"A escrita é a minha melhor companhia"
Erri de Luca, nasceu a 20 de maio de 1950, em Nápoles. Itália. Escritor, poeta e tradutor, é um dos mais conceituados autores italianos da atualidade. O seu primeiro livro foi publicado aos 40 anos.
Foi operário da construção civil em Itália, França e em África. Durante a Guerra da Bósnia conduziu um camião de assistência humanitária. Foi bagageiro no aeroporto de Catania, na Sicília. Pertenceu ao movimento de extrema-esquerda italiano, Lotta Continua, facto que o levou à prisão.
Estudou sozinho o hebraico e traduziu vários livros da Bíblia. Colabora com diversos jornais, entre eles La Repubblica e Il Manifesto.
O seu mais recente romance e que hoje divulgamos, O Dia Antes da Felicidade, não saiu do top italiano desde a sua publicação, tendo estado várias semanas em primeiro lugar.
Recebeu os seguintes prémios:
- 2002 - Prémio Femina Estrangeiro
- 2016 - European Book Prize
- 2013 - Prémio Europeu de Literatura
"A minha pátria é a língua italiana.
Contudo, a minha origem é a língua napolitana.
Daí que não me veja como um escritor italiano, mas sim em italiano".
História de uma criança órfã nascida em Nápoles durante a Segunda Guerra Mundial e da sua relação invulgar com Dom Gaetano, porteiro do prédio onde mora e que com ele aprende o significado da amizade, com quem partilha as tardes e em quem confia os seus segredos e aspirações.
Dom Gaetano é mais do que um amigo, é o seu porto seguro.
"Havia interrupções habituais nas nossas partidas de tarde. A viúva do segundo andar chamava Dom Gaetano, em casa dela estragavam-se coisas. Dom Gaetano deixava-me encarregado da portaria e subia com a caixa de ferramentas. Era uma bela senhora morena como as amoras de setembro, vestia luto rigoroso, falava com voz rouca por trás do véu negro. Outra visita habitual era a do conde que apostava as suas propriedades no clube. Só lhe sobrava um último apartamento, onde vivia. A mulher, ótima costureira, fazia vestidos em casa, ele ia jogar. Nunca trabalhara um só dia na vida."
"Quando se tem a sorte de encontrar um livro como este
recuperamos a confiança na vida e a esperança num mundo menos bárbaro."
Corriere Della Sera
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