"É um romance bem estruturado, bem escrito, que capta a tenção do leitor, quer pelo tema, quer pela construção em tempos paralelos, um no passado imediatamente anterior à Segunda Guerra Mundial e no início desta, o outro no mundo atual. Não cede ao facilitismo do romance histórico, embora a História seja parte da ação e nos apresente uma visão inédita da tragédia resultante das invasões russa e nazi da Polónia."
Declaração do Júri do Prémio Leya 2017
PRÉMIO LEYA 2017
Livro recomendado pelo PNL - 1º semestre de 2018, para alunos dos 15-18 anos.
Paris, 2001. Yankel - um livreiro cego que pede às amantes que lhe leiam na cama - recebe a visita de Eryk, seu amigo de infância. Não se veem desde um terrível incidente, durante a ocupação alemã, na pequena cidade onde cresceram - e em cuja floresta correram desenfreados para ver quem primeiro chegava ao coração de Shionka. Eryk - hoje um escritor famoso - está doente e não quer morrer sem escrever o livro que o há de redimir. Para isso, porém, precisa da memória do amigo judeu, que sempre viu muito para além da cegueira.
Ao longo de meses, a luz ficará acesa na Livraria Thibault. Enquanto Yankel e Eryk mergulham no passado sob o olhar meticuloso de Vivienne - a editora que não diz tudo o que sabe -, virá ao de cima a história de uma cidade que esteve sempre no fio da navalha; uma cidade de cristãos e judeus, de sãos e de loucos, ocupada por soviéticos e alemães, onde um dia a barbárie correu à solta pelas ruas e nada voltou a ser como era.
No dia 10 de julho de 1941, em Jedwabne,
pequena cidade do nordeste da Polónia,
um grupo de cidadãos, ...
pequena cidade do nordeste da Polónia,
um grupo de cidadãos, ...
A história deste livro baseia-se nesses episódios.
(...) Queria lá saber dos alemães, estava a falar dos polacos. Era por isso que ali estava, para lhe implorar que falasse ao seu rebanho, que os recordasse de Cristo. Depois calou-se e esquadrinhou os olhos do padre para ver o que ficara. Só encontrou desnorte e uma coisa que tanto podia ser medo como incredulidade. Desapontado, chamou o outro e saiu."
João Pinto Coelho |
"Quando terminei o meu primeiro romance, entendi que havia uma parte da história que não estava contada e quis falar um pouco da universalidade do mal, mais do que a sua banalidade. Não foram só os alemães que cometeram atos bárbaros durante aquele período da história, mas também os polacos, e outros povos. O mal pode tocar-nos a todos".
João Pinto Coelho
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