"(...) A verdade é que estou entre os primeiros a desvendar o que se passa numa seita judaica de mente muito limitada; os seus membros estão altamente motivados para manter em segredo a natureza do seu estilo de vida, e a existência desta comunidade é uma questão muito incómoda que muitos judeus gostariam de ignorar. Afirmo desde já que não peço desculpas por ter tornado público este assunto."
Deborah Feldman nasceu a 17 de agosto de 1986. Cresceu na comunidade hassídica satmar, no bairro de Williamsburg, em Brooklyn, Nova Iorque.
Na América, os judeus hassídicos recuperaram uma herança que esteve para desaparecer, envergando os trajes tradicionais, falando apenas em ídiche. As mulheres não podem usar calças, nem ouvir música ou ler livros. A sua função é ter filhos e os casamentos são arranjados entre as famílias. Quando foi mãe, percebeu que tinha de salvar o filho daquele mundo.
Em 2012 lançou um livro de memórias que se tornou rapidamente um best-seller.
Deborah cresceu sob um código de costumes, implacavelmente impostos, que tudo controlava: o que podia vestir, com quem podia falar ou o que estava autorizada a ler, entre outras restrições. Foram os momentos insubmissos que passou com as densas personagens literárias de Jane Austen e de Louisa May Alcott que a ajudaram a imaginar um estilo de vida alternativo.
Ainda adolescente, viu-se aprisionada num casamento disfuncional, sexual e emocionalmente, com um homem que mal conhecia. A jovem satmar, bem-comportada, viu-se sufocada pela tensão entre os seus desejos e as suas responsabilidades; esta foi-se tornando cada vez mais explosiva e, aos dezanove anos, quando deu à luz, compreendeu que, fossem quais fossem os obstáculos, teria de forjar um caminho - para si e para o filho - que a levasse à felicidade e à liberdade.
"É difícil acreditar que esta seja uma história real.
É um daqueles livros que é impossível parar de ler."
The New York Post
Unorthodox é também uma minissérie de quatro episódios, que estreou na Netflix, e onde a autora, Deborah Feldman, esteve pessoalmente envolvida na produção da série. É a primeira série falada em ídiche, a língua que a maioria dos judeus falava na Europa antes da Segunda Guerra Mundial.
"Uma das grandes surpresas na criação de Unorthodox, a série da Netflix, foi como atraiu magicamente tantos homens e mulheres com histórias semelhantes à minha. Vieram trabalhar como atores e figurantes, consultores e tradutores, de tal modo que, em dada altura, estar no estúdio dava a sensação de se estar presente numa reunião especialmente emotiva".
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