setembro 24, 2025

A LIBERDADE PERDE-SE AOS POUCOS. MILTON MAYER MOSTRA-NOS COMO

Milton Sanford Mayer, 1908-1986

"Como americano, a ascensão do nacional-socialismo na Alemanha causou-me repugnância. 
Como americano de ascendência alemã, encheu-me de vergonha.
 Como judeu, deixou-me destroçado. 
Como jornalista, senti-me fascinado."

Milton Sanford Mayer foi professor, jornalista e publicou mais de uma dezena de livros. Estudou na Universidade de Chicago e foi jornalista na Associated Press, no Chicago Evening Post e no Chicago Evening American, tendo-se notabilizado por uma coluna mensal que manteve durante 40 anos na revista The Progressive.

Deu aulas em várias universidades americanas antes de, depois da Segunda Guerra Mundial, se mudar para a Alemanha para viver e conversar com várias famílias alemãs. Quis entender como pessoas aparentemente "normais" (trabalhadores, professores, lojistas, funcionários) puderam aceitar, apoiar ou pelo menos tolerar o regime nazi e as suas atrocidades. Para isso entrevistou 10 homens, da classe média e baixa alemã e que tinham sido membros do Partido Nazi.



O livro reúne depoimentos, reflexões e análises sobre a vida quotidiana durante o Terceiro Reich. O autor mostra-nos como o nazismo se infiltrou de forma gradual, normalizando as políticas repressivas e autoritárias ao ponto de as pessoas se irem adaptando sem grande resistência.
Eles Pensavam Que Eram Livres mostra-nos que o nazismo não resultou apenas da existência de líderes carismáticos e violentos, mas também da aceitação passiva de milhões de pessoas que acreditavam estar a viver normalmente. Não foi só o terror e a propaganda que susteve o regime mas também o consentimento passivo de cidadãos comuns.

Este livro, que faz parte das novas aquisições da Biblioteca Municipal, foi originalmente publicado em 1955. No entanto, continua a  ser citado em debates sobre extremismo, populismo e sobre as fragilidades das democracias contemporâneas.


"Os nazis não eram extraterrestres e não vieram de outro planeta. Foram sendo criados, passo a passo, a partir de pessoas comuns. Foram esses nazis comuns que Milton Mayer, um judeu americano de ascendência alemã e convertido ao cristianismo, decidiu que tinha de conhecer. Desse encontro resultou este livro tão fascinante quanto assustador - um alerta sobre como a passividade se torna cumplicidade nos regimes autoritários."
                                                                                                                                           Rui Tavares



A Liberdade não se perde de repente, perde-se aos poucos 
- quando deixamos de a defender.



setembro 18, 2025

O DESENCANTO

 


"Tenho trinta e dois anos e há oito que trabalho no mundo da publicidade, quatro deles na mesma agência. Comecei como estagiária, depois contrataram-me como copy e agora tenho um cargo de chefia intermédio com gente sob a minha responsabilidade e um absurdo título em inglês que serve para me armar no LinkedIn e responder a perguntas de cortesia no Tinder. A verdade é que não sei fazer nada em particular e não sei como é que cheguei até aqui. Desconfio que fui aperfeiçoando a brincadeira dos escritórios até que os outros começaram a acreditar que sou uma grande profissional."

Com uma escrita ao mesmo tempo divertida, 
ácida e dura, gera uma empatia quase imediata.
Um livro para ser lido de uma vez só.


Marisa está na casa dos trinta anos e fartinha do seu emprego. Uma das razões pelas quais aparece no escritório é para poupar dinheiro em ar condicionado no calor sufocante de agosto em Madrid. Marisa detesta trabalhar, mas o emprego é a única coisa que lhe garante um ordenado para pagar a renda e comprar todas as coisas bonitas  a que não resiste.
Durante a semana que antecede uma viagem "inesquecível" de team building organizada pela empresa, a ansiedade de Marisa dispara. Conceber passar um fim de semana inteiro com os seus colegas de trabalho é uma ideia insuportável, desencadeando a memória soterrada de um acontecimento traumático no escritório. Com o passar dos dias, a sua máscara social, incólume e polida ao longo dos anos, vai-se quebrando até rebentar com estrondo, ameaçando pôr toda a sua vida em desatino. 


Uma radiografia das crises vividas por qualquer trabalhador, da solidão, da necessidade de relações e conexões humanas para encontrar uma luz esperança que nos dê força para não nos atirarmos para a frente de um autocarro sempre que chega a segunda-feira de manhã.


Beatriz Serrano é uma autora e jornalista espanhola, nascida em Madrid em 1989.
É licenciada em Jornalismo pela Universidade Complutense daquela cidade. Desenvolveu a sua carreira no jornalismo digital, especializando-se em "novas narrativas". O seu jornalismo destaca-se por uma abordagem irónica e reflexiva, focada em temas como a precariedade laboral e emocional, especialmente entre os millenials. Hoje é jornalista no El País.
Estreou-se na literatura em 2023 com o romance que hoje apresentamos aos nossos leitoras, O Desencanto. É um verdadeiro fenómeno literário, já traduzido em diversas línguas, que expõe com humor ácido e alguma intensidade emocional as angústias do trabalho contemporâneo.
A autora confessa que a conexão entre ela e a protagonista Marina é emocional: ambas compartilham "a raiva, a sensação de inadequação".

A vida tem de ser mais do que preparar a tupperware 
do dia seguinte,
trabalhar, ir ao supermercado e ver uma série




setembro 11, 2025

JÁ DIZIA HIPÓCRATES...

 

Toda a doença começa no intestino
"Felizmente, devido a todos os avanços e investigação científica, e também de acordo com a minha experiência, hoje podemos dizer com segurança que toda a saúde começa também por lá. (...)
Qualquer pessoa que cuide do seu intestino estará a melhorar a sua saúde a curto, médio e longo prazo, e, sobretudo, a atuar na prevenção de doenças, o que é sempre a melhor opção. Afinal de contas, quem quer ficar doente? Ninguém."
In, Cure o seu Intestino




Se toda a doença começa no intestino, 
então toda a saúde começa lá também.


Descubra como: 
  • Regenerar a sua microbiota intestinal através de uma alimentação natural para diminuir a inflamação e a intolerância a certos alimentos;
  • Tornar a digestão mais eficiente;
  • Gerir os fatores de stress e estimular o nervo vago, ou eixo intestino-cérebro, com mudanças simples nos seus hábitos;
  • Resolver questões como a obstipação, a diarreia, o inchaço abdominal e a flatulência.



Vera Dias licenciou-se em Biologia, é mestre em Biotecnologia Vegetal e pós-graduada em Medicamentos e Produtos de Saúde à Base de plantas pela Universidade de Coimbra.
Depois de começar a trabalhar na área da investigação em ciências foi diagnosticada com Síndrome do Intestino Irritável, que constituiu o grande ponto de viragem na sua vida. O interesse pela alimentação natural aliada a um estilo de vida mais saudável foi crescendo a cada dia, e foi então que percebeu que tornando-se coach pelo Institute for Integrative Nutrition, sediado em Nova Iorque, poderia chegar a mais pessoas e ajudar no âmbito da saúde intestinal.
Tem uma página no Instagram @veradias.coach para ajudar outras pessoas que, como ela, sofrem de problemas intestinais.

Sabia Que
O intestino é o nosso segundo cérebro?





setembro 05, 2025

JÁ LEU ESTES LIVROS?

 


E estes também?




Venha conhecer o novo romance de
uma das autoras mais lidas na nossa biblioteca





É a nossa sugestão para leitura do seu fim de semana

Entrelaçando passado e presente, O vento conhece o meu nome conta-nos a história de duas personagens inesquecíveis, ambas em busca da família e de um lar. É uma sentida homenagem aos sacrifícios que fazemos em nome dos filhos e uma carta de amor às crianças que sobrevivem a perigos inimagináveis - sem nunca deixar de sonhar.

Viena, 1938. Samuel Adler tem apenas 5 anos quando o pai desaparece, na infame Noite de Cristal - a noite em que a sua família perde tudo. Para garantir a segurança do filho, a mãe consegue-lhe lugar num comboio que transporta crianças judias para fora do país, agora ocupado pelo regime nazi. Samuel embarca sozinho, deixando a família para trás, tendo o seu violino como única companhia. 

Arizona, 2019. Anita Díaz e a mãe tentam entrar nos EUA, fugindo à violência que reina no seu país, El Salvador. No entanto, são separadas na fronteira, ao abrigo de uma nova lei que regulamenta a emigração, forçando à separação das famílias. A mãe desaparece sem deixar rasto e Anita é colocada em sombrias instituições de acolhimento. O caso desperta a atenção de Selena Durán, uma californiana de ascendência latina, e de Frank Angileri, um promissor advogado, que tudo farão para reunir de novo mãe e filha. Juntos, vão conhecer de perto a violência que muitas mulheres sofrem em silêncio, sem que dela consigam escapar.




Isabel Allende é uma das escritoras latino-americanas mais lidas e traduzidas em todo o mundo. Nasceu a 2 de agosto de 1942, em Lima, no Peru, onde o seu pai, Tomás Allende, era diplomata chileno.
Após a separação dos pais, mudou-se ainda criança para o Chile, país com o qual se identifica profundamente.
Trabalhou como jornalista em revistas e televisão antes de se dedicar à literatura. Em 1981, após o golpe militar de Pinochet, partiu para o exílio na Venezuela, experiência essa que marcou fortemente a sua obra.
A estreia literária aconteceu em 1982 com o romance A Casa dos Espíritos, que rapidamente se tornou um "clássico contemporâneo" e um exemplo do realismo mágico latino-americano.  A obra deu lugar a um filme, realizado por Bille August, com Jeremy Irons, Meryl Streep, Winona Ryder e Antonio Banderas como protagonistas, tendo grande parte do mesmo sido filmado em Lisboa e no Alentejo.

A sua escrita cruza ficção histórica, memória pessoal e critica social, sempre com personagens femininas fortes, explorando temas como o exílio, a identidade, a liberdade e a justiça. Está traduzida em 40 línguas e vendeu mais de 75 milhões de exemplares, sendo a escritora mais lida em língua espanhola.

Recebeu mais de 60 prémios internacionais:
  • Prémio Nacional de Literatura do Chile em 2010, 
  • Prémio Hans Christian Andersen em 2012 na Dinamarca
  • A Medalha da Liberdade nos Estados Unidos atribuída por Barack Obama em 2014
  • Em 2018 tornou-se a primeira escritora de língua espanhola premiada com a medalha de honra do National Book Award, nos Estados Unidos, pelo seu enorme contributo para o mundo das letras.

Atualmente vive nos Estados Unidos, onde fundou a Fundação Isabel Allende, dedicada a causas sociais e de defesa dos direitos das mulheres e das crianças.


Ler é sempre uma boa ideia





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