abril 27, 2011

VITORINO MAGALHÃES GODINHO

"Afinal, aos 90 anos, "teima em ser cidadão". Contra o "desaparecimento da figura do intelectual". Contra a "falta que faz quem dê uns gritos de alarme, alertando para os recuos que a democracia está a ter". Contra a "inexistência de quem  ouse dizer que o "rei vai nu".
versão integral do artigo publicado no Expresso de 10 de maio de 2008.


Vitorino Magalhães Godinho  historiador, professor catedrático da Universidade Nova de Lisboa e antigo diretor da Biblioteca Nacional, morreu ontem aos 92 anos. Nasceu a 9 de junho de 1918 em Lisboa e notabilizou-se pela sua luta contra o Estado Novo. Foi em França, onde residia e lecionava, que recebeu a notícia do fim da ditadura em Portugal.
Em 1974 foi Ministro da Educação e da Cultura. Em 1984, a convite de Mário Soares, foi diretor da Biblioteca Nacional. Na tomada de posse profere um discurso que constitui um autêntico "programa para fazer da Biblioteca um grande centro de investigação e cultura".

Vitorino Magalhães Godinho é, frequentemente, considerado um dos historiadores portugueses mais notáveis de sempre e dos que tem o maior número de obras publicadas.
É um dos signatários da Petição em Defesa da Língua Portuguesa contra o Acordo Ortográfico que decorre em Portugal.

Mário Soares refere-o "um cidadão exemplar. Um homem probo, de uma inteireza de carácter excepcional e de uma honestidade moral e intelectual invulgar. Tem uma obra que o classifica entre os maiores historiadores portugueses".


Quem não estudou a História de Portugal pelos seus livros?
Veja AQUI a bibliografia do historiador que a Biblioteca Municipal
tem à sua disposição para empréstimo domiciliário.

EXPOSIÇÃO


   










Está patente ao público no átrio de entrada da Biblioteca Municipal até ao próximo dia 3 de maio, uma mostra de trabalhos realizados pelos alunos do 3º e 4º ano das Escolas do 1º Ciclo do concelho, que aceitaram o desafio por nós lançado "O RAPAZ DA BICICLETA AZUL ...um ano depois" e que nos dão a sua visão do que é a LIBERDADE

Poderá igualmente visualizar alguns dos trabalhos realizados na nossa página EXPOABRIL2011

 
Visite-nos e surpreenda-se!


abril 26, 2011

NOS CAFÉS ESPERO A VIDA QUE NUNCA VEM TER COMIGO

Como disse Fernando Pessoa: "Sá-Carneiro não teve biografia: teve só génio.
    O que disse foi o que viveu"


Mário de Sá-Carneiro, poeta e ficcionista português nasceu em Lisboa a 19 de maio de 1890. Foi um dos rostos do modernismo em Portugal e membro da Geração Orpheu. Começou a escrever poesia com doze anos e aos quinze já traduzia autores como Victor Hugo, Goeth e Schiller. Matriculou-se na Faculdade de Direito de Coimbra em 1911, mas não chegou sequer a concluir o ano. Iniciou, entretanto, a sua amizade com Fernando Pessoa e seguiu para Paris, com o objetivo de estudar Direito na Sorbonne.
Na capital francesa dedicou-se sobretudo à vida de boémia dos cafés e sala de espetáculo, onde conviveu com Santa-Rita Pintor. Foi em Paris que compôs parte da sua poesia e correspondência com Fernando Pessoa. Já em Lisboa associando-se a Pessoa e Almada Negreiros constitui o primeiro grupo modernista português, sendo responsável pela edição da Revista Orpheu de que saíram apenas dois números.

Um pouco mais de sol - eu era brasa.
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...


Sá-Carneiro suicidou-se, com vário frascos de estricnina, a 26 de abril de 1916, num Hotel de Nice, suicidio esse descrito por José Araújo, que Mário Sá-Carneiro chamara para testemunhar a sua morte. Deixou a Pessoa a indicação de publicar a obra que dele houvesse, onde, quando e como melhor lhe parecesse.

 Se eu apagasse as lanternas
Pra que ninguém mais me visse,
E a minha vida fugisse
Com o rabinho entre as pernas?...


O seu poema "Fim" foi musicado no final dos anos 1980, pelos "Trovante" e mais tarde, o seu poema "O Outro" foi também musicado pela cantora brasileira Adriana Calcanhoto.


Eu não sou eu nem sou o outro,
Sou qualquer coisa de intermédio:
          Pilar da ponte de tédio
          Que vai de mim para o Outro.





Para que fique a conhecer um pouco melhor o autor de hoje,
veja AQUI Bibliografia sobre Mário de Sá-Carneiro
e AQUI a sua obra
que a Biblioteca Municipal tem à sua disposição
 para empréstimo domiciliário.

abril 21, 2011

BOA PÁSCOA




                                                    ilustração de Marianna Kalacheva

Os funcionários da
 BIBLIOTECA MUNICIPAL
desejam a todos os seus leitores e utilizadores
Uma BOA Páscoa com Boas Leituras

abril 20, 2011

VOLUNTÁRIOS DA LEITURA





De forma a celebrar o Dia Mundial do Livro que se comemora a 23 de abril, a Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas (DGLB) associou-se à comemoração do Ano Europeu do Voluntariado e criou o passatempo "Voluntários da Leitura". O objectivo do passatempo é, de acordo com a DGLB, "incentivar o voluntariado a nível de projectos de promoção da leitura concebidos para populações em situação de isolamento ou de exclusão social". Além de motivar as pessoas para o voluntariado, realçando a importância da leitura na melhoria da qualidade de vidas das pessoas, pretende-se também dar a conhecer novos projectos às Bibliotecas Municipais, "para que possam aproveitar sinergias e eventualmente fazer articulações entre os voluntários e os destinatários".
O passatempo está aberto a indivíduos e a organizações e o prémio será uma mala com 300 livros de vários géneros e direcionado para diferentes públicos, "de modo a poderem ser criados outros projectos específicos em voluntariado da leitura", como refere o regulamento. A data limite de apresentação dos projetos é 31 de agosto de 2011, devendo estes serem entregues na Biblioteca Municipal do concelho de residência do candidato.


Consulte AQUI  o Regulamento 

e Veja AQUI o Formulário da Candidatuta do Passatempo

 "Voluntários da Leitura ".


Nota: O cartaz deste ano é da autoria do artista plástico e ilustrador João Vaz de Carvalho, premiado nacional e internacionalmente, editado em vários países, é hoje reconhecido como um dos mais prestigiados ilustradores portugueses.

abril 19, 2011

Contamos...CONTIGO

Ontem e hoje recebemos a visita de 27 meninos, da Sala dos Ratinhos  e da Sala dos Golfinhos do Jardim Infantil Arco-Íris. Os grupos eram constituídos por crianças de 3 e 4 anos de idade respectivamente e fizeram-se acompanhar pelas educadoras e auxiliares.

Constatámos com agrado que alguns dos meninos da Sala dos Golfinhos eram leitores habituais da Biblioteca Municipal.
Depois de um breve Bibliotour, por todos os espaços funcionais da Biblioteca  acompanhada de uma também breve explicação, na Sala Infantil esperava-os uma surpresa.
O Coelho Branco também veio participar na leitura do conto infantil "Rosa, a coelhinha curiosa" de Julia Rawlinson, ilustrada por Tim Warnes. No final da leitura a Técnica da Biblioteca deu sequência à actividade com um livro de adivinhas, adaptado à respectiva faixa etária, tendo os meninos acertado em todas as adivinhas.


As visitas terminaram com o habitual contacto individual com os livros que foram objeto de uma prévia seleção feita pelas tecnicas da Biblioteca Municipal tendo em atenção a faixa etária das crianças.


Os meninos despediram-se
prometendo voltar em breve,
acompanhados pelos pais para se inscreverem como
NOVOS LEITORES.




abril 18, 2011

"O QUE O MUNDO FOR AMANHÃ, É O ESFORÇO DE TODOS NÓS QUE O DETERMINARÁ



  
Bento de Jesus Caraça, matemático, resistente antifascista e militante do Partido Comunista Português, nasceu a 18 de abril de 1901 em Vila Viçosa. Afirmou-se como um professor rigoroso e exigente conquistando os alunos que vinham de outras escolas para assistir às suas aulas. O ensino da matemática ganhou outra dimensão e em 1943 torna-se Presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática.

Defensor da Liberdade que definitivamente não existia, Bento de Jesus Caraça foi também um interessado pela "questão feminina" e sempre incentivou a intervenção das mulheres na sociedade. Quando em 1943, onze raparigas se matricularam no ISCEF e uma vez que o sistema de coeducação era proibido pelo regime, apoiou a criação de um núcleo cultural por elas formado.

Sempre consciente do mundo que o rodeava, empenhou-se juntamente com outros intelectuais portugueses, nas lutas pela liberdade e pela paz. Apoiou várias organizações clandestinas numa época de privações, crises internas e descontentamento latente. A subida do fascismo ao poder leva Bento de Jesus Caraça a intensificar a sua actividade política quer a nível clandestino como militante comunista, quer a nível legal e semi-legal: participa ativamente na Liga Portuguesa contra a Guerra e o Fascismo e no Socorro Vermelho Internacional; mais tarde participa na fundação do MUNAF, em 1943, e do MUD, em 1945. Constantemente perseguido, nunca abdicou dos seus ideias. Acabou preso pela PIDE e, posteriormente, demitido do seu lugar de professor catedrático do ISCEF, em outubro de 1946.

Morreu a 25 de junho de 1948. Dois dias depois o seu funeral foi acompanhado por uma impressionante multidão silenciosa. Os tempos obrigavam a que assim fosse. No meio da multidão estavam também agentes da polícia política. Bento de Jesus Caraça foi sempre um nome incómodo para o regime salazarista e pelos vistos continuava a sê-lo.


"Se não receio o erro é porque estou
 sempre disposto a corrigi-lo"


Veja AQUI  os livros do autor  e veja AQUI os livros sobre Bento de Jesus Caraça que a Biblioteca Municipal tem à sua disposição para empréstimo domiciliário.


abril 15, 2011

LEITURA DE FIM DE SEMANA


Como sugestão de leitura de fim de semana deixamos a livro infantil intitulado "O RAPAZ DA BICICLETA AZUL", de Álvaro Magalhães. "Este livro foi escrito e ilustrado para o 30º Aniversário de 25 de Abril, é dedicado à memória do capitão Salgueiro Maia, que um dia, colheu para nós a flor da liberdade".   

Este livro foi distribuído e trabalhado no ano letivo anterior por todos os estabelecimentos de ensino pré escolar e do 1º ciclo do concelho. A análise ao livro realizada pelos alunos e professores em contexto de sala de aula culminou com a elaboração de trabalhos coletivos que integraram a exposição
"O 25 de Abril visto pelas crianças", que esteve patente ao público na Biblioteca Municipal em abril de 2010. 

Na sequência do trabalho já desenvolvido no ano letivo anterior, a Biblioteca Municipal lançou um novo repto aos  professores e alunos do 3º e 4º anos, para que fosse dada continuidade ao livro. Os trabalhos recebidos irão integrar a exposição "O RAPAZ DA BICICLETA AZUL ... um ano depois", que irá estar patente ao público no átrio de entrada da Biblioteca Municipal, de 20 de Abril a 06 de Maio.

Poderá ler alguns dos trabalhos expostos acedendo à página do nosso blogue



Álvaro Magalhães nasceu no Porto, em 1951. Começou por publicar poesia no início dos anos 80 e, em 1982, publicou o seu primeiro livro para crianças, intitulado "História com muitas Letras". Desde então construiu uma obra singular e diversificada, que conta atualmente com mais de três dezenas de títulos e integra contos, poesia, narrativas juvenis e textos dramáticos. As suas obras para a infância, onde reina a força do imaginário e da palavra, são o produto de uma sensibilidade espiritualizada que reivindica a totalidade mágica da existência e apelam permanentemente à imaginação e ao sonho.

VISITE-NOS!

abril 14, 2011

"PARA OS FILHOS DOS HOMENS QUE NUNCA FORAM MENINOS"

Soeiro Pereira Gomes nasceu em Gestaçô, Porto, a 14 de abril de 1910. Frequentou a Escola Agrícola de Coimbra, onde tirou o curso de regente agrícola. Emigrou para Angola onde exerceu a sua profissão durante cerca de um ano. De regresso a Portugal fixou-se em Alhandra, em 1932, onde trabalhou como empregado de escritório na Fábrica de Cimentos Tejo. Aqui desenvolveu uma intensa actividade de dinamização cultural junto dos operários. Mas foi como escritor que Soeiro Pereira Gomes se notabilizou, sendo um dos mais coerentes e claros exemplos da ficção neo-realista em Portugal.



A sua obra maior é "Esteiros", publicada em 1941, com ilustrações de Álvaro Cunhal. Dedicado "aos filhos dos homens que nunca foram meninos" o romance "acompanha (...) as deambulações de um grupo de miúdos (...), cuja condição social lhes impõe, em vez da escola, o trabalho numa rudimentar fábrica de tijolos à beira-Tejo."


 

"Engrenagem" é igualmente uma obra central do neo-realismo português, escrita na clandestinidade, foi publicada em 1951, já depois da sua morte. Assim como "Contos Vermelhos", "Última Carta" e "Refúgio Perdido", obras publicadas postumamente.

Morreu em Lisboa a 5 de dezembro de 1949.


Veja AQUI a bibliografia do autor que a Biblioteca Municipal
tem à sua disposiçao para empréstimo domiciliário.

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...