março 25, 2022

PAREM TODOS OS RELÓGIOS

 


Aos trinta e seis anos, a professora de literatura Helena Remington apaixona-se loucamente por um italiano de visita a Lisboa. O romance entre os dois, intenso e tórrido, é porém abruptamente interrompido por um acidente de automóvel na costa italiana, onde ambos passavam férias.
Decorridos vinte anos sem notícias de Fabrizio, Helena recebe uma carta da filha dele com um pedido ousado e urgente. Para o satisfazer, terá de lançar-se na mais arriscada aventura da sua vida, envolvendo-se com gente perigosa numa autêntica corrida contra o tempo. Tudo para salvar o homem que tanto amou.
Muitos anos mais tarde, Carlos - o sobrinho-neto preferido de Helena - conhece Francesca, uma rapariga italiana que também precisa de ser salva e que o destino transforma em tradutora de cartas de amor.



"E depois... Tudo aquilo passaria, tudo aquilo seria uma memória. O Verão, a costa italiana, Fabrizio, o quotidiano preenchido com todos os atos do amor, tudo se tornaria passado e ela voltaria à sua existência de solteirona em Lisboa, à hipocrisia, ao regime poeirento, às infames notícias da guerra, aos colegas burocráticos e medíocres, à mentalidade de bairro, aos boatos pequeno-burgueses, aos padres decorativos, aos ministros com caspa, ao país que se assoava à gravata."


Parem Todos os Relógios
um romance sobre as consequências do amor, 
que combina elementos de thriller policial, história de amor e épico familiar.
Um romance sobre amores proibidos e trágicos que atravessam duas gerações da mesma família.




Nuno Amado nasceu em Lisboa em 1978. Licenciou-se em Psicologia Social e das Organizações e Psicologia Clínica. É doutorado em Psicologia do Desenvolvimento pelo Instituto Superior de Psicologia Aplicada da Universidade Nova.
Atualmente divide a sua atividade entre a prática clínica e o ensino, ocupando a posição de Professor Adjunto no Instituto Superior de Educação e Ciências.
As suas atividades de investigação têm-lhe permitido publicar e participar em vários congressos científicos em Portugal e no estrangeiro. Em Portugal é pioneiro no estudo da Psicologia do Amor.
Em 2012 estreou-se na ficção com À Espera de Moby Dick, a que se seguiu em 2015 Manual de Felicidade para Neuróticos.
Em 2017, o romance que hoje sugerimos para leitura do seu fim de semana, Parem todos os Relógios, foi finalista do Prémio Leya.
Para além da nossa sugestão de leitura, o Leitor tem à sua disposição para empréstimo domiciliário, do mesmo autor,  Ups, já fiz asneira outra vez.

Pintura de Belinda del Pesco



Boa Leitura




março 21, 2022

21 de MARÇO

DIA MUNDIAL DA POESIA E DA ÁRVORE

O Dia Mundial da Poesia comemora-se anualmente, a 21 de março. A data foi implementada na 30.ª Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em 1999. Este dia pretende salientar a importância da poesia enquanto manifestação artística comum a toda a Humanidade. Celebra-se também a criatividade, a pluralidade linguística e cultural e promove-se o ensino e declamação da poesia.



LEIA POESIA




março 16, 2022

POR TRÁS DOS SEUS OLHOS


"Uma obra imperdível... um thriller brilhante"
                                                                                          Stephen King


"(...) Chego cedo - pela primeira vez nos últimos tempos - e, em vez de entrar diretamente, decido dar um passeio pelo quarteirão e desfrutar da bela manhã. Também acrescentará à minha contagem de passos, a nova aplicação no meu telemóvel que insiste discretamente que eu chegue aos dez mil. Outra ideia da Adele. Ela é uma boa amiga. E o pior de tudo é que, se isto alguma vez fosse parar a um programa de televisão, eu seria vista como uma grande cabra. E talvez seja. A verdade é que me estou a comportar como tal. Sei disso. Mas as coisas nunca são preto no branco, pois não?"

Louise - Mãe solteira, fez do filho o seu mundo. Trabalha em part-time. Segue um quotidiano discreto e preso à rotina. Mas tudo muda quando, numa rara saída à noite, conhece David num bar... não sabendo que se trata do seu novo chefe. Ambos sentem de imediato uma atração mútua.
David - É ainda jovem, bem-sucedido, encantador e dedicado à sua mulher. Louise nem consegue acreditar que um homem como David se sinta atraído por ela. E tudo se complica quando Louise conhece Adele, a mulher de David.
Adele - Bela, elegante, delicada. Perfeita em todos os aspetos. Um dia conhece Louise, de quem se torna desde logo amiga.

Fascinada por Adele e David - o casal ideal, aparentemente irrepreensível -, Louise acaba por se ir envolvendo na intricada teia que é aquele casamento. E, a pouco e pouco, à medida que penetra cada vez mais nas suas vidas, começa a descobrir que há falhas entre eles... 
Será David realmente o homem que ela pensava conhecer tão bem?
Será Adele tão frágil quanto aparenta?
Que segredos inquietantes e perigosos escondem eles?
E até onde serão capazes de chegar para os esconder?




Um thriller com um final surpreendente e inesperado, que se lê de um só fôlego e que também pode ser vista na Netflix. Estreou em fevereiro de 2021, a minissérie de 6 episódios.



POR TRÁS DOS SEUS OLHOS
de Sarah Pinborough

É uma história envolvente, repleta de mentiras, paixão e traição e que reinventa
 com mestria o tradicional triângulo amoroso.


Sarah Pinborough, nasceu em 1972 em Buchinghamshire, no Reino Unido.
É autora de várias obras para adultos, jovens adultos e adolescentes, sendo um dos mais destacados nomes da nova geração de escritores de thriller psicológico.
Venceu por três vezes o British Fantasy Award, em 2009 e 2010 na categoria de melhor conto, e em 2014 na categoria de melhor novela. Ao longo da sua carreira, já publicou mais de 20 livros de ficção. 
É também argumentista, tendo colaborado em projetos televisivos para a BBC. 
Para além do livro que hoje divulgamos, a Biblioteca Municipal tem também, para empréstimo domiciliário, o seu thriller de 2017, intitulado 13 minutos.





"Uma história de cortar a respiração.
Um final surpreendente que faz o leitor voltar ao início para ver se tudo faz sentido. 
E faz mesmo."
                                                   The Guardian





março 08, 2022

FAZER OUVIR A SUA VOZ





"A pista das palavras cruzadas era coisa como "atividade geralmente exercida por mulheres". Não me lembro da solução, mas nunca mais me esqueci da resposta do meu sobrinho, na altura com 9 anos: "limpar a casa". Raio dos putos, parece que nascem ensinados: chegam de dedo em riste para mexer nos ecrãs tácteis, e parece que têm entranhado no ADN que limpar a casa é função das mulheres. 
Quando soube que o meu filho era rapaz, a primeira coisa que me ocorreu foi: como é que vou eliminar estes resquícios pegajosos de machismo do seu organismo? Quase todos os homens que amo e respeito, que considero e que se consideram feministas, têm comportamentos em que, aqui e ali, ainda ecoa essa herança. Há uma certa falta de preocupação e proatividade doméstica, como a peúga que se deixa num canto ou o prato que não se levanta da mesa. É mais forte que eles - o que não é desculpa. Atrás desses homens há uma história de mulheres invisíveis que, como por magia, faziam as peúgas e os pratos sujos desaparecer e aparecer de novo limpos e arrumados - tcharam!
Esta engrenagem silenciosa não só gerou homens-crianças como gerou mulheres-senhoras que, em pleno século XXI, ainda se chegam à frente porque, enfim, é mais forte que elas. Que arregaçam as mangas e dizem: "Se eu não fizer, ninguém faz". Que acham que estão a tomar as rédeas da vida doméstica, mas estão apenas a ser condescendentes como as outras antes delas. (...)



Se as mulheres soavam a mulheres, era porque precisavam de refletir a sua feminilidade, de fazer ouvir a sua voz. Se os homens soavam ao Universo, era porque nunca precisaram de pensar sobre a sua masculinidade. Podiam simplesmente percorrer os meandros da condição humana, ir mesmo lá ao fundo, chafurdar na filosofia à vontade - porque , entretanto, havia uma mulher que pegava nas peúgas e nos pratos e que os deixava escrever, que os deixava pensar, que os deixava ser. (...)



Tenho complexos de chamar a atenção dos homens à minha volta: apanha a peúga, é preciso fazer, é preciso tratar. Por um lado, provoca-me dores de crescimento ouvir-me dizer essas coisas, ver-me obrigada a ser pragmática e eficiente - menos interessante, portanto. Por outro, faz-me sentir encurralada num sistema de estereótipos: há muitos homens que ainda acham que as mulheres são umas chatas (porque não os deixam ser) e muitas mulheres que assumem essa função (porque não se permitem ser).
Mas quero crer que hoje sou mulher e sou humanidade. E penso: o que poderiam ter sido as mulheres que viveram para deixar os homens viver? O que poderiam ter sido as minhas avós, a minha mãe?
Espero que, daqui a uns anos, o meu filho pegue neste livro e ache esta reflexão obsoleta. 
E, já agora, espero que depois o volte a guardar na estante."
Ana Markl










SER FEMINISTA É SER A FAVOR DOS DIREITOS HUMANOS




março 04, 2022

SOU HISTORIADORA DE ALMAS


"O mundo russo é bom: a sua humanidade, assim como tudo o que o mundo tem
 venerado até agora:
 a sua literatura, o seu balé, a sua grande música. 
O que não é apreciado é o mundo de Béria, Stalim, Putin e Sergei Shoigu"



Filha de pai bielorrusso e de mãe ucraniana, Svetlana Aleksievitch, nasceu a 31 de maio de 1948 na Ucrânia, em Stanislav, hoje Ivano-Frankivsk mas cresceu em Minsk, capital da Bielorrúsia, onde vive atualmente. 
Jornalista e escritora, é autora de cinco livros e de vinte guiões de documentários.



A Biblioteca Municipal tem os seguintes livros da autora:
  • A guerra não tem rosto de mulher
  • Rapazes de zinco
  • Vozes de Chernobyl
  • O fim do homem soviético

Svetlana Alexievich criou um novo género literário de não-ficção que é inteiramente seu. Escreve "romances de vozes". Desenvolveu este género literário livro após livro, apurando constantemente a estética da sua prosa documental, sempre escrita a partir de centenas de entrevistas. Com uma notável concisão artística, a sua perícia permite-lhe enlaçar as vozes originais dos testemunhos numa paisagem de almas.




Tem livros publicados em vários países da Europa, Estados Unidas da América, China, Vietname e Índia. Está traduzida em 22 línguas e algumas das suas obras foram adaptadas a peças de teatro e a documentários.
Entre muitos outros importantes galardões internacionais, recebeu:
  • Em 2001 o Erich Maria Remarque Peace Prize
  • Em 2006 o National Book Critics Circle Award para não ficção
  • Em 2011 o Prémio Ryszard Kapuscinski
  • Em 2013 o Prix Medicis Essai
  • Em 2015 o Prémio Nobel da Literatura
  • Em 2021 o Sonning Prize
A Europa está a viver o seu maior desafio desde a Segunda Guerra Mundial.
A 22 de fevereiro, Vladimir Putin ordenou às forças militares russas que entrassem nas repúblicas separatistas ucranianas de Donetsk e Luhansk, chamando a esse ato "missão de paz" e  reconhecendo oficialmente, Donetsk e Luhansk como estados soberanos, totalmente independentes da Ucrânia.
A 24 de fevereiro, Vladimir Putin anunciou uma "operação militar especial" para "desmilitarizar" a Ucrânia, lançando uma operação em larga escala no país. Nesse mesmo dia a Rússia assumiu o controle de Chernobyl

Em 1991, Jacques Lesourne e Bernad Lecomte escreviam 
 O Pós-comunismo: do Atlântico aos Urais



"O que será a URSS de 2025? (...)
- no pior dos casos, um Estado autoritário, centralizado, impondo a sua lei a toda ou em parte da atual URSS, mantendo a segurança exterior graças ao seu armamento nuclear estratégico, fazendo avançar mal ou bem uma economia mista em zonas de liberalização definidas, com uma parte da produção mundial reduzida a sete por cento e um rendimento real médio da ordem dos cinquenta por cento do rendimento francês... (...)
Militarmente, o perigo não desapareceu e subsistirá enquanto a URSS - ou o que lhe suceder - se não tenha tornado numa zona democrática satisfatória e pacífica como a América do Norte ou a Europa Ocidental. Um perigo que se concebe de duas formas: a chantagem nuclear de um governo autoritário desejoso de obter do Ocidente algumas vantagens económicas (...), ou antes uma ação aventureirista desencadeada por uma fração do Exército em situação de quase guerra civil e podendo assim ameaçar países estrangeiros ou as populações soviéticas".






fevereiro 23, 2022

DA MEIA-NOITE ÀS SEIS


"Em final de março apareceu-me esta mulher, a Susana Ribeiro de Andrade,
 assim, com apelido e tudo, o que tem a ver com a ideia de cidadania inteira, 
a pessoa na pólis e o que é que o seu nome carrega."
                                                                           Patrícia Reis



Patrícia Reis nasceu em Lisboa a 12 de dezembro de 1970. Começou a sua carreira de jornalista n'O Independente, na revista Sábado e estagiou na revista norte-americana Time. Esteve no Expresso, fez a produção do programa de televisão Sexualidades, trabalhou na revista Marie Claire, na Elle e nos projetos especiais do diário Público. Desde 2000 que assume a edição da revista Egoista.
Estreou-se na ficção em 2004 e é ainda autora de livros infantojuvenis, muitos deles com o selo do Plano Nacional de Leitura.

Da autora fazem farte do fundo bibliográfico da Biblioteca Municipal os seguintes romances:
  • Morder-te o coração, 2007
  • Antes de ser feliz, 2009
  • Gramática do medo, com Maria Manuel Viana, 2016
  • As crianças invisíveis, 2019
  • Da meia-noite às seis, 2021

Escrita num registo de intimidade que nos envolve, 
esta narrativa segue a vida, presente e passada, de personagens 
que se cruzam e cujas opções de vida refletem o que
 é prioritário em tempos de pandemia.




Susana Ribeiro de Andrade é uma locutora de rádio a tentar sobreviver à perda súbita do marido, vítima de Covid-19.
Rui Vieira, jornalista na mesma estação de rádio, debate-se com as consequências de um acidente que veio expor as fragilidades da sua vida familiar e amorosa.
Ambos vão encontrar um novo alento para reconstruir as suas vidas no programa de rádio das madrugadas, e aquelas horas mortas, da meia-noite às seis, serão uma alternativa ao oxigénio, não só para eles, como para os seus ouvintes.


Pintura de Jack Vettriano


"A Susana e o Rui encontram-se por mero acaso e no fim do livro o que sobra é "estou aqui para ti, o que é que precisas? Não estás sozinho!"
                                                                                                                                              Patrícia Reis






fevereiro 16, 2022

A CADELA

Finalista do National Book Award 2020 nos EUA
Prémio Biblioteca de Narrativa Colombiana 2018
Livro recomendado pelo Plano Nacional de Leitura - PNL 2027-2021


"A magia deste romance reside na capacidade de abordar uma série de questões importantes enquanto parece estar sempre a falar de outras coisas. 
Que questões são essas? 
Violência, solidão, resiliência, crueldade.
Os livros de Pilar Quintana maravilham-nos com a sua prosa
 desassombrada, acutilante, poderosa"
                                                                                                              Juan Gabriel Vásquez


A Cadela 
Pilar Quintana



Na costa da Colômbia virada ao Pacífico - num lugar onde a paisagem luxuriante contrasta com uma pobreza extrema e o homem é uma migalha diante da força dos elementos - vive Damaris, uma negra com cerca de 40 anos que toda a vida quis ser mãe. A sua relação com o marido tornou-se, aliás, fria e turbulenta à medida que o casal foi sacrificando tudo o que tinha à obsessão de Damaris e, apesar disso, ela nunca conseguiu engravidar. Mas a vida desta mulher frustrada parece encontrar uma réstia de esperança no dia em que adota a última cadelinha de uma ninhada.
Só que, tal como os filhos nem sempre correspondem às ambições que os pais têm para eles, Chirli também não será a cadela com que Damaris sonhou.


"Damaris seguiu-a ao longo de todo o jardim até às escadas e viu-a descer, atravessar o canal, que estava seco, chegar ao outro lado, sacudir-se, seguir o seu caminho no meio das crianças que voltavam da escola e perder-se na aldeia, já sem olhar para trás uma única vez. Damaris não chorou, mas quase."




Pilar Quintana nasceu  em Cali, Colômbia, em 1972. É uma das mais aplaudidas e lidas escritoras de toda a América Latina. Trabalhou como guionista de televisão e redatora de publicidade, mas teve também outras ocupações menos ligadas às letras, como ser terapeuta de jaguares, vender roupas ou passear cães.
Foi escritora-convidada na Universidade do Iowa e participou no Workshop de Escritores Internacionais na Universidade do Hong Kong.
Viajou por todo o mundo ao longo de três anos e instalou-se num vilarejo da costa do Pacífico, numa casa sem eletricidade nem água canalizada, donde partiu para Bogotá, onde agora reside.
A Cadela representou um marco na sua carreira como escritora e foi o romance literário mais vendido na Colômbia nos últimos anos.
O romance foi escrito no seu telemóvel enquanto amamentava o seu filho.





"Em A Cadela, Pilar Quintana liga com extraordinária mestria a natureza humana
 e o caos do universo. É um romance cheio de incógnitas sobre os sonhos não realizados,
 a culpa e os lugares por onde passa, apesar de tudo o amor."
                                                                                                                         Gabriela Alemán





fevereiro 09, 2022

IRIA VOLTAR A GUIAR

 


João Pedro Marques nasceu em Lisboa em 1949. Foi professor do ensino secundário e posteriormente, ao longo de duas décadas, foi investigador do Instituto de Investigação Científica Tropical e Presidente do Conselho Científico desse Instituto entre 2007 e 2008.
Doutorado em História pela Universidade Nova de Lisboa, onde lecionou durante a década de 1990, é autor de dezenas de artigos sobre temas de história colonial.
Em 2010 publicou o seu primeiro romance, Os Dias da Febre, seguindo-se Uma Fazenda em África, Vento de Espanha, A Aluna Americana, todos  disponíveis para empréstimo domiciliário na nossa Biblioteca Municipal.
É o seu mais recente romance, O Prazer de Guiar, publicado em setembro de 2021, que hoje apresentamos.


"O Prazer de Guiar representa, uma reação contra a automatização e robotização do mundo e contra o envelhecimento, o meu e o da minha geração. Os personagens centrais do meu romance são um homem e uma mulher de 70 anos que não se resignam a aceitar placidamente o mundo automatizado e sem alma, ainda que confortável, em que vivem, e que decidem quebrar as regras  e viver uma aventura interdita."




Raquel e João têm cerca de 70 anos de idade. Amaram-se na juventude e, em tempos idos, foram casados e criaram filhos em conjunto antes de a vida os ter afastado. O Prazer de Guiar é a história do seu reencontro e reaproximação. É, também, simultaneamente, um romance on the road, no qual o casal reencontrado vai viver uma aventura adolescente que lhe reabre os horizontes numa fase tardia da sua existência.
O palco da sua aventura é Portugal no ano de 2032, um tempo em que o progresso tecnológico trouxe bem-estar, mas em que, paradoxalmente, cerceou as liberdades individuais. Uma época cada vez mais automatizada e robotizada em que o Estado já codificou quase tudo, impôs regras e normas em várias áreas vida coletiva, mas proibiu muitas outras coisas, nomeadamente a possibilidade de conduzir nas cidades e principais estradas do país. 
Serão Raquel e João capazes de lutar por esse direito que lhes foi negado?
Terão sucesso no desafio que lançaram às autoridades?
E conseguirão contornar ou iludir a opressiva vigilância policial?

"Ora o Estado, gerido a partir de Bruxelas, cortara-lhe a liberdade. Por isso, para ele, e desde que a lei dos automóveis autónomos entrara em vigor, o acto de circular mais não era do que o ansioso enjoo a que tinha de sujeitar-se sempre que precisava de fazer uma deslocação de mais de três quilómetros. (...). Os carros sem condutor buliam-lhe com os nervos."

Túnel de árvores
Freguesia de São Salvador da Aramenha, Marvão


"O Prazer de Guiar é um grito de liberdade.
Exprime uma revolta contra a automatização e a regulação na vida futura, 
em resultado de um processo que há anos está em curso."
                                                                                                             Carlos Fiolhais, In Jornal I







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