março 13, 2015

CONHECIMENTO É MELHOR QUE FÉ CEGA, SUPERSTIÇÃO E DOGMA




"Nasci na Somália. Cresci na Somália, na Arábia Saudita, na Etiópia e no Quénia. Cheguei à Europa em 1992, com a idade de vinte e dois anos, e tornei-me membro do Parlamento holandês. Fiz um filme com Theo [Theo van Gogh]. 
Theo e eu sabíamos como era perigoso fazer o filme. Mas Theo era um homem corajoso - era um guerreiro, por mais curioso que isso possa parecer. Era também holandês, e nenhuma nação do mundo tem tanto apego à liberdade de expressão como a Holanda. Quando lhe propuseram que o seu nome, por razões de segurança, não figurasse no genérico, encolerizou-se: "Se, no meu país, não posso assinar com o meu nome próprio o meu filme, então a Holanda deixa de ser a Holanda e eu deixo de ser eu".
Numa manhã de novembro de 2004, na altura em que Theo van Gogh descia a Linnaeusstraat, Muhammad Bouyeri aproximou-se, sacou da arma, alvejou-o várias vezes e colocou uma carta de cinco páginas sobre o seu peito. A carta era-me dirigida. 
Vivo agora sob a vigilância de dois guarda-costas e desloco-me em carros blindados".
Ayaan Hirsi Ali,
 In Uma Mulher Rebelde


Em 2005 a revista Time, considerou  a autora, que hoje
 divulgamos e sugerimos para Leitura de Fim de Semana
uma das 100 pessoas mais influentes do mundo.



UMA MULHER REBELDE
AYAAN HIRSI ALI

Numa altura em que os governos ocidentais procuram encontrar o delicado equilíbrio entre os ideais democráticos e as pressões religiosas impostas pelo Islão, reveste-se do maior interesse e actualidade a publicação de uma obra como esta, escrita na primeira pessoa por alguém que sentiu na pele o que é nascer mulher no seio da cultura islâmica. É o impressionante percurso de vida de uma mulher dotada de uma personalidade absolutamente fulgurante e de firmes convicções – desde o seu nascimento em Mogadíscio, Somália, em 1969, até à sua fuga para a Europa e à sua ascensão a membro do Parlamento holandês – que estas páginas esclarecedoras e apaixonantes nos revelam.



Ayaan Hirsi Ali revela toda a sua história pessoal, as atrocidades do islamismo, o fascínio pela liberdade adquirida no ocidente e a luta pela manutenção dessa liberdade. Na sua opinião, há de facto culturas melhores que outras e a melhor é aquela que promove a igualdade de géneros, a liberdade de expressão, a que condena os maus tratos às mulheres, a que não pactua com a violência e com os crimes de honra.
Hoje, está exilada nos Estados Unidos da América e é um alvo a abater para os extremistas islâmicos, mas a sua determinação férrea mantém-na ativa na demanda por um Islão mais humanizado.



Ayaan Hirsi Ali recebeu vários prémios, entre eles: 
  • Prémio de Liberdade de Expressão, do jornal dinamarquês  Jyllands-Posten
  • Prémio Democracia, do Partido Liberal Sueco
  • Prémio Coragem Moral de Compromisso com a Resolução de Conflitos, Ética e Cidadania




Bom Fim de Semana



março 06, 2015

NÃO MATEM A COTOVIA



To Kill a Mockingbird, romance publicado nos Estados Unidos da América em 1960, recebeu no ano seguinte o Prémio Pulitzer e foi adaptado ao cinema em 1962, com o título em português "Na Sombra e no Silêncio". O filme, realizado por Robert Mulling,  ganhou três Oscares, entre eles o de melhor ator, protagonizado por Gregory Peck, no papel de Atticus Finch, o advogado que desafiou as convenções em nome da justiça e da igualdade racial, é considerado um dos melhores filmes da história do cinema.



Em Portugal, o romance foi publicado pela primeira vez em 1964 e já teve várias edições e traduções: "Por favor, não matem a cotovia", "Não matem a cotovia" e, mais recentemente, "Mataram a cotovia".

Para a nossa Sugestão de Leitura de Fim de Semana
propomos a leitura da edição de 1986,  dos Livros de Bolso Europa-América, 

"Não Matem a Cotovia"
de HARPER LEE



As cidadezinhas do Alabama seriam simples e pacatas se não sofressem de uma doença terrível: o racismo. Durante os anos da Depressão, Atticus Finch, um advogado viúvo de Maycomb, uma pequena cidade do sul dos Estados Unidos, recebe a dura tarefa de defender um homem negro injustamente acusado de violar uma jovem branca. A sua luta é contudo vã: nunca num tribunal de Alabama se dera razão a um negro contra um branco. É uma criança que nos conta esta história. Uma criança que vai descobrindo o mundo que a rodeia e é testemunha e protagonista de violências e atrocidades. A sua narrativa semi-inconsciente quase se torna a voz da adormecida consciência norte-americana.
Traduzido em mais de 40 línguas, já vendeu mais de quarenta milhões de exemplares e continua a vender uma média de um milhão por ano. Recentemente foi considerado, pelas mais importantes editoras norte-americanas, como o melhor romance do século XX.



"Eu nunca esperei nenhum tipo de sucesso com "Mockingbird", eu esperava por uma morte uma rápida e indolor nas mãos dos críticos mas, ao mesmo tempo, eu também esperava que alguém gostasse do livro a ponto de me encorajar. Publicamente".
Harper Lee


Sabia que . . . 
. . . este livro é recomendado pelo Plano Nacional de Leitura,
para os alunos do 3º ciclo, destinado a leitura autónoma?

A 7 de novembro de 2007, Harper Lee recebeu do presidente George Bush
 a Medalha da Liberdade 
Harper Lee nasceu a 28 de abril de 1926, em Monroeville, nos Estados Unidos da América. Frequentou o Hutigton College e estudou Direito na Universidade do Alabama.
Viveu sempre afastada dos círculos mediáticos e é junto com JD Salinger, uma das mais famosas reclusas literárias, morando ainda hoje na casa da sua infância, em Monroeville, no Alabama.
Jurou não voltar a publicar, pois já tinha dito tudo o que tinha para dizer no único livro que escreveu e publicou há 55 anos, não dá entrevistas desde 1964, mas vai publicar um novo romance "Go Set a Watchman", que acreditava estar perdido para sempre.


Enquanto não chega a edição portuguesa,
Visite-nos e fique a saber porque 
"não se mata a cotovia"



"As cotovias não fazem mais nada senão cantar para nossa satisfação. 
Não comem coisas nos jardins das pessoas, não fazem ninhos nas searas, 
não causam danos a ninguém. É por isso que é pecado matar uma cotovia".

Harper Lee, 
In Não Matem a Cotovia










fevereiro 27, 2015

THOMAS MANN

No passado dia 6 de fevereiro foi notícia a reedição pela Bertrand do romance de



Um Homem e o seu Cão é uma comovente história da relação de Thomas Mann com o seu perdigueiro alemão. Desde o primeiro encontro, numa quinta, Mann conta como gradualmente começa a amar este animal inteligente, leal e cheio de energia. Durante os seus passeios diários, Mann começa a compreender e apreciar Bashan enquanto ser vivo, testemunha o seu prazer em caçar lebres e esquilos e as suas meticulosas inspeções a pedras, galhos e folhas húmidas. Mann reflete sobre a vida interior do animal e maravilha-se com a facilidade com que ele confia totalmente em si, pondo a sua vida nas mãos do dono. Os dois desenvolvem uma compreensão um do outro com o passar do tempo, mas Mann ganha também consciência de uma divisão intransponível que os separa. E, como em todas as relações, existem momentos de tensão, frustração ou desilusão, mas que são sempre superados por uma ligação íntima, profunda e de grande amizade entre os dois. Uma história encantadora de amizade entre um homem e um cão.
Consultando o nosso catálogo bibliográfico podemos verificar a existência desse romance, numa edição de 1962, da responsabilidade da Editora Inquérito, tradução de João Gaspar Simões, ilustração de Figueiredo Sobral e com o título O CÃO E O DONO.

E é este o livro que escolhemos para
 sugestão de leitura para o seu fim de semana:
a comovente história da relação de Thomas Mann com o seu perdigueiro alemão Bashan.


"Sabendo isso, ela telefonou-nos lá do alto da montanha para nos dizer que recolhera um cão, exatamente o que nós precisávamos, e que o podíamos ver quando quiséssemos. Os nossos pequenos quiseram logo vê-lo e a nossa curiosidade não foi menor. (...)
Classificações à parte, que belo animal é este Bashan, ali colado ao meu joelho, olhando para mim com toda a devoção! (...)
E o Bashan delicia-me a vista com os seus lindos pulos pelo baixo parapeito de relva à minha esquerda. Salta ora para um lado ora para o outro - e não há dúvida que o faz porque sabe que eu gosto. (...)
E isto faz-nos rir aos dois. Sim, o Bashan também ri; e, quando se ri, maravilho-me com isso, pois é para mim a coisa mais comovedora do mundo."

Thomas Mann, um dos maiores romancistas do século XX, nasceu a 6 de junho de 1875, em Lübeck, Alemanha, no seio de uma família burguesa. Nietzsche e Schopenhauer, foram dois filósofos que o influenciaram, tanto que Thomas Mann, passa a ser considerado como o mestre do romance psicológico. No seu romance "A Montanha Mágica", escrita em 1924, faz um relato de uma Europa em ebulição que precede a Primeira Guerra Mundial. Opositor do regime nazi, deixa a Alemanha em 1933 e fixa-se na Suíça, na localidade de Küsnacht, e perde a nacionalidade alemã a 2 de dezembro de 1936. Em 1938, vai viver para os Estados Unidos da América e seis anos depois torna-se cidadão americano. Só em 1952 voltará ao seu país natal. Em 1929 recebeu o Prémio Nobel da Literatura e em 1949 o Prémio Goethe. Faleceu, aos oitenta anos, a 12 de agosto de 1955, em Kilchberg, perto de Zurique, na Suiça.



Não é um perdigueiro alemão;
É de raça indefinida, chama-se Maya e foi adotada no Canil Municipal

"Quando porventura me sento a ler num recanto do muro, ou na relva,
 encostado a uma árvore favorita, 
gosto muito de interromper as minhas preocupações intelectuais 
para falar e brincar com o Bashan".
                                                                                              Thomas Mann
                                                                                                         In, O Cão e o Dono



Tenha um Bom Fim de Semana
em boa companhia


fevereiro 18, 2015

SEI QUEM ELE É!


"É o homem que faz a História e não a História que faz o homem"
                                                                                                              Henri Massis



"Não. O século XX não foi "o século do povo". Foi - mais do que nenhum outro - o século da violência.
Qualquer coisa como 150 milhões de vítimas acabaram por ser imoladas no "altar" do fanatismo, do despotismo e dos interesses económicos. O povo serviu - acima de tudo - de "carne para canhão".
Em nome de Deus continuaram a cometer-se os crimes mais hediondos. Em nome da liberdade perpetraram-se as maiores carnificinas. Em nome da fraternidade atiçaram-se ódios irreconciliáveis. Em nome da justiça social aprofundou-se o abismo entre os muito ricos e os muito  muito pobres."

Manuel José Homem de Mello
In, Os Líderes do Século



Estas são algumas das principais figuras da política mundial do século passado.
Algumas são facilmente reconhecíveis ao Leitor, outras ...


Até ao dia 28 de fevereiro, no átrio da entrada da sua Biblioteca
o Leitor encontrará uma mostra bibliográfica sobre a vida e obra
destas e de muitos outras Personalidades.

Visite-nos, requisite um dos inúmeros livros à sua disposição e diga

Sei Quem Ele É...



"O que a História nos ensina é que a História não nos ensina nada"
                                                                                                  George Bernard Shaw



Esperamos Por Si 



fevereiro 10, 2015

DESAVENÇA CONJUGAL


Desavença Conjugal
(crónica de pequenos acontecimentos)

"- Que raio! Chega uma pessoa do escritório, esfomeada como um cão e tem para comer sabe Deus o quê! E ainda por cima não pode fazer a mínima observação! Se a isso se atreve, são logo jeremiadas e lágrimas. Maldita a hora em que me casei.
Dizendo estas frases, o marido atirou para o prato a colher, que tilintou, ergueu-se dum pulo e bateu com a porta, num gesto desesperado. A mulher desatou a chorar, escondeu a cara no guardanapo e saiu também. O almoço terminara.
Ele foi para o escritório, estendeu-se no sofá e encafuou o rosto na almofada.
"Foi o Diabo que me convenceu a casar", pensou. "É bonita a vida de família, não haja dúvida! Tão depressa me casei logo senti que já tinha vontade de me matar!"
Um quarto de hora depois, fez-se ouvir um passo leve no corredor.
"É sempre isto ... Ela ofendeu-me, insultou-me, e agora anda a rondar-me a porta, quer fazer as pazes ... Mas eu não quero. Prefiro enforcar-me."
A porta rangeu de leve, abriu-se e não tornou a fechar-se. Alguém entrara e dirigia-se para o sofá em passos silenciosos e tímidos.
"Claro! Pede perdão, suplica, choraminga ... Para cá vens de carrinho! Não me arrancarás uma palavra ... Durmo, e não me apetece falar."
Enterrou a cabeça na almofada e começou a ressonar baixinho. Mas os homens são tão fracos como as mulheres; exaltam-se com facilidade e facilmente se deixam engodar. Sentindo um corpo tépido nas costas, com um movimento obstinado chegou-se para o espaldar do sofá, retirando a perna.
"Pois, pois ... Está a preparar-se para se aninhar aqui e apertar-me para uma carícia ... Não tardará que me dê um beijo no ombro, que se ponha de joelhos. Não suporto essas denguices ... Contudo, tenho de lhe perdoar. É mau, no estado em que se encontra, contrariá-la por muito tempo. Vou só fazê-la sofrer um bocadinho, para a castigar, e depois perdoarei."
Um suspiro fundo roçou-lhe docemente a orelha, seguindo de outro, e, mais outro ... Ele sentiu no ombro o contacto de uns dedos.
"Bem, vou perdoar-lhe pela última vez. Está numa tortura, coitada! Tanto mais que não sou eu quem tem razão. Criei desnecessariamente um problema."
- Então, minha querida, que é isso?
Estendeu o braço para trás e enlaçou o corpo tépido.
- Ora esta!
Era a cadela, a sua cadela Diana, que estava deitada junto dele."
Anton Tchekhov 
In, Contos e Narrativas






Nota: Este conto que agora lhe apresentamos faz parte de uma coletânea, recomendada para o 3º ciclo do ensino básico, destinado a leitura autónoma, e que o Leitor pode requisitar na sua Biblioteca.


"Ninguém melhor do que Tchekhov compreendeu a tragédia 
contida nas pequenas coisas da vida."
                                                                        Máximo Gorki




Anton Tchekhov foi um importante escritor e dramaturgo russo, considerado um dos mestres do conto moderno. Nasceu em Taganrog, no sul da Rússia, a 29 de janeiro de 1860. Terminou os estudos em Medicina em 1884 e começou a exercer nos arredores de Moscovo. "A medicina é a minha legítima esposa; a literatura é apenas minha amante."
Em 1887 ganhou o Prémio Pushkhin da Academia Russa e grande popularidade com a sua segunda antologia de contos. "Tio Vânia", "As Três Irmãs", "A Gaivota", "O Jardim das Cerejeiras", são obras-primas da dramaturgia ocidental e continuam a ser representadas por todo o mundo.
Faleceu aos 44 anos, vítima de tuberculose, a 15 de julho de 1904.



Sem Desavenças, 
Uma Boa Semana e um Feliz Dia dos Namorados


fevereiro 05, 2015

LANÇAMENTO DO LIVRO . . .


   A HISTÓRIA DO QUADRO BRANCO   

Sábado, dia 07 de fevereiro, 15:00
Auditório da Biblioteca Municipal da Marinha Grande


Texto de Mary Dolores Ribeiro Bento
Ilustrações de Gama Dinis

"A "História do Quadro Branco" não é mais do que uma metáfora que simboliza a necessidade do ser humano ser pertença a uma família, a um grupo e a uma sociedade, com quem se identifique e se potencie/cresça como indivíduo."


"Na história de vida cabe aquilo que a vida lhe proporcionou, mas também aquilo que fez com as oportunidades e vivências ocorridas. Certo mesmo é que ninguém se estrutura sozinho. A existência de Quadros Brancos significa que o percurso do indivíduo sofreu oscilações e que necessita de ajuda e de auto-ajuda para se colorir. 
Este, apesar da sua simplicidade, pretende ser um livro de sensibilização e abordagem das várias etapas sensíveis e inerentes à evolução do ser humano.
A sua vertente pedagógica tem como objetivo fazer o indivíduo pensar-se tendo em conta os aspetos positivos e negativos de uma vida em sociedade.
E então já descobriu as cores do seu Quadro?"









janeiro 27, 2015

FOI HÁ 70 ANOS


27 de janeiro de 1945 -  Libertação de Auschwitz pelas tropas soviéticas

Há 70 anos, a última chamada dos prisioneiros no Campo de Concentração de Auschwitz registava 70 mil pessoas.
202 499 foi o número da última tatuagem feita aos prisioneiros, antes das tropas soviéticas chegarem ao campo de extermínio a 27 de janeiro de 1945.

"Auschwitz não foi apenas o grande centro de extermínio. Não foi só isso. Começou por ser um campo de concentração mantido até ao fim. Foi em Auschwitz que judeus e ciganos serviram de cobaias para as diabólicas experiências levadas a cabo por médicos e enfermeiros nazis, que mais de um milhão de seres humanos de quinze países europeus foram gaseados e onde mais de 200 mil homens, mulheres e crianças morreram de fome, frio e doença, de exaustão e brutalidade, ou simplesmente de solidão e desesperança absolutas."
Esther Mucznik,
 Vice- Presidente da Comunidade Israelita de Lisboa



"Têm nas mãos algo que é rigorosamente proibido em Auschwitz e pode condená-los à morte se forem descobertos. Esses objetos, tão perigosos que a sua posse é motivo para a pena máxima, não se disparam, não são cortantes, perfurantes ou contundentes. Aquilo que os implacáveis guardiães do Reich tanto temem são apenas livros: livros velhos, sem capa, desfolhados, quase desfeitos. Mas os nazis odeiam-nos, caçam-nos e proscrevem-nos com uma ferocidade obsessiva. Ao longo da História, todos os ditadores, tiranos e opressores, fossem arianos, negros, orientais, árabes ou eslavos, fosse qual fosse a cor da sua pele, quer defendessem a revolução popular, os privilégios dos ricos, o primado de Deus ou a disciplina sumária dos militares, fosse qual fosse a sua ideologia, tiveram uma coisa em comum: todos, sem exceção, perseguiram os livros com uma sanha feroz. Os livros são perigosos, fazem pensar".
In A Bibliotecária de Auschwitz


Caro Leitor, para que nunca nos esqueçamos, 
fique a conhecer a história de uma sobrevivente de Auschwitz,  
a bibliotecária do Bloco 31. 

Dita Dorachova, a jovem checa que aos 14 anos
 arriscou a vida para manter viva a magia dos livros

"Não quis perguntar-lhe por certas coisas, porque acho que há coisas nas quais uma pessoa não se deve meter. Não deve entrar em certos recantos da dor. Dei-me conta que por vezes estava com um olhar perdido, que ficava calada com os pensamentos às voltas. Percebi que essas memórias estavam lá; 40 anos depois continuam presentes. E quando falamos de temas como a vingança disse-me que não a sente, mas não esquece o que aconteceu. Não pode esquecer. Tinha 70 anos, mas essa opressão e a perda dos seus pais são coisas que lhe ficaram gravadas para sempre"
Antonio G. Iturbe ao entrevistar Dita Dorachova antes de escrever o livro



"- Esta é a tua biblioteca. Não é grande coisa - disse Hirsch, e olhou para ela de soslaio, para ver que efeito tinha causado.
Não era uma biblioteca extensa. Na realidade, constituíam-na oito livros, e alguns em mau estado. Mas eram livros. (...)
Dita recebeu os livros um a um, com o mesmo cuidado com que se segura num recém-nascido. (...) 
- Além disso ... não é um livro para menores. E muito menos raparigas.
Dita abriu mais os olhos, para mostrar a sua irritação.
- Com todo o respeito, senhor Hirsch, tenho catorze anos. Acredita mesmo que depois de ver todos os dias como o panelão do nosso pequeno-almoço se cruza com a carreta dos mortos e de ver dezenas de pessoas entrarem nas câmaras de gás ao fundo do Lager, me vai impressionar o que possa ler num romance? (...)"


"Os livros conservam nas suas páginas a sabedoria de quem os escreveu.
Os livros nunca perdem a memória."


Passe pela Biblioteca Municipal e requisite o livro.







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