Como disse Fernando Pessoa: "Sá-Carneiro não teve biografia: teve só génio.
O que disse foi o que viveu"
Mário de Sá-Carneiro, poeta e ficcionista português nasceu em Lisboa a 19 de maio de 1890. Foi um dos rostos do modernismo em Portugal e membro da Geração Orpheu. Começou a escrever poesia com doze anos e aos quinze já traduzia autores como Victor Hugo, Goeth e Schiller. Matriculou-se na Faculdade de Direito de Coimbra em 1911, mas não chegou sequer a concluir o ano. Iniciou, entretanto, a sua amizade com Fernando Pessoa e seguiu para Paris, com o objetivo de estudar Direito na Sorbonne.
Na capital francesa dedicou-se sobretudo à vida de boémia dos cafés e sala de espetáculo, onde conviveu com Santa-Rita Pintor. Foi em Paris que compôs parte da sua poesia e correspondência com Fernando Pessoa. Já em Lisboa associando-se a Pessoa e Almada Negreiros constitui o primeiro grupo modernista português, sendo responsável pela edição da Revista Orpheu de que saíram apenas dois números.
Um pouco mais de sol - eu era brasa.
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Sá-Carneiro suicidou-se, com vário frascos de estricnina, a 26 de abril de 1916, num Hotel de Nice, suicidio esse descrito por José Araújo, que Mário Sá-Carneiro chamara para testemunhar a sua morte. Deixou a Pessoa a indicação de publicar a obra que dele houvesse, onde, quando e como melhor lhe parecesse.
Se eu apagasse as lanternas
Pra que ninguém mais me visse,
E a minha vida fugisse
Com o rabinho entre as pernas?...
O seu poema "Fim" foi musicado no final dos anos 1980, pelos "Trovante" e mais tarde, o seu poema "O Outro" foi também musicado pela cantora brasileira Adriana Calcanhoto.
Eu não sou eu nem sou o outro,
Sou qualquer coisa de intermédio:
Pilar da ponte de tédio
Que vai de mim para o Outro.
Para que fique a conhecer um pouco melhor o autor de hoje,
veja AQUI Bibliografia sobre Mário de Sá-Carneiro
e AQUI a sua obra
que a Biblioteca Municipal tem à sua disposição
para empréstimo domiciliário.
Gostei. Informação muito interessante
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