novembro 30, 2012

LEITURA DE FIM DE SEMANA



Finalmente chegámos a sexta-feira. 
Depois de uma semana de frio e chuva que bem que sabe o quentinho do sofá, 
na companhia dos amigos lá de casa.

Mas falta algo!


Ilustração de Sue Macartney-Snape

Nós sabemos. 

O leitor está à espera da nossa 
sugestão de leitura de fim de semana
 para que o seu fim de semana seja perfeito!

E a nossa sugestão para este fim de semana vai para uma autora italiana, que com o seu livro venceu o Prémio Campiello em 2010, o prémio literário mais importante em Itália.

Vir ao Mundo 
De Margaret Mazzantini
Da Bertrand Editora


"Esperança, penso nesta palavra que na escuridão ganha forma. Tem rosto de mulher algo perdida, daquelas que arrastam a sua derrota ou então continuam a esforçar-se com dignidade. Tem o meu rosto, talvez, o rosto de uma rapariga envelhecida, parada no tempo, por fidelidade, por medo.
Saio para o terraço, observo o panorama habitual. O prédio fronteiro ao nosso, as persianas corridas. O café com a tabuleta apagada. O silêncio da cidade, poeira de ruídos distantes. Roma dorme. Dorme a sua festa, o seu pântano. Dormem as periferias. Dorme o Papa, os seus sapatos vermelhos estão vazios"

Uma história que conta essencialmente o amor entre Gemma e Diego, um amor que nasceu aquando da Guerra de Sarajevo, também ela protagonista no livro (ou talvez a principal protagonista...)

Uma manhã, Gemma deixa para trás a sua vida de todos os dias e entra num avião com o filho de 16 anos, Pietro. Destino: Sarajevo, uma cidade entre o Ocidente e o Oriente, ainda com as cicatrizes de um passado recente. À sua espera no aeroporto está Gojko, um poeta bósnio que em tempos apresentou Gemma ao amor da sua vida, Diego, um fotógrafo que captava cenas de beleza estonteante nos reflexos das poças de água.
Esta é a história desse amor, inserida num quadro contemporâneo e devastador do mundo em guerra e em paz. Mas é também a história da maternidade procurada, perdida e finalmente encontrada.



"Entre as qualidades da Mazzantini escritora há uma enorme atenção ao pormenor: basta-lhe mencionar cheiros, luzes, sons e sabores de um determinado ambiente para conseguir levar o leitor no meio do desenvolvimento da ação".
                                                                                                                           La Repubblica




Margaret Mazzantini nasceu a 27 de outubro de 1961, em Dublin, filha de uma artista plástica irlandesa e de um escritor italiano. Foi atriz de cinema, televisão e teatro, mas é sobretudo reconhecida pela sua obra literária.
Venceu o Prémio Strega com o livro Não te Movas, adaptado ao cinema e protagonizado por Penélope Cruz, foi um êxito internacional e conquistou diversos prémios em vários festivais. O livro que vendeu mais de 1.500.000 exemplares só em Itália e foi um best-seller internacional, traduzido em mais de 30 línguas.
O livro que hoje sugerimos como leitura de fim de semana, Vir ao Mundo, venceu o Prémio Campiello e está também a ser adaptado ao grande ecrã, tendo por protagonista novamente a atriz Penélope Cruz. Javier Bardem e Benicio Del Toro são falados para o papel de Gojko, o poeta bósnio.

"Sou na realidade uma outsider, presa pela minha família, pela normalidade a que obriga o facto de ter quatro filhos. Sou uma diletante e escrever para mim é como descer todos os dias a uma mina. Numa mina é fácil uma pessoa perder-se...mas não tenho medo! Escrevo histórias, sobretudo isso.  É a minha característica humana".
                                                                                                                        Margaret Mazzantini


Tenha um Bom Fim de Semana
e goze bem o Feriado
pois vai ser a última vez.

novembro 29, 2012

CARLOS FUENTES 1928-2012


Hoje, 29 de novembro, o Instituto Cervantes de Lisboa e  a Embaixada do México em Portugal vão recordar o escritor mexicano Carlos Fuentes, falecido em maio último, com uma mesa redonda sobre a sua obra, acompanhada da leitura de alguns dos seus textos.



"Em Fuentes, o talento literário era inseparável do encanto pessoal: era ameno, culto e poliglota. 
E tinha amigos em toda a parte"
                                                                                                                        Mario Vargas Llosa



Filho de  diplomatas mexicanos, Carlos Fuentes nasceu no Panamá, a 11 de novembro de 1929. Passou a sua infância entre a Europa e o continente americano. Estudou na Suiça e nos Estados Unidos. Viveu em Quito, no Equador; em Montevideu, no Uruguai; no Rio de Janeiro, no Brasil; em Santiago do Chile e em Buenos Aires, na Argentina, num percurso que acabou em Washington, nos Estados Unidos.
Licenciou-se em Direito na Universidade Autónoma do México e no Instituto de Altos Estudos Internacionais de Genebra, e prosseguiu a carreira diplomática, trabalhando em organismos internacionais, nomeadamente nas Nações Unidas em Genebra.
Em 1955, fundou com Octávio Paz e Emmanuel Carballo, a "Revista Mexicana de Literatura". 
Na década de 1970, dedicou-se ao ensino e lecionou nas principais universidades mundiais.


Foi membro do partido comunista, próximo de Fidel Castro antes de se afastar depois da prisão, em 1971, do poeta cubano Ernesto Padilla. 

Escreveu, em 1972, num ensaio na revista "Tiempo" que "O que um escritor pode fazer politicamente deve fazê-lo também como cidadão. Num país como o nosso, o escritor, o intelectual, não pode alhear-se da luta pela mudança política que, em última instância, supõe também uma transformação cultural".

Foi nomeado embaixador em Paris em 1974, mas em 1977 demitiu-se para protestar contra a nomeação para embaixador em Madrid do ex-presidente mexicano Gustavo Díaz Ordaz, que considerava o responsável pelo massacre dos estudantes no México em 1968.




Carlos Fuentes recebeu entre outros  os seguintes prémios:

  • 1987 - Prémio Miguel de Cervantes
  • 1994 - Prémio Príncipe das Astúrias
  • 1994 - Prémio Picasso, da UNESCO
  • 2003 - Condecorado com a Legião de Honra pelo governo francês
  • 2008 - Recebeu a Grã-Cruz da Ordem de Isabel a Católica
  • 2008 - Prémio Internacional Dom Quixote da la Mancha
Este ano, o governo mexicano, para homenagear o escritor, criou o Prémio Internacional Carlos Fuentes. O vencedor foi Mario Vargas Llosa.

Carlos Fuentes morreu aos 83 anos, a 15 de maio deste ano, um dia após ser premiado com o título de doutor honoris causa pela Universidade das Ilhas Baleares, pela qualidade e extensão da sua obra.
O seu óbito foi confirmado pelo Ministério da Cultura Mexicano. Segundo a AFP, o presidente Felipe Calderón deixou uma mensagem na sua conta no Twitter:
"Lamento profundamente o falecimento do nosso querido e admirado Carlos Fuentes, escritor e mexicano Universal. Descanse em paz".



A maior homenagem que podemos 
fazer a um escritor é ler a sua obra.

Venha à Biblioteca Municipal e leve para casa um dos grandes nomes 
da literatura latino-americana  e da literatura mundial.





novembro 26, 2012

AFINAL O QUE IMPORTA NÃO É A LITERATURA


PASTELARIA

Afinal o que importa não é a literatura
nem a crítica de arte nem a câmara escura

Afinal o que importa não é bem o negócio
nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio

Afinal o que importa não é ser novo e galante
- ele há tanta maneira de compor uma estante!

Afinal o que importa é não ter medo: fechar os olhos frente ao precipício
e cair verticalmente no vício

Não é verdade, rapaz? E amanhã há bola
antes de haver cinema madame blanche e parola

Que afinal o que importa não é haver gente com fome
porque assim como assim ainda há muita gente que come

Que afinal o que importa é não ter medo
de chamar o gerente e dizer muito alto ao pé de muita gente:
Gerente! Este leite está azedo!

Que afinal o que importa é pôr ao alto a gola de peludo
à saída da pastelaria, e lá fora - ah, lá fora!- rir de tudo

No riso admirável de quem sabe e gosta
ter lavados e muitos dentes brancos à mostra
                                                                            Mário Cesariny




Mário Cesariny de Vasconcelos nasceu no dia 9 de agosto de 1923 em Lisboa. Pintor e poeta, frequentou o Liceu Gil Vicente, o primeiro ano de Arquitetura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa e a Escola de Artes Decorativas António Arroio, além de ter estudado música com o compositor Fernando Lopes Graça.
Durante a sua estadia em Paris em 1947, frequentou a Academia de La Grande Chaumière. Foi em Paris que conheceu André Breton, cuja influência o levou a criar no mesmo ano o Grupo Surrealista de Lisboa, juntamente com figuras como António Pedro, José Augusto-França, Vespeira, Moniz Pereira, Cândido Costa Pinto e Alexandre O'Neill.  Este grupo surgiu como forma de protesto contra o regime político vigente e contra o neo-realismo. Mais tarde, fundou o Grupo Surrealista Dissidente.


As primeiras exposições surrealistas datam de 1949 e 1950 e nelas Cesariny expõe algumas das sua obras. Na década de 1950, Cesariny dedicou-se à pintura, mas, também e sobretudo, à poesia que escrevia nos cafés. O seu editor era Luís Pacheco, com quem se incompatibilizou nos anos 70. Foi também durante esse período que começou a ser incomodado e vigiado pela Polícia Judiciária, por "suspeita de vagabundagem", obrigado a humilhantes apresentações e interrogatórios regulares, devido à sua homossexualidade.
Só depois do 25 de abril de 1974 deixou de ser perseguido.


Nas suas obras, adotava uma atitude estética caracterizada pela constante experimentação e praticou uma técnica de escrita e de pintura muito divulgada entre os surrealistas, designada como "cadáver esquisito", que consistia na elaboração de uma obra por três ou quatro pessoas, num processo de cadeia criativa, em que cada um dava seguimento, em tempo real, à criatividade do anterior, conhecendo apenas uma parte do que aquele fizera.


"Há palavras noturnas, palavras gemidas, palavras 
que nos sabem ilegíveis à boca, palavras diamantes, 
palavras nunca escritas, e há palavras impossíveis 
de escrever, por não termos connosco cordas e violinos"
                                                                                                                      Mário Cesariny



Da sua extensa obra literária, destaca-se o seu trabalho de antologista, compilador e historiador (polémico) das atividades surrealistas em Portugal. 
Mário Cesariny vivia com dificuldades financeiras, ajudado pela família. A sua escrita não o sustentava financeiramente e, em meados de 1960, acabou por se dedicar somente à pintura, como modo de subsistência.
Na década de 1980 a sua obra poética foi reeditada pelo editor Hermínio Monteiro e redescoberta por uma nova geração de leitores.


"A poesia de Cesariny, intrinsecamente original, dispensa a pontuação e parece que é pontuada, de tal forma é rigorosa a sua prosódia. Usa termos coloquiais e neologismos. Citações e frases. É muito divertida. É inteiramente livre."
                                                               Pedro Mexia

Em 2005, recebeu as duas únicas distinções da sua carreira:
  • O Grande Prémio Vida Literária APE/CGD, pelo conjunto da sua obra
  • A Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, que lhe foi entregue pelo então Presidente da República Jorge Sampaio

A 26 de novembro de 2006,  pelas 22H30, Mário Cesariny morreu de cancro da próstata, de que sofria havia anos. Doou em vida o seu espólio à Fundação Cupertino de Miranda e, por testamento, deixou um milhão de euros à Casa Pia.


Acredita na imortalidade?
Não sei. Quando lá chegar, eu telefono (risos)...
                                     Mário Cesariny, última entrevista a Vladimiro Nunes


O leitor quer ficar a conhecer Mário Cesariny?

AQUI encontrará bibliografia, 
que poderá requisitar para empréstimo domiciliário.



Boa Semana 



novembro 23, 2012

LEITURA DE FIM DE SEMANA


"-O rapaz é a nossa única testemunha - interrompe o comissário.
- Alguém matou o pai, a mãe e a irmã mais nova. E a mesma pessoa, muito provavelmente, está agora à procura da irmã mais velha".



Caros leitores, não sabem como 
passar o próximo  fim de semana, 
que se avizinha  de frio e chuva, muita chuva?

A Biblioteca Municipal dá-vos uma preciosa ajuda. 
Sigam esta pista. 

Aceitem a nossa sugestão de leitura de fim de semana e, no quentinho da lareira, ajudem o detetive Joona Linna a investigar o massacre de uma família nos arredores de Estocolmo.

O Hipnotista
De Lars Kepler
Da Porto Editora



Uma leitura compulsiva carregada de suspense.
Um mistério caracterizado por estranhos e inesperados contornos.

Uma família é brutalmente assassinada e a única testemunha está internada no hospital em estado de choque; Josef Ek, de apenas 15 anos, presenciou o massacre dos seus pais e irmã mais nova, sendo ele próprio encontrado numa poça de sangue, vivo por milagre.

Nessa mesma noite, Erik Maria Bark, o mais famoso hipnotista da Suécia, recebe um telefonema do comissário Joona Linna a solicitar os seus serviços - urge descobrir a identidade do assassino e para tal Josef deverá ser hipnotizado.



"Uma descida vertiginosa à zona mais obscura da mente humana. 
A revelação será assustadora"
                                                                          Donato Carrisi (Prémio Bancarella 2009)



Lars Kepler é o pseudónimo de uma dupla de escritores de sucesso na Suécia: Alexander Ahndoril e Alexandra Coelho Ahndoril. O Hipnostista foi o primeiro livro que escreveram juntos. Os direitos de tradução de O Hipnotista foram vendidos para 29 países e a sua adaptação para o cinema será feita pela Svensk Filmindustri, em co-produção com a Sonet Film.

Alexander Ahndoril nasceu em Estocolmo, em 1967. Dramaturgo e romancista, publicou o seu primeiro romance, The Director, em 1989 e é considerado um dos jovens escritores de referência  na nova literatura sueca.

Alexandra Coelho Ahndoril nasceu em 1966. Filha de mãe portuguesa, divide o seu tempo entre a escrita, a crítica literária e uma tese sobre Fernando Pessoa.
Com o primeiro romance, Castle of Stars, publicado em 2003, obteve o Catapult Prize 2003 para a melhor obra de estreia, conquistando a admiração de milhares de leitores na Suécia.



Tenha um Bom Fim de Semana e 
não deixe arrefecer o chá ...

Ilustração de Kim Parkhurst





novembro 22, 2012

NÃO PERGUNTES O QUE A TUA PÁTRIA PODE FAZER POR TI. PERGUNTA O QUE TU PODES FAZER POR ELA


A 22 de novembro de 1963o presidente norte-americano John Fitzgerald Kennedyde 46 anos de idade, é assassinado em Dallas, Texas, no decurso da sua segunda visita à cidade, em plena campanha eleitoral para a reeleição.


A comitiva presidencial, que se dirige para o centro da cidade, avança lentamente por uma ampla avenida, quando o carro descapotável em que viajava o presidente - um cabriolet Lincoln - , a sua mulher, Jacqueline, e o governador do Texas, John Connally, contorna uma curva junto a um parque. Nesse momento, 12h30, três tiros atingem Kennedy e Connally.
Ambos são levados, de imediato, para o Parkland Memorial Hospital. Enquanto o governador do Texas consegue recuperar, Kennedy morre no hospital meia hora depois.
O anuncio da sua morte provocou ondas de choque que percorreram os Estados Unidos e o mundo livre.
O corpo de Kennedy foi transportado de avião para Washington. Com ele iam a sua mulher, Jacqueline, e o vice-presidente, Lyndon Joohnson. A bordo do avião, Johnson prestou juramento como presidente dos Estados Unidos, perante uma juíza federal, Sarah Hughes, que passou a curta cerimónia banhada em lágrimas.



Pouco depois do assassínio, a polícia  detém um suspeito: o ex-marine Lee Harvey Oswald, que trabalha num armazém a partir do qual abriu fogo contra a comitiva presidencial.
Oswald negou sempre qualquer responsabilidade pelos crimes.
Em 1964, a Warren Commission concluiu que Lee Harvey Oswald agiu sozinho no assassinato do presidente Kennedy.



A 24 de novembro, o presumível assassino de Kennedy foi abatido a tiro, provavelmente com o fim de silenciar o seu testemunho, por Jack Ruby, proprietário de um clube noturno.
As razões de Ruby para assassinar Oswald nunca foram claras. Teorias da conspiração ligam-no à Mafia. Após a sua prisão, Ruby declarou que agiu sozinho, com o propósito de vingar a morte de Kennedy.
Morreu a 3 de janeiro de 1967, vítima de cancro do pulmão.


O mistério da morte de Kennedy tinha apenas começado. O presidente Johnson cria uma comissão de investigação, dirigida pelo presidente da Audiência Federal, Earl Warren, para esclarecer as causas do atentado.

Quem queria ver o presidente morto?

Desdes agentes do KGB, até à Mafia Cubana de Miami, passando pela tese oficial que defende que Oswald agiu de forma independente, as interpretações mostram que a Administração Kennedy tinha detratores.



O funeral de Kennedy converte-se numa autêntica demostração de dor nacional. O carisma do presidente, juntamente com as características do assassínio, provocam a consternação geral.


Alguns dos maiores feitos da humanidade tiveram lugar no século XX, 
e alguns dos seus piores excessos também. 




"Chamam-lhe o século do homem comum", 

O leitor sabe porquê?


A resposta encontra-a na 
Biblioteca Municipal da sua cidade


novembro 20, 2012

AS PESSOAS TÊM SEMPRE SEGREDOS. É UMA QUESTÃO DE OS DESCOBRIR.


Nestas últimas semanas do mês de novembro vamos dar especial destaque ao romance policial, ao thriller, ao suspense... Na mostra  bibliográfica patente no átrio de entrada da Biblioteca Municipal encontrará os autores que não o vão deixar dormir até que o culpado seja encontrado. 


"Quero que descubras que membro da
 família assassinou a Harriet 
e quem passou os últimos quarenta anos 
a tentar levar-me à loucura."

O leitor sabe quem é a Harriet?
O leitor sabe quem a assassinou?
Será que a Harriet foi mesmo assassinada?

Foi Lisbeth Salander, uma hacker com tatuagens e piercings, que ajudou Mikael Blomkvist a desvendar o que aconteceu à sobrinha-neta de Vanger, que desapareceu sem deixar rasto há quase quarenta anos.
Para o jornal britânico "Telegrah", Lisbeth Salander "é a personagem mais original nos livros policiais desde Ripley de Patricia Highsmith".


O leitor já adivinhou que falamos da trilogia Millennium


O Observatório espanhol contra a violência doméstica reconheceu Millennium como uma obra contra a "violência de género" e deu-lhe um prémio a título póstumo. A viúva do autor, Eva Gabrielsson, que foi receber o prémio, concordou. Siteg Larsson sentia a violência contra as mulheres como "um ataque pessoal, um ataque aos seus princípios".



Stieg Larsson nasceu a 15 de agosto de 1954 em Skellefthamn. Foi jornalista, ativista político e editor da revista Expo. Foi um dos maiores peritos mundiais no estudo de movimentos antidemocráticos, de extrema-direita e nazis. Por causa da sua atuação na luta pelos direitos humanos, recebeu várias ameças de morte.
Faleceu em Estocolmo, a 9 de novembro de 2004, aos 50 anos de idade, vítima de ataque cardíaco. O enfarte deu-se após Larsson  subir sete lances de escada até ao seu escritório na sede da revista Expo, uma vez que o elevador estava avariado. Houve quem suspeitasse de envenenamento (tendo em vista as várias ameças de que foi alvo), porém a hipótese foi de imediato descartada.
Tragicamente Stieg Larsson não viveu para assistir ao fenómeno mundial em que a sua obra se tornou, com mais de 15 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo.


E o que realmente  aconteceu a Harriet?

A resposta está na Biblioteca Municipal da sua cidade.

Mas não se atrase, a Lisbeth raramente está parada muito tempo no mesmo lugar.



novembro 16, 2012

LEITURA DE FIM DE SEMANA


"Sentiu um peso, 
mas não era o peso do fardo 
e sim da insustentável leveza do ser"
Milan Kundera


Certamente o leitor já adivinhou qual é o livro que vamos sugerir
para leitura de fim de semana.

É sem sombra de dúvida um dos romances míticos do século XX. 
Se o leitor já o leu, é certamente um livro que vai reler com prazer; se pelo contrário, o leitor ainda não o leu, agora não vai de certeza perder a oportunidade de o requisitar na Biblioteca Municipal e  passar o fim de semana de frio e chuva na companhia de Tomas, Sabina, Tereza e Franz.

De Milan Kundera
A Insustentável Leveza do Ser 
Editora: Publicações Dom Quixote


"Tomas ainda não sabia que as metáforas são uma coisa perigosa. Com as metáforas não se brinca. O amor pode nascer de uma única metáfora".

É um livro que fala de conceitos como a liberdade humana, a individualidade, o destino e o amor, num pequeno universo onde a leveza e o peso ditam todos os passos e sentimentos das personagens.
Em 1988 esta obra foi adaptada ao cinema, sob a direção de Philip Kaufman, tendo como protagonistas Daniel Day-Lewis, Juliette Binoche e Lena Olin. 
Recebeu duas nomeações para o Oscar e o reconhecimento mundial. Desde então Milan Kundera nunca mais autorizou a adaptação cinematográfica dos seus romances. 


"Tomas e Tereza, Sabina e Franz são os nomes de dois pares amorosos, nomes de dois enganos emblemáticos para uma questão: o que são um para o outro? O que é a sua relação? Uma sucessão de mal-entendidos que se pode desfolhar sucintamente como um dicionário ou, mais vagarosamente, como um desencontro de diários íntimos?"
                                                                                                                               Joana Varela

A Insustentável Leveza do Ser obteve os seguintes prémios:
  • 1968 Prémio da União de Escritores Checoslovacos
  • 1973 Prémio Médicis
  • 1978 Prémio Mondello
  • 1981 Prémio Common Wealth
  • 1984 Prémio Literário Americano de Los Angeles Times
  • 1985 Prémio Jerusalém




Milan Kundera nasceu a 1 de abril de 1929 em Brno, na Checoslováquia. Era estudante quando o regime comunista se instalou no seu país.  Foi expulso da Universidade e tornou-se operário e pianista num grupo musical. Começa a escrever e, em 1962, termina o seu primeiro romance "La Plaisanterie", editado em 1967, que foi um sucesso. 
A invasão militar do seu país em 1968 vem alterar o seu destino: foi demitido do Instituto de Altos Estudos Cinematográficos de Praga, impedido de continuar a publicar, vê os seus livros serem retirados das bibliotecas e o seu próprio nome eliminado da lista telefónica.
Instala-se definitivamente em França em 1975 e, a partir dessa altura, os seus livros são publicados em francês. Em 1981 foi-lhe retirada a nacionalidade checa. Nesse mesmo ano, juntamente com o escritor Julio Cortazar, é-lhe concedida pelo presidente François Mitterrand a nacionalidade francesa.
Recebe, em 1982, pelo conjunto da sua obra, o Prémio Europa-Literatura e, no ano seguinte, a Universidade de Michigan fá-lo doutor honoris causaTem sido sucessivamente nomeado para Prémio Nobel.  Vive atualmente com a sua mulher em Paris e raramente dá entrevistas.
Toda a sua obra está traduzida em Portugal.



Tenha um Bom Fim de Semana 

Esperamos por si

novembro 15, 2012

EU PINTO. É UMA AVENTURA QUE NÃO TROCO POR NENHUMA OUTRA.


"Vim do oriente, onde nasce a luz; passei por África, onde aprendi a amar a vida; cheguei à Europa, onde estudei pintura na cidade das luzes; 
depois fixei-me em Lisboa"
                                                                                                                  Maluda, agosto de 1996




Maria de Lurdes Ribeiro, mais conhecida por Maluda, nasceu a 15 de novembro de 1934 em Pangim, Goa. Viveu desde 1948 em Lourenço Marques (atual Maputo), onde começou a pintar e onde formou, com mais quatro pintores, o grupo "Os Independentes".
Em 1963 obteve uma bolsa de estudos da Fundação Calouste Gulbenkian e viajou para Portugal, onde, em Lisboa,  trabalhou com o mestre Roberto de Araújo.
Como bolseira da Gulbenkian, entre 1964 e 1967 viveu em Paris. Aí trabalhou na "Académie de la Grande Chaumière" com os mestres Jean Aujame e Michel Rodde. Foi nessa altura que se interessou pelo retrato e por composições que fazem a síntese da paisagem urbana, com uma palete de cores muito característica e uma utilização brilhante da luz, que conferem às suas obras uma identidade muito própria e inconfundível.



Em 1969 realizou a sua primeira exposição individual na galeria do Diário de Notícias, em Lisboa. Em 1973 fez uma grande exposição individual na Fundação Calouste Gulbenkian, que  obteve um grande sucesso, registando cerca de 15.000 visitantes e lhe deu uma grande notoriedade.
Foi novamente bolseira da Fundação Gulbenkian entre 1976 e 1976, estudando em Londres  e na Suíça.


A partir de 1978 dedicou-se à temática das janelas, procurando utilizá-las como metáfora da composição público-privado.

Em 1979 recebeu o Prémio de Pintura da Academia Nacional de Belas Artes de Lisboa. 
Ainda nesse ano, realizou uma exposição na Fundação Gulbenkian em Paris.

Fez exposições individuais em Nova Iorque, Washington e Dallas.
Participou na Bienal Ibérica em Campo Maior e no Museu de Arte Contemporânea em Cáceres.





"Os quadros de Maluda são um hino, um louvor à vida, 
ou seja,  a construção do abrigo humano"
                                                                                                   Maria Helena Vieira da Silva 




A partir de 1985, Maluda foi convidada para fazer várias séries de selos para os CTT.
Dois selos da sua autoria ganharam, na Wordl Government Stamp Printers Conference, em Washingoton, em 1987 e em Périgueux (França), em 1989, o Prémio Mundial para o melhor selo.
Em 1988 pinta um novo selo, "Évora Património Mundial", que, no ano seguinte, recebe novamente em Périgaud o Prémio Mundial para o melhor selo.



Em 1994 recebeu o prestigiado "Prémio Bordalo Pinheiro", atribuído pela Casa da Imprensa.
No âmbito da "Lisboa Capital da Cultura", realizou uma exposição individual no Centro Cultural de Belém.
Foi agraciada, em 1998,  pelo Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio com a Ordem do Infante D. Henrique, ao mesmo tempo que realizou a sua última exposição  individual, "Os selos de Maluda", patrocinada pelos CTT.

"Não acredito na pintura de ocasião, de inspiração. A pintura é trabalho, a arte dá trabalho". Por isso pintava todos os dias, como um emprego. De preferência à tarde, quando as cores eram mais puras, mais filtradas.

A 10 de fevereiro de 1999, aos 64 anos, Maluda morreu, vítima de cancro no pâncreas. Em testamento, instituiu o "Prémio Maluda" que, durante alguns anos, foi atribuído pela Sociedade de Belas Artes.
Em 2009 foi publicado um livro que assinalou a passagem do décimo aniversário da sua morte, reunindo a quase totalidade da sua vasta obra e que contou com o alto Patrocínio do Presidente da República. Nesse mesmo ano, a Assembleia da República homenageou-a com uma grande exposição retrospetiva.


O leitor encontrará a obra de Maluda nos livros de arte na Biblioteca da sua cidade

Visite-nos!



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