abril 26, 2013

LEITURA DE FIM DE SEMANA


Livro cheio de jogos de espionagem, intriga de bastidores, Gestapo, MI6, PIDE,
todos a conspirarem e tudo passado em Portugal,
enquanto na Europa havia uma Guerra.
 
1940, refugiados judeus a chegarem a Portugal
 
É a nossa sugestão de leitura de fim de semana
 
Enquanto Salazar Dormia...
Domingos Amaral
Editora Leya
 
 

Lisboa, 1941. Um oásis de tranquilidade numa Europa fustigada pelos horrores da II Guerra Mundial. Os refugiados chegam aos milhares e Lisboa enche-se de milionários e actrizes, judeus e espiões. Portugal torna-se palco de uma guerra secreta que Salazar permite, mas vigia à distância. Jack Gil Mascarenhas, um espião luso-britânico, tem por missão desmantelar as redes de espionagem nazis que actuavam por todo o país, do Estoril ao cabo de São Vicente, de Alfama à Ericeira. Estas são as suas memórias, contadas 50 anos mais tarde.
Recorda os tempos que viveu numa Lisboa cheia de sol, de luz, de sombras e de amores. Jack Gil relembra as mulheres que amou; o sumptuoso ambiente que se vivia no Hotel Aviz, onde espiões se cruzavam com embaixadores e reis; os sinistros membros da polícia política de Salazar ou mesmo os taxistas da cidade.
Um mundo secreto e oculto, onde as coisas aconteciam "enquanto Salazar dormia", como dizia ironicamente Michael, o grande amigo de Jack, também ele um espião do MI6.



Domingos Freitas do Amaralfilho do político Diogo Freitas do Amaral,  nasceu a 12 de Outubro de 1967, em Lisboa. Depois de se ter formado em Economia, pela Universidade Católica Portuguesa, e de ter feito um mestrado em Relações Internacionais na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, Estados Unidos, decidiu seguir uma carreira como jornalista.
Trabalhou no extinto jornal O Independente durante onze anos, além de ter colaborado com várias outras publicações, como o Diário de Notícias, Grande Reportagem, City, Invista e Fortuna. Colaborou também com a Rádio Comercial e com a estação televisiva SIC. Foi o director da revista portuguesa GQ e da Maxmen. Colabora também com o Diário Económico e colaborou igualmente com a revista Grazia.




Como no fim de semana
o tempo não vai estar bom para passeios, o melhor é ficar em casa com um bom livro cheio de intrigas e ação na companhia do seu gato.

Bom fim de semana 



abril 25, 2013

25 DIAS, 25 POEMAS

 
Hoje chega ao fim a nossa iniciativa
25 DIAS, 25 POEMAS
com aquele que é o poema mais
emblemático do
25 de ABRIL de 1974
 



GRÂNDOLA, VILA MORENA 

Grândola vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti ó cidade
 
Dentro de ti ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola vila morena
 
Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola vila morena
Terra da fraternidade
 
Terra da fraternidade
Grândola vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena
 
À sombra de uma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade
 
Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra de uma azinheira
Que já não sabia a idade.
 
Zeca Afonso
 
 
 
 

abril 23, 2013

25 DIAS, 25 POEMAS DE LIBERDADE




O QUE AQUELA NOITE ME QUIS DAR

 
Eu não estava em casa nessa noite, filho,
nem podia estar. Estava nas ruas com os soldados
que rumavam às rádios e aos quarteis, engalanados
de sombra e de júbilo, a ver o que aquela noite
ia dar, o que a nossa liberdade prometia ser.
E tu, filho, tinhas a idade rumorejante
desse Abril embalado por uma canção do Zeca.
Como posso eu explicar-te tudo aquilo
que tu nasceste para aprender, para viver?
Eu estava aquartelado no meu silêncio
de pétalas, sílabas e marés, no dédalo
de vozes embriagadas pelo vento,
na coragem errante das pelejas da infância
e pouco ou nada sabia do mistério desse mês
capaz de transformar em assombro as nossas vidas.
Sim, sou eu neste retrato antigo,
a receber em festa os exilados, os que chegavam
com grinaldas de cantigas e a flor de uma ilusão
bordada a sangue e espuma no capote das nocturnas caminhadas.
Sim, sou eu a escrever a primeira reportagem
do primeiro de muitos dias em que o tempo
deixou de contar, em que os relógios
se tornaram corolas de paixão e riso
na lapela larga da alegria desta pátria.
 
Eu não estava em casa nessa noite, filho,
estava a afinar o coração pelo tom
das mais belas melodias que alguém pode aprender
para dar a quem ama a paz de um sono
sem tormento.
 
                                         José Jorge Letria,
in Abril 30 Anos Trinta Poemas
 
 
 
 


abril 22, 2013

ONDE É QUE VOCÊ ESTAVA NO 25 DE ABRIL?

 
0.30 Transmissão do Programa "Limite"
da Rádio Renascença da Canção "Grândola, Vila Morena", de Zeca Afonso, que constituiu a senha para o desencadear das operações do Movimento Militar.
 
 
 
 
 
As comemorações do 25 de Abril de 1974, estão à porta.
 
Neste livro, o leitor encontrará uma recolha de testemunhos de algumas pessoas bem conhecidas, feita por Gilda Nunes Barata. Este livro fala de coisas íntimas, de memórias daquele dia tão especial e que refletem um tempo e uma época. Já passaram 39 anos!
 
 
O leitor sabe onde estava Francisco Louçã em 1974?
 
O leitor sabe que Odete Santos tinha um julgamento marcado para esse dia?
 
E que Diogo Freitas do Amaral tinha 32 anos nessa altura e estava no Hotel do Mar em Sesimbra a preparar as provas de agregação na Universidade de Lisboa?
 
E onde estava Jorge Sampaio?, Maria Teresa Horta?, Maria de Lourdes Pintassilgo?
 
 
 
 
 
Em 1974, Miguel Sousa Tavares tinha 22 anos, era estudante-trabalhador.
"(...) "Acabou no Largo do Carmo", onde estava o seu pai em cima de uma guarita frágil e um cunhado seu que fazia parte da coluna de Salgueiro Maia como "atacante".
Ainda hoje guarda as cápsulas de G3 de tiros disparado para o ar, nesse dia radical todo passado na rua, "atrás das tropas, de um lado para o outro".(...).
No dia seguinte, o pai, Francisco Sousa Tavares, telefonou-lhe e disse: "Vamos libertar os nossos clientes a Caxias!" É que pai e filho trabalhavam num escritório de advogados e tinham clientes que eram presos políticos. (...)
O conceito de liberdade não nasceu comigo por ser filho de uma poetisa. Nasceu já comigo. Eu sempre fui uma pessoa revoltada contra a autoridade. Os meus pais apenas exacerbaram isso. "A grande lição de vida dos pais foi "o ser livre. As pessoas aprenderem a pensar pelas suas cabeças e não terem medo de fazer aquilo que pensam que está certo". E acrescenta: "Ainda hoje acho que não há melhor valor que a liberdade. E digo e hei-de morrer a dizer que o dia mais feliz da minha vida foi o 25 de Abril de 74."
 
 
 
"Tenho medo que a liberdade se torne um vício"
                                                                        
Miguel Sousa Tavares, in Rio das Flores
 
 
 
***************************************************
 
 
 
 
25 de ABRIL
 
 
Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo
 
                                                 Sophia de Mello Breyner Andresen,
in O Nome das Coisas
 
 
 
 
 


abril 21, 2013

25 DIAS, 25 POEMAS



10.º POEMA DE ABRIL


acolher maio com punhos
de metal

repartir orvalhadas rosas
bagos de coral

agitar bandeiras espigas
ruivas
na luz fria

alagar as ruas do límpido cantar
como semeando faias na penumbra
da alegria

dizer íris com verdes asas
povo com mica dum clamor
fabril

gritar este dia com agulhas
de cristal
e fecundar Abril

José Manuel Mendes,
in Abril 30 anos




Escritor português, José Manuel Mendes nasceu em setembro de 1948, em Luanda. Elegeu a cidade de Braga para viver, onde, desde a adolescência, se destacou como um lutador contra o poder ditatorial instituído pelo Estado Novo, no seio dos movimentos estudantis, associativos e políticos. Fez o ensino superior em Coimbra, licenciando-se em Direito.
Escritor prestigiado no meio intelectual, com cerca de 30 títulos publicados, desde a poesia ao ensaio, o autor manifestou, desde muito jovem, o seu pendor criativo, tendo publicado o seu primeiro livro de poesia aos 15 anos. Caracterizados por um grande rigor estético e formal, os seus textos deixam transpirar as profundas preocupações sociais.
O reconhecimento da sua obra saltou as fronteiras do nosso país e muitos dos seus livros foram traduzidos em várias línguas e incluídos em antologias de literatura portuguesa, publicadas na Bulgária, República Checa, Alemanha e Bélgica.
Em 1995 foi condecorado pelo Presidente da República Mário Soares como Grande Oficial da Ordem do Mérito.

abril 19, 2013

LEITURA DE FIM DE SEMANA


 "Portugal é meu porque o herdei,
 porque o paguei e porque o conquistei."
 

Sabe o leitor de quem é esta frase?
Será da Troika?, do FMI?, do Deutsche Bundesbank?
 
 
"Uma nação que não merece
usufruir pátria tão deliciosa."
 
O autor desta frase vai mais longe ao dizer que "Portugal é um dos mais belos, dos melhores e mais agradáveis países do mundo, habitado, porém, por uma nação que não merece usufruir pátria tão deliciosa".

 
Sabe o leitor quando e por quem foi dita aquela frase?
 
 
"As moscam mudam mas a merda é a mesma."

 
Sabe quem inventou a mais repetida frase da política portuguesa?
 
Frase "(...) que caiu no goto do espírito dos portugueses, sempre desconfiados do arranjinho que "eles", os de cima, combinaram contra os de baixo".
 
 
 
 
 
"O povo unido jamais será vencido"
 
O leitor sabe que este slogan foi importado do Chile?
 
"O slogan de apoio aos militares insurretos gritado no 25 de Abril. Tornou-se o grito "oficial" de então em diante em todas as manifestações de apoio ao Movimento das Forças Armadas (MFA) e ao novo regime democrátito. Foi inspirado na palavra de ordem da Frente Popular que apoiou a eleição do socialista Salvador Allende para Presidente do Chile, em 1970, e gritada por toda a Europa nas manifestações contra o golpe do general Augusto Pinochet. Como o "no pasarán", dos derrotados republicanos espanhóis, gritado enquanto os franquistas passavam a caminho de Madrid, o novo grito também não era de bom augúrio: Allende fora assassinado há menos de um ano, em setembro de 1973, e a democracia chilena afogada em sangue. (...). 
 
 *****
 
Numa altura que estamos a caminhar para as comemorações de uma data tão importante para o nosso país, estas e outras frases emblemáticas da nossa história  e que fizeram história, fazem parte do livro que hoje vos sugerimos para leitura de fim de semana.
 
 
 
Frases que fizeram a
História de Portugal
De Ferreira Fernandes e João Ferreira
da Editora A Esfera dos Livros
 
Obra inédita e surpreendente que tráz à luz do dia esta espécie de senhas e contra-senhas da nossa identidade, lhes atribui um autor, quando possível, uma data e o contexto em que foram ditas. A matéria-prima é inesgotável.
Um livro indispensável pra melhor ficar a conhecer a História de Portugal.
É um livro para todos, desde os curiosos da História, iniciados ou leigos, até aos simplesmente interessados... em coisas interessantes. Livro escrito a pensar nos leitores.
 
 

 
"Um livro fantástico de leitura empolgante"
Francisco José Viegas

 
 
Ferreira Fernandes é jornalista do Diário de Notícias.
Recebeu diversos prémios de reportagem, dos quais destacamos o Prémio Fernando Pessoa de Jornalismo, o Prémio de Reportagem da Fundação Luso-Americana, o Prémio Bordalo - Jornalista do Ano, do Clube de Jornalistas do Porto.
É autor de coletâneas de reportagens e dos livros Os Primos da América, Sampaio- Retratos de uma Vitória, Lembro-me que..., e Madeirenses Errantes.
 
 
 


João Ferreira é jornalista e diretor da NS, revista do Diário de Notícias.
Mestre em História Cultural e Política, é investigador do Centro de História da Cultura da Universidade Nova de Lisboa e professor convidadoda European University.
Colaborou no Dicionário de História dos Descobrimentos Portugueses.
 
 
 
 
 

 
 
BOM FIM DE SEMANA
 COM MUITA HISTÓRIA
 
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SONETO IMPERFEITO DA CAMINHADA PERFEITA
 
 
Já não há mordaças, nem ameaças, nem algemas
que possam perturbar a nossa caminhada,
em que os poetas são os próprios versos dos poemas
e onde cada poema é uma bandeira desfraldada.
 
Ninguém fala em parar ou regressar.
Ninguém teme as mordaças ou algemas.
- O braço que bater há-de cansar
e os poetas são os próprios versos dos poemas.
 
Versos brandos... Ninguém mos peça agora.
Eu já não me pertenço: Sou da hora.
E não há mordaças, nem ameaças, nem algemas
que possam perturbar a nossa caminhada,
onde cada poema é uma bandeira desfraldada
e os poetas são os próprios versos dos poemas.
 
                                                                      Sidónio Muralha, in Poemas de Abril
 
 
 



abril 17, 2013

BIBLIOTECA - ESPAÇO DE DIFERENÇAS

A Biblioteca Municipal é, sem dúvida, um espaço de diferenças. Aqui se cruzam livremente diferentes nacionalidades, etnias, línguas, raças, origens. É, também, um espaço de cruzamento de diferentes gerações.
 
Porquê na Biblioteca?
Quais são os elementos de união nesta diferença?
 
 
Claro! Os livros e a leitura.

Temos, aqui, feito inúmeras referências  à presença de grupos de crianças, das escolas e jardins de infância do concelho, que nos visitam e frequentam as nossas sessões de leitura. Ontem, recebemos um grupo diferente, de outra geração, mas com o mesmo gosto pela leitura.

Recebemos um grupo constituído por 15 idosos, do Centro Social e Paroquial de Vieira de Leiria, com idades compreendidas entre os 65 e os 91 anos. Sim, 91 anos, não nos enganámos. São 91 anos ainda cheios de alegria e boa disposição. Ficaram a conhecer todos os espaços da Biblioteca, uma vez que nenhum deles a conhecia, terminando a visita com um momento de leitura realizado pela nossa antiga colega Albertina Couceiro, já aposentada há alguns anos, mas que continua a colaborar nas nossas atividades. Ora veja: 

 
Idosos Vieira Leiria - diaporamas


Se a Biblioteca é um
espaço de diferenças,
então é um espaço de LIBERDADE.




A liberdade quero,
a liberdade busco,
onde menos o espero,
a este lusco-fusco.
 
Recordo-me de ter,
em holocausto a ela,
sentido até prazer
no frio de uma cela.
 
A liberdade tento,
a liberdade fruo,
num igual movimento
de avanço e de recuo.
 
Armindo Rodrigues, in Quadrante Solar


 

abril 16, 2013

UM DIA SEM RIR, É UM DIA DESPERDIÇADO


"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios.
 Por isso cante, chore, dance, ria e viva intensamente,
antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos"
                                                                                                              Charles Chaplin
 



Charles Chaplin, realizador, ator e compositor inglês nasceu a 16 de abril de 1889, em Londres.
Filho de artistas do vaudeville, viveu uma infância humilde, marcada pelo abandono do lar por parte do pai alcoólico. Aos 5 anos já participava em espetáculos, cantando e dançando nas ruas de Londres com o seu irmão Sydney.

Depois de uma breve passagem por um orfanato, junta-se a uma companhia infantil de teatro. Mais tarde, por influência de seu irmão Sidney, é contratado pela Companhia Teatral de Fred Karno, onde permaneceu até 1912, alcançando algum prestígio a nível interno. Em 1912, durante uma digressão aos Estados Unidos, atuou ao lado de Stan Laurel e chamou a atenção do produtor cinematográfico Mack Sennett, patrão do Keystone Studios.
 

  
Em Mabel's Strange Predicament (A Estranha Aventura de Mabel, 1914), desempenhou pela primeira vez a personagem que o imortalizou:  Charlot, o vagabundo com o chapéu de coco, calças largas e bengala em constante movimento, que numa sucessão de gags cómicos procura libertar-s,e de forma pouco ortodoxa, de inúmeras situações desfavoráveis, ora pontapeando agentes da lei, ora cortejando belas mulheres. O facto de os espectadores se identificarem com as peripécias de Charlot ajudou ao enorme êxito da personagem.


"Gosto dos meus erros,
não quero prescindir da deliciosa liberdade de me enganar."
                                                                                                           Charles Chaplin

 

Após mais um sucesso com The Tramp ( Vagabundo, 1915), Chaplin recebeu um contrato milionário da First National Studios com uma cláusula irrecusável: a de manter o controlo absoluto da criação artística dos filmes que interpretava e dirigia. Dando asas a toda a sua imaginação e talento, somou êxitos em cadeia, dos quais se destacou o célebre The Kid (O Garoto de Charlot, 1921). No início dos loucos anos 20, era o comediante mais bem pago de Hollywood, facto que o levou a enveredar por uma nova aventura: juntamente com o realizador D.W.Griffith e os atores Douglas Fairbanks e Mary Pickford, fundou a United Artists, que em breve se tornou numa das produtoras de maior sucesso do Mundo. Nesta tripla faceta de ator-realizador-produtor, continuou a maravilhar os espectadores, imortalizando cenas clássicas como a de comer atacadores dos sapatos cozidos, em Gold Rush (A Quimera do Ouro, 1925).
 
Em 1928, ainda a Academia dava os seus primeiros passos, já Chaplin recebia nomeações para 2 Oscares como ator e realizador em The Circus (O Circo, 1928). O seu último filme mudo foi o inesquecível Modern Times (Tempos Modernos, 1936) onde caricaturizou, de forma genial, o sistema industrial. No seu filme seguinte, fez uma brilhante sátira a Adolf Hitler e ao regime nazi em The Great Dictator (O Grande Ditador, 1940),
 
 
 
 
 
A sua interpretação de Adenoid Hinkel, Ditador da Tomânia, permitiu a Chaplin ser nomeado para o Oscar de Melhor Ator. A partir daí, a carreira de Chaplin começou a ressentir-se duma constante publicidade negativa, devido a divórcios litigiosos, acusações de adultério e vários processos de paternidade.
 
Em 1952, o senador McCarthy acusou-o de simpatias comunistas e recusou-lhe o visto de entrada nos EUA, obrigando Chaplin a refugiar-se na Suíça. Foi na Europa que Chaplin promoveu o seu seguinte filme, o brilhante drama Limelight (Luzes da Ribalta, 1952) sobre um palhaço decadente que se apaixona por uma jovem bailarina. Neste filme, salientou-se a magistral banda sonora da autoria do próprio Chaplin, que lhe valeu um Oscar em 1972, ano em que o filme foi lançado comercialmente em Hollywood.

Recebeu finalmente autorização para entrar nos Estados Unidos em 1972, aos 83 anos,  e foi aplaudido entusiasticamente de pé, durante dez minutos, por uma plateia em êxtase ,quando recebeu um Oscar Honorário pelo seu contributo à arte cinematográfica
No dia de natal de 1977, em Vevey, na Suíça, faleceu aos 88 anos de idade.
 
Pela sua inigualável contribuição ao desenvolvimento da sétima arte, Chaplin é o mais homenageado cineasta de todos os tempos, sendo ainda em vida condecorado pelos governos britânico (Cavaleiro do Império Britânico) e francês (Légion d 'Honneur), pela Universidade de Oxford (Doutor Honoris Causa) e pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos (Oscar especial pelo conjunto da sua obra, em 1972).
 
"Não devemos ter medo dos confrontos.
Até os planetas chocam e do caos nascem estrelas."
                                                                                                      Charles Chaplin
 
 
 
Para saber mais sobre cinema e sobre a vida e obra de Charles Chaplin, 
o leitor só tem que nos visitar.

 
Esperamos por si

 
 ********************************************
 




Abandono ou Fado de Peniche


"Por teu livre pensamento
foram-te longe encerrar.
Tão longe que o meu lamento
não te consegue alcançar.
E apenas ouves o vento.
E apenas ouves o mar.
 
"Levaram-te, era já noite:
a treva tudo cobria.
Foi de noite, numa noite
de todas a mais sombria.
Foi de noite, foi de noite,
e nunca mais se fez dia.
 
"Ai dessa noite o veneno
persiste em me envenenar.
Ouço apenas o silêncio
que ficou em teu lugar.
Ao menos ouves o vento!
Ao menos ouves o mar!"


                                                                     David Mourão-Ferreira, in Obra Poética vol I






 

abril 14, 2013

25 DIAS, 25 POEMAS



não quero, não

Não quero, não quero, não,
ser soldado nem capitão.

Quero um cavalo só meu,
seja baio ou alazão,
sentir o vento na cara,
sentir a rédea na mão.

Não quero, não quero, não,
ser soldado nem capitão.

Não quero muito do mundo:
quero saber-lhe a razão,
sentir-me dono de mim,
ao resto dizer que não.

Não quero, não quero, não,
ser soldade nem capitão.

Eugénio de Andrade,
in Aquela nuvem e outras
Edições Quasi
  
 


Eugénio de Andrade [1923 - 2005]
"Por mais impessoal que seja a minha poesia, nunca o foi tanto como a que fui escrevendo  à medida que o Miguel ia crescendo diante dos meus olhos, e me ia pedindo uma história ou um poema. [...] Quis misturar a minha voz às vozes anónimas da infância - oxalá ela venha a tornar-se anónima também."
 
Eugénio de Andrade

 
 
 

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