Quer o Leitor vá de férias para norte, sul, este ou oeste Não pode é ir sem passar pela sua Biblioteca E levar consigo alguma das nossas Sugestões de Leitura para Férias
"A Pausa era francesa, com cabelos castanhos finos mas brilhantes. Tinha uns seios apreciáveis que eram verdadeiros, não fabricados, uns óculos estreitos e retangulares e uma excelente cabeça. Era jovem, claro, vinte anos mais nova do que eu, e suspeito que o Boris andou a alimentar pensamentos lascivos a respeito da colega durante algum tempo antes de deitar a mão às suas regiões mais significativas. (...)
Ele queria paz, queria que o deixassem seguir o seu caminho com a bem-educada neurocientista dos seus sonhos (...). E no entanto dissera pausa, não dissera fim, para manter a narrativa em aberto, caso mudasse de ideias."
Siri Hustvedt,
In Verão sem Homens
E uma das nossas Sugestões de Leitura para Férias
é este romance Verão sem Homens
deSiri Hustvedt,
editado pela Dom Quixote
Mia é obrigada a examinar a sua vida no dia em que, sem pré-aviso e depois de trinta anos de casamento, o seu marido lhe pede "uma pausa". Após um período de internamento num hospital psiquiátrico, ela decide passar o verão na sua cidade natal, onde a mãe vive num lar de idosos. Sozinha em casa, Mia entrega-se à fúria e à autocomiseração. Mas lenta e ardilosamente, a pequena comunidade rural insinua-se na sua esfera pessoal. Os "Cinco Cisnes" - um surpreendente grupo constituído pela sua mãe e as amigas - , a jovem vizinha, as adolescentes que frequentam o seu workshop de poesia... uma multiplicidade de vozes, vulnerabilidades, pequenas tiranias e desafios que resultarão na mais improvável das relações.
"Um livro é uma colaboração entre quem lê e aquilo que lê e,
no seu melhor, essa reunião é uma história de amor como qualquer outra"
Siri Hustvedt
Siri Hustvedt, escritora norte-americana de ascendência norueguesa, nasceu a 19 de fevereiro de 1955, em Northfiel, Minnesota. Licenciou-se em História no St. Olaf College, e doutorou-se em Literatura Inglesa na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, com a tese de dissertação Figures of Dust: Reading of Our Mutual Friend, baseada na obra de Charles Dickens.
Vive em Nova Iorque, com o marido, o escritor Paul Auster, e a filha, a cantora e atriz Sophie Auster.
"A água era perfeitamente transparente pelo que podia ver nitidamente a areia ondulada do leito do mar, pequeninas conchas e pedacinhos de tenazes partidas de caranguejos, e os meus pés, lívidos e estranhos, como espécimes exibidos em redomas de vidro. Enquanto estava ali parado, de repente, não, não foi de repente, mas antes numa espécie de encapelamento progressivo, o mar engrossou, não era bem uma vaga, mas um ondular lento e suave que parecia vir das profundezas como qualquer coisa imensa se tivesse agitado lá no fundo (...).
Depois uma enfermeira veio chamar-me. Virei-me e segui-a e foi como se tivesse a caminhar pelo mar dentro."
É só uma pequena mostra da nossa sugestão de leitura para o fim de semana.
Em 2005 venceu o Man Booker Prize,
a Publishers Weekly diz que é um romanceMagnífico,
para a Booklist é Brilhante
e para a crítica do jornal Público, Helena Vasconcelos, é um dos melhores livros da última década.
Tudo boas razões para levar consigo
O Mar
Escrito por John Banville
Editado pelas Edições ASA
Quando Max Morden regressa à pequena cidade onde passou férias na infância, está a tentar escapar a uma perda recente e, inadvertidamente, a confrontar um trauma antigo. Este vai ser também um regresso ao lugar onde conheceu a família Grace, que lhe deu a conhecer o amor e a dor, o sexo e a morte, em suma, os inesperados da vida...
Nesse verão distante, os Grace apareceram na sua vida como que vindos de outro mundo. Este sofisticado casal, em nada parecido com os outros adultos que ele conhecia, fascina-o. Mas vão ser os filhos do casal, os gémeos Myles e Chloe, que mais o cativam. Ele acabou por conhecê-los de uma forma confusa e até intima, e o que aconteceu então vai ensombrá-lo para o resto da sua vida e moldar todos os passos que der. Entrelaçadas nesta história estão as memórias que Morden tem de Anna, a sua mulher - da sua vida em comum, da sua morte -, e os momentos que compõem a sua vida atual: a sua relação com Claire, a filha já adulta, os outros hóspedes do hotel, e sempre o olhar que teima em fixar-se num passado que bate como "um segundo coração".
a primeira longa-metragem do realizador Stephen Brown,
com Ciarán Hinds e Charlolle Rampling.
O filme foi adaptado do romance
que lhe sugerimos comoleitura para o seu fim de semana
e com argumento do próprio autor.
John Banville, romancista, nasceu a 8 de dezembro de 1945, em Wexford, na Irlanda. Na sua já vasta e aclamada obra, destacam-se Doutor Copérnico (vencedor do Prémio James Tait BlackMemorial, 1976), Kepler (vencedor do Prémio para Ficção do Jornal The Guardian, 1981), Fantasmas e O Intocável (ambos finalistas do Whitbread Fiction Prize) ou O Livro da Confissão (finalista do Booker Prize em 1989). Com o romance O Mar, venceu em 2005 o Man Booker Prize.
Em 2011 foi galardoado com o Prémio Franz Kafka e em 2013 com o Pen Award irlandês e o Prémio de Estado de Literatura Europeia austríaco.
No passado dia 15 de julho decorreu uma tentativa de golpe de estado na Turquia levada a cabo por militares. Parte do exército rendeu-se e Recep Tayyip Erdogan, que se encontrava de férias, regressa ao país de urgência, garantindo que continua no poder.
Caro Leitor, não vamos fazer uma análise à situação politica que, atualmente, se vive na Turquia. Sobre a atualidade, nesse e noutros países, o Leitor poderá ficar a saber mais, ao ler os jornais que estão ao seu dispor, gratuitamente, na nossa Sala de Periódicos.
Mas para se chegar aos acontecimentos do passado dia 15 de julho, muitas ocorrências transformaram a Turquia.
Baseado numa história autêntica, propomos a leitura do romance histórico - Da Parte da Princesa Morta - baseado em factos verídicos, com início em janeiro de 1918, em Istambul, capital do império otomano, que durante séculos fez tremer a Cristandade, terminando no final da Segunda Guerra Mundial em Paris.
Kenizé Mourad, é filha da protagonista do livro, Selma. "Mais tarde, muito mais tarde, quis compreender a minha mãe. Interrogando os que a tinham conhecido, consultando os livros de História, os jornais da época e os arquivos dispersos da família, demorando-me em todos os lugares onde vivera, tentei reconstruir os diversos cenários da sua existência, hoje irremediavelmente desfigurados, e tentei reviver o que ela viveu. Finalmente, para me aproximar ainda mais, para a encontrar, confiei na minha intuição e imaginação."
Da Parte da Princesa Morta Escrito por Kenizé Mourad Edições Asa
Selma tem sete anos quando vê desmoronar-se esse Império que fez tremer toda a Europa. Condenada ao exílio, a família imperial instala-se no Líbano. Selma, que perdeu ao mesmo tempo o seu pai e o seu país, crescerá em Beirute e aí encontrará o seu primeiro amor. Mais tarde aceitará casar com um rajá indiano que nunca vira. Levada para a Índia, conhecerá o fausto dos marajás, os últimos dias do Império Britânico e a luta pela independência travada por Gandhi.
Mas lá, como no Líbano, será sempre "a estrangeira". Rejeitada pelo povo que começara a amar, foge para Paris onde encontrará finalmente um verdadeiro amor. A guerra no entanto separa-os e Selma morrerá na miséria, com 29 anos, depois de ter dado à luz uma filha: precisamente a autora deste livro
Terminado o primeiro semestre de 2016, vamos hoje apresentar alguns números, que refletem parte da atividade da Biblioteca Municipal e dos serviços por ela prestados.
Através do gráfico apresentado a seguir, podemos ver o número de livros emprestados para leitura domiciliária e a comparação com os meses análogos do ano anterior.
Comparativamente ao ano anterior, verificamos que houve um aumento na quantidade de livros emprestados. De 3.773 livros emprestados no 1.º semestre de 2015, passámos para 3.961 em 2016, significando um aumento de 188 livros requisitados.
Da totalidade de livros requisitados, cerca de 75% foram por leitores numa faixa etária acima dos 18 anos, 7% na faixa situada entre os 13 e os 17 anos e 18% dos livros emprestados pela Biblioteca Municipal destinaram-se a leitores até aos 12 anos.
Ao longo do 1º semestre de 2016 registamos novas adesões, com a inscrição de 133 novos leitores, distribuídos da seguinte forma: 78 inscrições de novos leitores com idade acima dos 18 anos, 19 com idade compreendida entre os 13 e os 17 anos e as restantes 36 inscrições pertencem a crianças até aos 12 anos.
Todos sabemos, que fomos nós, portugueses, os primeiros a chegar à Índia por via marítima. É certo, que todos os dias vemos, ouvimos e lemos notícias de outras paragens, mais ou menos longínquas, cuja História e Cultura pouco conhecemos. Será que a Índia não será um destes exemplos? Será que, de imediato, quando falamos na Índia não a associamos apenas àquilo que recordamos da nossa História, às suas riquezas, às especiarias, aos tecidos, aos vice-reis e pouco mais?
1498 - A armada de Vasco da Gama chega à Índia por via marítima
Se a nossa História nos liga à Índia, seria interessante sabermos um pouco mais sobre ela.
Nós damos uma ajuda, sugerindo a leitura de um livro, onde o romance se cruza com a história recente deste país de contrastes.
POR AMOR DA ÍNDIA
de CATHERINE CLÉMENT
Edições ASA
1947: o último vice-rei das Índias Britânicas, Lord Mountbatten, sobe ao trono em Nova DEli; sua mulher, Lady Edwina, é uma das grandes damas da aristocracia inglesa; o pandita Nehru acaba de ser libertado da prisão - tornar-se-à em breve o primeiro-ministro da Índia independente.
Tudo parece opor Edwina e Nehru e, no entanto, entre o rebelde indiano e a lady inglesa desponta uma paixão impossível, que Lord Mountebatten, o marido, aceitará com nobreza. Decorrem os sangrentos acontecimentos que se seguiram à divisão das Índias em dois países, o Paquistão e a Índia: em poucas semanas, massacres religiosos e epidemias fazem mais de quinhentos mil mortos nas aldeias e nas estradas.
Só um velho homem de setenta e quatro anos compreende a iminência do desastre: o Mahatma Gandhi, que morrerá assassinado depois de ter apaziguado as guerras religiosas no seu país, mas sem ter podido impedir a divisão das Índias. Alguns meses mais tarde, os Mountbatten regressam a Inglaterra. Porém, o amor entre Edwina e Nehru continua: durante doze anos escrever-se-ão todas as noites e viverão juntos um mês por ano. Até à morte de Edwina.
Esta incrível história, lendária na Índia de hoje, faz entrar Nehru e Edwina — casal mítico no coração de uma epopeia contemporânea — no limbo magnífico dos amantes separados.
CATHERINE CLÉMENT, filósofa e romancista, nasceu em 1939, em Paris. Depois de ter publicado obras de filosofia, antropologia e psicanálise, converteu-se, com sucesso, à ficção. É autora de mais de trinta livros. Entre as suas obras mais populares, contam-se A Senhora, Por Amor da Índia, A Valsa Inacabada, A Rameira do Diabo, A Viagem de ThéoeO Último Encontro.
Na nossa Biblioteca Municipal,
pode encontrar e requisitar estes livros da autora.
No próximo dia 1 de julho, Luis Sepúlveda irá receber,
na cidade da Guarda, o Prémio Eduardo Lourenço 2016.
Instituído em 2004, o Prémio Eduardo Lourenço destina-se a galardoar personalidades ou instituições com intervenção relevante no âmbito da cooperação e da cultura ibérica.
O júri entendeu premiar o autor pela "sua vastíssima obra, que sendo uma obra universal, também tem dentro dela o iberismo, no fundo, que é o espírito do Prémio Eduardo Lourenço".
A sua bibliografia é bem conhecida dos portugueses, é estudada nas nossas escolas, no 2º e 3º ciclos de ensino básico, fazendo parte do Plano Nacional de Leitura.
Luis Sepúlveda nasceu a 4 de outubro de 1949 em Ovalle, Chile. Em 1970, publica uma coletânea de contos intitulada Crónicas de Pedro Nadie, vence o Prémio Casa das Américas e ganha uma bolsa de estudos de cinco anos na Universidade Lomonosov em Moscovo. No entanto só lá ficou cinco meses por ter sido expulso da universidade por "atentado à moral proletária", devido a manter contactos com alguns dissidentes soviéticos. De volta ao Chile é expulso da Juventude Comunista, adere ao Partido Socialista Chileno e torna-se membro da guarda pessoal do presidente Salvador Allende. A 11 de setembro de 1973, Luis Sepúlveda encontrava-se no Palácio de la Moneda a fazer a guarda ao presidente Allende. É preso e julgado em fevereiro de 1975, sob a acusação de traição à pátria e conspiração subversiva, e é enviado para o estabelecimento prisional de Temulo, para cumprir uma sentença de 28 anos.
Sob pressão da Amnistia Internacional, a sua sentença é atenuada para 8 anos e para um exílio na Suécia. É então, exilado na Europa, que regressa à escrita e o seu primeiro romance O Velho Que Lia Romances de Amor, publicado em 1989 é um sucesso internacional.
Vive atualmente em Gijon, Espanha.
"A escrita de Luis Sepúlveda não tem fronteiras.
Viaja por territórios distintos, inspira-se em pequenos acontecimentos,