fevereiro 03, 2021

O TIGRE BRANCO

 Estreou na Netflix, no passado dia 22 de janeiro, 
um dos filmes mais esperados do ano.



A crítica especializada não tem poupado elogios.
Trata-se da adaptação cinematográfica da obra literária, que ganhou, em 2008, o Man Booker Prize.


Pode requisitá-lo na Biblioteca Municipal, 
por enquanto no regime takeaway. 
Só tem de entrar em contacto connosco e agendar o dia e a hora que lhe der mais jeito.  


O Tigre Branco é um romance de estreia auspicioso que, sem cair no cliché do romantismo exótico e superficial, nos revela uma Índia ainda pouco explorada pela ficção, a Índia negra, violenta e exuberante das desigualdades socioculturais endémicas.
O autor oferece-nos um retrato cru e muito pouco glamoroso da desumana realidade de vida das classes mais pobres pela voz espirituosa e mordaz do narrador, Balram Halwai, um jovem que cresce no interior miserável da Índia e se torna um empresário de sucesso em Bangalore. E é através do seu percurso moralmente ambíguo que conhecemos as discrepâncias chocantes entre o luxo extravagante da elite rica dos boulevards e a luta desesperada pela sobrevivência dos que nada têm.
Uma comédia negra irreverente que denuncia o lastro de corrupção e vício que subjaz ao milagre económico indiano e desmistifica a Índia lírica e nostálgica que tantas vezes idealizamos.



"(...) Ao que consta, senhor, vocês, os chineses, encontram-se muito adiantados em relação a nós em todos os aspectos, à excepção do facto de não terem empresários. E a nossa nação, apesar de não ter água potável, nem eletricidade, nem sistemas de esgotos, nem transportes públicos, nem regras de higiene, nem disciplina, nem boas maneiras, nem pontualidade, verdade seja dita, que empresários não lhe faltam. São aos milhares. Sobretudo na área da tecnologia. E foram estes mesmos empresários  - nós, empresários - que implantaram todas as empresas de subcontratação que agora praticamente governam a América."




Aravind Adiga nasceu a 23 de outubro de 1974 em Madras (atual Chennai), mas viveu parte da sua vida na Austrália e nos Estados Unidos. Estudou nas Universidades de Columbia e Oxford e foi colaborador da revista Time e do Financial Times. O livro premiado que hoje apresentamos foi o seu romance de estreia.




Boa Leitura e Bom Filme 
(O sofá está a convidar)





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