicano Carlos Fuentes, falecido em maio último, com uma mesa redonda sobre a sua obra, acompanhada da leitura de alguns dos seus textos.
"Em Fuentes, o talento literário era inseparável do encanto pessoal: era ameno, culto e poliglota.
E tinha amigos em toda a parte"
Mario Vargas Llosa
Filho de diplomatas mexicanos, Carlos Fuentes nasceu no Panamá, a 11 de novembro de 1929. Passou a sua infância entre a Europa e o continente americano. Estudou na Suiça e nos Estados Unidos. Viveu em Quito, no Equador; em Montevideu, no Uruguai; no Rio de Janeiro, no Brasil; em Santiago do Chile e em Buenos Aires, na Argentina, num percurso que acabou em Washington, nos Estados Unidos.
Licenciou-se em Direito na Universidade Autónoma do México e no Instituto de Altos Estudos Internacionais de Genebra, e prosseguiu a carreira diplomática, trabalhando em organismos internacionais, nomeadamente nas Nações Unidas em Genebra.
Em 1955, fundou com Octávio Paz e Emmanuel Carballo, a "Revista Mexicana de Literatura".
Na década de 1970, dedicou-se ao ensino e lecionou nas principais universidades mundiais.
Foi membro do partido comunista, próximo de Fidel Castro antes de se afastar depois da prisão, em 1971, do poeta cubano Ernesto Padilla.
Escreveu, em 1972, num ensaio na revista "Tiempo" que "O que um escritor pode fazer politicamente deve fazê-lo também como cidadão. Num país como o nosso, o escritor, o intelectual, não pode alhear-se da luta pela mudança política que, em última instância, supõe também uma transformação cultural".
Foi nomeado embaixador em Paris em 1974, mas em 1977 demitiu-se para protestar contra a nomeação para embaixador em Madrid do ex-presidente mexicano Gustavo Díaz Ordaz, que considerava o responsável pelo massacre dos estudantes no México em 1968.
Carlos Fuentes recebeu entre outros os seguintes prémios:
- 1987 - Prémio Miguel de Cervantes
- 1994 - Prémio Príncipe das Astúrias
- 1994 - Prémio Picasso, da UNESCO
- 2003 - Condecorado com a Legião de Honra pelo governo francês
- 2008 - Recebeu a Grã-Cruz da Ordem de Isabel a Católica
- 2008 - Prémio Internacional Dom Quixote da la Mancha
Este ano, o governo mexicano, para homenagear o escritor, criou o Prémio Internacional Carlos Fuentes. O vencedor foi Mario Vargas Llosa.
Carlos Fuentes morreu aos 83 anos, a 15 de maio deste ano, um dia após ser premiado com o título de doutor honoris causa pela Universidade das Ilhas Baleares, pela qualidade e extensão da sua obra.
O seu óbito foi confirmado pelo Ministério da Cultura Mexicano. Segundo a AFP, o presidente Felipe Calderón deixou uma mensagem na sua conta no Twitter:
"Lamento profundamente o falecimento do nosso querido e admirado Carlos Fuentes, escritor e mexicano Universal. Descanse em paz".
A maior homenagem que podemos
fazer a um escritor é ler a sua obra.
Venha à Biblioteca Municipal e leve para casa um dos grandes nomes
da literatura latino-americana e da literatura mundial.
Sem comentários:
Enviar um comentário