fevereiro 27, 2015

THOMAS MANN

No passado dia 6 de fevereiro foi notícia a reedição pela Bertrand do romance de



Um Homem e o seu Cão é uma comovente história da relação de Thomas Mann com o seu perdigueiro alemão. Desde o primeiro encontro, numa quinta, Mann conta como gradualmente começa a amar este animal inteligente, leal e cheio de energia. Durante os seus passeios diários, Mann começa a compreender e apreciar Bashan enquanto ser vivo, testemunha o seu prazer em caçar lebres e esquilos e as suas meticulosas inspeções a pedras, galhos e folhas húmidas. Mann reflete sobre a vida interior do animal e maravilha-se com a facilidade com que ele confia totalmente em si, pondo a sua vida nas mãos do dono. Os dois desenvolvem uma compreensão um do outro com o passar do tempo, mas Mann ganha também consciência de uma divisão intransponível que os separa. E, como em todas as relações, existem momentos de tensão, frustração ou desilusão, mas que são sempre superados por uma ligação íntima, profunda e de grande amizade entre os dois. Uma história encantadora de amizade entre um homem e um cão.
Consultando o nosso catálogo bibliográfico podemos verificar a existência desse romance, numa edição de 1962, da responsabilidade da Editora Inquérito, tradução de João Gaspar Simões, ilustração de Figueiredo Sobral e com o título O CÃO E O DONO.

E é este o livro que escolhemos para
 sugestão de leitura para o seu fim de semana:
a comovente história da relação de Thomas Mann com o seu perdigueiro alemão Bashan.


"Sabendo isso, ela telefonou-nos lá do alto da montanha para nos dizer que recolhera um cão, exatamente o que nós precisávamos, e que o podíamos ver quando quiséssemos. Os nossos pequenos quiseram logo vê-lo e a nossa curiosidade não foi menor. (...)
Classificações à parte, que belo animal é este Bashan, ali colado ao meu joelho, olhando para mim com toda a devoção! (...)
E o Bashan delicia-me a vista com os seus lindos pulos pelo baixo parapeito de relva à minha esquerda. Salta ora para um lado ora para o outro - e não há dúvida que o faz porque sabe que eu gosto. (...)
E isto faz-nos rir aos dois. Sim, o Bashan também ri; e, quando se ri, maravilho-me com isso, pois é para mim a coisa mais comovedora do mundo."

Thomas Mann, um dos maiores romancistas do século XX, nasceu a 6 de junho de 1875, em Lübeck, Alemanha, no seio de uma família burguesa. Nietzsche e Schopenhauer, foram dois filósofos que o influenciaram, tanto que Thomas Mann, passa a ser considerado como o mestre do romance psicológico. No seu romance "A Montanha Mágica", escrita em 1924, faz um relato de uma Europa em ebulição que precede a Primeira Guerra Mundial. Opositor do regime nazi, deixa a Alemanha em 1933 e fixa-se na Suíça, na localidade de Küsnacht, e perde a nacionalidade alemã a 2 de dezembro de 1936. Em 1938, vai viver para os Estados Unidos da América e seis anos depois torna-se cidadão americano. Só em 1952 voltará ao seu país natal. Em 1929 recebeu o Prémio Nobel da Literatura e em 1949 o Prémio Goethe. Faleceu, aos oitenta anos, a 12 de agosto de 1955, em Kilchberg, perto de Zurique, na Suiça.



Não é um perdigueiro alemão;
É de raça indefinida, chama-se Maya e foi adotada no Canil Municipal

"Quando porventura me sento a ler num recanto do muro, ou na relva,
 encostado a uma árvore favorita, 
gosto muito de interromper as minhas preocupações intelectuais 
para falar e brincar com o Bashan".
                                                                                              Thomas Mann
                                                                                                         In, O Cão e o Dono



Tenha um Bom Fim de Semana
em boa companhia


fevereiro 18, 2015

SEI QUEM ELE É!


"É o homem que faz a História e não a História que faz o homem"
                                                                                                              Henri Massis



"Não. O século XX não foi "o século do povo". Foi - mais do que nenhum outro - o século da violência.
Qualquer coisa como 150 milhões de vítimas acabaram por ser imoladas no "altar" do fanatismo, do despotismo e dos interesses económicos. O povo serviu - acima de tudo - de "carne para canhão".
Em nome de Deus continuaram a cometer-se os crimes mais hediondos. Em nome da liberdade perpetraram-se as maiores carnificinas. Em nome da fraternidade atiçaram-se ódios irreconciliáveis. Em nome da justiça social aprofundou-se o abismo entre os muito ricos e os muito  muito pobres."

Manuel José Homem de Mello
In, Os Líderes do Século



Estas são algumas das principais figuras da política mundial do século passado.
Algumas são facilmente reconhecíveis ao Leitor, outras ...


Até ao dia 28 de fevereiro, no átrio da entrada da sua Biblioteca
o Leitor encontrará uma mostra bibliográfica sobre a vida e obra
destas e de muitos outras Personalidades.

Visite-nos, requisite um dos inúmeros livros à sua disposição e diga

Sei Quem Ele É...



"O que a História nos ensina é que a História não nos ensina nada"
                                                                                                  George Bernard Shaw



Esperamos Por Si 



fevereiro 10, 2015

DESAVENÇA CONJUGAL


Desavença Conjugal
(crónica de pequenos acontecimentos)

"- Que raio! Chega uma pessoa do escritório, esfomeada como um cão e tem para comer sabe Deus o quê! E ainda por cima não pode fazer a mínima observação! Se a isso se atreve, são logo jeremiadas e lágrimas. Maldita a hora em que me casei.
Dizendo estas frases, o marido atirou para o prato a colher, que tilintou, ergueu-se dum pulo e bateu com a porta, num gesto desesperado. A mulher desatou a chorar, escondeu a cara no guardanapo e saiu também. O almoço terminara.
Ele foi para o escritório, estendeu-se no sofá e encafuou o rosto na almofada.
"Foi o Diabo que me convenceu a casar", pensou. "É bonita a vida de família, não haja dúvida! Tão depressa me casei logo senti que já tinha vontade de me matar!"
Um quarto de hora depois, fez-se ouvir um passo leve no corredor.
"É sempre isto ... Ela ofendeu-me, insultou-me, e agora anda a rondar-me a porta, quer fazer as pazes ... Mas eu não quero. Prefiro enforcar-me."
A porta rangeu de leve, abriu-se e não tornou a fechar-se. Alguém entrara e dirigia-se para o sofá em passos silenciosos e tímidos.
"Claro! Pede perdão, suplica, choraminga ... Para cá vens de carrinho! Não me arrancarás uma palavra ... Durmo, e não me apetece falar."
Enterrou a cabeça na almofada e começou a ressonar baixinho. Mas os homens são tão fracos como as mulheres; exaltam-se com facilidade e facilmente se deixam engodar. Sentindo um corpo tépido nas costas, com um movimento obstinado chegou-se para o espaldar do sofá, retirando a perna.
"Pois, pois ... Está a preparar-se para se aninhar aqui e apertar-me para uma carícia ... Não tardará que me dê um beijo no ombro, que se ponha de joelhos. Não suporto essas denguices ... Contudo, tenho de lhe perdoar. É mau, no estado em que se encontra, contrariá-la por muito tempo. Vou só fazê-la sofrer um bocadinho, para a castigar, e depois perdoarei."
Um suspiro fundo roçou-lhe docemente a orelha, seguindo de outro, e, mais outro ... Ele sentiu no ombro o contacto de uns dedos.
"Bem, vou perdoar-lhe pela última vez. Está numa tortura, coitada! Tanto mais que não sou eu quem tem razão. Criei desnecessariamente um problema."
- Então, minha querida, que é isso?
Estendeu o braço para trás e enlaçou o corpo tépido.
- Ora esta!
Era a cadela, a sua cadela Diana, que estava deitada junto dele."
Anton Tchekhov 
In, Contos e Narrativas






Nota: Este conto que agora lhe apresentamos faz parte de uma coletânea, recomendada para o 3º ciclo do ensino básico, destinado a leitura autónoma, e que o Leitor pode requisitar na sua Biblioteca.


"Ninguém melhor do que Tchekhov compreendeu a tragédia 
contida nas pequenas coisas da vida."
                                                                        Máximo Gorki




Anton Tchekhov foi um importante escritor e dramaturgo russo, considerado um dos mestres do conto moderno. Nasceu em Taganrog, no sul da Rússia, a 29 de janeiro de 1860. Terminou os estudos em Medicina em 1884 e começou a exercer nos arredores de Moscovo. "A medicina é a minha legítima esposa; a literatura é apenas minha amante."
Em 1887 ganhou o Prémio Pushkhin da Academia Russa e grande popularidade com a sua segunda antologia de contos. "Tio Vânia", "As Três Irmãs", "A Gaivota", "O Jardim das Cerejeiras", são obras-primas da dramaturgia ocidental e continuam a ser representadas por todo o mundo.
Faleceu aos 44 anos, vítima de tuberculose, a 15 de julho de 1904.



Sem Desavenças, 
Uma Boa Semana e um Feliz Dia dos Namorados


fevereiro 05, 2015

LANÇAMENTO DO LIVRO . . .


   A HISTÓRIA DO QUADRO BRANCO   

Sábado, dia 07 de fevereiro, 15:00
Auditório da Biblioteca Municipal da Marinha Grande


Texto de Mary Dolores Ribeiro Bento
Ilustrações de Gama Dinis

"A "História do Quadro Branco" não é mais do que uma metáfora que simboliza a necessidade do ser humano ser pertença a uma família, a um grupo e a uma sociedade, com quem se identifique e se potencie/cresça como indivíduo."


"Na história de vida cabe aquilo que a vida lhe proporcionou, mas também aquilo que fez com as oportunidades e vivências ocorridas. Certo mesmo é que ninguém se estrutura sozinho. A existência de Quadros Brancos significa que o percurso do indivíduo sofreu oscilações e que necessita de ajuda e de auto-ajuda para se colorir. 
Este, apesar da sua simplicidade, pretende ser um livro de sensibilização e abordagem das várias etapas sensíveis e inerentes à evolução do ser humano.
A sua vertente pedagógica tem como objetivo fazer o indivíduo pensar-se tendo em conta os aspetos positivos e negativos de uma vida em sociedade.
E então já descobriu as cores do seu Quadro?"









janeiro 27, 2015

FOI HÁ 70 ANOS


27 de janeiro de 1945 -  Libertação de Auschwitz pelas tropas soviéticas

Há 70 anos, a última chamada dos prisioneiros no Campo de Concentração de Auschwitz registava 70 mil pessoas.
202 499 foi o número da última tatuagem feita aos prisioneiros, antes das tropas soviéticas chegarem ao campo de extermínio a 27 de janeiro de 1945.

"Auschwitz não foi apenas o grande centro de extermínio. Não foi só isso. Começou por ser um campo de concentração mantido até ao fim. Foi em Auschwitz que judeus e ciganos serviram de cobaias para as diabólicas experiências levadas a cabo por médicos e enfermeiros nazis, que mais de um milhão de seres humanos de quinze países europeus foram gaseados e onde mais de 200 mil homens, mulheres e crianças morreram de fome, frio e doença, de exaustão e brutalidade, ou simplesmente de solidão e desesperança absolutas."
Esther Mucznik,
 Vice- Presidente da Comunidade Israelita de Lisboa



"Têm nas mãos algo que é rigorosamente proibido em Auschwitz e pode condená-los à morte se forem descobertos. Esses objetos, tão perigosos que a sua posse é motivo para a pena máxima, não se disparam, não são cortantes, perfurantes ou contundentes. Aquilo que os implacáveis guardiães do Reich tanto temem são apenas livros: livros velhos, sem capa, desfolhados, quase desfeitos. Mas os nazis odeiam-nos, caçam-nos e proscrevem-nos com uma ferocidade obsessiva. Ao longo da História, todos os ditadores, tiranos e opressores, fossem arianos, negros, orientais, árabes ou eslavos, fosse qual fosse a cor da sua pele, quer defendessem a revolução popular, os privilégios dos ricos, o primado de Deus ou a disciplina sumária dos militares, fosse qual fosse a sua ideologia, tiveram uma coisa em comum: todos, sem exceção, perseguiram os livros com uma sanha feroz. Os livros são perigosos, fazem pensar".
In A Bibliotecária de Auschwitz


Caro Leitor, para que nunca nos esqueçamos, 
fique a conhecer a história de uma sobrevivente de Auschwitz,  
a bibliotecária do Bloco 31. 

Dita Dorachova, a jovem checa que aos 14 anos
 arriscou a vida para manter viva a magia dos livros

"Não quis perguntar-lhe por certas coisas, porque acho que há coisas nas quais uma pessoa não se deve meter. Não deve entrar em certos recantos da dor. Dei-me conta que por vezes estava com um olhar perdido, que ficava calada com os pensamentos às voltas. Percebi que essas memórias estavam lá; 40 anos depois continuam presentes. E quando falamos de temas como a vingança disse-me que não a sente, mas não esquece o que aconteceu. Não pode esquecer. Tinha 70 anos, mas essa opressão e a perda dos seus pais são coisas que lhe ficaram gravadas para sempre"
Antonio G. Iturbe ao entrevistar Dita Dorachova antes de escrever o livro



"- Esta é a tua biblioteca. Não é grande coisa - disse Hirsch, e olhou para ela de soslaio, para ver que efeito tinha causado.
Não era uma biblioteca extensa. Na realidade, constituíam-na oito livros, e alguns em mau estado. Mas eram livros. (...)
Dita recebeu os livros um a um, com o mesmo cuidado com que se segura num recém-nascido. (...) 
- Além disso ... não é um livro para menores. E muito menos raparigas.
Dita abriu mais os olhos, para mostrar a sua irritação.
- Com todo o respeito, senhor Hirsch, tenho catorze anos. Acredita mesmo que depois de ver todos os dias como o panelão do nosso pequeno-almoço se cruza com a carreta dos mortos e de ver dezenas de pessoas entrarem nas câmaras de gás ao fundo do Lager, me vai impressionar o que possa ler num romance? (...)"


"Os livros conservam nas suas páginas a sabedoria de quem os escreveu.
Os livros nunca perdem a memória."


Passe pela Biblioteca Municipal e requisite o livro.







janeiro 20, 2015

SERÁ DE PÉROLA, SERÁ DE PRATA?


A Rapariga do Brinco de Pérola de Johannes Vermeer

A famosa pintura do holandês Johannes Vermeer retrata uma mulher jovem, de rosto delicado, usando um brinco de pérola, o que para o século XVII era coisa rara. Só há vinte anos é que a pintura tem oficialmente o nome pela qual é mundialmente famosa.
Um Retrato ao Estilo Turco é o nome que conta no inventário feito à obra do artista em 1676, um ano após a sua morte.

"O quadro não se assemelhava a nenhum dos outros. Dele constava apenas eu, a minha cabeça e os meus ombros, sem mesas nem cortinas, sem janelas nem borlas de pó-de-arroz para amenizar ou distrair. (...) O pano atado à volta da cabeça fazia com que não se parecesse ser eu, mas uma Griet de outra cidade, ou talvez de outro país completamente diferente. (...)
- Senhor - comecei a dizer, apertando com força a madeira esculpida, dura e fresca. - Não posso fazer isso.
- Fazer o quê?, Griet? - Ele estava sinceramente surpreendido.
- O que me ides pedir para fazer. Não posso pôr isso. As criadas não usam pérolas."
In Rapariga com Brinco de Pérola, 
de Tracy Chevalier


Vincent Icke, astrónomo holandês, acaba de publicar um artigo na revista científica New Scientist, onde defende que não se trata de uma pérola, mas de um pendente de prata ou de vidro veneziano coberto com uma fina camada de verniz.Profundo conhecedor da obra de Vermeer, Vicent Icke afirma que o artista "é um pintor muito preciso. Temos a certeza que só pintava o que via e que por isso não poria uma pérola a refletir daquela maneira, porque não é real.



"- Vejo que separaste os brancos - disse ele, indicando os nabos e as cebolas. -E depois o cor-de-laranja e o roxo, que não vão bem juntos. Porque foi? - pegou numa tira de couve e num pedaço de cenoura e sacudiu-os na mão como se fossem dados. (...)
- As cores brigam quando estão ao lado umas das outras senhor."
In Rapariga com Brinco de Pérola, 
de Tracy Chevalier


Tracy Chevalier nasceu a 19 de outubro de 1962, em Washington D.C., tendo ido viver para Londres aos 22 anos de idade. Tem um mestrado em Escrita Criativa pela Universidade de East Anglia.


O livro que hoje estamos a dar a conhecer aos nossos leitores, Rapariga com Brinco de Pérola, é o seu segundo romance, recebeu o Barnes and Noble Discover Award, foi um grande sucesso internacional e deu origem a uma versão cinematográfica nomeada para os Oscares (tendo o português Eduardo Serra  sido nomeado na categoria "melhor fotografia") e protagonizada por Colin Firth e Scarlett Johansson.



Será o brinco de pérola, de prata, ou de vidro veneziano?

Seja de que material for o brinco, deixamos aqui um ótimo pretexto para o Leitor  
nos visitar e ficar a conhecer melhor a obra deste famoso pintor.





Leia o livro ou veja o filme amanhã, dia 21, pelas 15h00, na nossa Sala Audio/Vídeo







janeiro 13, 2015

DADOS DE 2014

Com o começo de um novo ano, há que fazer o balanço do ano anterior. É o que pretendemos fazer hoje, tendo por base os dados recolhidos pela nossa aplicação informática de gestão bibliográfica, onde se integram os serviços de leitores e empréstimos.

O gráfico seguinte mostra-nos a evolução do número de livros requisitados na Biblioteca Municipal ao longo dos últimos anos. Constatamos, que em 2014 não fomos além dos números obtidos em 2013, mas superámos largamente os números de anos anteriores. Devemos alertar que os dados apresentados relativos a 2012 refletem a atividade anual de uma forma parcial, em virtude de se terem verificado anomalias relacionadas com a aplicação informática, que nos impediram de recolher os dados da totalidade do ano.




Através do gráfico seguinte poderemos ter uma ideia sobre o tipo de empréstimo que foi realizado ao longo de 2014. Assim, da totalidade dos empréstimos feitos, cerca de 57% foram a leitores adultos com 18 ou mais anos; 22% foram feitos por crianças até aos 12 anos; 15% dos empréstimos resultaram de pedidos de renovação de prazos e apenas 6% foram feitos por jovens entre os 13 e os 17 anos.



Ao longo do ano de 2014 procedemos à inscrição de 281 novos leitores, sendo 87 com idades até aos 12 anos, 25 da faixa etária dos 13 aos 17 anos e 169 com 18 ou mais anos.  































janeiro 09, 2015

ÀS TRÊS E MEIA DE UMA MANHÃ DO PRINCÍPIO DE JANEIRO...



O filme "As Duas Faces de Janeiro", realizado por Hossein Amini e tendo no seu elenco os atores Viggo Mortensen, Oscar Isaac e Kirsten Dunst, entre outros, estreou em Portugal no passado dia 30 de outubro.

"Rydal Keener está parado no quarto andar de um lúgubre hotel em Atenas. Aparentemente, espera o elevador. Na realidade, aguarda que alguém estranho e fascinante se cruze no seu caminho.
Ali perto, no confortável e acolhedor Hotel King Palace, Chester MacFarland também espera: de uma pancada no ombro, de uma pancada na porta que ponha fim a uma vida fraudulenta. E Colette, a mulher de Chester? Também ela está à espera de alguma coisa.
Passam-se seis dias até que Rydal, Colette e Chester se conheçam à porta do quarto do casal. Os três vêem-se apanhados numa teia de circunstâncias ameaçadoras e cercados por sombras do passado e perigos iminentes.
A cena passa de um quarto de hotel para outro, de Atenas para Creta.
E então, num labirinto deserto, o jogo explode em ação."


Caro Leitor, se perdeu a estreia do filme, 
pode sempre visitar-nos e requisitar o livro que deu origem ao filme 
e que é a nossa sugestão de leitura para este fim de semana.

Patricia Highsmith com o seu gato Ripley
fotografada por Martine Franck

Mary Patricia Plangman nasceu a 19 de janeiro de 1921 em Fort Worth, no estado do Texas. Os pais, ambos pintores publicitários, separaram-se antes do seu nascimento, tendo sido entregue aos cuidados da sua avó materna. Quando a mãe voltou a casar, resolveu adotar o nome do padrasto, Highsmith.
Estudou na Julia Richmond Highschool em Nova Iorque, tendo depois ido estudar na Universidade de Columbia, onde se formou, em 1942, em Inglês, Latim e Grego.
Patricia Highsmith começou por escrever histórias na sua adolescência e, depois de concluir os seus estudos, colaborou como argumentista de livros de banda desenhada na editora Wester Comics, de 1945 a 1947.
Em 1950, por sugestão de Truman Capote, publicou o seu primeiro romance policial "Strangers on a Train", tendo sido logo adaptado por Alfred Hitchcock, tornando-a uma autora de sucesso.

"I can't write if someone else is in the house, not even the cleaning woman", espelha bem o seu ódio pelos seres humanos em geral, tendo chegado a afirmar que preferia a companhia de animais, em especial os gatos, que adorava. Até os seus amigos a consideravam uma pessoa "difícil", não se importando de ser politicamente incorreta ao falar abertamente da sua antipatia pelos negros e pelo Estado de Israel. O seu personagem mais famoso, Tom Ripley, é o protagonista de cinco dos seus livros e de diversos filmes, é um assassino frio, mentiroso e impostor, que esconde a sua brutalidade sob um verniz de classe e sofisticação. O típico anti-herói de Patricia Highsmith. Os seus livros fogem à classificação tradicional do clássico romance policial o que acaba por fascinar os seus leitores.


"Prefiro escrever livros com começos lentos, até mesmo sossegados, em que o leitor 
vai acabar por conhecer a fundo o herói criminoso e as pessoas ao seu redor".
                                                                                                Patricia Highsmith

Em 1963, Patricia Highsmith veio viver para a Europa, para Inglaterra e França, tendo chegado a passar férias em Portugal, concretamente, em Albufeira. Faleceu a 4 de fevereiro de 1995, em Locarno, Suíça.

Autora de mais de 20 livros, recebeu vários prémios:
  • 1957 - O Grande Prémio Francês da Literatura Policial
  • 1964 - O Silver Dagger da Associação Inglesa de Escritores Policiais
  • O Prémio O. Henry Memorial
  • Prémio Edgar Allan Poe
***
Se quiser ficar a conhecer mais livros que deram origem a filmes, passe pela Biblioteca Municipal e visite a mostra bibliográfica que preparámos para si no átrio da entrada. 






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