dezembro 16, 2015

RITA COMEÇA A SENTIR O NATAL . . .


Noites de Consoada

"Em fins de novembro, Rita começa a sentir o Natal que se aproxima. Tem uma família muito grande que se vai reunindo sucessivamente na casa de cada um dos irmãos e é necessário fazer todos os preparativos com muita antecedência.
Este ano, pela primeira vez, caber-lhe-à a ela. Embora saiba que tem ainda muito tempo, foi habituada a pensar nas suas obrigações com muita antecedência. Assim, as listas dos presentes estão prontas e, alguns, até já comprados. As decorações festivas vão adiantadas e falta-lhe apenas pensar no que irá dar de comer à sua gente. Tudo isto a satisfaz. Rita gosta de sentir que a sua casa é, nesta altura, o ponto de convergência familiar. 
Chega, finalmente, a noite de Natal. A casa, grande, encontra-se completamente virada do avesso. Parece até mais bonita. A lareira arde a fogo vivo, as mesas - foi necessário fazer três - das crianças encontram-se enfeitadas com laços e doces coloridos. A mesa maior, a dos adultos mais velhos, está de facto lindíssima!  As velas vermelhas acesas, um presente em cada prato, os guardanapos encarnados metidos nos copos como se fossem uma flor... O pinheiro de Natal, ao fundo, junto à janela, com as suas luzes intermitentes, suporta nos seus ramos os presentes para os mais pequenos.
A família começa a chegar, e a casa enche-se, subitamente, de um som e de uma cor difíceis de descrever. Há como que uma alma coletiva na sua família naquela altura, que para a Rita é extremamente gratificante. Vista da mezanine do andar de cima, a sala assemelha-se a um mundo, muito próprio e que ela sabe ser seu, apesar de ali estarem misturadas, já, muitas outras gentes que, pelo casamento, vieram enriquecer a família original. Rita sente como é bom este período numa família grande e unida como a sua.
No dia seguinte, a mesa vai continuar posta e todos irão, de novo, chegar para acabar o peru, o bacalhau, feito meia desfeita, e aqueles maravilhosos doces e filhoses que só quem é do Alentejo sabe preparar... Talvez, por isso, Rita se sinta, no seu íntimo, uma mulher feliz. Tem um bom marido, uns ótimos filhos e uma família que é um clã. O que é que ela pode desejar mais? De facto, muito pouco! Apenas que esta cena se possa repetir por muitos e muitos anos..."

Helena Sacadura Cabral,
 In, Um certo Sorriso


Para continuar a ler, basta requisitar o livro na Biblioteca Municipal.  
Para continuar com os preparativos de natal, 
deixamos-lhe aqui uma receita, entre muitas, que pode encontrar nos nossos livros de culinária.



Ingredientes:
300 g de farinha sem fermento; 1 c. de chá de fermento; 1/2 c. de chá de gengibre em pó; 1/2 c. de chá de canela em pó; 1/2 c. de café de mistura de pimentas (pode colocar mais, para um sabor mais picante); 100 g de manteiga amolecida; 100 g de açúcar moreno; 2 ovos L; 4 c. de sopa de mel.
(glacé) 100 g de icing açúcar; 1 e 1/2 c. a 2 c. de sopa de água a ferver.
Preparação:
Bater os ovos, misturar o mel e reservar. Misturar a farinha, o fermento, o gengibre, a canela e a pimenta. Adicionar a manteiga, o açúcar e, gradualmente, adicione a mistura dos ovos com o mel, até que tudo esteja bem ligado. 
Enfarinhar uma superfície limpa e estender a massa com a espessura que se pretender dar às bolachas. Com cortadores natalícios, recortar as bolachas e colocá-las num tabuleiro forrado com papel vegetal. Com um bico de um saco de pasteleiro, fazer um buraco no topo das bolachas.
Vão ao forno pré-aquecido a 170 ºC, durante 15 min. Deixar arrefecer completamente as bolachas antes de as decorar. Misturar o açúcar com a água a ferver para o glacé e, pronto, é só decorar a gosto.









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