"Não escrevo a partir de ideias, mas de imagens habitadas, de personagens"
A escritora Lídia Jorge foi distinguida, por unanimidade, com o Prémio da Latinidade "João Neves da Fontoura" 2011.
Até 2008 designado por Prémio da Latinidade "Trofeu Latino", passou em 2009 a ter o nome de Prémio Latinidade "João Neves da Fontoura", ministro dos Negócios Estrangeiros brasileiro a quem se deve a criação da União Latina como organização internacional.
Fundada em 1954, a União Latina é composta por 36 estados de língua oficial ou nacional românica e tem como objetivo promover a reflexão sobre os valores culturais e linguísticos do conjunto da comunidade latina e a consciência da identidade cultural comum destes povos.
Presidido por Eduardo Lourenço, o júri da edição do galardão deste ano decidiu atribuí-lo a Lídia Jorge "pela consagração da sua obra como escritora que muito tem contribuído para o enriquecimento do património cultural e literário do Portugal contemporâneo".
Com este Prémio criado em 2002, a União Latina visa homenagear uma personalidade ou instituição que se tenha distinguido, pela sua obra, na difusão da Latinidade, nos domínios artístico, literário ou científico.
"Tenho uma grande ambição, ser testemunha do tempo que vivo e deixar uma página escrita para o futuro"
Lídia Jorge nasceu em Boliqueime a 18 de Junho de 1946. Licenciou-se em Filologia Românica pela Universidade de Lisboa, tendo sido professora do Ensino Secundário. A publicação do seu primeiro romance, "O dia dos Prodígios" em 1980 constituiu um acontecimento num período em que se inaugurava uma nova fase da Literatura Portuguesa. Mas foi em 1988, com a publicação de "A Costa dos Murmúrios", livro que reflete a experiência colonial passada em África, que a autora confirmou o seu destacado lugar no panorama das letras portuguesas.
Entre outros romances, conta-se em 1998 “O Vale da Paixão" , galardoado com o Prémio Dom Dinis da Fundação da Casa de Mateus, o Prémio Bordallo de Literatura da Casa da Imprensa, o Prémio Máxima de Literatura, o Prémio de Ficção do P.E.N. Clube, e em 2000, o Prémio Jean Monet de Literatura Europeia, Escritor Europeu do Ano. Em 2002 Lídia Jorge publicou “O Vento Assobiando nas Gruas” , romance que mereceu o Grande Prémio da Associação Portuguesa de Escritores e o Prémio Correntes d’Escritas.
Os seus romances encontram-se traduzidos em diversas línguas e em 2006 foi distinguida na Alemanha, com a primeira edição do Albatroz, Prémio Internacional de Literatura da Fundação Gunter Grass, atribuído pelo conjunto da sua obra. Em 2007, o seu livro "Combateremos a Sombra", venceu o Grande Prémio da Sociedade Portuguesa de Autores.
Hoje, dia 24 de março, será apresentado o seu novo romance "A Noite das Mulheres Cantoras" na Casa Fernando Pessoa.
Para ficar a conhecer melhor a autora e a sua obra, consulte AQUI a bibliografia que a Biblioteca Municipal tem à sua disposição