maio 13, 2016

TU FALASTE COM A NOSSA SENHORA?


Fátima, 1917

"Nessa manhã, com bigode de café, Lúcia explicou aos primos, que iam levar os rebanhos a pastar mais perto, havia muita erva e pouco tempo. Os primos compreenderam bem. Tinha chegado o dia. Por fim, tinha chegado o dia."
In, 
Em Teu Ventre

13 de maio de 1917
As Aparições de Fátima são o tema do mais recente livro de José Luís Peixoto. 
Mais do que o milagre e sem tomar partido nem extremar posições, ao autor, interessa-lhe a realidade dessa época, abrir novas possibilidades de interpretação, romper com discursos simplificados e entrar dentro do tabu. De maio a outubro de 1917, vai descrever um dos acontecimentos mais marcantes da nossa história recente e que o Leitor vai poder testemunhar na nossa 
sugestão de leitura de fim de semana.


Em teu Ventre
José Luís Peixoto 
Editado pela Quetzal


"Ai, Lúcia, que eu não mereço metade das arrelias que me dás. Parece que não bastam as tantas que já tenho, a deitarem-me abaixo todos os dias, e ainda te vais lembrar de mais moléstias. Para  que é isso, filha? Não te falta pão, não te falta descanso, não te falta brincadeira. Ganha consciência. Tu não vês que isso não está bem-feito? A própria Nossa Senhora se apoquenta com estas coisas, nem é bom pensar."
In, 
Em Teu Ventre

A partir de um ponto de vista inteiramente novo, Em Teu Ventre retrata um dos episódios mais marcantes do século XX português: as aparições de Nossa Senhora a três crianças, entre maio e outubro de 1917.

"As aparições de Nossa Senhora têm uma ligação clara à maternidade, tal como o culto mariano. No livro, essa componente é dada por três figuras. A da mãe de Lúcia, que disputa com a filha o protagonismo do livro; a da mãe idealizada, que surge nos textos em versículos; e a de que parece ser a do narrador ou autor. É uma reflexão sobre a mãe que cada um carrega dentro de si e a sua importância formadora"
José Luís Peixoto, 
In Jornal de Letras



"Belíssimo romance, um dos melhores de José Luís Peixoto. 
Acabámo-lo de ler e não queríamos que tivesse acabado. 
É o melhor elogio que se pode fazer a um livro e a um autor". 
                                                                                                      Miguel Real



José Luís Peixoto nasceu a 4 de setembro de 1974, em Galveias, concelho de Ponte de Sôr. 
É licenciado em Línguas e Literaturas Modernas (inglês e alemão) pela Universidade Nova de Lisboa. Antes de se dedicar profissionalmente à escrita em 2000, foi professor. 
É um dos autores de maior destaque da literatura portuguesa contemporânea. A sua obra ficcional e poética está representada em diversas antologias, traduzida em mais de 20 idiomas e é estudada em várias universidades nacionais e estrangeiras.
Recebeu o Prémio Jovens Criadores na área da literatura, no as anos de 1997, 1998 e 2000.
Em 2001, o seu romance Nenhum Olhar recebeu o Prémio Literário José Saramago. Esse mesmo livro, publicado no Reino Unido sob o Título "Blank Gaze" fez parte da lista do Financial Times dos melhores livros publicados em Inglaterra em 2007.
 Em 2007, em Saragoça, Cemitério de Pianos recebeu o Prémio Cálamo Otra Mirada, destinado ao melhor romance estrangeiro publicado em Espanha. 
Com Livro, venceu o Prémio Libro d'Europa, atribuído em Itália ao melhor romance europeu publicado no ano anterior.
As suas obras foram ainda finalistas de prémios internacionais como o Femina (França), o Impac Dublin (Irlanda) ou o Portugal Telecom (Brasil).
Na poesia, o livro Gaveta de Papéis recebeu o Prémio Daniel Faria e A Criança em Ruínas recebeu o Prémio da Sociedade Portuguesa de Autores.
Em 2005, escreveu as peças de teatro Anathema, estreada no Theatre de la Bastille, em Paris, e À Manhã, que estreou em Lisboa no Teatro São Luiz.
Em 2012, publicou Dentro do Segredo, Uma viagem na Coreia do Norte, a sua primeira incursão na literatura de viagens. Galveias, o seu mais recente romance, foi publicado em 2014.
Morreste-me, Gaveta de Papeis e Nenhum Olhar estão publicados em braille.
município de Ponte de Sôr criou, em 2007,  um prémio literário com o nome de José Luís Peixoto para  jovens autores.


"Quero que o livro exista para lá das minhas convicções. 
Não gostaria que as minhas crenças moldassem a leitura de ninguém"
                                                             José Luís Peixoto,
                                                                  In Jornal de Letras




Bom Fim de Semana


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