janeiro 30, 2012

AS GRIPES, AS CONSTIPAÇÕES E O AMOR ...


A nossa mensagem de hoje pretende lembrar que continuamos a contar com a sua participação no nosso DESAFIO do Dia de S. Valentim. Já recebemos várias participações, que iremos publicar muito em breve, mas esperamos vir a receber muitas mais. E para tal, vamos hoje introduzir uma reflexão sobre o amor e a sua ligação às gripes e constipações, tão próprias desta época. Numa primeira abordagem pode parecer estranha esta relação, mas não é, porque é inegável que o amor, quando é verdadeiro, manifesta-se em todas as ocasiões, mesmo nas mais inesperadas.

E a comprovar esta afirmação, nada melhor que a leitura do poema que se segue. É um poema que nos fala da Lurdes, mulher de uma grande paciência e de um grande Amor, porque quem ama cuida.

Ora leia e surpreenda-se com mais uma forma de manifestação do amor:

 A gripe e os homens

Pachos na testa, terço na mão,
Uma botija, chá de limão,
Zaragatoas, vinho com mel,
Três aspirinas, creme na pele
Grito de medo, chamo a mulher.
Ai Lurdes que vou morrer.
Mede-me a febre, olha-me a goela,
Cala os miúdos, fecha a janela,
Não quero canja, nem a salada,
Ai Lurdes, Lurdes, não vales nada.
Se tu sonhasses como me sinto,
Já vejo a morte nunca te minto,
Já vejo o inferno, chamas, diabos,
Anjos estranhos, cornos e rabos,
Vejo demónios nas suas danças
Tigres sem listras, bodes sem tranças
Choros de coruja, risos de grilo
Ai Lurdes, Lurdes fica comigo
Não é o pingo de uma torneira,
Põe-me a Santinha à cabeceira,
Compõe-me a colcha,
Fala ao prior,
Pousa o Jesus no cobertor.
Chama o Doutor, passa a chamada,
Ai Lurdes, Lurdes nem dás por nada.
Faz-me tisana e pão de ló,
Não te levantes que fico só,
Aqui sozinho a apodrecer,
Ai Lurdes, Lurdes que vou morrer.
                                                                                                 

Continue a surpreender-se, porque lhe vamos dizer quem é o autor deste poema.


Pois é!, este poema é de António Lobo Antunes, que soube transmitir com eloquência e ritmo, a aflição de um homem, quando se sente ... constipado, e a presença da Lurdes, que tudo faz para lhe demonstrar o seu amor.
Á semelhança do que fez Lobo Antunes, escreva-nos uma frase ou um poema, dizendo o que é para si o amor  e deixe que a sua escrita seja lida em qualquer parte do mundo.



"O amor é como a gripe:
pega-se na rua e resolve-se na cama."

Contamos consigo. Participe!

janeiro 27, 2012

SUGESTÃO DE FIM DE SEMANA

Livro, quando te fecho, abro a vida.
                                               Pablo Neruda


A nossa sugestão de fim de semana é um pouco diferente da habitual. Não lhe sugerimos a leitura de um livro em especial, antes o convidamos a entrar no mundo da fantasia, da imaginação, dos livros e das bibliotecas. Convidamo-lo a  ver este pequeno filme, com apenas 15 minutos,  intitulado "The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore" [Os fantásticos livros voadores do Sr. Morris Lessmore], de  William Joyce e Brandon Oldenburg, que é um dos nomeados aos Oscares 2012 da Academia, na categoria de melhor curta metragem de animação (short film animated).

Ora veja, como o mundo da eletrónica mantém a magia dos livros e da leitura.




Tendo como fonte de inspiração o furacão Katrina, a comédia protagonizada por Buster Keaton ou a magia do Feiticeiro de Oz, o filme  conta a história de Morris Lessmore, que um dia voa para um país onde os livros estão vivos e querem oferecer a cada um a sua história.
"The fantastic flying books of Mr. Morris Lessmore", é uma curta metragem de animação, distribuída em forma de aplicação para iPad. William Joyce, saído dos estúdios da Pixar, recorrendo a técnicas de animação 2D e 3D, criou um verdadeiro eBook infantil interativo, que delicia crianças e adultos. 

Sobre o formato para iPad, o criador William Joyce afirmou: "Acreditamos que os tablets possam fornecer uma nova experiência narrativa, tão vasta e potente quanto a oferecida pela televisão e pelos livros." 


"The fantastic flying books of Mr. Morris Lessmore" surge numa altura em que as editoras começam a perder o otimismo inicial da transição do livro em formato papel para o formato digital.
Um novo estudo mostra, que cada vez menos editores têm esperança no futuro das sua empresas na transição para os livros em formato digital. O ano passado, 51% dos CEO das editoras achavam que a mudança era vantajosa, mas este ano só 28% continua a ter a mesma opinião. Veja aqui.

É uma matéria que merece a nossa reflexão. A portabilidade dos tablets conseguirá impor novos formatos de leitura? Serão eles a materialização mais perfeita da ideia de convergência de meios de comunicação, informação, educação e negócios, idealizada por Steve Jobs?


Qualquer que seja o seu formato preferido, impresso ou digital, o importante é que leia, pois ler estimula o cérebro humano, segundo um estudo de psicólogos da Universidade de Washington. Veja aqui.


Venha à Biblioteca Municipal da sua cidade, faça-se leitor e leve um livro consigo.
Consulte o nosso catálogo bibliográfico on-line
em: http://services.cm-mgrande.pt/pacweb


Esperamos por si! Tenha um bom fim de semana!

janeiro 25, 2012

POETA CASTRADO, NÃO!


"Tinha para mim esse grau insubstituível que resulta do facto
de ser uma amálgama de personalidades numa só."
                                               Carlos do Carmo




Oriundo de uma família da alta burguesia, José Carlos Ary dos Santos, conhecido no meio social e literário por Ary dos Santos, nasceu em Lisboa a 7 de Dezembro de 1937.
Aos catorze anos, a sua família publica-lhe alguns poemas, considerados maus pelo poeta. No entanto, Ary dos Santos revelaria verdadeiramente as suas qualidades poéticas em 1954, com dezasseis anos de idade. É nessa altura que vê os seus poemas serem selecionados para a Antologia do Prémio Almeida Garrett.

É então que Ary dos Santos abandona a casa da família, 
exercendo as mais variadas atividades para seu sustento económico, que passariam desde a venda de máquinas para pastilhas até à publicidade. Contudo, paralelamente, o poeta não cessa jamais de escrever e em 1963 dar-se -ia a sua estreia efetiva com a publicação do livro de poemas  " A Liturgia do Sangue".
Ary dos Santos foi considerado como "o publicitário da emoção, criativo e genial" pelo talento demonstrado nesta área. São dele slogans que toda  gente repetiria, criados no âmbito de determinadas campanhas: "Compre Hoje a Sua Casa de Amanhã", Minha Lã, Meu Amor", "Knorr é naturalmente melhor"...

Em 1969, ano que o próprio Ary dos Santos considerava ter marcado decisivamente a sua vida, inicia-se na atividade política ao filiar-se no PCP, participando de forma ativa nas sessões de poesia do então intitulado "canto livre perseguido".
Entretanto, concorre, sob pseudónimo, ao Festival da Canção da RTP com os poemas "Desfolhada" e "Tourada", obtendo os primeiros prémios. É aliás através deste campo – o da música - ,  que o poeta melhor se tornaria conhecido entre o grande público.

"Contra o que muita gente pensa e diz, aquilo que eu sou, serei e procurarei ser, fundamentalmente, é poeta. Não apenas poeta que escreve versos, não apenas não literato, não apenas poeta desta, ou daquela ou daqueloutra corrente literária, mas poeta que procura de facto a poesia na vida. (...). Quanto a mim a poesia é, ou devia ser, um pouco  como uma flor que nasce, uma árvore que irrompe, uma pedra que se levanta. Em suma inevitável (...)."
                                            José Carlos Ary dos Santos, in O Século Ilustrado, 07/06/1969

Autor de mais de seiscentos poemas para canções, Ary dos Santos fez no meio muitos amigos. Gravou, ele próprio, textos ou poemas de e com muitos outros autores e intérpretes e ainda um duplo álbum contendo "O Sermão de Santo António aos Peixes do Padre António Vieira".
À data da sua morte tinha em preparação um livro de poemas intitulado "As palavras das Cantigas", onde era seu propósito reunir os melhores poemas dos últimos quinze anos, e um outro intitulado "Estrada da Luz - Rua da Saudade", que pretendia que fosse uma autobiografia romanceada.
O poeta deixou-nos a 18 de janeiro de 1984.

Postumamente, o seu nome foi dado a um largo do Bairro de Alfama, descerrando-se uma lápide evocativa na casa da Rua da Saudade, onde viveu praticamente toda a sua vida. Ainda em 1984, foi lançada a obra "VIII Sonetos de Ary dos Santos", com um estudo sobre o autor, de Manuel Gusmão e planeamento gráfico de Rogério Ribeiro, no decorrer de uma sessão na Sociedade Portuguesa de Autores, da qual o autor era membro.
Todos os grandes cantores o interpretaram, desde Fernando Tordo, Simone de Oliveira, Tonicha, Paulo de Carvalho, Carlos do Carmo, Amália Rodrigues,  Kátia Guerreiro, entre outros.
Hoje, o poeta do povo é reconhecido por todos e todos conhecem Ary dos Santos, pois a sua obra permance na memória coletiva.
Em 2009, Mafalda Arnauth, Susana Félix, Viviane e Luanda Cozetti deram voz a um álbum de tributo  "Rua da Saudade - Canções de Ary dos Santos".


Soneto do trabalho

Das prensas dos martelos das bigornas
das foices dos arados das charruas
das alfaias dos cascos e das dornas
é que nasce a canção que anda nas ruas.

Um povo não é livre em águas mornas
não se abre a liberdade com gazuas
à força do teu braço é que transformas
as fábricas e as terras que são tuas.

Abre os olhos e vê. Sê vigilante
a reacção não passará diante
do teu punho fechado contra o medo.

Levanta-te meu Povo. Não é tarde.
Agora é que o mar canta é que o sol arde
pois quando o povo acorda é sempre cedo.

                                       José Carlos Ary dos Santos, in Obra Poética


Na sua Biblioteca Municipal encontrará a biografia do autor, é só ver AQUI.
A sua poesia,  pode encontrá-la AQUI

Esperamos Por Si





janeiro 23, 2012

QUER SABER SE É UM LEITOR CONSCIENTE?

Então faça o teste.

a) Com que regularidade requisita livros na Biblioteca Municipal? 
  1. Várias vezes por ano (5 pontos)
  2. Uma vez por ano (2 pontos)
  3. De 5 em 5 anos (1 ponto)
b) Costuma escrever e sublinhar os livros requisitados?
  1. Nunca (5 pontos)
  2. Frequentemente (2 pontos)
  3. Sempre  (1 ponto)              
c) Requisita livros e lê-os?
  1. Leio os livros todos (5 pontos)
  2. Nem sempre os leio todos  (2 pontos)
  3. Não leio nenhum (1 ponto)
d) Requisita livros e cumpre os prazos de devolução?
  1. Sempre (10 pontos)
  2. Ás vezes (2 pontos)
  3. Nunca (1 ponto)
e) Quando não consegue cumprir os prazos solicita a renovação do empréstimo?
  1. Sempre (10 pontos)
  2. Quando me lembro (2 pontos)
  3. Nem me preocupo (1 ponto)

Se totalizou:
- 35 pontos, PARABÉNS, você é um leitor consciente.
- de 10 a 34 pontos, ainda não é um leitor consciente, tem de se esforçar mais, respeitar os outros leitores e ser mais cumpridor.
- até 9 pontos, não é um leitor consciente, não se preocupa com os outros e tem de mudar a sua maneira de ser.


****************************************

Como pode ver valorizámos muito o cumprimento dos prazos de devolução dos livros.  É sem dúvida um aspeto fundamental para se ser um leitor consciente e respeitador e essencial para que a Biblioteca Municipal continue a prestar um bom serviço público.





    Os livros da Biblioteca Municipal não são de quem os requisita.
    Eles são de TODOS. 
    Respeite os outros. Cumpra os prazos de empréstimo. 

janeiro 20, 2012

LEITURA DE FIM DE SEMANA

Ilustração de Elina Ellis

Depois do período das festividades (natal e passagem de ano), durante o qual certamente todos nós cometemos os nossos pecados, a nossa sugestão de leitura de fim de semana pretende ajudá-lo a retomar hábitos alimentares mais saudáveis e a cuidar melhor de nós mesmos.

"Comer é uma necessidade, mas comer com inteligência é uma arte"
                                                                 La Rochefoucault


TOP 100 ALIMENTOS QUE CURAM
De Paula Bartimeus
Editora Sinais de Fogo

Este livro revela as incríveis propriedades de frutos, legumes, cereais, gramíneas, vegetais, sementes, ervas aromáticas e especiarias - bem como outros alimentos exóticos - e explica os seus efeitos preventivos e curativos.  
Quer pretenda manter-se saudável, combater alguma doença específica ou apenas desfrutar da melhor nutrição, encontrará todas as respostas neste guia essencial.


SABIA QUE ...

tofu nos pode proteger da osteoporose?
As bagas goji podem reforçar o nosso sistema imunitário?


A água quente com sumo de limão e mel é um dos melhores remédios para uma dor de garganta?

O seu elevado teor de vitamina C e as suas qualidades naturais anti-sépticas fazem dele um remédio eficaz para as dores de garganta, contipações, gripe e outras infeções. O limão estimula a vesícula que, por sua vez, ajuda o fígado e a função digestiva.



A linhaça é miraculosa, com benefícios tão diversos como evitar a obstipação, baixar a tensão arterial elevada e equilibrar hormonalmente?

Promove a saúde do coração, reduzindo o colesterol, a tensão arterial e a formação de placas nas paredes das artérias. Propicia também a perde de peso, removendo o excesso de fluidos dos tecidos, e reforça o metabolismo, ajudando a queimar calorias. Protege contra o cancro da mama e ajuda a reduzir os sintomas de afrontamento durante a menopausa.
A linhaça contém também propriedades antivirais, antibacterianas e antifúngicas e ajuda a pele a manter um aspeto jovem.


Mostrámos só dois dos alimentos  que aliviam vulgares
 doenças e melhoram a saúde e a vitalidade.

Para ficar a saber quais são os outros 98
é só vir à Biblioteca Municipal e requisitar o livro.


Tenha um bom fim de semana

janeiro 17, 2012

JOSÉ MARTINS SARAIVA, 1926-2012



José Martins Saraiva nasceu a 10 de maio de 1926 na Marinha Grande. Aqui fez a escola primária e tirou o curso industrial na antiga Escola Industrial Guilherme Stephens. Aos 12 anos começou a aprender a arte de pintor de vidros na Companhia Industrial Portuguesa (Fábrica Nova), sob a chefia do mestre João Pereira Correia. Aos 21 anos integrou a secção de desenho industrial, a qual viria a chefiar até aos 39 anos, altura em que ingressou na indústria de moldes para plásticos onde foi desenhador e técnico industrial até aos 65 anos.
Praticou futebol e atletismo no Atlético Clube Marinhense, até aos 18 anos. Foi campista, com a carta nº 914 de 1949, da Federação Portuguesa de Campismo, quando o campismo se iniciava duma forma pura e se fazia a pé, de mochila às costas e um bordão na mão, pelos carreiros de areia solta que existiam por entre os pinheiros do Pinhal do Rei.
Como fervoroso columbófilo, foi durante 15 anos, na Secção Columbófila do Atlético Marinhense e na Sociedade Columbófila Marinhense, diretor e presidente do conselho técnico.
Fundou e chefiou durante 10 anos, a Secção de Xadrez da S.I.R. 1º de Maio. Fundou o Núcleo de Xadrez da Marinha Grande, o qual anos mais tarde, a instâncias do seu amigo Dr. J. H. Vareda, passaria a coexistir, no Sport Operário Marinhense, com a Secção de Xadrez dessa associação cultural.
Foi um dos fundadores da Associação de Xadrez do distrito de Leiria, onde foi presidente e secretário da direção e presidente da assembleia-geral.
José Martins saraiva iniciou a sua atividade literária aos dezoito anos, alcançando diversos primeiros prémios nas modalidades de poesia e conto. Colaborou em vários jornais: Gazeta do Sul, A Voz da Marinha Grande, Região de Leiria, A voz de Domingo, Jornal da Marinha Grande, O Correio e em O Mensageiro. Colaborou no Rádio Clube Marinhense no programa "Jarretadas" trazendo ao conhecimento do auditório a bibliografia dos poetas marinhenses.


Lançamento do seu livro "A paixão do Príncipe Hiram"
na Biblioteca Municipal da Mª Grande
Sonetista de grande mérito, recebeu prémios e críticas entusiásticas pela sua inspiração e domínio na difícil arte do soneto, nos jornais Século, Região de Leiria, O Correio, Jornal de Leiria, Jornal de Coimbra, Jornal de Aveiro, Jornal de Viseu, entre outros.
Foi distinguido no VII Encontro de Poetas do Distrito de Leiria, organizado pelo Rotary e foi o primeiro ser referênciado pelo poeta marinhense, recentemente falecido, Luiz Manuel, na sua secção "O País do Poema" do jornal O Correio.
Participou, em 23 de abril de 2008, na Biblioteca Municipal da Marinha Grande, no Encontro de Autores Marinhenses, onde dissertou sobre literatura (poesia e prosa), tendo inclusivamente declamado vários sonetos  do seu livro "Marinha Cidade Nova".
José Martins Saraiva está mencionado na edição de 1979, do Dicionário dos Autores do Distrito de Leiria (pág. 208).
De 2006 a 2008, foi confrade da "Confraria da Sopa dos Vidreiros", para a qual escreveu o seu pretenso futuro hino.
Faleceu dia 15 de janeiro de 2012.

É para além da vida...

É para além da vida, o mar sem fim,
Da dúvida e do desejo misturado,
Onde tudo que tenho ambicionado,
Está longe, tão longe, já, de mim!...

É para além do horizonte, - Enfim! -
Que fica, sempre, o reino procurado,
Tudo de quanto ando enamorado,
Que sempre se negou a dizer sim...

É para além da vida o que pressinto,
Que busco sem parar e é mais além,
Que, eu próprio, a mim mesmo às vezes minto.

Para fingir coragem que não vem;
Pois é preciso crer, que sempre a sinto,
Para me convencer a mim também!...
                     
                    José Martins Saraiva, in Para lá da onda que começa 


Este e outros sonetos pode encontrá-los AQUI,
bem como os contos e as lendas, que José Martins Saraiva
 tão bem soube contar.

É só vir à Biblioteca da sua cidade.


janeiro 13, 2012

18 DE JANEIRO DE 1934

Com a aproximação de uma data tão emblemática para os marinhenses, sugerimos para leitura de fim de semana o livro "Antecedentes Sociais do 18 de Janeiro de 1934 na Marinha Grande", de Hermíno de Freitas Nunes, para que possa compreender melhor a história da sua cidade e das suas gentes.

"O movimento revolucionário de 18 de Janeiro de 1934, derradeira tentativa reviralhista de expressão sindical operária, contra a ditadura do Estado Novo de Salazar e a extinção do sindicalismo democrático, mercê do redundante falhanço do movimento a nível nacional, veio a ter como epicentro o operariado da Marinha Grande, rijamente temperado pelas lutas e movimentos sociais das primeiras décadas do século XX, e uma longa e vasta experiência de associativismo laico e religioso". pág. 11.

"O 18 de Janeiro de 1934 rebentaria em mais uma madrugada de esperança, alimentada por um sonho desfasado no tempo, que se transformou numa pesada derrota para o operariado revolucionário. Abortada a tentativa de revolução e destroçado o movimento sindical, o operariado revolucionário perderia as suas raízes e os seus melhores activistas, acorrentados ou mortos em Angra de Heroísmo e no Tarrafal". pág 237-238


Hermínio de Freitas Nunes nasceu em 1956 na freguesia de S. Julião, Figueira da Foz. Na sua infância trabalhou na Fábrica Nacional de Vidros, na Marinha Grande, onde se radicou definitivamente em 1977, desenvolvendo a sua atividade profissional na indústria de moldes. Jornalista e conferencista, tem colaboração literária dispersa por vários jornais e revistas, em artigos de opinião, história e poesia. Investigador da história da Marinha Grande, especialmente dos fenómenos políticos e sociais do operariado vidreiro, tem dedicado particular atenção ao movimento sindical e à luta anti-fascista durante o período do Estado Novo, com incidência na investigação e divulgação do movimento operário de 18 de janeiro de 1934.
Em 2000 encetou um novo capítulo nas suas investigações, alargando-as ao movimento religioso e sua influência no tecido social da região, iniciando um ciclo de estudos sobre o século XIX na Marinha Grande, agora alargado à história das origens da pesca e dos pescadores, dedicados às artes tradicionais do arrasto costeiro nas praias da região de Leiria. É membro do Conselho Consultivo e Científico do centro de Estudos do Mar e das Navegações Luís de Albuquerque - CEMAR  (Figueira da Foz).

Hermínio de Freitas Nunes dedica-se atualmente ao restauro de relojoaria grossa, férrea, de torre ou monumental, e já foram por si intervencionados os medidores de tempo mecânicos do Santuário de Santa Maria de Vagos; Igreja de S. Francisco, Redinha, Pombal; Torre Municipal de Aljubarrota, Alcobaça; Agência de Coimbra do Banco de Portugal; Igreja Paroquial da Marinha Grande; Escola velha de Almeirim; Santuário do Senhor Jesus dos Milagres, Leiria; Torre do Mercado de Benfica do Ribatejo; Igreja Paroquial  de Ançã.
O seu mais recente trabalho foi no relógio da torre sineira, na Igreja de Nossa Senhora do Pópulo, Caldas da Rainha.


De Hermínio de Freitas Nunes, contrarará AQUI bibliografia disponível na sua Biblioteca para empréstimo domiciliário.


Se pretender conhecer a obra de mais autores locais, visualize a barra lateral do blogue e faça a sua pesquisa no nosso catálogo bibliográfico.

 Se o seu interesse recai sobre o 18 de janeiro de 1934, consulte AQUI
a bibliografia que disponiblizamos para consulta.



***************************

CONVITE

Já agora! Não deixe de passar pela Biblioteca Municipal na próxima 4ª feira, dia 18 de janeiro, pelas 14:30, na sala audio-vídeo, e assista à visualização do filme com a reconstituição teatral dos acontecimentos do 18 de janeiro de 1934, realizada na Marinha Grande em 1998, com o apoio da Câmara Municipal e integrada no âmbito das comemorações dos 250 Anos da Indústria Vidreira, sob a direção e encenação de Norberto Barroca e que contou com a participação de numerosos atores e figurantes . A entrada está condicionada à lotação da sala.

Pode aproveitar também para ver no átrio da entrada da Biblioteca a exposição de fotografias antigas da Marinha Grande e uma mostra bibliográfica de autores e bibliografia do concelho.

Não perca, são muitas as razões para vir à Biblioteca da sua cidade!


***************************


Bom Fim de Semana com Boas Leituras




janeiro 11, 2012

LIVROS EM MOVIMENTO


Ontem, dia 10 de janeiro, houve LIVROS EM MOVIMENTO pelas escolas do 1º CEB do concelho.


Não sabe o que é?
Nós explicamos.



É um projeto da Biblioteca Municipal, através do qual caixas com livros infanto-juvenis são distribuídos pelas escolas do 1º CEB, que não possuem biblioteca escolar devidamente equipada e inserida na Rede de Bibliotecas Escolares.
Desta forma, proporcionamos aos alunos, às famílias e aos professores maior facilidade no acesso ao livro e à leitura, para além de se constituírem potenciais instrumentos de trabalho que poderão contribuir para diversificar as estratégias desenvolvidas em contexto de sala de aula. Este projeto teve o seu início no ano letivo 2009/2010, contando com a adesão de  13 escolas, com localização geográfica dispersa, envolvendo cerca de 35 turmas e aproximadamente 800 alunos. 

O transporte e rotação periódica dos livros pelas diferentes escolas é assegurado pelas funcionárias da Biblioteca Municipal, em articulação com os respetivos professores-coordenadores das escolas aderentes. Todos os livros  foram previamente catalogados, classificados e etiquetados, encontrando-se em condições de poderem ser requistados pelas crianças para leitura em família.

"As crianças desenvolvem-se melhor e têm melhores resultados na escola quando contactam com livros diariamente. [...] Os pais, avós, tios ou padrinhos desempenham um papel importante se lerem em voz alta e se ajudarem as crianças a gostar de livros."

Excerto retirado do site do Plano Nacional de Leitura



A Biblioteca Municipal dá o seu contributo para a promoção da leitura.
A escola  ensina e incentiva as crianças a ler. 
A família deverá também partilhar esta responsabilidade. 

LEIA + EM FAMÍLIA  


janeiro 09, 2012

PARABÉNS MARIA TERESA HORTA

Depois de uma semana em que o blogue da Biblioteca Municipal esteve ausente da sua companhia para atualizações, que esperamos sejam do seu agrado, nada melhor para retomarmos a nossa habitual atividade do que a apresentação da autora distinguida pelo Prémio Literário D. Dinis deste ano, Maria Teresa Horta, com o romance As Luzes de Leonor.

"As Luzes de Leonor", obra publicada em 2011 pela D. Quixote, é um romance sobre a vida da marquesa de Alorna, Leonor de Almeida Portugal de Lorena e Lencastre (1750-1839), neta dos marqueses de Távora, uma mulher que se destacou na história literária e política de Portugal num período denominado por "século das luzes".

O Prémio Literário D. Dinis foi criado em 1980 pela Fundação Casa de Mateus, em Vila Real, e é atribuído a uma obra literária de poesia, ensaio ou ficção, publicado no ano anterior ao da atribuição do prémio. O júri desta edição foi composto pelos escritores Vasco Graça Moura, Nuno Júdice e Fernando Pinto do Amaral.

"(...) sem dúvida um dos maiores romances biográficos da literatura portuguesa e, também sem dúvida, uma narrativa que marcará doravante os estudos sobre o iluminismo português e as origens do romantismo oitocentista em Portugal (...).
(...) As Luzes de Leonor é uma biografia apaixonada, escrita num tom de ardente paixão pela vida  e obra da biografada, mas, sobretudo, uma biografia apaixonante. Com efeito, sendo conhecidas a obra de MTH e a sua atividade militante em prol do feminismo, não custa admitir uma fusão entre a autora, a narradora e o privilégio atribuído a certas características da personalidade de D. Leonor de Almeida."
                                             
                        Miguel Real, in Jornal de Letras de junho/2011


Maria Teresa Horta nasceu em Lisboa a 20 de maio de 1937. Oriunda, pelo lado materno, de uma família da alta aristocracia portuguesa, conta entre os seus antepassados a célebre poetisa Marquesa de Alorna.
Estudou na Faculdades de Letras da Universidade de Lisboa. Dedicou-se ao cine-clubismo, como dirigente do ABC Cine-Clube, ao jornalismo e à questão feminismo, tendo feito parte do Movimento Feminista de Portugal, juntamente com Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa. Em conjunto publicaram o livro "Novas Cartas Portuguesas", em 1971 e cujo conteúdo levou as autoras a tribunal.

Maria Teresa Horta também fez parte do grupo Poesia 61.
Publicou diversos textos em jornais como Diário de Lisboa, A capital, República, O século, Diário de Notícias e Jornal de Letras, tendo sido também chefe de redação da revista Mulheres.
A sua obra encontra-se marcada por uma forte tendência de experimentação e exploração das potencialidades da linguagem, numa escrita impetuosa e frequentemente sensual.
Maria Teresa Horta foi ainda distinguida com o Prémio Ficção Revista Mulheres, com o seu romance Ema, e o seu livro Poesia Reunida, publicado em 2010, foi distinguido com o Prémio Máxima Vida Literária.
 As Luzes de Leonor, obra de uma vida, que demorou 13 anos a escrever, implicando "muita pesquisa e muita paixão" é o seu mais recente romance.


Para ficar a conhecer melhor a obra de Maria Teresa Horta,
Veja AQUI  ou na barra lateral do blogue,
a bibliografia que a sua Biblioteca dispõe para empréstimo domiciliário.

Tenha uma Boa Semana com Boas Leituras

janeiro 02, 2012

ANO NOVO, VIDA NOVA

2012 não será um ano fácil, mas não podemos baixar os braços.
Iremos continuar o nosso trabalho de aproximação aos leitores e incentivo à leitura, fazendo cada vez mais e melhor.

Com este propósito, informamos os nossos leitores, seguidores e visitantes que nos próximos dias iremos proceder algumas reformulações no nosso Blogue, pelo que a atividade será retomada logo que possível.

Esperamos continuar a merecer as suas visitas, comentários e sugestões.




LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...