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novembro 09, 2012

LEITURA DE FIM DE SEMANA


"Um livro é feito de uma árvore. É um conjunto de partes lisas e flexíveis (que ainda se chamam folhas) impressas em caracteres de pigmentação escura. Dá-se uma vista de olhos e ouve-se a voz de outra pessoa - talvez alguém que já tenha morrido há milhares de anos. (...).Os livros quebram as cadeias do tempo, provam que os seres humanos são capazes de exercer a magia".
                                                                                                                                Carl Sagan


Hoje na nossa sugestão de leitura de fim de semana 
vamos relembrar o astrónomo Carl Sagan e o seu livro "Cosmos"
numa edição da Editora Gradiva


"Cosmos", editado em 1980, tornou-se um dos livros mais vendido de todos os tempos, tendo sido traduzido em dezenas de línguas e à série de TV com o mesmo nome,  assistiram mais de um bilião de pessoas em 60 países.


"Mal atingi a idade necessária, os meus pais deram-me o meu primeiro cartão de biblioteca. (...). Imediatamente pedi à bibliotecária alguma coisa que falasse de estrelas. E ela voltou com um livro ilustrado com retratos de homens e mulheres com nomes como Clark Gable e Jean Harlow. Eu reclamei e, por alguma razão que na altura não percebi, ela sorriu e foi buscar outro livro - um dos que eu queria. Abri-o de respiração suspensa e li até encontrar. O livro dizia uma coisa espantosa, um enorme pensamento. Dizia que as estrelas eram sóis, só que muito distantes. O Sol era uma estrela, mas próxima.(...). O que são estrelas?
livros e bibliotecas que fornecem meios rápidos para encontrar essas respostas".



Se "o Cosmos é tudo o que existe, existiu, ou existirá", 
Cosmos, de Carl Sagan, é livro de tudo.
                                                                                          Clara Pinto Correia, Jornal de Letras



Cosmo ou cosmos, do grego antigo significa "ordem", "organização", "beleza", "harmonia". É um termo que designa o universo no seu conjunto, toda a estrutura universal na sua totalidade, desde o microcosmos ao macrocosmos. O cosmos é a totalidade de todas as coisas deste universo ordenado, desde as estrelas até às partículas subatómicas.
Carl Sagan define o Cosmos como sendo "tudo o que já foi, tudo o que é e tudo o que será".


E, pergunta o leitor,
 porque é que nos lembrámos hoje deste livro, 
editado pela primeira vez  nos idos anos de 1980 do século XX?

Porque Carl Sagan faria hoje 78 anos.


Carl Sagan nasceu a 9 de novembro de 1934, no estado norte-americano de Nova Iorque, membro de uma família oriunda do leste europeu.
Obteve uma formação científica em áreas como a biologia, a genética e a astronomia, doutorou-se pela Universidade de Chicago em 1960.
Deu aulas nas mais importantes universidades americanas e fez conferências em diversos países. 
Durante anos trabalhou para a NASA, participando em vários projetos de exploração do espaço, como as sondas Mariner, Viking e Voyager.
Recebeu vários prémios científicos e publicou inúmeros estudos que o colocaram na vanguarda da investigação astronómica do século XX.
Ao longo da sua vida, Carl Sagan dedicou-se intensamente ao estudo dos fenómenos estrelares e planetários, ao início da vida e das consequências humanas e ambientais do desenvolvimento tecnológico.
Sustentava com convicção a plausível existência de vida extraterrestre inteligente, uma das suas grandes paixões como investigador.
Faleceu a 20 de dezembro de 1996, em consequência de uma leucemia.


"O que é mais assustador? A ideia de extraterrestres em mundos estranhos, ou a ideia de que, em todo este imenso universo, nós estamos sozinhos?"
                                                                                                                          Carl Sagan


"Ninguém mais do que Carl Sagan desejou e se empenhou em encontrar indícios de vida inteligente no universo, mas ninguém como ele foi tão céptico e rigoroso na verificação científica das suas supostas manifestações. Livro de viagens e de descoberta, Cosmos prepara-nos para esse encontro fantástico".
                                                                                                                           Guilherme Valente



Sozinhos ou acompanhados, 
que as forças do Universo se unam 
para que possamos  provar no dia de S. Martinho umas castanhas assadas, acompanhadas com água pé.




Tenha um Bom Fim de Semana 


outubro 25, 2012

A PINTURA NÃO SE FEZ PARA DECORAR APARTAMENTOS. É UMA ARMA DE ATAQUE E DE DEFESA




A arte, hoje, não seria igual sem o génio do pintor espanhol Pablo Picasso. Numa carreira que se prolongou por quase 80 anos, Picasso - sempre vigoroso, sempre cheio de alegria de viver - mostrou ser o artista mais versátil e inventivo, não só do século XX, mas talvez de todos os tempos, um mestre da pintura e do desenho, bem como de outros meios, como a colagem, a cenografia, a cerâmica e a escultura. Mas o seu talento não era simplesmente estético. A sua pintura mais famosa, Guernica, captou o horror total da guerra, enquanto na sua água-forte da pomba da paz apontou o caminho para um futuro mais feliz.



"O maior inimigo da criatividade é o bom senso."
                                                                                                                                    Pablo Picasso 



Picasso por André Carrilho
Picasso nasceu artista a 25 de outubro de 1881. Diz-se que sabia desenhar antes de saber falar e, quando o fez, a sua primeira palavra foi "lápis".
Nasceu menino-prodígio na Andaluzia, passou pela chuvosa Galiza, cresceu adolescente na Catalunha, viveu e amou em Paris e, no pós-Guerra, mudou-se para o sul de França, onde morreu a 8 de abril de 1973, aos 91 anos.
Era ainda criança quando o pai, pintor, lhe passou o testemunho (tintas e pinceis) e desistiu de pintar.
Picasso apoiou-se nos "gigantes" Cranach, El Greco, Poussin, Velásquez, Goya, Inges, Manet, que transformou e recriou, sem nunca se repetir.
O Picasso emocional alia-se a Georges Braque racional para inventarem o cubismo.
Não lhe bastava o que as coisas eram: excitava-se com aquilo que elas podiam ser. Se as formas básicas de Cézanne - a esfera, o cone e o cilindro - serviam para tudo, então um cilindro podia ser uma garrafa e uma garrafa podia ser um cilindro.


"Há pessoas que transformam o sol 
numa simples mancha amarela, 
mas há aquelas que fazem de uma 
simples mancha amarela o próprio sol."
                                                                                                                            Pablo Picasso 



Picasso, 1937, pintando Guernica
A Guernica é a obra mais conhecida de Picasso, criada a seguir ao horroroso bombardeamento da cidade espanhola com o mesmo nome, em 1937.
A enorme tela apresenta uma massa retorcida de cores escuras, corpos contorcidos, cabeças a gritar e animais aterrorizados - uma visão do apocalipse da guerra. 
Esta obra-prima é simultaneamente um memorial às pessoas indefesas mortas nesta ação, durante a Guerra Civil Espanhola (1936-39), e um aviso sobre os horrores da guerra. Mais de 1000 pessoas morreram e apenas 1% dos edifícios da cidade sobreviveu.
Picasso ficou tão indignado com o regime de Franco, que não permitiu que a pintura fosse levada para Espanha enquanto o ditador fosse vivo. Finalmente, ela chegou a Madrid em 1981, onde permanece, demasiado frágil para ser levada para o Museu Guggenheim, em Bilbau, apesar dos pedidos dos bascos.


Obras de Pablo Picasso divididas em períodos 



"Na realidade trabalha-se com poucas cores. 
O que dá a ilusão do seu número 
é serem  postas no seu justo lugar"
                                                                                                                          Pablo Picasso 


Não, infelizmente a Biblioteca Municipal não tem nenhuma obra de Picasso, 
mas tem livros com a vida  e com as pinturas deste génio universal, 
que o leitor poderá requisitar.

Venha descobrir o mundo de Picasso, os seus quadros, a sua inspiração
e o que podemos aprender hoje com a sua arte.

Esperamos por si!


agosto 22, 2012

É PÔR NUMA MESMA LINHA DE MIRA A CABEÇA, O OLHO E O CORAÇÃO


"Tirar fotos é prender a respiração quando todas as faculdades
 convergem para a realidade fugaz"
                                                                                                           Henri Cartier-Bresson


Henri Cartier-Bresson era o "fotógrafo do imediato", justamente porque o seu lema era: "Fotografar é lutar com o tempo e captar o acaso". Foi um dos fotógrafos mais importantes de século XX e é considerado o pai do fotojornalismo.

Nasceu a 22 de agosto de 1908, em Chanteloup-en-Brie, França, descendente de uma família proeminente da indústria têxtil. Concluiu pintura e filosofia na Universidade de Cambridge e, em 1931, influenciado pelo movimento surrealista, tornou-se fotógrafo profissional.
Em 1939 viajou para África, onde permaneceu durante um ano. E foi aí, em África, que a sua vida mudou. Deixou a pintura e dedicou-se em exclusivo à fotografia. Quando voltou a Paris, comprou uma Leica  formato 35mm que o acompanhou durante toda a vida.
Durante a Segunda Guerra Mundial foi, durante 3 anos, prisioneiro num campo de concentração na Alemanha. Conseguiu fugir, juntou-se à Resistência Francesa e, em 1945, fotografou a libertação de Paris. 

Henri Cartier-Bresson, Cremação de Gandhi, 1948
Em 1947, Cartier-Bresson, Robert Capa, David Seymour e George Rodger, fundaram a Agência Magnum
Entre 1948 e 1950, passou a maior parte do tempo na Índia, Paquistão, China e Indonésia. 
Fotografou o fim do domínio britânico na Índia, conheceu  Gandhi, fotografou os seus últimos dias de vida  e, por fim, fotografou  a sua cremação.





Na China fotografou os primeiros meses de Mao Tse Tung durante a Revolução Cultural. Foi também o primeiro fotografo da Europa Ocidental a fotografar livremente a vida na União Soviética. Durante esse período estabeleceu a sua reputação como foto-jornalista de incomparável sensibilidade e habilidade. As suas fotografias captaram os novos acontecimentos da época e a vida cultural dos países que fotografou.

Guarda de Honra na Cerimónia da Comemoração
da Libertação de Leninegrado, 1973


Martin Luther King, 1961

Na década de 1950 foram editados vários livros com as suas fotografias, sendo o mais importante e o mais conhecido "Images à la Sauvette". 
Não usava tripé, somente a sua Leica na mão, para justamente passar despercebido e não perder o momento certo, o momento decisivo. A fotografia por si só não o interessava, somente a reportagem fotográfica, onde homem e mundo comunicam. 

Trafalgar Square no Dia da Coroação de George VI, 1937
Em 1966, Cartier-Bresson retirou-se da Magnum, mas permitiu que a Agência continuasse a divulgar as suas fotografias. Aos 62 anos, em 1970, casou com a fotógrafa Martine Frank, que faleceu no passado dia 16 de agosto. Em 2003 criou uma Fundação com o seu nome.
A 2 de agosto de 2004, aos 96 anos de idade, faleceu em Cereste, França.

"Os fotógrafos têm a mesma função dos poetas: eternizar o momento que passa."
                                                                                                                 Mário Quintana 


Gosta de fotografia?
Sabia que temos uma secção de fotografia?

Visite-nos



agosto 16, 2012

NÃO DEVEMOS RESISTIR ÀS TENTAÇÕES: ELAS PODEM NÃO VOLTAR


Esta é a verdade: a vida começa quando a gente compreende que ela não dura muito
                                                                                                                Millôr Fernandes 


Millôr Fernandes, escritor, dramaturgo, cartonista e humorista que marcou a cultura brasileira,  nasceu a 16 de agosto de 1923 no Méier, subúrbio do Rio de Janeiro.
Nasceu Milton Viola Fernandes, mas graças a uma má caligrafia, ficou registado Millôr, facto que só veio a saber já adolescente.
Vendeu o seu primeiro desenho para o Jornal do Rio de Janeiro aos dez anos de idade. 
Em 1938 começou a trabalhar como repaginador e contínuo no semanário O Cruzeiro. Nesse mesmo ano, sob o pseudónimo de "Notlim", ganhou um concurso de contos na revista A Cigarra. 


Em 1956 dividiu o primeiro lugar na Exposição Internacional do Museu da Caricatura de Buenos Aires com o desenhador norte-americano Saul Steinberg. No ano seguinte teve direito a uma exposição individual das suas obras no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.


Passou a assinar Millôr os seus textos publicados na revista O Cruzeiro, em 1962. Mas deixou a revista no ano seguinte, por causa de uma polémica causada com a publicação de A Verdadeira História do Paraíso, considerada ofensiva pela Igreja Católica.
Colaborou, a partir de 1964, com o jornal português Diário Popular e obteve o segundo Prémio do Salão Canadiano de Humor.
Em 1968 começou a trabalhar na revista Veja. 
Nos anos seguintes escreveu peças de teatro, textos de humor e poesia, além de volar a expor no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, mas dizia que não tinha obra. Isso " É coisa de pedreiro".
Traduziu, do inglês e do francês, várias obras, principalmente peças de teatro, entre elas os clássicos de Sófocles, Shakespeare, Moliére, Brecht e Tennessee Williams.
Millôr leu o Memorial de Convento, de José Saramago e fez referência na sua coluna do Jornal do Brasil, onde a sua opinião conta. Saramago, escritor quase anónimo, tornou-se um sucesso imediato dos leitores brasileiros.



Deixou uma marca de humor inteligente e ácido, que produziu frases como:
  • Democracia é quando eu mando em você, ditadura é quando você manda em mim.
  • A justiça pode se cega: mas que olfato!
  • Os nossos amigos podem não saber muitas coisas, mas sabem sempre o que fariam no nosso lugar.
  • O cara só é verdadeiramente ateu quando está bem de saúde.
  • Errar é humano. Ser apanhado em flagrante é burrice.
  • O dinheiro não só fala, como faz muita gente calar a boca
Foi um dos criadores do "O Pif-Paf". Só durou oito edições, mas o jornal foi considerado um dos iniciadores da imprensa alternativa no Brasil. Foi ainda um dos colaboradores de "O Pasquim", reconhecido no seu papel de oposição à ditadura militar.
Foi uma das primeiras personalidades brasileiras a ter espaço de destaque na internet, inaugurando o seu site no ano 2000. Tinha mais de 368 mil seguidores no Twitter.

Quando, numa entrevista, lhe perguntaram se era um homem feliz depois dos 80 anos, respondeu:
"E porque não seria? Tenho o controlo absoluto em tudo o que faço, menos em comprar roupa, atividade sobre a qual confesso toda a minha ignorância. (...) Ser feliz não é andar de sorriso rasgado pelas ruas, mas sentir-se bem consigo mesmo. Nesse sentido cheguei ao limite da felicidade". 

A 27 de março deste ano, aos 88 anos de idade, faleceu no Rio de Janeiro.

A atriz Fernanda Montenegro, vai sugerir ao perfeito do Rio de Janeiro, que seja cumprida a última vontade de Millôr: "A única homenagem que eu quero é um banquinho no Arpoador, para o pessoal poder olhar o pôr do sol".

Tenha um bom dia  e como dizia Millôr Fernandes

"Não há problema algum que não caiba no dia seguinte"




abril 09, 2012

Há sempre alguém que resiste, Há sempre alguém que diz não...

"Lembro-me de uma vez, era eu ainda um novato nisto das cantigas, íamos cantar com o Zeca Afonso à Marinha Grande. O recinto estava repleto de GNR; ia eu a recuar para trás do piano quando o Adriano colocou a mão no meu ombro e me disse: "Anda cá , pá, não há azar".
                                                                                                              Vitorino, in Adriano Presente!




Adriano Correia de Oliveira, intérprete do Fado de Coimbra e músico de intervenção, nasceu em Avintes a 9 de abril de 1942.
Em Coimbra, para onde foi estudar Direito em 1959, deparou-se com uma intensa atividade estudantil e cultural. É em Coimbra que toma contacto com o forte movimento antifascista estudantil, ao qual adere desde a primeira hora e, ainda "caloiro", iniciou-se no teatro e na música.
Com uma grande sensibilidade para a poesia e para a música popular, dotado de um timbre de voz único e de uma intensa emoção que colocava nos temas que interpretava, iniciou uma carreira musical muito própria.

Fausto, Adriano, Zeca

Em 1963, edita o seu primeiro disco de vinil, "Fados de Coimbra", que continha "Trova do Vento que Passa", poema de Manuel Alegre e uma balada fundamental da sua carreira. Esta música foi cantada pela primeira vez numa festa de receção ao caloiro da Faculdade de Medicina de Lisboa e Adriano teve de repeti-la seis vezes, transformando-a numa espécie de hino do movimento estudantil.
Entre 1960 e 1980, grava mais de noventa temas, que constituíram aquela que é uma das mais ricas obras musicais do século XX português. Antes e depois do 25 de Abril percorre o país e o mundo com a sua voz, carregada de esperança, em espetáculos musicais e em sessões e comícios do seu partido.
Em 1969 edita "O Canto e as Armas", com vários poemas de Manuel Alegre. Nesse mesmo ano, pelo conjunto da sua obra recebe o Prémio Pozal Domingues.
Em 1975 lançou "Que Nunca Mais", com direção musical de Fausto e textos de Manuel da Fonseca. Este disco levou a revista inglesa Music Week a elegê-lo como Artista do Ano.
Faleceu a 16 de outubro de 1982, aos 40 anos de idade.


Nos últimos dias da sua vida, Ary dos Santos escreveu um conjunto de sonetos, entre os quais este, em homenagem ao seu amigo Adriano Correia de Oliveira.


Memória de Adriano

Nas tuas mãos tomaste uma guitarra.
Copo de vinho de alegria são
Sangria de suor e cigarra
Que à noite canta a festa da manhã.

Foste sempre o cantar que não se agarra
O que à terra chamou amante e irmã
mas também português que investe e marra
Voz de alaúde e rosto de maçã.

O teu coração de ouro veio do Douro
num barco de vindimas de cantigas
tão generoso como a liberdade.

Resta de ti a ilha de um Tesouro
A joía com as pedras mais antigas.
Não é saudade, não! É amizade.
Ary dos Santos



Veja AQUI a bibliografia de Adriano Correia de Oliveira existente na Biblioteca Municipal. 

Tenha uma boa semana com boa música

abril 04, 2012

CAMINHAIS EM DIREÇÃO DA SOLIDÃO. EU, NÃO, EU TENHO OS MEUS LIVROS

Marguerite Duras é provavelmente a mais célebre escritora francesa. Nasceu a 4 de abril de 1914, na Indochina, atual Vietname, com o nome de Marguerite Donnadieu.
Passou a infância e a juventude  na Indochina, com a mãe e os dois irmãos, facto que marcou profundamente a sua vida e obra.  Aos 17 anos mudou-se para Paris, onde estudou Direito e Ciências Políticas na Universidade de Sorbonne, tendo-se licenciado em 1935.
Adotou o nome Duras, inspirada numa localidade perto do sítio onde o pai, falecido quando tinha 4 anos, possuía propriedades. Foi trabalhar até 1941, para o Ministério das Colónias e, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) fez parte da Resistência e filiou-se no Partido Comunista.
Em 1942, editou o seu primeiro romance "Les Impudents".
No final da guerra trabalhou como jornalista na revista Observateur e continuou a escrever, tendo alcançado o reconhecimento da sua obra com três romances editados entre 1950 e 1955:
Une Barrage Contre ja Pacifuque (Uma Barragem contra o Pacífico), Le Marin de Gibraltar (O Marinheiro de Gibraltar) e Le Square (O Jardim).

Marguerite Duras e Gerard Depardieu

Em 1959, escreveu o argumento do filme Hiroshima Mon Amour (Hiroshima Meu Amor), realizado por Alain Resnais e foi nomeada para um Oscar da Academia de Hollywood.
A sua paixão pelo cinema ficou patente na década de 70, altura em que escreveu e realizou diversos filmes, como Camion, com Gerard Depardieu.



Em 1984, regressou às grandes obras literárias com L'Amant (O Amante), romance semi-autobiográfico sobre a sua juventude na Indochina e que reflete as paisagens e as personagens da colónia francesa.  O livro ganhou o Prémio Goncourt, o mais prestigiado galardão literário francês. Oito anos mais tarde, foi realizado pelo francês Jean-Jacques Annaud, um filme baseado no romance.

 
Em 1985, lançou uma coletânea de contos, La Douleur (a Dor), inspirada na situação que viveu no pós-guerra, quando teve de tratar do marido que sobreviveu aos campos de concentração nazis. Após a sua recuperação, separou-se e, casou com outro homem.
Desde 1980 que Duras mantinha uma relação conturbada com Yann Andréa Steiner, 38 anos mais novo e obcecado pelos seus livros. Andréa Steiner escreveu dois livros sobre o período que viveu com Duras, quando a criatividade dela já estava ofuscada por problemas com o álcool. Apesar de tudo, o casal viveu junto até à morte da escritora, a 3 de novembro de 1996, em Paris. 

Quem foi Marguerite Duras?
"(...) Porque a vida de Marguerite é também a de uma criança do nosso século, de uma mulher profundamente empenhada nas coisas do seu tempo, pelas quais abraçou os combates principais.
(...) Porque se ela foi a escritora do Amor, foi também a militante dos direitos das mulheres e a defensora apaixonada do prazer feminino. Reivindicou sem cessar o direito ao prazer, e foi ao longo da vida uma notável apaixonada."
Este livro encontra-se disponível para empréstimo domiciliário.


"Creio que nada substitui a leitura de um texto, nada substitui a memória de um texto, nada, nenhum jogo".

Veja AQUI a bibliografia de Marguerite Duras disponível para empréstimo domiciliário.


dezembro 05, 2011

KEEP MOVING FORWARD - Continue seguindo em frente

No aniversário dos seus 110 anos, a Biblioteca Municipal recorda Walt Disney

Walt Disney nasceu em Chicago a 5 de dezembro de 1901. Após o seu nascimento, a família Disney mudou-se para Marceline, no Missouri, onde Walt viveu a maior parte da sua infância. Desde muito novo que Walt demonstrou interesse pela arte. Para ganhar algum dinheiro extra, vendia com frequência os seus desenhos aos vizinhos. Mais tarde, ingressou na High School de McKinley, em Chicago, onde estudou arte e fotografia.
Em 1918, durante a Primeira Guerra Mundial, Walt tentou alistar-se no serviço militar, mas não foi aceite devido à sua idade, tinha apenas 16 anos.
Ofereceu então os seus préstimos à Cruz Vermelha, tendo sido enviado para França, onde permaneceu um ano como condutor de ambulância a qual, em vez de ostentar uma camuflagem normal, estava coberta com os seus desenhos.

Após o seu regresso da França, iniciou , com uma pequena companhia chamada Laugh-O-Grams, a sua carreira em arte comercial. Mas devido ao pouco sucesso, decidiu ir para Hollywood e aí começar de novo.
Em 1928, surge a sua primeira personagem, o rato Mickey, à qual se seguem, nos anos seguintes, muitas outras: Donald, Pateta, Pluto, Tio Patinhas, Minnie...
Em 1937, realiza a sua primeira longa metragem de animação: Branca de Neve e os sete anões.
Seguiram-se outras produções, umas com imagens animadas, outras com imagens reais, outras, ainda, fundindo os dois géneros como foi o caso, em 1964, de Mary Poppins.

Para além de estúdios cinematográficos, o vasto império criado por Walt Disney inclui diversos parques temáticos (Disneylândia, Eurodisney), inúmeros canais de televisão e elevados rendimentos originados pela venda direta de filmes e livros e dos direitos de utilização, por outras entidades, das imagens das personagens por si criadas.
Walt Disney é o recordista de nomeações ao Oscar, com 59 e é igualmente recordista em número de Oscars entregues, com 22. Ganhou também 4 Oscares honorários.
A 15 de dezembro de 1966, com 65 anos, Walt Disney faleceu em Los Angeles, Califórnia.

"Hoje já não durmo para descansar, durmo para sonhar"
                                                   Walt Disney

Traga as suas crianças e venha também sonhar na Sala Infantil da sua Biblioteca,
onde as personagens Disney esperam por si.

novembro 16, 2011

JOSÉ SARAMAGO, 1922-2010

                                                                                                                          José Saramago



Hoje, 16 de novembro, comemora-se o 89º aniversário de José Saramago e o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa fará a entrega oficial da chave da Casa dos Bicos à Fundação José Saramago.
A abertura pública da Casa está prevista para a primavera de 2012.

Numa iniciativa da Fundação José Saramago, Produções Fictícias, Teatro São Luiz e Editorial Caminho, a celebração do aniversário do escritor contará com a participação de Pilar del Río, sua mulher e presidente da fundação, de escritores e amigos, como Baptista-Bastos, Lídia Jorge, Valter Hugo Mãe, Gonçalo M. Tavares, João Tordo, José Carlos de Vasconcelos, Inês Pedrosa e José Luís Peixoto.
O aniversário do escritor será ainda recordado com a exibição do documentário "José & Pilar", em simultâneo, nos Centros Culturais de capitais e cidades de língua portuguesa.
O documentário "José & Pilar", de Miguel Gonçalves Mendes, que relata dois anos de vida pública e privada de José Saramago, é candidato a uma nomeação para os Óscares de 2012.


"Claraboia", o romance de juventude deixado inédito por José Saramago e que acaba de chegar às livrarias, numa edição da Caminho, será também lançado hoje, numa sessão pública, com início às 18h00, no Jardim de Inverno do Teatro São Luíz, e que será conduzida por Nuno Artur Silva e Anabela Mota Ribeiro.

"(...) O lançamento de Claraboia, o segundo romance que o Prémio Nobel português escreveu, e que por peripécias do destino ficou inédito - enviado à Editorial Notícias para eventual publicação, a resposta só chegou passados 40 anos...-, surge aos olhos de Pilar del Río como um prolongamento da intensa relação que o escritor manteve com os seus leitores".
in  pág 8, do Jornal de Letras, de 16 de novembro.


 

Demissão

Este mundo não presta, venha outro.
Já por tempo de mais aqui andamos
A fingir de razões suficientes.
Sejamos cães do cão: sabemos tudo
De morder os mais fracos, se mandamos,
E de lamber as mãos, se dependentes.

José Saramago,
in "Os poemas Possíveis"



Esta não é a primeira vez que divulgamos José Saramago e a sua obra e certamente não será a última. Faça a sua própria pesquisa no nosso blog e certamente encontrará mais informação, que fomos publicando ao longo deste ano, acerca do escritor. 


CONVIDAMO-LO A CONHECER MELHOR 
- José Saramago -
VENHA À BIBLIOTECA MUNICIPAL


novembro 10, 2011


"Ó Portugal! Como és belo, na diversidade acolhedora da tua paisagem, na pureza e nos caprichos da tua atmosfera, na melancólica bondade da tua gente! Ó Portugal, país querido! Sairás do longo pesadelo, sairás dele, decerto. O povo acorda e luta. O partido está finalmente à altura do seu povo".
Manuel Tiago, in "Até Amanhã, Camaradas", pág 37

Álvaro Cunhal nasceu na freguesia da Sé Nova, em Coimbra, no dia 10 de novembro de 1913. A sua infância foi vivida em Seia, terra do seu pai. Iniciou a sua atividade revolucionária enquanto estudante na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Aí começou a nascer aquele que, mais tarde, haveria de se afirmar como o símbolo da resistência ao Estado Novo e o principal inimigo político do Salazarismo. De certa forma, a história de Álvaro Cunhal confunde-se com a história de Salazar.

Desde muito novo Álvaro Cunhal participou no movimento associativo e, em 1934, foi eleito representante dos estudantes no Senado Universitário. Passa a ser militante da Federação da Juventude Comunista Portuguesa, sendo eleito secretário-geral em 1935, ano em que passa à clandestinidade e participa, em Moscovo, no VI Congresso Internacional Juvenil Comunista. Foi membro do Partido Comunista Português desde 1931.

Preso em 1937 e 1940 e submetido a tortura, Álvaro Cunhal voltou imediatamente à luta assim que foi libertado. Participou na reorganização do PCP, em 1940-1941. Vivendo de novo na clandestinidade, foi membro do secretariado de 1942 a 1949. Preso de novo nesse ano, fez no tribunal uma severa acusação à ditadura e a defesa da política do Partido. Condenado, permanece 11 anos seguidos na cadeia, quase 8 dos quais em completo isolamento.

"Vivi muitos anos na clandestinidade. Desde a minha juventude ao 25 de Abril, com pequenos intervalos. (...)
Eu gosto, por exemplo, de desenhar, e até estão publicados alguns desenhos meus. Mas não gosto muilto de falar sobre isso: se desenho ou não, se pinto ou não. Gosto de escrever, mas não é meu hábito dizer se estou ou não a preparar algum trabalho".
Entrevista a "O independente" a 15/05/1990 retirado o Iº vol  "Álvaro Cunhal: uma biografia política" de José Pacheco Pereira



Em 1940, Álvaro Cunhal foi escoltado pela polícia à faculdade de Direito, onde apresentou a sua tese de licenciatura em Direito, sobre a temática do aborto e a sua despenalização. A sua tese, apesar do contexto político, foi classificada com 16 valores. Do júri fazia parte Marcelo Caetano.
A 3 de janeiro de 1960 evadiu-se da prisão de Peniche com um grupo de destacados militantes comunistas. Em 1960 presidiu à Conferência dos Partidos Comunistas da Europa Ocidental. Nesse encontro, foi um dos mais firmes apoiantes da invasão da então Checoslováquia pelos tanques do Pacto de Varsóvia, ocorrida nesse mesmo ano.


Depois da queda do regime, a 25 de Abril de 1974, foi ministro sem pasta dos primeiros  quatro governos provisórios e eleito deputado à Assembleia Constituinte e em 1975 à Assembleia da República até 1987. Foi membro do Conselho de Estado de 1982 a 1992.
Além das suas funções na direção partidária, foi romancista e pintor, escrevendo sob o pseudónimo de Manuel Tiago, facto que só revelou a 14 de dezembro de 1994, no dia do lançamento do livro "A Estrela de Seis Pontas".
Faleceu a 13 de junho de 2005, em Lisboa.


Álvaro Cunhal ficou na memória como um comunista que nunca abdicou do seu ideal.

Em 2007, os telespetadores portugueses, votaram na eleição do "Maior Português de Sempre" no âmbito do programa da RTP1 "Os Grandes Portugueses", dando o segundo lugar ao líder comunista Álvaro Cunhal, com 19,1%. Curiosamente os portugueses votaram em António de Oliveira Salazar, com 41%, como o "Maior Português de Sempre".

Na Biblioteca Municipal encontra AQUI a bibliografia de
 Álvaro Cunhal e AQUI a sua biografia.

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