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maio 15, 2015

15 DE MAIO - DIA INTERNACIONAL DA FAMÍLIA


"Família é uma pequena sociedade composta por um homem que não ganha o suficiente, de uma mulher que não cuida da casa como devia cuidar
 e de alguns filhos que estão cada vez mais impossíveis".
                                                                                                      Millôr Fernandes


Hoje, 15 de maio, celebra-se o Dia Internacional da Família, definido em Assembleia Geral das Nações Unidas, com a resolução nº 47/237 de 20 de setembro de 1993, com o intuito de alertar a sociedade civil para os problemas que afligem a vida familiar, ajudando as mesmas a enfrentá-los e a resolvê-los da melhor maneira possível.

"Juro ter os meus filhos penteados, limpos, bem vestidos, unhas cortadas, vacinas a tempo. Juro brincar com eles, ser uma mãe divertida, não andar em cima deles, ter vida própria... juro esclarecer dúvidas, nunca ir buscá-los depois das seis, dar recados na escola, fazer os poemas que a escola pede, fazer fatos de carnaval biodegradáveis que a escola pede, mandar dinheiro para o planetário... Juro verificar se puxam o autoclismo, ensinar a limpar o rabo, verificar se o rabo está limpo, ensinar a limpar o pingo, a pôr a tampa da sanita para baixo, a assoar ... Juro ter a casa arrumada a cheirar a limpo, aquecida, moderna, com design, velas de cheiro... Juro ser sexy, gira, vestir-me bem, ter um rabo brasileiro, fazer sexo, comprar algemas... juro ser companheira do meu marido, seduzir o meu marido, pôr batom para o meu marido... Juro solenemente".



Estas juras são-lhe familiares?

Cara Leitora, depois de nos visitar e requisitar
a nossa sugestão de leitura para este fim de semana, vai ver que não há famílias perfeitas.



NÃO HÁ FAMÍLIAS PERFEITAS
MULHERES, MÃES E DESABAFOS
Da psicóloga Marta Gautier
Editado pela Objectiva

Não Há famílias Perfeitas vem destruir o mito da família perfeita. Pressionadas por um sem-fim de teorias, que não conseguem adaptar à sua realidade, por fadiga, inadequação ou falta de tempo, as mães dos nossos dias vêem-se a braços com a olímpica missão de cumprir a perfeição em todas as áreas da sua vida e, sobretudo, na tarefa suprema da maternidade.
Num tom confessional e genuíno com que todas as mães se identificarão, a psicóloga Marta Gautier pretende alertar para certos vícios e equívocos que se instalam nas relações familiares, e que, sem a tomada de consciência, podem avolumar-se no tempo.

Com a ajuda deste livro, as mães de hoje perceberão, com alivio, que 
não há nem pode haver famílias perfeitas.


Marta Gautier é uma psicóloga e escritora portuguesa. Nasceu a 31 de julho de 1976 em Lisboa. É filha da conceituada escritora Rita Ferro.
A par da terapia individual, tem sido procurada na área das competências parentais por pais que desejam melhorar a relação com os filhos e conhecer formas de mudar comportamentos que desorganizam a dinâmica familiar. Este livro resulta da sua experiência  e formação específica nesta área.


"A família é como a varíola: temos em criança 
e ficamos marcados para o resto da vida"
                                                                                             Jean-Paul Sartre










abril 30, 2015

A TODAS AS MÃES, UM FELIZ DIA




Depois de calmamente comer todos os bombons que os seus filhos lhe deram neste 
Dia da Mãe, a Leitora pode, calmamente, escolher o sofá e deliciar-se 
com a nossa sugestão de leitura para o seu fim de semana.


Pois como diz o Sunday Express, é 
"Um livro para ler com um grande copo de vinho assim que os monstrinhos estejam na cama".



Editado pela Oficina do Livro
Escrito por Stephanie Calman

Confissões de uma Mãe 




"Eu queria querer crianças, não gostava de me sentir anormal. Queria fazer parte da festa, compreender o que era todo o alarido. Queria perceber. Tinha impulsos protetores, mas eram todos em relação a adultos. (...)
Não tinha qualquer vontade de lhes pegar, de lhes limpar o nariz ou - Deus me livre! - de ficar a olhar por eles por pouco tempo que fosse. (...)
Fui deixada em casa sozinha com um bebé.
O que é que eu FAÇO? Quando o Peter estava cá podíamos sentir-nos confusos juntos. Mas sozinha...(...)
Não são lindos?
Sim...
E eu sei que não há ninguém senão eles que eu queira para dar cabo da minha vida"





"Mas as mães, sem exceção, deram à luz grandes homens
 e se a vida as enganou em seguida, delas não foi a culpa"
                                                                                         Boris Pasternak



Stephanie Calman é casada, tem dois filhos e vive em Londres. Em 2003, depois de ter sido mãe pela primeira vez, decidiu fundar o clube www.badmothersclub.co.uk, um sítio onde as mães e os pais podiam "confessar-se". O número de visitantes e as confissões "ouvidas" levaram-na a escrever um livro divertido, sincero e que é considerado um antídoto contra todos os manuais de maternidade.



Depois de levar os seus filhos a toque de caixa para a cama, 
afunda-se, exausta no sofá?


Visite-nos, requisite o livro e 
tenha um Feliz Dia da Mãe




março 13, 2015

CONHECIMENTO É MELHOR QUE FÉ CEGA, SUPERSTIÇÃO E DOGMA




"Nasci na Somália. Cresci na Somália, na Arábia Saudita, na Etiópia e no Quénia. Cheguei à Europa em 1992, com a idade de vinte e dois anos, e tornei-me membro do Parlamento holandês. Fiz um filme com Theo [Theo van Gogh]. 
Theo e eu sabíamos como era perigoso fazer o filme. Mas Theo era um homem corajoso - era um guerreiro, por mais curioso que isso possa parecer. Era também holandês, e nenhuma nação do mundo tem tanto apego à liberdade de expressão como a Holanda. Quando lhe propuseram que o seu nome, por razões de segurança, não figurasse no genérico, encolerizou-se: "Se, no meu país, não posso assinar com o meu nome próprio o meu filme, então a Holanda deixa de ser a Holanda e eu deixo de ser eu".
Numa manhã de novembro de 2004, na altura em que Theo van Gogh descia a Linnaeusstraat, Muhammad Bouyeri aproximou-se, sacou da arma, alvejou-o várias vezes e colocou uma carta de cinco páginas sobre o seu peito. A carta era-me dirigida. 
Vivo agora sob a vigilância de dois guarda-costas e desloco-me em carros blindados".
Ayaan Hirsi Ali,
 In Uma Mulher Rebelde


Em 2005 a revista Time, considerou  a autora, que hoje
 divulgamos e sugerimos para Leitura de Fim de Semana
uma das 100 pessoas mais influentes do mundo.



UMA MULHER REBELDE
AYAAN HIRSI ALI

Numa altura em que os governos ocidentais procuram encontrar o delicado equilíbrio entre os ideais democráticos e as pressões religiosas impostas pelo Islão, reveste-se do maior interesse e actualidade a publicação de uma obra como esta, escrita na primeira pessoa por alguém que sentiu na pele o que é nascer mulher no seio da cultura islâmica. É o impressionante percurso de vida de uma mulher dotada de uma personalidade absolutamente fulgurante e de firmes convicções – desde o seu nascimento em Mogadíscio, Somália, em 1969, até à sua fuga para a Europa e à sua ascensão a membro do Parlamento holandês – que estas páginas esclarecedoras e apaixonantes nos revelam.



Ayaan Hirsi Ali revela toda a sua história pessoal, as atrocidades do islamismo, o fascínio pela liberdade adquirida no ocidente e a luta pela manutenção dessa liberdade. Na sua opinião, há de facto culturas melhores que outras e a melhor é aquela que promove a igualdade de géneros, a liberdade de expressão, a que condena os maus tratos às mulheres, a que não pactua com a violência e com os crimes de honra.
Hoje, está exilada nos Estados Unidos da América e é um alvo a abater para os extremistas islâmicos, mas a sua determinação férrea mantém-na ativa na demanda por um Islão mais humanizado.



Ayaan Hirsi Ali recebeu vários prémios, entre eles: 
  • Prémio de Liberdade de Expressão, do jornal dinamarquês  Jyllands-Posten
  • Prémio Democracia, do Partido Liberal Sueco
  • Prémio Coragem Moral de Compromisso com a Resolução de Conflitos, Ética e Cidadania




Bom Fim de Semana



março 06, 2015

NÃO MATEM A COTOVIA



To Kill a Mockingbird, romance publicado nos Estados Unidos da América em 1960, recebeu no ano seguinte o Prémio Pulitzer e foi adaptado ao cinema em 1962, com o título em português "Na Sombra e no Silêncio". O filme, realizado por Robert Mulling,  ganhou três Oscares, entre eles o de melhor ator, protagonizado por Gregory Peck, no papel de Atticus Finch, o advogado que desafiou as convenções em nome da justiça e da igualdade racial, é considerado um dos melhores filmes da história do cinema.



Em Portugal, o romance foi publicado pela primeira vez em 1964 e já teve várias edições e traduções: "Por favor, não matem a cotovia", "Não matem a cotovia" e, mais recentemente, "Mataram a cotovia".

Para a nossa Sugestão de Leitura de Fim de Semana
propomos a leitura da edição de 1986,  dos Livros de Bolso Europa-América, 

"Não Matem a Cotovia"
de HARPER LEE



As cidadezinhas do Alabama seriam simples e pacatas se não sofressem de uma doença terrível: o racismo. Durante os anos da Depressão, Atticus Finch, um advogado viúvo de Maycomb, uma pequena cidade do sul dos Estados Unidos, recebe a dura tarefa de defender um homem negro injustamente acusado de violar uma jovem branca. A sua luta é contudo vã: nunca num tribunal de Alabama se dera razão a um negro contra um branco. É uma criança que nos conta esta história. Uma criança que vai descobrindo o mundo que a rodeia e é testemunha e protagonista de violências e atrocidades. A sua narrativa semi-inconsciente quase se torna a voz da adormecida consciência norte-americana.
Traduzido em mais de 40 línguas, já vendeu mais de quarenta milhões de exemplares e continua a vender uma média de um milhão por ano. Recentemente foi considerado, pelas mais importantes editoras norte-americanas, como o melhor romance do século XX.



"Eu nunca esperei nenhum tipo de sucesso com "Mockingbird", eu esperava por uma morte uma rápida e indolor nas mãos dos críticos mas, ao mesmo tempo, eu também esperava que alguém gostasse do livro a ponto de me encorajar. Publicamente".
Harper Lee


Sabia que . . . 
. . . este livro é recomendado pelo Plano Nacional de Leitura,
para os alunos do 3º ciclo, destinado a leitura autónoma?

A 7 de novembro de 2007, Harper Lee recebeu do presidente George Bush
 a Medalha da Liberdade 
Harper Lee nasceu a 28 de abril de 1926, em Monroeville, nos Estados Unidos da América. Frequentou o Hutigton College e estudou Direito na Universidade do Alabama.
Viveu sempre afastada dos círculos mediáticos e é junto com JD Salinger, uma das mais famosas reclusas literárias, morando ainda hoje na casa da sua infância, em Monroeville, no Alabama.
Jurou não voltar a publicar, pois já tinha dito tudo o que tinha para dizer no único livro que escreveu e publicou há 55 anos, não dá entrevistas desde 1964, mas vai publicar um novo romance "Go Set a Watchman", que acreditava estar perdido para sempre.


Enquanto não chega a edição portuguesa,
Visite-nos e fique a saber porque 
"não se mata a cotovia"



"As cotovias não fazem mais nada senão cantar para nossa satisfação. 
Não comem coisas nos jardins das pessoas, não fazem ninhos nas searas, 
não causam danos a ninguém. É por isso que é pecado matar uma cotovia".

Harper Lee, 
In Não Matem a Cotovia










fevereiro 27, 2015

THOMAS MANN

No passado dia 6 de fevereiro foi notícia a reedição pela Bertrand do romance de



Um Homem e o seu Cão é uma comovente história da relação de Thomas Mann com o seu perdigueiro alemão. Desde o primeiro encontro, numa quinta, Mann conta como gradualmente começa a amar este animal inteligente, leal e cheio de energia. Durante os seus passeios diários, Mann começa a compreender e apreciar Bashan enquanto ser vivo, testemunha o seu prazer em caçar lebres e esquilos e as suas meticulosas inspeções a pedras, galhos e folhas húmidas. Mann reflete sobre a vida interior do animal e maravilha-se com a facilidade com que ele confia totalmente em si, pondo a sua vida nas mãos do dono. Os dois desenvolvem uma compreensão um do outro com o passar do tempo, mas Mann ganha também consciência de uma divisão intransponível que os separa. E, como em todas as relações, existem momentos de tensão, frustração ou desilusão, mas que são sempre superados por uma ligação íntima, profunda e de grande amizade entre os dois. Uma história encantadora de amizade entre um homem e um cão.
Consultando o nosso catálogo bibliográfico podemos verificar a existência desse romance, numa edição de 1962, da responsabilidade da Editora Inquérito, tradução de João Gaspar Simões, ilustração de Figueiredo Sobral e com o título O CÃO E O DONO.

E é este o livro que escolhemos para
 sugestão de leitura para o seu fim de semana:
a comovente história da relação de Thomas Mann com o seu perdigueiro alemão Bashan.


"Sabendo isso, ela telefonou-nos lá do alto da montanha para nos dizer que recolhera um cão, exatamente o que nós precisávamos, e que o podíamos ver quando quiséssemos. Os nossos pequenos quiseram logo vê-lo e a nossa curiosidade não foi menor. (...)
Classificações à parte, que belo animal é este Bashan, ali colado ao meu joelho, olhando para mim com toda a devoção! (...)
E o Bashan delicia-me a vista com os seus lindos pulos pelo baixo parapeito de relva à minha esquerda. Salta ora para um lado ora para o outro - e não há dúvida que o faz porque sabe que eu gosto. (...)
E isto faz-nos rir aos dois. Sim, o Bashan também ri; e, quando se ri, maravilho-me com isso, pois é para mim a coisa mais comovedora do mundo."

Thomas Mann, um dos maiores romancistas do século XX, nasceu a 6 de junho de 1875, em Lübeck, Alemanha, no seio de uma família burguesa. Nietzsche e Schopenhauer, foram dois filósofos que o influenciaram, tanto que Thomas Mann, passa a ser considerado como o mestre do romance psicológico. No seu romance "A Montanha Mágica", escrita em 1924, faz um relato de uma Europa em ebulição que precede a Primeira Guerra Mundial. Opositor do regime nazi, deixa a Alemanha em 1933 e fixa-se na Suíça, na localidade de Küsnacht, e perde a nacionalidade alemã a 2 de dezembro de 1936. Em 1938, vai viver para os Estados Unidos da América e seis anos depois torna-se cidadão americano. Só em 1952 voltará ao seu país natal. Em 1929 recebeu o Prémio Nobel da Literatura e em 1949 o Prémio Goethe. Faleceu, aos oitenta anos, a 12 de agosto de 1955, em Kilchberg, perto de Zurique, na Suiça.



Não é um perdigueiro alemão;
É de raça indefinida, chama-se Maya e foi adotada no Canil Municipal

"Quando porventura me sento a ler num recanto do muro, ou na relva,
 encostado a uma árvore favorita, 
gosto muito de interromper as minhas preocupações intelectuais 
para falar e brincar com o Bashan".
                                                                                              Thomas Mann
                                                                                                         In, O Cão e o Dono



Tenha um Bom Fim de Semana
em boa companhia


janeiro 09, 2015

ÀS TRÊS E MEIA DE UMA MANHÃ DO PRINCÍPIO DE JANEIRO...



O filme "As Duas Faces de Janeiro", realizado por Hossein Amini e tendo no seu elenco os atores Viggo Mortensen, Oscar Isaac e Kirsten Dunst, entre outros, estreou em Portugal no passado dia 30 de outubro.

"Rydal Keener está parado no quarto andar de um lúgubre hotel em Atenas. Aparentemente, espera o elevador. Na realidade, aguarda que alguém estranho e fascinante se cruze no seu caminho.
Ali perto, no confortável e acolhedor Hotel King Palace, Chester MacFarland também espera: de uma pancada no ombro, de uma pancada na porta que ponha fim a uma vida fraudulenta. E Colette, a mulher de Chester? Também ela está à espera de alguma coisa.
Passam-se seis dias até que Rydal, Colette e Chester se conheçam à porta do quarto do casal. Os três vêem-se apanhados numa teia de circunstâncias ameaçadoras e cercados por sombras do passado e perigos iminentes.
A cena passa de um quarto de hotel para outro, de Atenas para Creta.
E então, num labirinto deserto, o jogo explode em ação."


Caro Leitor, se perdeu a estreia do filme, 
pode sempre visitar-nos e requisitar o livro que deu origem ao filme 
e que é a nossa sugestão de leitura para este fim de semana.

Patricia Highsmith com o seu gato Ripley
fotografada por Martine Franck

Mary Patricia Plangman nasceu a 19 de janeiro de 1921 em Fort Worth, no estado do Texas. Os pais, ambos pintores publicitários, separaram-se antes do seu nascimento, tendo sido entregue aos cuidados da sua avó materna. Quando a mãe voltou a casar, resolveu adotar o nome do padrasto, Highsmith.
Estudou na Julia Richmond Highschool em Nova Iorque, tendo depois ido estudar na Universidade de Columbia, onde se formou, em 1942, em Inglês, Latim e Grego.
Patricia Highsmith começou por escrever histórias na sua adolescência e, depois de concluir os seus estudos, colaborou como argumentista de livros de banda desenhada na editora Wester Comics, de 1945 a 1947.
Em 1950, por sugestão de Truman Capote, publicou o seu primeiro romance policial "Strangers on a Train", tendo sido logo adaptado por Alfred Hitchcock, tornando-a uma autora de sucesso.

"I can't write if someone else is in the house, not even the cleaning woman", espelha bem o seu ódio pelos seres humanos em geral, tendo chegado a afirmar que preferia a companhia de animais, em especial os gatos, que adorava. Até os seus amigos a consideravam uma pessoa "difícil", não se importando de ser politicamente incorreta ao falar abertamente da sua antipatia pelos negros e pelo Estado de Israel. O seu personagem mais famoso, Tom Ripley, é o protagonista de cinco dos seus livros e de diversos filmes, é um assassino frio, mentiroso e impostor, que esconde a sua brutalidade sob um verniz de classe e sofisticação. O típico anti-herói de Patricia Highsmith. Os seus livros fogem à classificação tradicional do clássico romance policial o que acaba por fascinar os seus leitores.


"Prefiro escrever livros com começos lentos, até mesmo sossegados, em que o leitor 
vai acabar por conhecer a fundo o herói criminoso e as pessoas ao seu redor".
                                                                                                Patricia Highsmith

Em 1963, Patricia Highsmith veio viver para a Europa, para Inglaterra e França, tendo chegado a passar férias em Portugal, concretamente, em Albufeira. Faleceu a 4 de fevereiro de 1995, em Locarno, Suíça.

Autora de mais de 20 livros, recebeu vários prémios:
  • 1957 - O Grande Prémio Francês da Literatura Policial
  • 1964 - O Silver Dagger da Associação Inglesa de Escritores Policiais
  • O Prémio O. Henry Memorial
  • Prémio Edgar Allan Poe
***
Se quiser ficar a conhecer mais livros que deram origem a filmes, passe pela Biblioteca Municipal e visite a mostra bibliográfica que preparámos para si no átrio da entrada. 






dezembro 12, 2014

E O QUE É QUE ENCONTRASTE EM BELÉM?


Ilustração de Shooty

"- Viram-no? - foi a primeira pergunta de Taor.
 - Vimo-lo - disseram ao mesmo tempo Gaspar, Belchior e Baltasar.
 - É um príncipe, um rei, um imperador rodeado por um séquito magnífico? - quis Taor saber ainda.
 - É uma criança nascida na palha de um estábulo entre um boi e o burro - responderam os três. (...)
 - E o que é que encontraste em Belém?
 - Um recém-nascido na palha de um estábulo, já to dissemos, e os meus companheiros e todas as testemunhas daquela noite - a mais longa do ano - confirmam este testemunho. Mas o estábulo era como um templo, o carpinteiro, pai da criança, um patriarca, a sua mãe, uma virgem, a própria criança, um deus encarnado no mais fundo da pobre humanidade, e uma coluna de luz atravessava o telhado de colmo do miserável abrigo".

                                                                      Michel Tournier, In Gaspar, Belchior&Baltasar




Do escritor francês Michel Tournier
Editado pelas Publicações Dom Quixote
GASPAR, BELCHIOR & BALTASAR




O episódio dos Reis Magos, e a homenagem nela implícita, que povos longínquos e pagãos assim prestaram àquele que, na tradição judaica-cristã, veio para salvar o mundo, tem exercido desde há dois mil anos um inegável e misterioso fascínio. Isso, apesar de os Evangelhos quase os não mencionarem, e de a História e a lenda serem por isso avaras de informações a seu respeito.
A história desses homens, dos seus sonhos, das motivações que um dia os levaram a deixar os seus palácios e a sua gente, para seguirem o cometa que os conduziria até ao lugar do nascimento de Cristo, é o que sugerimos como leitura para este fim de semana.



Michel Tournier nasceu em Paris a 19 de dezembro de 1924. É considerado um dos mais notáveis e estimulantes escritores franceses da atualidade, tendo já obtido, em 1967, o Grande Prémio do Romance da Academia  Francesa com o seu romance Sexta-feira ou a Vida Selvagem e, em 1970, por unanimidade, o Prémio Goncourt com o seu romance O Rei dos Álamos.
Em 1993 obteve a Medalha Goethe e em 1997 foi Doctor Honoris Causa da Universidade de Londres.
Quando o definem como escritor juvenil, defende-se dizendo "eu não escrevo para crianças, escrevo com um ideal de brevidade, de clareza e de proximidade do concreto".



Bom Fim de Semana


dezembro 05, 2014

A LITERATURA FAZ BEM AO CÉREBRO


"Lendo, fica-se a saber quase tudo"
                                                                       José Saramago, In A Caverna


São cada vez mais as evidências de que ler faz bem à saúde. Cientistas analisaram o cérebro de adultos saudáveis, com idade igual ou superior a 60 anos e sem sinais de demência, e concluíram, que aqueles que lêem gozam de melhor saúde física e mental, além de provocarem mais facilmente empatia nos outros. Bastam 6 minutos de leitura atenta para reduzir o stress em 60%, além de diminuir a tensão muscular e de acalmar os batimentos cardíacos.

Na semana passada, um novo estudo, desta vez da Universidade de Emory, em Atlanta (EUA), revelou, que quem lê livros de ficção é mais empático. Os cientistas compararam a atividade cerebral de várias pessoas, depois de lerem o livro Pompeii, de Robert Harris e verificaram, que os leitores apresentavam mais ligações no córtex temporal esquerdo, a parte do cérebro associada à linguagem. 

Para que o Leitor melhore a sua saúde física e mental,
 visite-nos e requisite este livro para a 
sua leitura de fim de semana.



POMPEII
Do escritor britânico Robert Harris
Editado pela Bertrand 

Como é que ler ficção influencia a empatia?

Quando os leitores estão a sentir e a colocarem-se no lugar de uma personagem, quando se envolvem e adotam as suas emoções. Assim, os leitores são pessoas mais dispostas a ouvir o outro e a compreendê-lo, estando mais despertas para as alegrias e tristezas dos outros e a senti-las como se fossem suas. O estudo concluiu que essas pessoas serão bons amigos.   


Robert Harris nasceu em Nottingham, a 7 de março de 1957 e licenciou-se na Universidade de Cambridge. Foi jornalista nos programas da BBC Panorama e Newsnight, antes de se tornar editor político do jornal Observer, em 1987 e depois colunista do The Sunday Times e Daily Telegraph.
Em 2003 foi nomeado Colunista do Ano pelo British Press Awards.
É autor, para além do livro que hoje lhe sugerimos para o seu fim de semana, dos sucessos Fatherland, Enigma e Archangel, que o leitor pode encontrar na sua Biblioteca


" E acontece que um livro não é só um livro. 
É também, entre outras coisas, os lugares onde o leste, 
o consolo que te deu em cada momento, a diversão e a companhia."
                                                       A. Pérez Reverte



Bom Fim de Semana




novembro 28, 2014

LEITURA COM SABOR


"Para se ler de uma só vez, 
se possível debaixo de uma macieira"
                                                                                               La Mia Abitazione



O cenário já está montado, só falta mesmo um livro.

Um romance mágico que lhe vai apelar aos cinco sentidos. Três gerações de mulheres numa história repleta de segredos, de relações perigosas e amizades inesperadas, de nostalgias e esperança, é o que lhe vamos sugerir para leitura no seu fim de semana.

"Anna gostava de maçãs reineta, e Berth de cox orange. No outono o cabelo das irmãs cheirava a maçãs, bem como os seus vestidos e as suas mãos. Elas faziam compota de maçã e sidra e geleia de maçã com canela".


O Sabor dos Caroços de Maçã
Escrito por Katharina Hagena
Editado pela Porto Editora


Há diversas formas de esquecer e recordar é apenas uma delas . . .
Bootshaven, Norte da Alemanha. O cheiro a maçãs é intenso e envolve a antiga casa e o jardim.
Um perfume que leva Íris, bibliotecária em Friburgo, de regresso aos tempos de criança. Muitos anos passaram, mas tudo parece como dantes: a casa na orla do bosque, as groselheiras brancas, os tapetes de miosótis abafados pelas ervas daninhas. Um jardim mágico, dominado pela velha macieira, debaixo da qual as mulheres da família Lünschen conheceram o amor, a amizade... e a morte.
Iris recorda o terrível e misterioso acidente que vitimou Rosmarie, a sua prima querida, com apenas 15 anos. O que estava ela a fazer no telhado do jardim de inverno? E o que lhe teria tentado dizer?


"O que queria Rosmarie dizer-me? O quê, o quê? 
O que queria Rosmarie dizer-me? Porque fingi que estava a dormir?"


Katharina Hagena nasceu a 20 de novembro de 1967 em Karlsuhe.
Estudou Literatura Inglesa e Germânica em Marburgo, Londres e Friburgo. Foi investigadora na Fundação James Joyce, lecionou no Trinity College em Dublin e na Universidade de Hamburgo, onde atualmente vive e trabalha como escritora freelancer.
Publicou diversos livros infantis e um ensaio sobre a obra de James Joyce.
O livro que hoje lhe sugerimos como leitura de fim de semana é o seu primeiro romance e foi muito bem recebido na Alemanha e em França. Esteve vinte e uma semanas de permanência nos tops franceses e mais de setecentos mil exemplares foram vendidos na Alemanha. Os seus direitos internacionais foram vendidos para vinte e um países.
O Sabor dos Caroços de Maçã foi levado ao grande ecrã pela mão da realizadora alemã Vivian Naefe e estreou em 2013.


Bom Fim de Semana
com Boas Leituras

novembro 21, 2014

LEITURA DE FIM DE SEMANA

A nossa sugestão de leitura para este fim de semana está ligada a algo doce e apreciado pela maioria dos nossos leitores (e não só). Estamos a falar de 
CHOCOLATE


Esta semana foi noticiado que o chocolate, que faz as delícias de milhões de pessoas em todo o mundo, pode vir a escassear dentro de poucos anos. 
A tendência de decréscimo da produção de cacau já se manifesta desde 2012, ligado a problemas climáticos, ambientais e económicos, originando um aumento acentuado dos preços. Em sentido inverso, verifica-se a tendência de aumento do consumo de chocolate com maior percentagem de cacau, vulgarmente referido como dark chocalate. Enquanto uma barra de chocolate de leite tem 10% de cacau, uma de chocolate negro tem pelo menos 70%.
Consumo e produção divergem, colocando em risco a satisfação das necessidades, dentro de poucos anos, se não forem tomadas medidas. Uma das medidas que poderá vir a ser tomada é a substituição do cacau por outro produto alternativo. Contudo, esta solução não é fácil, dado que tem de se garantir o mesmo sabor, aroma e textura, correspondendo ao gosto e satisfação dos consumidores.  

Face a esta situação, nós decidimos dar o nosso contributo, sugerindo um produto alternativo, que não está dependente dos níveis de produção de cacau, mas que, certamente, irá de encontro ao gosto de todos, propiciando lonnnnngos momentos de prazer.



Escrito por Joanne Harris
Publicado por Edições Asa



A aldeia de Lansquenet-sur-Tannes tem duas novas moradoras: Vianne Rocher, jovem mãe solteira, e a sua filha Anouk. Ambas correram mundo e querem agora estabelecer-se, pelo que Vianne pensa montar um negócio. Um negócio aromático e guloso mas, naquelas paragens, pouco comum: uma chocolataria com o nome de "La Céleste Praline". Para a aldeia, "La Céleste Praline" e a sua encantadora proprietária são um sopro de ar fresco frente à tirania de Francis Reynaud, um jovem padre de uma austeridade a raiar o fanatismo, que não oculta o seu desagrado por um comércio, demasiado sofisticado e "tentador", e que vê em Vianne um desafio à sua autoridade. Frente a ele, a jovem Vianne só pode apelar à alegria de viver das gentes de Lansquenet...

Chocolate é um repertório de sabores, descritos de uma maneira tão viva que quase se sentem:
"(...) montanhas de chocolates avulsos de todas as formas e cores, e coelhos, patos, galinhas, pintainhos, cordeiros, a olharem-me com os seus olhos de chocolate alegres e graves como os exércitos de terracota do antigo Japão. (...) O cheiro a chocolate é poderoso e o seu aroma rico."



Joanne Harris escritora franco-inglesa, filha de pai inglês e mãe francesa, nasceu a 3 de julho de 1964, em Yorkshire. Durante a infância refugiou-se na leitura e durante a adolescência começou a escrever, imitando os seus autores favoritos à procura do seu próprio estilo.
Em 1999 escreveu Chocolate, um enorme sucesso de vendas, tendo sido nomeado para um Prémio Whitbread, um dos mais prestigiados prémios literários britânicos.
Chocolate foi adaptado ao cinema pelo realizador Lasse Hallström, tendo no elenco Juliette Binoche, Alfred Molina, Judi Dench e Johnny Depp.




Bom Fim de Semana






novembro 07, 2014

FELIZ ANIVERSÁRIO ANTONIO SKÁRMETA


 
 
"Estudei e fui feliz em Nova Iorque e Berlim, onde fui embaixador.
As grandes metrópoles atraem-me, mas também gosto de beber um copo de vinho
numa aldeia perdida no mapa e ficar horas a ouvir histórias".
                                                                                                                     Antonio Skármeta
 
 
Esteban Antonio Skármeta Branicic, descendente de croatas, nasceu, faz hoje 74 anos, em Antofagasta, Chile. Aos nove anos começou a escrever, numa altura em que vivia em Buenos Aires. Aos doze anos regressou ao seu país, indo viver para a capital, Santiago do Chile.
Na universidade do Chile estudou Filosofia e Literatura, mas licenciou-se na universidade de Columbia, em Nova Iorque, defendendo a tese sobre a obra literária de Julio Cortázar.
Em 1969, o seu livro Desnudo en el tejado foi galardoado, em Havana, com o Prémio Casa das Américas.
Devido ao golpe militar  de Augusto Pinochet em 1973, o autor teve de sair do país tendo por companhia o cineasta Raúl Ruiz. A primeira escala foi na Argentina onde residiu durante um ano, tendo partido depois para Berlim Ocidental, onde se dedicou ao cinema, tendo, inclusive, sido professor na Academia Alemã de Cinema e Televisão.
 
 
Em meados de 1983, foi convidado por um produtor de cinema para escrever um argumento onde estivesse reunido Neruda e Chile. Surgiu então Ardiente Paciência, obra que originou uma radionovela, uma peça de teatro e um filme, realizado pelo próprio, filmado em Portugal na zona da Figueira da Foz, e que ganhou, em 1984, os prémios no festival de cinema de Biarritz, em França, e de Huelva, em Espanha.
No ano seguinte publicou o romance "O Carteiro de Pablo Neruda", que teve edição portuguesa só em 1996, depois do êxito cinematográfico com o filme homónimo de 1994, realizado por Michael  Radford, com 5 nomeações ao Oscar, tendo ganho um deles (melhor música original), sendo o filme estrangeiro mais visto nos Estados Unidos.
Em 1989, Antonio Skármeta voltou ao Chile e, em 1992 criou na TV o programa o "Show de los Libros", programa literário semanal com uma audiência de um milhão de espetadores. Mais tarde, em 1998, esse mesmo programa, agora com o nome de "Torre de Papel", passou a ser transmitido para todo o mundo através do canal People & Arts.
Regressou à Alemanha para ser embaixador do seu país entre 2002 e 2003 
 
Vencedor de diversos prémios literários, destacamos:
  • 1996 Livro de Ouro em Portugal - O carteiro de Pablo Neruda
  • 2001 Prémio Ibero-Americano de Narrativa
  • 2003 Prémio Unesco da Literatura Infantil e Juvenil a favor da Tolerância
  • 2004 Prémio Municipal de Literatura de Santiago do Chile
  • 2006 Premio Internazionale Ennio Flaiano pelo "valor cultural e artístico da sua obra".

Antonio Skármeta foi ainda ordenado Cavaleiro da Ordem das Artes e Letras em França e em Itália, recebeu a Ordem de mérito com o grau de Comendador.

"A Literatura é uma contínua
insurreição a favor da Liberdade"
                                                                                              Antonio Skármeta

Caro Leitor, o livro que lhe sugerimos para leitura de fim de semana
é, na opinião do seu autor, que este ano venceu o Prémio Nacional de Literatura no seu país, 
"o meu romance mais amado pelo publico e pelos críticos.
 Obteve o Prémio Medicis em França e o Grinzane Cavour em Itália".
 
 
De Antonio Skármeta
Editado pela Teorema
A Boda do Poeta
 

Um rico e boémio banqueiro austríaco, Jerónimo Frank, abandona tudo e instala-se numa pequena ilha do Adriático, onde reabre o grande armazém O EUROPEU.
Rapidamente se combina o seu casamento com a bela e jovem Alia Emar. Prevê-se uma boda espetacular. No entanto, os noivos não partilham de forma alguma o júbilo popular. No ânimo de Jerónimo pesa a trágica lenda do antigo proprietário do armazém e da sua jovem esposa. No caso de Alia, é o amor de Esteban Coppeta - descendente de um herói mítico da ilha - o que lhe provoca incomodidade e desconcerto. A magnifica boda vai terminar num acontecimento político e bélico terrível que ultrapassa todos os personagens e acaba por os levar do júbilo à tragédia.
A história de um amor lendário, num registo de intriga e humor, um olhar inteligente e satírico sobre a Europa do pré-guerra, mas também a crónica de uma estirpe de imigrantes que chega ao Chile no principio do século XX.



Bom Fim de Semana




com Boas Leituras

 

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