dezembro 30, 2015

FELIZ 2016


ESPERANÇA

Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenes
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
- Ó delicioso voo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
- Como é o teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
- O meu nome é ES-PE-RAN_ÇA...
Mário Quintana







dezembro 23, 2015

FELIZ NATAL

" O Natal não é um tempo nem uma temporada,
 mas um estado de espírito. 
Valorizar a paz e a boa vontade, 
ser abundantemente misericordioso, 
é ter o verdadeiro espírito de Natal."
                                                                       
Calvin Coolidge














dezembro 16, 2015

RITA COMEÇA A SENTIR O NATAL . . .


Noites de Consoada

"Em fins de novembro, Rita começa a sentir o Natal que se aproxima. Tem uma família muito grande que se vai reunindo sucessivamente na casa de cada um dos irmãos e é necessário fazer todos os preparativos com muita antecedência.
Este ano, pela primeira vez, caber-lhe-à a ela. Embora saiba que tem ainda muito tempo, foi habituada a pensar nas suas obrigações com muita antecedência. Assim, as listas dos presentes estão prontas e, alguns, até já comprados. As decorações festivas vão adiantadas e falta-lhe apenas pensar no que irá dar de comer à sua gente. Tudo isto a satisfaz. Rita gosta de sentir que a sua casa é, nesta altura, o ponto de convergência familiar. 
Chega, finalmente, a noite de Natal. A casa, grande, encontra-se completamente virada do avesso. Parece até mais bonita. A lareira arde a fogo vivo, as mesas - foi necessário fazer três - das crianças encontram-se enfeitadas com laços e doces coloridos. A mesa maior, a dos adultos mais velhos, está de facto lindíssima!  As velas vermelhas acesas, um presente em cada prato, os guardanapos encarnados metidos nos copos como se fossem uma flor... O pinheiro de Natal, ao fundo, junto à janela, com as suas luzes intermitentes, suporta nos seus ramos os presentes para os mais pequenos.
A família começa a chegar, e a casa enche-se, subitamente, de um som e de uma cor difíceis de descrever. Há como que uma alma coletiva na sua família naquela altura, que para a Rita é extremamente gratificante. Vista da mezanine do andar de cima, a sala assemelha-se a um mundo, muito próprio e que ela sabe ser seu, apesar de ali estarem misturadas, já, muitas outras gentes que, pelo casamento, vieram enriquecer a família original. Rita sente como é bom este período numa família grande e unida como a sua.
No dia seguinte, a mesa vai continuar posta e todos irão, de novo, chegar para acabar o peru, o bacalhau, feito meia desfeita, e aqueles maravilhosos doces e filhoses que só quem é do Alentejo sabe preparar... Talvez, por isso, Rita se sinta, no seu íntimo, uma mulher feliz. Tem um bom marido, uns ótimos filhos e uma família que é um clã. O que é que ela pode desejar mais? De facto, muito pouco! Apenas que esta cena se possa repetir por muitos e muitos anos..."

Helena Sacadura Cabral,
 In, Um certo Sorriso


Para continuar a ler, basta requisitar o livro na Biblioteca Municipal.  
Para continuar com os preparativos de natal, 
deixamos-lhe aqui uma receita, entre muitas, que pode encontrar nos nossos livros de culinária.



Ingredientes:
300 g de farinha sem fermento; 1 c. de chá de fermento; 1/2 c. de chá de gengibre em pó; 1/2 c. de chá de canela em pó; 1/2 c. de café de mistura de pimentas (pode colocar mais, para um sabor mais picante); 100 g de manteiga amolecida; 100 g de açúcar moreno; 2 ovos L; 4 c. de sopa de mel.
(glacé) 100 g de icing açúcar; 1 e 1/2 c. a 2 c. de sopa de água a ferver.
Preparação:
Bater os ovos, misturar o mel e reservar. Misturar a farinha, o fermento, o gengibre, a canela e a pimenta. Adicionar a manteiga, o açúcar e, gradualmente, adicione a mistura dos ovos com o mel, até que tudo esteja bem ligado. 
Enfarinhar uma superfície limpa e estender a massa com a espessura que se pretender dar às bolachas. Com cortadores natalícios, recortar as bolachas e colocá-las num tabuleiro forrado com papel vegetal. Com um bico de um saco de pasteleiro, fazer um buraco no topo das bolachas.
Vão ao forno pré-aquecido a 170 ºC, durante 15 min. Deixar arrefecer completamente as bolachas antes de as decorar. Misturar o açúcar com a água a ferver para o glacé e, pronto, é só decorar a gosto.









dezembro 11, 2015

O QUE FAZER NO FIM DE SEMANA?

Se pensa em fazer compras de Natal, deixamos-lhe um conselho: o melhor é não sair de casa. Vai ser cansativo, provavelmente, dispendioso e, quando se aperceber, já lá vai o fim de semana e não descansou nada. Então, o melhor é não se deixar levar pelas estratégias de incentivo ao consumo, tais como, promoções fantásticas, descontos a não perder, oportunidades de última hora ou outras campanhas, que nos levam a cometer erros, dos quais, mais tarde nos vimos a arrepender.

O melhor é vir à Biblioteca Municipal e requisitar o livro que sugerimos para 
leitura de fim de semana. 
Sem custos, sem pressões e sem arrependimentos.

Escrito por CHERYL STRAYED
Editorial PRESENÇA


Aos 26 anos, Cheryl Strayed tinha perdido tudo - o casamento, a família, a estabilidade profissional. Toma então a decisão mais impetuosa da sua vida - embrenhar-se sozinha na natureza selvagem, percorrendo a pé, durante três meses, 1700 quilómetros do Pacific Crest Trail, desde o deserto de Mojave, ao longo da Califórnia e do Oregon, até ao estado de Washington. Sem qualquer experiência neste tipo de aventura, com excesso de bagagem e com umas botas apertadas - é assim que Cheryl empreende esta viagem violentíssima em termos físicos e psicológicos mas profundamente redentora.

Entre o livro de memórias e a narrativa de aventuras, esta obra é um testemunho vivo da capacidade do espírito humano para superar as crises mais agudas e reinventar um sentido para a vida. Livre tem agora uma adaptação cinematográfica, nomeada para os Óscares 2015.



CHERYL STRAYED é uma conceituada autora norte-americana. Livre – uma história de autodescoberta, sobrevivência e coragem é a sua segunda obra publicada e foi um bestseller do New York Times. Foi distinguida com os Barnes & Noble Discover Award, Indie Choice Award, Oregon Book Award, Pacific Northwest Booksellers Award e Midwest Booksellers Choice Award. Foi considerado um dos melhores livros de não-ficção de 2012 pelo jornal The Boston Globe e pela revista Entertainment Weekly, e ainda o melhor livro do ano pelo St. Louis Dispatch e pela Vogue. Está traduzido em cerca de trinta línguas.


"Um livro espetacular ... Um triunfo literário e humano." | The New York Times


"Fiquei em êxtase... Ler este livro é uma extraordinária aventura. Estimulante, desafiador, uma obra que eleva a alma. Adoro este livro. Quero gritar isso do topo de uma montanha." | Oprah Winfrey












dezembro 01, 2015

SÁBADO? DIA UM DE DEZEMBRO

"É um dia especial da História portuguesa - infelizmente, muito mal tratado. Houve quem o retirasse de feriado - acho que é uma coisa miserável contra a cultura e a História portuguesa, porque foi a única vez em que um grupo de homens, sem exército, apenas com o povo de Lisboa por trás, enfrentou o maior império e exército do mundo."
Moita Flores

Proclamação de D. João IV como rei de Portugal, por Columbano Bordalo Pinheiro

"- É o momento certo. Está combinado que espalharemos a notícia para que o povo se concentre no Terreiro do Paço e, enquanto a multidão se junta, desencadearemos o golpe - esclareceu o alcaide. (...)
- Dia um de Dezembro, não é verdade? (...)
- Vai ser longa a espera, Santo Deus! - pensou em voz alta. Decidido, voltou-se para os dois amigos e ditou a sua decisão: - Muito bem. Digam-lhes da minha parte que seja sábado, dia um de Dezembro."
In 
O Dia dos Milagres



O dia 1 de Dezembro de 1640 foi um momento único na História de Portugal. Um punhado de fidalgos, apoiado pelo povo de Lisboa, enfrentou o mais poderoso império do mundo. E devolveu a dignidade a Portugal. São os preparativos dessa saga extraordinária que percorrem as páginas deste romance apaixonante, terno, para que a memória coletiva não esqueça aquilo que os novos servos do nosso tempo esqueceram, julgando Portugal do tamanho de um mero livro de contabilidade.


"Sebastião não morrera, nem fora agrilhoado. Andaria perdido ou, como a maioria acreditava, em peregrinação pelos lugares santos, até que haveria um tempo em que regressaria. (...)
Era tão grande a dor que quando Filipe II assumiu a Coroa de Portugal foi apenas recebido com um baque de amargura. Tomava um país submisso, empobrecido, que se arrastava sob o peso das feridas antigas e aceitava o destino como uma desculpa reconfortante. (...)
- Continuemos os trabalhos. Tenho a certeza de que, quando chegar a hora, D. João estará no lugar que lhe destinámos! (...) 
- Os portugueses, os descendentes de Afonso Henriques, não merecem isso. As nossas caravelas construíram um imenso império e, maior do que tudo, difundimos uma língua nossa. Há pouco mais de trezentos anos que se fala português. Há mais de um século que se ouve português  pelo mundo."

Fotografia de José Frade
Francisco Moita Flores nasceu em Moura da 23 de fevereiro de 1953 onde estudou até aos 15 anos, tendo continuado os seus estudos em Beja. Em 1975 fez o bacharelato em biologia, tendo sido professor do ensino secundário nessa mesma área até 1978. Anos em que ingressou na Polícia Judiciária e onde se manteve na brigada de furto qualificado, assalto à mão armada e homicídios até 1990. Várias vezes louvado, afasta-se daquela instituição para se dedicar à vida académica tendo-se licenciado em História na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
Regressa novamente à Polícia Judiciária com a finalidade de proceder aos estudos e avaliações do movimento criminal. Os doze anos como inspetor da Polícia Judiciária foram fonte de inspiração para os seus romances, tendo inclusivamente alguns deles sido adaptados para televisão.
Francisco Moita Flores já escreveu 17 romances, 22 séries para televisão, 4 novelas, 8 filmes e 5 peças de teatro, para além da sua colaboração regular em vários jornais e revistas.
A crítica considera-o como o melhor argumentista nacional, tendo sido distinguido no país e no estrangeiro pela qualidade da sua obra.
Em 2009 foi condecorado pelo Presidente da República com o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique pela carreira literária e pública.

Para além do livro que hoje divulgamos, pode encontrar o Leitor 
na sua Biblioteca os seguintes títulos para empréstimo domiciliário:

  • Ballet Rose (em co-autoria com Felícia Cabrita)
  • Filhos da Memória do Vento
  • A Fúria da Vinhas


Esperamos por Si




novembro 27, 2015

SÁBADO | 28 de NOVEMBRO | 15:30

No auditório da nossa Biblioteca Municipal vai realizar-se a apresentação do livro infantil de poesia sobre o Isaac...

ISAAC, O CÃO-GATO
Textos de Cristina Gomes e Ondina Santos
Ilustrações de Pedro Burin
  

"Isaac é um cão de porte pequeno, com tiques de gato. Cava a terra o ano inteiro, pois tem patas todo-o-terreno, é um cão jardineiro. É um cão diferente, um artista, um "cãopeão", decidido, destemido, teimoso e resmungão, mas, de grande coração. Tem espírito de líder, gosta muito de aventuras, de ter liberdade, de viajar e quer conquistar o mundo. Quando gozam com ele, foi treinado para não ligar. Como ele não há igual. É diferente e especial."



CRISTINA GOMES é natural da Marinha Grande e reside actualmente em Vila Franca de Xira. Nasceu a 23 de Julho de 1981. 
Mais do que o seu percurso académico, em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa ou percurso profissional, na área Seguradora, o que a levou a este projecto foi o amor pelos seus cães. 
Poeta nas horas vagas, sentiu-se inspirada pelo seu cão Isaac. Pela primeira vez a escrever para crianças, entrou num mundo cheio de rimas divertidas. 
Rodeada de amigos talentosos, convidou para este projecto, a escritora e amiga, Ondina Santos e, o ilustrador e amigo, Pedro Bürin. Com a chegada da Isaura, prevêem-se ainda mais rimas e mais aventuras.


ONDINA SANTOS, natural de Santa Comba Dão, reside atualmente em Lagoa, Algarve. Nasceu a 16 de maio de 1978. Tirou o curso de Professores do 1º e 2º ciclo do Ensino Básico – Variante de Educação Visual e Tecnológica. Desde 2003 faz sessões de poesia em bibliotecas, escolas e espaços culturais, a grupos de crianças e jovens, divulgando deste modo a sua poesia e os autores portugueses de poesia infantil, assim como outros poetas portugueses.
Editou o seu primeiro livro de poesia infantil em 2006, intitulado “A Sardinha Balboa e Outras Rimas à Toa”, com ilustração de Pilar Puyana. A partir dessa data não mais parou de editar, sempre na área infantil, onde se incluem também cd´s com músicas originais infantis.


PEDRO BURIN, é natural da Nazaré, mas reside actualmente em Madrid, Espanha. Nasceu a 28 de Julho de 1980.
É Licenciado em Design Industrial pela ESAD-CR, sem nunca abandonar o fascínio pelo mundo da ilustração. Em 2005 foi um dos seleccionados do concurso Jovens Criadores 2005, na categoria de Banda Desenhada, junto à escritora Daniela Reis, provando o seu valor no âmbito da ilustração. Actualmente dedica-se profissionalmente ao design e ao mundo criativo em geral, dando algum destaque também ao desenho e à ilustração.












novembro 25, 2015

VIVAN LAS MARIPOSAS!


Bélgica Adela Mirabal, (Dedé) 29/02/1925- 01/02/2014

A história das irmãs Mirabal, mortas a 25 de novembro de 1960, está na origem do dia que se assinala hoje, O Dia Internacional da Eliminação da Violência Contra a Mulher.
Também conhecidas como Las Mariposas (as Borboletas), as irmãs Mirabal (Pátria, Minerva e Maria Teresa) foram as três jovens ativistas dominicanas, que lutaram contra a ditadura de Trujillo.
Em 17 de dezembro de 1999, a Assembleia Geral das Nações Unidas declarou o dia 25 de novembro como o Dia Internacional da Eliminação da Violência Conta a Mulher, numa homenagem ao sacrifício de "Las Mariposas".

As estimativas das Nações Unidas sugerem que uma em cada três mulheres já foi vítima de algum tipo de violência física ou sexual cometida pelos parceiros.
Em Portugal, só no primeiro trimestre de 2014, as autoridades receberam 13 mil participações, mais 2,3% do que em igual período de 2013. 
Segundo dados do ano passado, 40 mulheres foram assassinadas pelos companheiros e 46  sofreram tentativas de homicídio.



"Quando era menina e ouvi falar no "acidente", não conseguia tirar as Mirabal da cabeça. 
Nas minhas frequentes viagens à Republica Dominicana, procurei toda a informação que pude sobre estas corajosas e bonitas irmãs, que fizeram o que poucos homens - e apenas uma mão-cheia de mulheres - tinham estado dispostos a fazer. 
Durante aquele terrível regime de trinta e um anos, qualquer sinal de desacordo resultava, em última análise, na morte do dissidente e muitas vezes de membros da sua família. Contudo, as Mirabal arriscaram as suas vidas. (...) Estas irmãs, que lutaram contra um tirano, têm servido de modelos para as mulheres que lutam contra todo os tipos de injustiça".

Julia Alvarez


"Todas as três soubemos no mesmo instante o que aquilo significava. 
Havia uma emboscada pela frente!"


Estamos a 25 de novembro de 1960, e os corpos de três bonitas irmãs, educadas num convento, foram encontradas junto ao seu jipe acidentado no fundo de uma escarpa de 45 metros de altura, na costa norte da República Dominicana. El Caribe, o jornal oficial, anuncia as suas mortes como um acidente. Não menciona que uma quarta irmã está viva. Nem explica que as irmãs se encontram entre os líderes da oposição à ditadura do General Raphael Leonidas, Trujillo. Não precisava de o fazer. Toda a gente conhece Las Mariposas - "As Borboletas".
Minerva, uma vez objeto do desejo do ditador, ousara esbofeteá-lo publicamente. A devota Pátria encontrou o seu chamamento à revolta através da igreja. A encantadora e vaidosa Maria Teresa aderiu procurando um romance. Apenas Dedé, a prática, a mais diligente no seu dever para com a família e tradição, se manteve à parte. E apenas ela sobreviveu para fazer com que os nomes delas fossem lembrados.


E para que o Leitor fique também a conhecer Las Mariposas
só tem de se deslocar à sua Biblioteca e requisitar este livro:




Boa Semana



novembro 20, 2015

ESTOU A PERDER OS MEUS ONTENS




"Pura e simplesmente não conseguia encontrar a palavra. Tinha uma vaga sensação daquilo que queria dizer, mas a palavra propriamente dita escapava-lhe. Desaparecera. Não sabia com que letra começava, nem como soava, nem quantas sílabas tinha. Não a tinha debaixo da língua. (...)
- O que a traz cá hoje, Alice? - perguntou a Drª Moyer.
- Ando com muitos problemas de memória, ultimamente, que pensei serem sintomas de menopausa. O período deixou de me aparecer há cerca de seis meses, mas apareceu de novo no mês passado, portanto talvez não esteja na menopausa e depois, bom... achei que seria melhor vir cá. (...)
- Mas não pode ser, tenho apenas cinquenta anos.
- Tem Alzheimer precoce. Tem razão, normalmente pensamos na Alzheimer como uma doença que afecta os mais idosos, mas dez por cento das pessoas com Alzheimer têm esta forma precoce e menos de sessenta e cinco anos ."
In
O Meu nome é Alice

Para o seu fim de semana a nossa sugestão de leitura é:


O Meu nome é Alice
Escrito por Lisa Genova
Editado pela Lua de Papel



O mundo de Alice é quase perfeito. É professora em Harvard, vive com o marido uma relação que resiste à passagem dos anos, às exigências da carreira, à partida dos filhos. E tem também uma mente brilhante, admirada por todos, uma mente que não falha... Um dia porém, a meio da uma conferência, há uma palavra que lhe escapa. É só uma palavra, um brevíssimo lapso. Mas é também um sinal, o primeiro, de que o mundo de Alice começa a ruir.
Seguem-se as idas ao médico, as perguntas, os exames e, por fim, a certeza de diagnóstico terrível. Aos poucos, quase sem dar por isso, Alice vê a vida a fugir-lhe das mãos. Ama o marido intensamente, ama os filhos, e todos eles estão ali, à sua volta. Ela é que já não está, é ela que se afasta, suavemente embalada pelo esquecimento, levada pela doença de Alzheimer.


Em que mês estamos?
Onde vives?
Onde é o teu escritório?
Quando é o aniversário da Anna?
Quantos filhos tens?


Lisa Genova nasceu a 22 de novembro de 1970. Formada em Psicologia e com um doutoramento em Neurociência pela Universidade de Harvard, trabalhou durante anos como investigadora em áreas como a depressão, a doença de Parkinson, a toxicodependência e a perda de memória.
Estreou-se no romance com a nossa sugestão de leitura para este fim de semana, que publicou originalmente, em 2007, em edição de autor e que se tornaria mais tarde um bestseller do New York Times.
Já este ano, a 22 de fevereiro, Julianne Moore foi a vencedora do Oscar para a melhor atriz pela sua interpretação no filme "O meu nome é Alice", uma adaptação cinematográfica do seu livro.


"Os meus ontens estão a desaparecer e os meus amanhãs são incertos".









novembro 13, 2015

A GRANDE DISCÓRDIA




"As pessoas que fogem de atrocidades não deixarão de vir se deixarmos de lhes atirar bóias de salvamento. Embarcar num barco frágil na Líbia vai continuar a parecer uma decisão racional se foges para salvar a vida e o teu país está em chamas. O único resultado de se retirar ajuda será testemunhar as mortes vergonhosas e desnecessárias à porta da Europa"
Maurice Wren
Conselho Britânico para os Refugiados



Todos os dias vemos imagens destas nas nossas televisões e queremos perceber 
o Como e o Porquê.


"Quem são os autores desta desalmada violência? Em que acreditam? Alguém os comanda? Quem? O que leva a esta orgia de sangue e violência, a lembrar crónicas concentracionárias, cenas da Antiguidade, limites da perversidade humana? (...)
De que fundas histórias e raízes vêm tão complexas divisões e seitas? Onde está a realidade e onde está o mito; onde está a verdade e onde está o cliché? Como é que uma religião monoteísta, que defende o Bem e a Justiça, que produziu no passado longínquo uma civilização que se estendeu em maravilhas de Bagdad a Córdova, que inventou a Álgebra e transmitiu a Filosofia grega à Europa cristã, está hoje reduzida no imaginário ocidental a este grande desatino de destruição e medo?"


Numa narrativa histórica e sintética, desde o nascimento de Maomé
até às crueldades do recém-criado Estado Islâmico,
é o que nos explica o livro de 

Jaime Nogueira Pinto
publicado em abril deste ano pelas Publicações Dom Quixote,

e que sugerimos como leitura para o seu fim de semana

 O ISLÃO E O OCIDENTE
 A Grande Discórdia


"O ataque ao semanário Charlie Hebdo, em 7 de janeiro, moveu e comoveu mais os europeus do que a chacina das crianças e jovens do Colégio Militar de Pashawar, do que as mulheres escravizadas ou massacradas pelo Boko Haram na Nigéria, do que os egipcios coptas decapitados ritualmente, do que cristãos crucificados às centenas no Iraque ou na Síria.(...)
Numa operação em que a verdade e propaganda se misturam, o ISIS recriou o clima do Grande Medo.(...)
O Estado Islâmico está apostado em reunir nas suas fileiras os muçulmanos de todo o mundo. O "belo-horrível" das execuções rituais, as paradas dos todo-o-terreno com armas e bandeiras, as declarações e proclamações inflamadas dos seus emires barbudos, a força das profecias e reencenação rigorosa dos sinais que antecedem o seu cumprimento, tudo é posto em marcha para fazer crescer a ameaça e para que se reproduza na vida real uma mítica batalha final entre o Crescente e a Cruz. (...)
Comecemos pelo princípio, pela religião do Islão e pelo seu fundador".


Jaime Nogueira Pinto nasceu no Porto a 4 de fevereiro de 1946, licenciou-se em Direito pela Universidade de Lisboa e é doutorado pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas.
Foi diretor do jornal O Século, administrador da Bertrand e é atualmente acionista e administrador de empresas na área da consultoria estratégica e da segurança privada.
Colabora regularmente na imprensa portuguesa e escreve sobre Ciência Política e História Contemporânea.

Na nossa Biblioteca e do mesmo autor, além deste livro, pode o Leitor encontrar também os seguintes títulos:
- "António de Oliveira Salazar: O outro retrato", ed. A Esfera dos Livros, 2007
- "Portugal, os anos do fim: A revolução que veio de dentro", ed. D. Quixote, 2014


Aleppo, Siria
Fotografia do ano (2014) na Suécia, tirada pelo
 fotojornalista Niclas Hammarstrom

"Jihad significa combate, mas, no Corão, o combate é sobretudo um combate individual, o esforço pessoal do crente com vista ao aperfeiçoamento ou a uma prática da fé que o leve pelo caminho certo e o aproxime de Deus: "O verdadeiro combatente é o que trava um combate consigo mesmo", diz o Profeta.





novembro 10, 2015

SÁBADO | 14 de NOVEMBRO | 15:30

No auditório da nossa Biblioteca Municipal, a autora Sandra Jordão vai proceder à apresentação do seu mais recente livro infantil, intitulado . . .



"Sandra dá vida às histórias que habitam em si, 
partilhando-as com as crianças, leitores entusiastas, 
vibrantes e sonhadores."


Sandra Jordão é natural do Montijo e reside em Leiria há 26 anos. É mãe de três “Potinhos de Ouro”. Acumula atividade profissional como escriturária há 23 anos numa empresa local, mas o seu grande sonho é dar vida às histórias que habitam em si desde que aprendeu a escrever e a ler, partilhando-as com alegria e paixão com as crianças, na certeza que são leitores entusiastas, vibrantes e sonhadores. Na busca deste sonho já publicou dois livros infantis em edição de autor. Em 2012 “A Bruxinha Despenteada” com uma mini versão em Inglês e em 2013 “Cassilda, a Bailarina”, tendo este último sido coreografado por uma Escola de Dança e apresentado ao público no Teatro José Lúcio da Silva, em Julho de 2013. Também, no dia Mundial da Dança dos anos de 2013 e 2015, subiram ao mesmo palco os pequenos grandes bailarinos que coreografaram outras duas histórias de sua autoria: “A boneca de trapos e a boneca de porcelana” e “A pequena, grande bailarina”.
Em 2015, em parceria com a CRID Leiria, e por esta área ser de especial interesse para si, publicou “A Bruxinha Despenteada” em Braille, tendo oferecido os livros às Acapo do nosso país, à Biblioteca José Saraiva, à Biblioteca Municipal de Montijo, à Fundação Champalimaud, à APPDM e ao Centro Helen Keller e Agrupamento de Escolas do Algarve, para que as crianças invisuais possam sentir a bruxinha e sonhar com ela. Neste contexto, participou recentemente no “Concurso Internacional Onkyo Braille”, tendo o seu texto sido um dos escolhidos para representar o nosso país.














outubro 28, 2015

SERÁ QUE NOS SENTAMOS CORRETAMENTE NA RETRETE?


Ilustração de Maxim Kostenko

Segundo o que nos diz Giulia Enders no seu mais recente livro, não.
 E nessa ida à casa de banho, até o Homem Aranha comete erros.

Então qual será a posição correta?
Ilustração de Jill Enders
"A posição natural para se ir à casa de banho é, desde os primórdios, de cócoras. Ficar sentado numa retrete é uma novidade que só existe desde os finais do século XVIII, com a criação de uma retrete em compartimento fechado.
(...) Quer dizer que agora temos de descer do nosso trono de porcelana e passar a fazer as nossas necessidade agachados, num buraco, sem qualquer preparação ou estabilidade? A resposta é não (...) já que é possível estar agachado e sentado ao mesmo tempo. E vale a pena tentar porque não custa mesmo nada. Basta curvar ligeiramente a parte superior do corpo, colocar os pés em cima de um pequeno banco e pronto, já está. Com tudo no ângulo certo, podemos pôr-nos a ler e a dobrar o papel higiénico de consciência tranquila."
InA Vida Secreta dos Intestinos 


O livro que hoje divulgamos e que o Leitor pode requisitar para empréstimo domiciliário, encontra-se no 1º lugar do Top na Dinamarca, Holanda e Alemanha, onde já vendeu mais de 1,3 milhões de exemplares.




Editado entre nós pela Lua de Papel,
 escrito por Giulia Enders, 
A Vida Secreta dos Intestinos


Neste livro a autora explica-nos detalhadamente como funcionam os intestinos, desde que damos uma dentada num pastel de nata até ao momento em que o ciclo se completa. Ficamos a saber dados fascinantes (sabia que os intestinos têm um cérebro próprio) e, acima de tudo, o que precisamos de fazer para regular o trânsito intestinal.
Do bom funcionamento dos intestinos depende grande parte da nossa saúde: da pele às articulações, passando pelo peso certo. E para que funcionem bem temos de saber (por exemplo) a diferença entre probióticos e prebióticos, como regular a flora intestinal, os cuidados a ter com a higiene até a maneira correta de fazer aquilo que ninguém mais pode fazer por nós.
Moral da história: se procura uma saúde de ferro, aprenda a cuidar de si  - de dentro, para fora.

"Quando comecei a ler sobre o assunto fiquei chocada: percebi que os intestinos
 são um órgão com muita responsabilidade, que faz imenso."


Giulia Enders nasceu em 1990 e formou-se em Gastroenterologia na Universidade Goethe, a mais prestigiada da Alemanha, onde atualmente está a concluir o doutoramento. Por duas vezes distinguida com a bolsa Wilhelm-und-Else-Heraeus-Stiftung, a autora conseguiu em 2012 o primeiro prémio nas "Science Slam" de Friburgo, Berlim e Karlsruhe com a palestra Darm mit Charme, onde já expunha muitos dos conhecimentos científicos explorados neste livro.


E não se esqueça, 
"os intestinos podem influenciar o nosso sentido de humor"
Giulia Enders

Ilustração de Pawel Kucsynski

outubro 23, 2015

"VIVA A FRANÇA! JURO QUE ESTOU INOCENTE."



"Ao passarmos por aí, vejo de relance uma manchete em letras garrafais, "J'Accuse...!", e digo ao coronel: - Se é permitido um último desejo a um condenado, seria possível pararmos para eu comprar um jornal?
In, O Oficial e o Espião


A nossa sugestão de leitura para o seu fim de semana 
foi distinguida com o prestigiado prémio britânico
 The Specsavers National Book:  Melhor Livro de Ficção.

Do autor  já seu conhecido, Robert Harris, 
editado pela Editorial Presença,
sugerimos desta vez
O Oficial e o Espião


"A ideia de recontar a história do caso Dreyfus surgiu durante um almoço em Paris com Roman Polanski, em inícios de 2012. O presente livro tem como propósito recontar, através do recurso às técnicas do romance, a história verídica do caso Dreyfus, porventura o maior escândalo político e erro judicial da História, que na década de 1890 viria a tornar-se uma obsessão para a França e, em última análise, para o mundo."
Robert Harris


Alfred Dreyfus
O famoso "caso Dreyfus", causador de grande agitação na época que se seguiu à derrota da França na guerra franco-prussiana, tem tudo para despertar o seu interesse. Alfred Dreyfus, oficial francês e judeu, considerado traidor e acusado de ter vendido informações aos serviços secretos alemães, foi condenado e deportado para a Ilha do Diabo, na Guiana Francesa.
" A ilha do Diabo? Julgava que estávamos à beira do século XX e não do século XVIII..."
George Picquart, um jovem oficial descobre a inocência de Dreyfus e apesar dos avisos para se manter afastado, persiste na reposição da verdade e acaba por se encontrar em circunstâncias semelhantes às do homem que tenta defender, ao lutar contra preconceitos xenófobos e anti-semitas.



Sobre o nosso autor de hoje, Robert  Harris, 
o Leitor encontrará mais informação AQUI.




Bom Fim de Semana com Boas Leituras


outubro 16, 2015

PROMETO FALHAR


PEDRO CHAGAS FREITAS escreve. Publicou 22 das mais de 150 obras que já criou. Foi, ou ainda é, jornalista, redactor publicitário, guionista, operário fabril, barman, nadador-salvador, jogador de futebol, e muitas outras coisas igualmente desinteressantes. Orienta desorientadas sessões de escrita criativa por todo o país e arredores. Gosta de gatos, de cães e de pessoas. Não gosta de eufemismos e de bacalhau assado.

E de Pedro Chagas Freitas, 
sugerimos-lhe a leitura de um dos seus mais recentes livros, publicado em abril de 2014. 
Para isso, só tem de passar pela Biblioteca Municipal.



"Trinta mil dias a olhar-te dormir, a saber o frio ou o calor do teu corpo, a perceber o que te doía por dentro, a amar cada ruga a mais que ia aparecendo. Trinta mil dias de eu e tu, desta casa que um dia dissemos que seria a nossa (que será de uma casa que nos conhece tão bem quando já aqui não estivermos para a ocupar?), das dificuldades e dos anseios, dos nossos meninos a correr pelo corredor, da saudade de nos sabermos sempre a caminho de sermos só nós. Trinta mil dias em que tudo mudou e nada nos mudou, das tuas lágrimas tão bonitas e tão tristes, das poucas vezes em que a vida nos obrigou a separar. Trinta mil dias, minha velha resmungona e adorável. Eu e tu e o mundo, e todos os velhos que um dia conhecemos já se foram com a velhice. Nós ainda aqui estamos, trinta mil dias depois, juntos como sempre. Juntos para sempre. Trinta mil dias em que desaprendi tanta coisa, meu amor. Menos a amar-te." 











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