dezembro 13, 2012

TEM MESMO A CERTEZA QUE QUER AJUDA PARA FAZER A ÁRVORE DE NATAL?


Uma ajuda para fazer árvore de natal e para decorar as nossas casas nesta quadra é sempre bem vinda mas, o leitor certamente está lembrado do que aconteceu
 no ano passado!

Não se lembra?

Não se lembra do estado em que ficou a árvore de natal do Simon quando o gato entrou na sala?

Recorde AQUI.


Pois este ano, foram os duendes que quiseram ajudar a fazer a árvore de natal e o resultado foi este:


Não desanime leitor, 
o escritor António Torrado vai-nos dizer 
como enfeitar a árvore de natal lá em casa:


A estrela de prata

Numa árvore que eu cá sei - que nós sabemos - estão uma estrela de prata e uma bola de cristal.
- O que fazemos aqui? - perguntou a estrela.
- Estamos a enfeitar - respondeu a bola.
- O que é enfeitar? - perguntou a estrela.
- É fazer vista, ornamentar, alindar...- respondeu a bola de cristal.

Passou-se um tempo e a estrela perguntou de novo:

- Porque estamos a enfeitar?
- Porque esta árvore não é como as outras. Os frutos dela são raros. Aparecem um dia, luzem o seu quê, conforme sabem ou podem, e depois são colhidos e guardados, até para o ano.

A bola de cristal tinha muita experiência de outros Natais, ao passo que a estrela era nova, de prata fresca, e não sabia quase nada.  Mas tinha ouvido falar que havia estrelas cadentes, estrelas que caem do céu e no céu desaparecem, num sopro de luz.

- Não serei uma dessas? - perguntou à bola.
- Talvez sejas, talvez não sejas... Mas não experimentes.



Passou-se um tempo mais, e a estrela guardou para si aquela ideia, uma ideia pequenina. "Não experimentes", dissera-lhe a bola. E se experimentasse? Foi o que fez.
Caiu, num susto, mas como era leve, inocente e frágil, uma corrente de ar, vinda de uma porta aberta, algures, levou-a consigo.
Levou-a consigo e fê-la poisar, sem estrago, no fofo musgo.
- Olha, é a estrela da gruta - disse alguém que estava a armar o presépio.
E estrela do presépio ficou.


Donde estava, onde a puseram, via o presépio, os pastores, os reis magos, as lavadeiras com a trouxa à cabeça, as leiteiras com a bilha à cinta, os vagabundos, o moleiro, o azeiteiro e todo o povo do presépio e mais as pessoas de carne e osso, que vinham admirar aquela lindeza, sorrir para o Menino Jesus e olhar para a estrela, suspensa do alto da gruta.
Estrela de oito pontas que era, a apontar em todas as direções, nem ela sabia para onde, brilhou imenso.
Brilhou o mais que pôde.
Para o ano, a estrela de prata já tem muito que contar à bola de cristal.



Tenha um FELIZ NATAL

dezembro 11, 2012

FELIZ ANIVERSÁRIO MANOEL DE OLIVEIRA


"O cinema só trata daquilo que existe, não daquilo que poderia existir. Mesmo quando mostra fantasia, 
o cinema agarra-se a coisas concretas. 
O realizador não é criador, é criatura"
                                                                              Manoel de Oliveira, in DN em 09/05/2004




Manoel de Oliveira, o mais velho realizador ainda em atividade, faz hoje 104 anos. Tem um percurso que é considerado fundamental na história do cinema português, embora nem sempre consensual e nem sempre compreendido pelo público, mas unanimemente elogiado pela crítica. 

O realizador termina este ano com a estreia do filme "O gebo e a sombra", que passou no festival de Veneza, e pela rodagem da curta-metragem "O conquistador conquistado", a convite de Guimarães Capital Europeia da Cultura".



Este ano, o ano parlamentar abriu oficialmente (19/09/2012) com uma sessão de cinema em que foi exibido o seu mais recente filme, "O gebo e a sombra". E perante cerca de 200 pessoas, onde se encontravam Eduardo Lourenço, Maria Barroso, Pilar del Rio, Io Apoloni e Glória de Matos, o ex-ministro da Cultura Pedro Roseta, o ex-secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, Luís Miguel Cintra e Leonor Silveira, atores intimamente ligados ao cinema do homenageado, o realizador, ainda debilitado devido a problemas de saúde,  tomou a palavra: 
"Neste tempo de crise que atravessamos, economizarei nas palavras para agradecer à Assembleia da República esta grande honra que me concedeu. Muito Obrigado." 
Oliveira terminou o seu agradecimento, erguendo  um pouco a voz para dizer, numa simples frase, que para ele é tudo: "Viva o Cinema"


Oliveira na rodagem de uma curta em Guimarães, 2012

"Não existem cinco cineastas 
que sejam tão livres assim"
                                                                 Miguel Marías, ex-diretor da Cinemateca Espanhola

Manoel de Oliveira insiste em dizer que só faz filmes pelo gozo de os realizar, independentemente da reação dos críticos. Apesar das inúmeras condecorações nos mais prestigiados festivais do mundo, tais como o Festival de Cannes, (em 2008, foi congratulado e felicitado pessoalmente por Clint EastwoodFestival de Veneza ou o Festival de Montreal, leva uma vida retirada e longe das luzes da ribalta.

Os seus atores preferidos, com quem mantém uma regular colaboração são Luís Miguel Cintra, Leonor Silveira, Diogo Dória, Rogério Samora, Miguel Guilherme, e mais recentemente, o seu neto, Ricardo Trepa. Mas atores estrangeiros, como Catherine Deneuve, Marcello Mastroianni, Chiara Mastroianni, John Malkovich, Michel Picoli, Irene Papas, Lima Duarte ou Marisa Paredes participam nos seus filmes.

Atualmente tem outros dois filmes em projeto, ambos a aguardar financiamento: 
  • "O velho do Restelo", inspirado em textos de Luís de Camões, Teixeira de Pascoaes e Cervantes
  • "A igreja e o diabo", a partir de contos de Machado de Assis.
O seu regresso às filmagens deverá acontecer nos próximos meses 
e a estreia será em 2013.


" O cinema é a motivação para Manoel de Oliveira 
viver e não ficar em casa de chinelos a ver televisão"
                                                                                                                             Júlia Buisel




O leitor gosta de cinema?

Sabe que a Biblioteca Municipal dispõe de bibliografia sobre cinema para empréstimo domiciliário?

Sabe que pode ver cinema de graça na Biblioteca Municipal?


Esperamos por si

dezembro 07, 2012

LEITURA DE FIM DE SEMANA



Que estará a ler com tanto interesse a nossa leitora?

"Quando é que nós estivemos nus com este à vontade, com a sensação que era um estado natural e não com uma sensação subcutânea de termos, não digo um inimigo mas um adversário,  um intruso, um outro que não se identificava inteiramente connosco? As relações de sexo podem ser vividas enquanto somo novos, mas os encontros de amor exigem esta maturidade, quase ausência do desejo. Gosto de estar aqui contigo, fazer festas no teu corpo já cheio de tempo, apetece-me beijar-te porque estou a beijar a tua história pessoal, aquilo que viveste, as tuas alegrias e as tuas dores. É nestas coisas  que sinto que envelhecer é uma arte e que o amor ..."

Como acaba esta história de amor quer o leitor saber!

Pois bem, não é difícil.
O leitor vem à Biblioteca Municipal da sua cidade e
 requisita o livro que é a nossa 
sugestão de leitura de fim de semana

O Tecido do Outono
António Alçada Baptista
Editorial Presença




É no outono que a gente é capaz de reparar que a vida não é banal.

Filipe casara ainda jovem com Matilde, mas nunca fora capaz de classificar a relação de ambos.
Aos trinta anos encontra Bárbara, uma mulher que partilha com ele a procura incessante pela esfera do divino.
Com ela vive uma forte paixão pautada, no entanto, pelo fatalismo. 
Só então, magoado, redescobre Matilde, também ela agora com algumas cicatrizes...

Matilde ou Bárbara, 
com quem falava Filipe?




Visite-nos, requisite o livro e descubra-o 
no seu fim de semana. 



"Poucos escritores terão sabido representar 
na sua obra a mulher com tanto amor e compreensão 
como António Alçada Batista".
                                                                                                        Urbano Tavares Rodrigues




António Alçada Baptista nasceu a 29 de janeiro de 1927 na Covilhã. Frequentou um colégio de jesuítas, em Santo Tirso, e licenciou-se em Direito na Universidade de Lisboa, em 1950.
Foi diretor da revista "O Tempo e o Modo" (1963-69). Foi também Diretor da "Moraes Editora" a partir de 1957.
Alçada Baptista exerceu advocacia e esteve sempre ligado ao jornalismo, à edição e à politica, em especial durante o regime de Salazar. Foi ainda cronista na Rádio Comercial.
Em 1961 e 1969 foi candidato pela Oposição Democrática nas eleições para a Assembleia Nacional e, de 1971 a 1974, foi assessor para a cultura do então ministro da Educação Nacional, Veiga Simão.
Funcionário da Secretaria de Estado da Cultura desde 1978, presidiu aos trabalhos da criação do Instituto Português do Livro, a que presidiu até 1986.
O escritor foi condecorado com a Ordem de Santiago, com a Grã Cruz da Ordem Militar de Cristo pelo Presidente Ramalho Eanes, em 1983 e com a Grã Cruz da Ordem do Infante pelo Presidente Mário Soares, de quem foi colaborador, em 1985.
Sócio da Academia Brasileira de Letras, da Academia das Ciências de Lisboa, e da Academia Internacional de Cultura Portuguesa, foi também presidente da Comissão de Avaliação do Mérito Cultural e administrador da Fundação Oriente.
Faleceu a 7 de dezembro de 2008.

A 5 de fevereiro de 2009 foi homenageado, a título póstumo, pela Sociedade Portuguesa de Autores, tendo-lhe sido atribuída a Medalha de Honra da referida Sociedade.
Nesse mesmo ato a SPA anunciou a criação do Prémio Alçada Baptista de Literatura Memorialista e Autobiográfica, a atribuir a partir de 2010.


Tenha um Bom Fim de Semana 
com Boas Leituras



dezembro 06, 2012

I'M TIRED OF BEING TREATED LIKE A SECOND-CLASS CITIZEN





Rosa Louise McCauley, mais conhecida por Rosa Parks, nasceu a 4 de fevereiro de 1913, em Tuskegee, EUA, e foi um símbolo do movimento dos direitos civis negros nos Estados Unidos.

Rosa Parks, de casaco preto a entrar para a parte de trás do autocarro

Rosa Parks, uma costureira negra de 42 anos, era membro da Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor (NAACP) num estado em que o regime de segregação racial obrigava, por lei, os negros a cederem aos brancos os lugares da frente dos autocarros.
Ficou famosa a 1 de dezembro de 1955 em Montgomery, estado do Alabama, EUA, por ter-se recusado frontalmente a ceder o seu lugar no autocarro a um homem branco que exigia que ela se levantasse para se poder sentar.

Quando lhe perguntaram porque não cedeu o lugar, explicou que não foi porque estava cansada fisicamente, mas foi porque estava cansada de ceder.



Rosa Parks foi presa e condenada. E foi a sua condenação que desencadeou o movimento que, unindo toda a comunidade afro-americana de Montgomery, fez um boicote total aos autocarros durante 381 dias. Foi esse o tempo que  levou o Supremo Tribunal dos Estados Unidos, a que Rosa Parks recorrera, a declarar inconstitucional a segregação racial nos meios de transporte.
No movimento então criado destacou-se, como seu principal porta-voz, o Dr. Martin Luther King, um jovem pastor protestante.

Nos 381 dias de boicote, contou com o apoio de mais de 42.000 negros. Rosa Parks enfrentou ameaças de morte, humilhações, perdeu o emprego e teve que que se mudar para Detroit em 1957.


Esta fotografia que já se tornou um clássico, mostra Rosa Parks a 21 de dezembro de 1956, o dia em que o sistema de transportes público foi legalmente integrado para todos os americanos. Atrás dela, está o repórter Nicholas C. Criss, que cobriu o evento. 


"Sempre quis ser livre e não queria isso só para mim: 
a liberdade é para todos os seres humanos"
                                                                                                   Rosa Parks




Rosa Parks recebeu os maiores prémios
 dedicados a civis nos EUA:
  • 1996 a Medalha Presidencial pela Liberdade
  • 1999 a Medalha de Ouro do Congresso (das mãos do então Presidente Bill Clinton)


Em 2000, um museu em sua homenagem foi inaugurado em Montgomery, a cidade onde apanhou o autocarro em 1955.

Depois de se reformar, Rosa Parks escreveu a sua autobiografia. Os seu últimos anos foram marcados pela doença de Alzheimer, e a 24 de outubro de 2005 faleceu.




Tenha uma Boa Semana 


dezembro 02, 2012

NEWSLETTER dezembro

Clique na imagem e fique a conhecer as nossas atividades para o mês de  dezembro.







novembro 30, 2012

LEITURA DE FIM DE SEMANA



Finalmente chegámos a sexta-feira. 
Depois de uma semana de frio e chuva que bem que sabe o quentinho do sofá, 
na companhia dos amigos lá de casa.

Mas falta algo!


Ilustração de Sue Macartney-Snape

Nós sabemos. 

O leitor está à espera da nossa 
sugestão de leitura de fim de semana
 para que o seu fim de semana seja perfeito!

E a nossa sugestão para este fim de semana vai para uma autora italiana, que com o seu livro venceu o Prémio Campiello em 2010, o prémio literário mais importante em Itália.

Vir ao Mundo 
De Margaret Mazzantini
Da Bertrand Editora


"Esperança, penso nesta palavra que na escuridão ganha forma. Tem rosto de mulher algo perdida, daquelas que arrastam a sua derrota ou então continuam a esforçar-se com dignidade. Tem o meu rosto, talvez, o rosto de uma rapariga envelhecida, parada no tempo, por fidelidade, por medo.
Saio para o terraço, observo o panorama habitual. O prédio fronteiro ao nosso, as persianas corridas. O café com a tabuleta apagada. O silêncio da cidade, poeira de ruídos distantes. Roma dorme. Dorme a sua festa, o seu pântano. Dormem as periferias. Dorme o Papa, os seus sapatos vermelhos estão vazios"

Uma história que conta essencialmente o amor entre Gemma e Diego, um amor que nasceu aquando da Guerra de Sarajevo, também ela protagonista no livro (ou talvez a principal protagonista...)

Uma manhã, Gemma deixa para trás a sua vida de todos os dias e entra num avião com o filho de 16 anos, Pietro. Destino: Sarajevo, uma cidade entre o Ocidente e o Oriente, ainda com as cicatrizes de um passado recente. À sua espera no aeroporto está Gojko, um poeta bósnio que em tempos apresentou Gemma ao amor da sua vida, Diego, um fotógrafo que captava cenas de beleza estonteante nos reflexos das poças de água.
Esta é a história desse amor, inserida num quadro contemporâneo e devastador do mundo em guerra e em paz. Mas é também a história da maternidade procurada, perdida e finalmente encontrada.



"Entre as qualidades da Mazzantini escritora há uma enorme atenção ao pormenor: basta-lhe mencionar cheiros, luzes, sons e sabores de um determinado ambiente para conseguir levar o leitor no meio do desenvolvimento da ação".
                                                                                                                           La Repubblica




Margaret Mazzantini nasceu a 27 de outubro de 1961, em Dublin, filha de uma artista plástica irlandesa e de um escritor italiano. Foi atriz de cinema, televisão e teatro, mas é sobretudo reconhecida pela sua obra literária.
Venceu o Prémio Strega com o livro Não te Movas, adaptado ao cinema e protagonizado por Penélope Cruz, foi um êxito internacional e conquistou diversos prémios em vários festivais. O livro que vendeu mais de 1.500.000 exemplares só em Itália e foi um best-seller internacional, traduzido em mais de 30 línguas.
O livro que hoje sugerimos como leitura de fim de semana, Vir ao Mundo, venceu o Prémio Campiello e está também a ser adaptado ao grande ecrã, tendo por protagonista novamente a atriz Penélope Cruz. Javier Bardem e Benicio Del Toro são falados para o papel de Gojko, o poeta bósnio.

"Sou na realidade uma outsider, presa pela minha família, pela normalidade a que obriga o facto de ter quatro filhos. Sou uma diletante e escrever para mim é como descer todos os dias a uma mina. Numa mina é fácil uma pessoa perder-se...mas não tenho medo! Escrevo histórias, sobretudo isso.  É a minha característica humana".
                                                                                                                        Margaret Mazzantini


Tenha um Bom Fim de Semana
e goze bem o Feriado
pois vai ser a última vez.

novembro 29, 2012

CARLOS FUENTES 1928-2012


Hoje, 29 de novembro, o Instituto Cervantes de Lisboa e  a Embaixada do México em Portugal vão recordar o escritor mexicano Carlos Fuentes, falecido em maio último, com uma mesa redonda sobre a sua obra, acompanhada da leitura de alguns dos seus textos.



"Em Fuentes, o talento literário era inseparável do encanto pessoal: era ameno, culto e poliglota. 
E tinha amigos em toda a parte"
                                                                                                                        Mario Vargas Llosa



Filho de  diplomatas mexicanos, Carlos Fuentes nasceu no Panamá, a 11 de novembro de 1929. Passou a sua infância entre a Europa e o continente americano. Estudou na Suiça e nos Estados Unidos. Viveu em Quito, no Equador; em Montevideu, no Uruguai; no Rio de Janeiro, no Brasil; em Santiago do Chile e em Buenos Aires, na Argentina, num percurso que acabou em Washington, nos Estados Unidos.
Licenciou-se em Direito na Universidade Autónoma do México e no Instituto de Altos Estudos Internacionais de Genebra, e prosseguiu a carreira diplomática, trabalhando em organismos internacionais, nomeadamente nas Nações Unidas em Genebra.
Em 1955, fundou com Octávio Paz e Emmanuel Carballo, a "Revista Mexicana de Literatura". 
Na década de 1970, dedicou-se ao ensino e lecionou nas principais universidades mundiais.


Foi membro do partido comunista, próximo de Fidel Castro antes de se afastar depois da prisão, em 1971, do poeta cubano Ernesto Padilla. 

Escreveu, em 1972, num ensaio na revista "Tiempo" que "O que um escritor pode fazer politicamente deve fazê-lo também como cidadão. Num país como o nosso, o escritor, o intelectual, não pode alhear-se da luta pela mudança política que, em última instância, supõe também uma transformação cultural".

Foi nomeado embaixador em Paris em 1974, mas em 1977 demitiu-se para protestar contra a nomeação para embaixador em Madrid do ex-presidente mexicano Gustavo Díaz Ordaz, que considerava o responsável pelo massacre dos estudantes no México em 1968.




Carlos Fuentes recebeu entre outros  os seguintes prémios:

  • 1987 - Prémio Miguel de Cervantes
  • 1994 - Prémio Príncipe das Astúrias
  • 1994 - Prémio Picasso, da UNESCO
  • 2003 - Condecorado com a Legião de Honra pelo governo francês
  • 2008 - Recebeu a Grã-Cruz da Ordem de Isabel a Católica
  • 2008 - Prémio Internacional Dom Quixote da la Mancha
Este ano, o governo mexicano, para homenagear o escritor, criou o Prémio Internacional Carlos Fuentes. O vencedor foi Mario Vargas Llosa.

Carlos Fuentes morreu aos 83 anos, a 15 de maio deste ano, um dia após ser premiado com o título de doutor honoris causa pela Universidade das Ilhas Baleares, pela qualidade e extensão da sua obra.
O seu óbito foi confirmado pelo Ministério da Cultura Mexicano. Segundo a AFP, o presidente Felipe Calderón deixou uma mensagem na sua conta no Twitter:
"Lamento profundamente o falecimento do nosso querido e admirado Carlos Fuentes, escritor e mexicano Universal. Descanse em paz".



A maior homenagem que podemos 
fazer a um escritor é ler a sua obra.

Venha à Biblioteca Municipal e leve para casa um dos grandes nomes 
da literatura latino-americana  e da literatura mundial.





novembro 26, 2012

AFINAL O QUE IMPORTA NÃO É A LITERATURA


PASTELARIA

Afinal o que importa não é a literatura
nem a crítica de arte nem a câmara escura

Afinal o que importa não é bem o negócio
nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio

Afinal o que importa não é ser novo e galante
- ele há tanta maneira de compor uma estante!

Afinal o que importa é não ter medo: fechar os olhos frente ao precipício
e cair verticalmente no vício

Não é verdade, rapaz? E amanhã há bola
antes de haver cinema madame blanche e parola

Que afinal o que importa não é haver gente com fome
porque assim como assim ainda há muita gente que come

Que afinal o que importa é não ter medo
de chamar o gerente e dizer muito alto ao pé de muita gente:
Gerente! Este leite está azedo!

Que afinal o que importa é pôr ao alto a gola de peludo
à saída da pastelaria, e lá fora - ah, lá fora!- rir de tudo

No riso admirável de quem sabe e gosta
ter lavados e muitos dentes brancos à mostra
                                                                            Mário Cesariny




Mário Cesariny de Vasconcelos nasceu no dia 9 de agosto de 1923 em Lisboa. Pintor e poeta, frequentou o Liceu Gil Vicente, o primeiro ano de Arquitetura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa e a Escola de Artes Decorativas António Arroio, além de ter estudado música com o compositor Fernando Lopes Graça.
Durante a sua estadia em Paris em 1947, frequentou a Academia de La Grande Chaumière. Foi em Paris que conheceu André Breton, cuja influência o levou a criar no mesmo ano o Grupo Surrealista de Lisboa, juntamente com figuras como António Pedro, José Augusto-França, Vespeira, Moniz Pereira, Cândido Costa Pinto e Alexandre O'Neill.  Este grupo surgiu como forma de protesto contra o regime político vigente e contra o neo-realismo. Mais tarde, fundou o Grupo Surrealista Dissidente.


As primeiras exposições surrealistas datam de 1949 e 1950 e nelas Cesariny expõe algumas das sua obras. Na década de 1950, Cesariny dedicou-se à pintura, mas, também e sobretudo, à poesia que escrevia nos cafés. O seu editor era Luís Pacheco, com quem se incompatibilizou nos anos 70. Foi também durante esse período que começou a ser incomodado e vigiado pela Polícia Judiciária, por "suspeita de vagabundagem", obrigado a humilhantes apresentações e interrogatórios regulares, devido à sua homossexualidade.
Só depois do 25 de abril de 1974 deixou de ser perseguido.


Nas suas obras, adotava uma atitude estética caracterizada pela constante experimentação e praticou uma técnica de escrita e de pintura muito divulgada entre os surrealistas, designada como "cadáver esquisito", que consistia na elaboração de uma obra por três ou quatro pessoas, num processo de cadeia criativa, em que cada um dava seguimento, em tempo real, à criatividade do anterior, conhecendo apenas uma parte do que aquele fizera.


"Há palavras noturnas, palavras gemidas, palavras 
que nos sabem ilegíveis à boca, palavras diamantes, 
palavras nunca escritas, e há palavras impossíveis 
de escrever, por não termos connosco cordas e violinos"
                                                                                                                      Mário Cesariny



Da sua extensa obra literária, destaca-se o seu trabalho de antologista, compilador e historiador (polémico) das atividades surrealistas em Portugal. 
Mário Cesariny vivia com dificuldades financeiras, ajudado pela família. A sua escrita não o sustentava financeiramente e, em meados de 1960, acabou por se dedicar somente à pintura, como modo de subsistência.
Na década de 1980 a sua obra poética foi reeditada pelo editor Hermínio Monteiro e redescoberta por uma nova geração de leitores.


"A poesia de Cesariny, intrinsecamente original, dispensa a pontuação e parece que é pontuada, de tal forma é rigorosa a sua prosódia. Usa termos coloquiais e neologismos. Citações e frases. É muito divertida. É inteiramente livre."
                                                               Pedro Mexia

Em 2005, recebeu as duas únicas distinções da sua carreira:
  • O Grande Prémio Vida Literária APE/CGD, pelo conjunto da sua obra
  • A Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, que lhe foi entregue pelo então Presidente da República Jorge Sampaio

A 26 de novembro de 2006,  pelas 22H30, Mário Cesariny morreu de cancro da próstata, de que sofria havia anos. Doou em vida o seu espólio à Fundação Cupertino de Miranda e, por testamento, deixou um milhão de euros à Casa Pia.


Acredita na imortalidade?
Não sei. Quando lá chegar, eu telefono (risos)...
                                     Mário Cesariny, última entrevista a Vladimiro Nunes


O leitor quer ficar a conhecer Mário Cesariny?

AQUI encontrará bibliografia, 
que poderá requisitar para empréstimo domiciliário.



Boa Semana 



novembro 23, 2012

LEITURA DE FIM DE SEMANA


"-O rapaz é a nossa única testemunha - interrompe o comissário.
- Alguém matou o pai, a mãe e a irmã mais nova. E a mesma pessoa, muito provavelmente, está agora à procura da irmã mais velha".



Caros leitores, não sabem como 
passar o próximo  fim de semana, 
que se avizinha  de frio e chuva, muita chuva?

A Biblioteca Municipal dá-vos uma preciosa ajuda. 
Sigam esta pista. 

Aceitem a nossa sugestão de leitura de fim de semana e, no quentinho da lareira, ajudem o detetive Joona Linna a investigar o massacre de uma família nos arredores de Estocolmo.

O Hipnotista
De Lars Kepler
Da Porto Editora



Uma leitura compulsiva carregada de suspense.
Um mistério caracterizado por estranhos e inesperados contornos.

Uma família é brutalmente assassinada e a única testemunha está internada no hospital em estado de choque; Josef Ek, de apenas 15 anos, presenciou o massacre dos seus pais e irmã mais nova, sendo ele próprio encontrado numa poça de sangue, vivo por milagre.

Nessa mesma noite, Erik Maria Bark, o mais famoso hipnotista da Suécia, recebe um telefonema do comissário Joona Linna a solicitar os seus serviços - urge descobrir a identidade do assassino e para tal Josef deverá ser hipnotizado.



"Uma descida vertiginosa à zona mais obscura da mente humana. 
A revelação será assustadora"
                                                                          Donato Carrisi (Prémio Bancarella 2009)



Lars Kepler é o pseudónimo de uma dupla de escritores de sucesso na Suécia: Alexander Ahndoril e Alexandra Coelho Ahndoril. O Hipnostista foi o primeiro livro que escreveram juntos. Os direitos de tradução de O Hipnotista foram vendidos para 29 países e a sua adaptação para o cinema será feita pela Svensk Filmindustri, em co-produção com a Sonet Film.

Alexander Ahndoril nasceu em Estocolmo, em 1967. Dramaturgo e romancista, publicou o seu primeiro romance, The Director, em 1989 e é considerado um dos jovens escritores de referência  na nova literatura sueca.

Alexandra Coelho Ahndoril nasceu em 1966. Filha de mãe portuguesa, divide o seu tempo entre a escrita, a crítica literária e uma tese sobre Fernando Pessoa.
Com o primeiro romance, Castle of Stars, publicado em 2003, obteve o Catapult Prize 2003 para a melhor obra de estreia, conquistando a admiração de milhares de leitores na Suécia.



Tenha um Bom Fim de Semana e 
não deixe arrefecer o chá ...

Ilustração de Kim Parkhurst





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